A carta a informar as autoridades da realização das manifestações pacíficas dos desmobilizados já foi depositada no Conselho Municipal da Cidade de Maputo, na terça-feira última, pelo líder do Fórum dos Desmobilizados, Hermínio Dos Santos, acompanhado por seus colegas. A marcha irá ter início às 09h00, do dia 22 do mês corrente, tendo como ponto de partida a estátua de Eduardo Mondlane ao Alto Maé. Irá terminar no Parque de Manutenção António Ripinga, na baixa da cidade.
Maputo (Canalmoz) - Os desmobilizados de guerra reafirmam que as manifestações pacíficas irão decorrer no próximo dia 22 de Outubro corrente. Só o pagamento de uma pensão mensal cujo valor mínimo são 12 mil meticais, a cada um dos cerca de 5 mil desmobilizados, poderá adiar a realização da mega manifestação. As garantias foram dadas pelo líder do grupo, Hermínio dos Santos, em entrevista do Canalmoz.
A carta de anúncio da realização das manifestações pacíficas dos desmobilizados foi depositada no Conselho Municipal da Cidade de Maputo, na terça-feira última, pelo líder do Fórum dos Desmobilizados, Hermínio Dos Santos, acompanhado por seus colegas.
A marcha irá iniciar às 09 horas da manhã, do dia 22 do presente mês, tendo como ponto de partida a estátua de Eduardo Mondlane e irá desaguar no parque de manutenção António Ripinga, na baixa da cidade.
Para Hermínio dos Santos, a escolha da estátua de Eduardo Mondlane como local de partida tem uma razão especial, alegadamente porque Eduardo Mondlane “representa o símbolo da luta e heroicidade”, e os desmobilizados “inspiram-se nas suas ideologias para poder continuar a lutar pelos seus direitos que estão a ser infligidos pelo Governo da Frelimo”.
Nas restantes províncias do país, os respectivos delegados provinciais do Fórum dos Desmobilizados já submeteram às autoridades, os documentos de aviso sobre a realização de manifestações paralelas no mesmo dia.
Pagamento de pensão
Segundo Dos Santos, a pensão deverá ser repartida da seguinte maneira: 12 mil para desmobilizados rasos, 25 mil para os sargentos, 35 mil para os alferes e 90 mil meticais para tenentes-coronéis, disse Hermínio dos Santos ao Canalmoz.
Para Hermínio Dos Santos, “não se justifica que um deputado e outros dirigentes que não lutaram pela paz no país, estejam a receber muito dinheiro e ainda com regalias, em detrimento dos desmobilizados, que nem tem o que comer ou mesmo garantir estudos para os seus filhos”.
Recorde-se que o Governo teria prometido quatro (4) milhões de meticais aos desmobilizados na tentativa de os aliciar para não levarem a cabo as manifestações, valor este considerado insuficiente para responder às necessidades dos desmobilizados, razão pela qual estes decidiram marchar como era sua intenção desde que Hermínio dos Santos foi preso na sua residência, julgado posteriormente e consequentemente absolvido por falta de provas do que as autoridades quiseram acusá-lo.
“Não vamos tolerar abusos das autoridades”
A uma semana da realização das manifestações marcadas para dia 22 do corrente mês, os desmobilizados reiteram que não aceitarão qualquer tipo de intimidação de qualquer que seja a autoridade do país, sob pena de eles (os desmobilizados) se revoltarem, recorrendo à força e outros meios, caso seja necessário.
“Não aceitaremos qualquer tipo de intimidação de qualquer que seja a autoridade. Se isso acontecer, a revolta será de tal maneira que usaremos o que for necessário para nos defendermos”, disse Hermínio dos Santos.
Não estamos contra a Frelimo, mas sim contra as pessoas
Hermínio dos Santos referiu ainda que estas manifestações são levadas a cabo, mas que os desmobilizados não estão contra a própria Frelimo como partido, mas sim contra as pessoas que compõe esse partido. A fonte acredita que no seio da Frelimo existem pessoas que estão preocupadas com a situação dos desmobilizados, mas que nada podem fazer porque “o partido está nas mãos de alguns tiranos”.
Hermínio disse ainda que estas manifestações serão também para demonstrar ao país inteiro que os desmobilizados não concordam com os actuais moldes de governação de pessoas que estão a enriquecer à custa do povo, disse a concluir Hermínio dos Santos.
(António Frades) 2010-10-14 06:15:00
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