Novas fotos de uma tribo isolada revelam um
grupo pequeno de pessoas vestidas com pouco mais do que algumas faixas de
tecido, sentadas ao lado de um rio na parte sudeste do país, na Amazônia
peruana.
As fotografias, divulgadas pelo grupo Survival International, são as
imagens mais próximas já registradas desses índios isolados, de acordo com a
organização. Elas fornecem detalhes consideravelmente maiores do que imagens
feitas anteriormente a partir de aeronaves sobrevoando os assentamentos.
As pessoas na fotografia pertencem à tribo
Mashco-Piro. Essa tribo provavelmente descende de um grupo que foi atacado e
deslocado em 1894, quando o barão da borracha Carlos Fermin Fitzcarrald invadiu
a terra de seus ancestrais. Os membros sobreviventes da tribo mantêm uma
separação voluntária com mundo exterior, embora a exploração de petróleo possa
invadir a sua solidão, de acordo com a Survival International.
É claro que existem perigos ao se entrar em
contato com tribos que preferem ser isoladas. Em novembro, um homem peruano da
tribo Matsigenka, Nicolas Shaco Flores, foi encontrado morto, atingido no
coração por uma flecha da tribo Mashco-Piro. Flores tinha estado em contato com
a tribo por muito tempo, ainda que à distância, de acordo com seu amigo e
antropólogo Glenn Shepard.
“Grupos missionários, turistas aventureiros e
nativos intrépidos tentaram abordar os Mashco-Piro nos últimos 20 anos,
enquanto madeireiros ilegais podem ter os atacado. Mas nenhum alcançou o nível
de comunicação que tinha Shaco”, contou Shepard. “Na época de sua morte, no
final de 2011, Shaco mantido razoavelmente a comunicação verbal com os
Mashco-Piro, embora sempre à distância. Ele fez plantações ao redor do rio de
sua casa, na periferia do seu território, e permitiu que os índios se reunissem
e comessem os cultivos. Foi nesse jardim que um arqueiro Mashco-Piro o
emboscou”.
A resposta típica para esse tipo de incidente
é fechar a área para que curiosos não tenham acesso a ela. Funcionários
peruanos fecharam a margem do rio onde os recém fotografados Mashco-Piro foram
vistos, para evitar que os turistas tentem os visitar. Deve ser criado um plano
que incluirá um posto de guarda para manter os visitantes e a tribo distantes.
Mesmo sem violência, entrar em contato com uma tribo isolada nativa pode
ser mortal. Pessoas isoladas não têm imunidade às doenças que a maioria das
pessoas supera com facilidade. De acordo com a Survival International, 50% dos
isolados anteriormente na tribo Nahua morreram por doenças na década de 1980,
depois que a exploração de petróleo os levou para fora de suas terras.
No início deste ano, um possível ataque por traficantes de drogas pode ter
levado uma tribo isolada de brasileiros de sua aldeia. “O primeiro contato é
sempre perigoso e muitas vezes fatal – tanto para a tribo, quanto para aqueles
que tentam entrar em contato com eles”, disse Stephen Corry, diretor do
Survival International. “Os índios que querem ser deixados sozinhos devem ser
respeitados”.
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