Carreira foi marcada por personagens marcantes no
cinema e na televisão.
Entre eles, Roque Santeiro e Giovanni Improtta, de “Senhora do Destino”.
A
dramaturgia brasileira perde José Wilker. O ator morreu hoje, no Rio de
Janeiro, aos 66 anos. Em mais de 40 anos de carreira, o ator José Wilker
colecionou interpretações marcantes. O cearense de Juazeiro do Norte também se
destacou na direção e na crítica de cinema.
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José
Wilker ficou conhecido do público como um grande ator. Interpretou personagens
célebres. O primeiro protagonista de sucesso foi Mundinho Falcão, em
“Gabriela”, adaptação do romance de Jorge Amado, um marco na história da
teledramaturgia brasileira.
Em
1985, viveu Roque Santeiro, personagem central da trama escrita por Dias Gomes
e Aguinaldo Silva, uma das novelas de maior sucesso da televisão.
A
carreira foi marcada por muitos outros personagens carismáticos como Giovanni
Improtta, de “Senhora do Destino”. O ex-bicheiro lançou bordões repetidos em
todo o país.
Ele
atuou também em mais de 40 filmes. Um dos destaques foi a interpretação de
Vadinho, em “Dona Flor e seus Dois Maridos”. Em “Bye Bye Brasil”, de Cacá
Diegues, viveu Lorde Cigano, artista que cruzou o Brasil em uma caravana fazendo
espetáculos mambembes.
A
última participação como ator em novelas foi em 2013, em "Amor à
Vida", de Walcyr Carrasco, na qual interpretou o médico Herbert. José
Wilker fazia e entendia de arte.
Amigos
e colegas de trabalho de José Wilker comentaram a perda do ator. "Ele
tinha muito mais a oferecer. Ele era um enorme diretor, era um escritor
excepcional. Por umas duas ou três peças que eu vi do Wilker, eu cheguei a
conclusão que ele poderia se tornar um dos grandes escritores de teatro do
nosso país. É uma perda grande, é uma perda enorme. Porque nós perdemos, no meu
ver, um dos mais dotados artistas deste país. Eu diria até de todos os tempos
porque é tão difícil você acumular tanto talento e tanta capacidade em tantos
segmentos da atividade, que realmente é uma perda irreparável", lamenta o
ator Juca de Oliveira.
O
Jornal Hoje conversou por telefone com o ator Milton Gonçalves e também com o
produtor da peça de teatro que José Wilker estava ensaiando, Cláudio Rangel.
"A
gente esteve junto em uma boa parte do dia ontem. Trabalhamos ontem, tudo. De
noite, ensaiamos um espetáculo que ele está dirigindo, um espetáculo com Ary
Fontoura. Ele ensaiou normalmente e voltou para a casa dele, para a casa da
mulher dele de noite. Estava tudo aparentemente normal, tudo bem. Eles ficaram
conversando, jantaram e foram dormir. E ele sofreu essa parada cardíaca
dormindo. Assim que a esposa dele acordou, soube e percebeu isso, chamou os
médicos correndo. Os médicos vieram e tentaram reanimá-lo, mas foi em vão, foi
impossível", relata Cláudio Rangel, produtor de teatro.
A
morte de José Wilker também foi comentada nas redes sociais. O autor Aguinaldo
Silva escreveu: "Fizemos dezenas de trabalhos juntos. Era jovem demais
para morrer. Sem José Wilker, ficamos menores e mais pobres".
E
a presidente Dilma Rousseff comentou: "Ator, crítico de cinema e exemplo
de dedicação à arte. José Wilker nos presenteou interpretações que se tornaram
ícones do cinema e da TV".
A
família do ator e diretor ainda não informou onde será o velório dele nem se o
enterro será no Rio ou no Ceará, onde nasceu. José Wilker morreu dormindo na
madrugada de sexta-feira (4) para sábado (5), segundo o produtor de teatro
Cláudio Rangel. Wilker estava na casa da atual mulher, Cláudia Montenegro, e
teve um infarto. Quando ela acordou, Wilker já estava morto, mas os médicos
ainda tentaram reanimá-lo.
José
Wilker deixa duas filhas: Mariana, que teve com a atriz Renée de Vielmond, e
Isabel, que teve com a atriz Mônica Torres.
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