domingo, 6 de abril de 2014

Morre o ator José Wilker, aos 66 anos


Carreira foi marcada por personagens marcantes no cinema e na televisão.
Entre eles, Roque Santeiro e Giovanni Improtta, de “Senhora do Destino”.

A dramaturgia brasileira perde José Wilker. O ator morreu hoje, no Rio de Janeiro, aos 66 anos. Em mais de 40 anos de carreira, o ator José Wilker colecionou interpretações marcantes. O cearense de Juazeiro do Norte também se destacou na direção e na crítica de cinema.

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José Wilker ficou conhecido do público como um grande ator. Interpretou personagens célebres. O primeiro protagonista de sucesso foi Mundinho Falcão, em “Gabriela”, adaptação do romance de Jorge Amado, um marco na história da teledramaturgia brasileira.
Em 1985, viveu Roque Santeiro, personagem central da trama escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva, uma das novelas de maior sucesso da televisão.
A carreira foi marcada por muitos outros personagens carismáticos como Giovanni Improtta, de “Senhora do Destino”. O ex-bicheiro lançou bordões repetidos em todo o país.
Ele atuou também em mais de 40 filmes. Um dos destaques foi a interpretação de Vadinho, em “Dona Flor e seus Dois Maridos”. Em “Bye Bye Brasil”, de Cacá Diegues, viveu Lorde Cigano, artista que cruzou o Brasil em uma caravana fazendo espetáculos mambembes.
A última participação como ator em novelas foi em 2013, em "Amor à Vida", de Walcyr Carrasco, na qual interpretou o médico Herbert. José Wilker fazia e entendia de arte.
Amigos e colegas de trabalho de José Wilker comentaram a perda do ator. "Ele tinha muito mais a oferecer. Ele era um enorme diretor, era um escritor excepcional. Por umas duas ou três peças que eu vi do Wilker, eu cheguei a conclusão que ele poderia se tornar um dos grandes escritores de teatro do nosso país. É uma perda grande, é uma perda enorme. Porque nós perdemos, no meu ver, um dos mais dotados artistas deste país. Eu diria até de todos os tempos porque é tão difícil você acumular tanto talento e tanta capacidade em tantos segmentos da atividade, que realmente é uma perda irreparável", lamenta o ator Juca de Oliveira.
O Jornal Hoje conversou por telefone com o ator Milton Gonçalves e também com o produtor da peça de teatro que José Wilker estava ensaiando, Cláudio Rangel.
"A gente esteve junto em uma boa parte do dia ontem. Trabalhamos ontem, tudo. De noite, ensaiamos um espetáculo que ele está dirigindo, um espetáculo com Ary Fontoura. Ele ensaiou normalmente e voltou para a casa dele, para a casa da mulher dele de noite. Estava tudo aparentemente normal, tudo bem. Eles ficaram conversando, jantaram e foram dormir. E ele sofreu essa parada cardíaca dormindo. Assim que a esposa dele acordou, soube e percebeu isso, chamou os médicos correndo. Os médicos vieram e tentaram reanimá-lo, mas foi em vão, foi impossível", relata Cláudio Rangel, produtor de teatro.
A morte de José Wilker também foi comentada nas redes sociais. O autor Aguinaldo Silva escreveu: "Fizemos dezenas de trabalhos juntos. Era jovem demais para morrer. Sem José Wilker, ficamos menores e mais pobres".
E a presidente Dilma Rousseff comentou: "Ator, crítico de cinema e exemplo de dedicação à arte. José Wilker nos presenteou interpretações que se tornaram ícones do cinema e da TV".
A família do ator e diretor ainda não informou onde será o velório dele nem se o enterro será no Rio ou no Ceará, onde nasceu. José Wilker morreu dormindo na madrugada de sexta-feira (4) para sábado (5), segundo o produtor de teatro Cláudio Rangel. Wilker estava na casa da atual mulher, Cláudia Montenegro, e teve um infarto. Quando ela acordou, Wilker já estava morto, mas os médicos ainda tentaram reanimá-lo.
José Wilker deixa duas filhas: Mariana, que teve com a atriz Renée de Vielmond, e Isabel, que teve com a atriz Mônica Torres.


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