"Petróleo angolano
comemora 100 anos
27-07-2010 | Fonte: NJ
A “exportação” de óleo e breu
de Angola para Portugal está documentada pelo menos desde o século XVIII, como
exemplifica um carregamento de 49 barris de crude embarcados para Lisboa em
1749. Mas a exploração do petróleo é uma história de sucesso iniciada há cem
anos, lembrou a agência Lusa. Angola é o segundo maior produtor petrolífero da
África Subsaariana, depois da Nigéria, com cerca de 20 por cento das reservas
comerciáveis do continente, segundo o cálculo da empresa de pesquisa
especializada em energia Wood Mackenzie, contactada pela Agência Lusa em
Edimburgo.
Na análise da Wood Mackenzie,
Angola possui reservas recuperáveis de 20,2 mil milhões de barris, dos quais
cerca de 41 por cento (um total de 8,2 mil milhões de barris) tinham sido
retirados até ao final de 2009.
Foi em 1910 que começou a
actividade de prospeção de hidrocarbonetos em Angola, com a atribuição de uma
licença à companhia Canha & Formigal para explorar uma área superior a 100
mil quilómetros quadrados no offshore do Congo e na Bacia do Cuanza.
O primeiro poço foi perfurado
em 1915. No entanto, só nos anos 50 e 60 do século passado foram realizadas as
descobertas de hidrocarbonetos no onshore do Cuanza e no offshore de Cabinda,
que resultaram no arranque da exploração comercial do petróleo de Angola.
O primeiro salto significativo
aconteceu em 1968, com a entrada em produção do campo de Malongo, ao largo de
Cabinda. Também de grande impacto foi, mais tarde, a abertura do enorme campo
Takula, já em 1982.
Nos anos 70, final do período colonial
português, foram lançadas as bases para a exploração petrolífera, modificadas e
adaptadas após a independência de Angola, em 1975, e com a criação da companhia
estatal Sonangol. No final dessa década estava concluído o quadro legal e
institucional do setor que, com várias alterações, se mantém até hoje.
Dos contratos de exploração do
período colonial, apenas dois ficaram intactos após a independência, os da
concessão da Cabinda Gulf Oil Company (CABGOC), em Cabinda, e o operado pela
Fina onshore.
A transição turbulenta para a
independência implicou, por outro lado, o encerramento dos campos explorados
pela Cabinda Gulf em 20 de dezembro de 1975, reabertos em Abril de 1976.
No Onshore (em terra), as
possibilidades de expansão e exploração estavam limitadas pela longa guerra
civil angolana (que durou até 2002).
A exploração em larga escala
arrancou a partir de 1980, primeiro onshore mas sobretudo offshore (no mar),
com a concessão dos blocos em águas profundas e, mais tarde, ultra profundas.
Na última década, Angola viveu
uma “década de ouro” no sector petrolífero, consolidando o seu lugar entre os
grandes produtores do Atlântico Sul, a Nigéria e o Brasil, e eclipsando as
curvas de crescimento de produção do Golfo do México.
No centro deste salto qualitativo
estão os quatro blocos milionários atribuídos em 1993: 14 (Chevron), 15
(ExxonMobil), 17 (Total) e 15 (BP), onde as “majors” provaram até hoje reservas
superiores a 10 mil milhões de barris. Nos últimos anos, novas descobertas e
novos investimentos permitiram atingir em vários blocos uma rotina de produção
de mais de 200 mil barris por dia. O próximo passo do gigante angolano será
dado pela operadora Total no final de 2011, com a entrada “onstream” do campo
Pazflor. E 2012 será o início de outra cronologia que promete ser tão fabulosa
como a do petróleo: a comercialização do gás natural angolano e a abertura da
primeira fábrica de liquefação do país."
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