terça-feira, 24 de junho de 2014

Peter’s: um gin tónico e o posto de correio do Atlântico






Chamaram-lhe de "excêntrico São Cristóvão para os marinheiros". Raros foram os velejadores que não conheceram o Peter, que deu nome a um café cuja fama atravessou oceanos.

Há quem espere por nós assim
mesmo ao meio da rota do fim
há quem tenha os braços abertos
para nos aquecer
e acenar no fim
Canção dos Trovante dedicada ao “Peter”

Um cais de embarque e um porto de abrigo para velejadores carinhosamente chamados de “aventureiros” pela população da Horta, na ilha do Faial. A história do Peter Café Sport não é nova: dela fazem parte quase um século de aventuras e três gerações de uma família dedicada às gentes do mar. Por essa razão, é provável que tenha ouvido falar do “Peter”, também conhecido por José Azevedo (falecido em 2005). No dia em que se celebra o Dia Nacional do Gin Tónico, (re)lembramos o pequeno café que ainda hoje serve de posto de correio do Atlântico e que ficou eternizado pela bebida da casa.
Não é uma fábula, mas podia ser. Tem marinheiros, mares agitados, histórias de encontros e desencontros. É em 1918 que a primeira versão do espaço nasce (o café mudou de edifício três vezes, mas ficou sempre na mesma zona). Estávamos no início do século XX, quando a época dos baleeiros atinge o seu auge e assiste-se à instalação das companhias de cabos submarinos na ilha. A consequente presença de alemães e, sobretudo, de ingleses exerce influência nos habitantes locais. Henrique Azevedo não é exceção. Apaixonado pelo desporto, pratica ténis, futebol e pólo aquático, vício que o levaria a abrir o Café Sport.
“O meu avô trabalhou aí até morrer, em 1975″, conta José Henrique Azevedo ao Observador. É o atual proprietário do emblemático café. Enquanto desvenda a história que lhe corre nas veias, salta de uma geração para outra: o seu pai, José Azevedo, cedo ajudou nas lides do café, mas também no navio H.M.S Lusitânia II, da Royal News, que, por ter sido atingido na popa, ficou estacionado no porto no decorrer do segundo conflito mundial. Aos 19 anos, José Azevedo carregava mercadorias e ajudava na manutenção do barco, que servia de apoio a outros navios que ali chegavam. Foi então que um dos oficiais para quem trabalhava lhe pediu se o podia chamar de Peter, por este ser parecido com o filho que havia ficado em Inglaterra. José assentiu e o nome ficou até hoje. O Café Sport passaria, mais tarde, a chamar-se Peter Café Sport.
Já na década de 1960, o Faial começou a receber com regularidade um novo tipo de visitantes, os tripulantes das embarcações de recreio à vela. O Peter Café Sport tornou-se num local de apoio para os iatistas que cruzavam os mares. “Os grande clássicos da vela oceânica passaram todos pela Horta”, conta José Henrique Azevedo, recordando Joshua Slocum, que muitos anos antes foi o primeiro a dar a volta ao mundo em solitário.
O café ajudou nomes da modalidade enquanto bar, restaurante, local de informações, casa de câmbios e até posta-restante. “Ficámos conhecidos como o posto de correio do Atlântico. Ajudava termos um horário mais alargado, das 08h00 às 02h00″. Ali recebiam cartas de familiares e amigos daqueles que se lançavam às águas, permitindo a troca de mensagens. O correio vinha principalmente da Europa, mas também de destinos mais longínquos, como Austrália, Canadá e EUA. “Era a única forma de se manterem em contacto”, garante José Henrique Azevedo, que não consegue precisar os anos dedicados à correspondência. Certo é que o café foi distinguido pelos Correios de Portugal pelas cinco décadas de serviço cumpridas. Atualmente, atrás do balcão, há duas caixas repletas de cartas, organizadas por ordem alfabética, à espera de quem as venha buscar.
Falemos agora do gin tónico, cujo hábito começa ainda no tempo de Henrique Azevedo (o avô). A bebida ganha cada vez mais protagonismo e a fama chega a cruzar oceanos. Em 1986 e 1989, a revista Newsweek elege o Peter’s como um dos melhores bares do mundo. A publicação chega a escrever: “O Peter é realmente uma pessoa simpática…mesmo que você não beba”. Anos antes, em 1978, o Diário de Notícias dizia que “tomar um ‘gin’ no Peter’s faz parte da arte de bolinar” e, em 1983, o Expresso comentava que “na Horta, ir ao Peter’s é como ir à fonte”.
O gin tónico é a bebida da casa, o que, segundo José, não é costume. “Fico muito contente com a atual moda do gin. Surgiram uma série de clientes que antes não o apreciavam”, conta José Henrique. Além disso, o proprietário vê serem aplicadas as técnicas de fazer gin que o próprio tem em consideração há anos. “Já tínhamos cuidado a fazer gin, que é algo sagrado para nós. Costumamos dizer aos funcionários que podem fazer tudo mal, menos o gin”, diz em jeito de brincadeira.
“Peter”, apelidado de “excêntrico São Cristóvão para os marinheiros estrangeiros” por Ben Carlin, tornou-se amigo, ao longo dos anos, de navegadores, turistas e locais. Em 2003, foi agraciado com a Medalha de Grau Oficial da Ordem de Mérito, pelo então Presidente da República Portuguesa, e foi-lhe concedida a Bênção Apostólica pelo Papa João Paulo II.
Desde que o “Peter” faleceu, em 2005, é José Henrique Azevedo quem está à frente do estabelecimento. Aos seis anos de idade começou a trabalhar no café e cedo percebeu que o pai era famoso. A troco de um chocolate, limpava o pó das cadeiras e separava as garrafas de cerveja para, posteriormente, entregá-las aos fornecedores. Agora, está encarregue da gestão do café e do museu de scrimshaw, aberto em 1986 no piso de cima. Por scrimshaw entende-se a arte de gravar imagens nos dentes de cachalote. José garante que tem uma das maiores coleções e, daqui a uns anos, ambiciona um espaço maior para “fazer uma exposição como deve ser”.
O Peter Café Sport chegou ao continente com a Expo 98. Atualmente, contam-se três bares: em Lisboa, em Oeiras e no Porto.
http://observador.pt/vaidades/peters-um-gin-tonico-e-o-posto-de-correio-atlantico/

Seis dias de angústia e sem misericórdia





SOS UNICEF. Há 6 dias que o banco millennium é o nosso carrasco. Não há vento, o fumo mortal acumula-se. Janela aberta morte certa. Espoliou o terreno. Em Luanda facturar é matar. É o que o banco millennium faz na rua rei Katyavala. Tem potente gerador nas traseiras do prédio, faz barulho dia e noite. Lança fumo que mata crianças e adultos. Quando o vento está de feição gaseia-nos. Estão a salvo, o petróleo protege-os. E os assaltos crescem mortais, manifestações, revoltas. Isto é que é a tal paz?

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Empresas angolanas que prestam serviços a Unitel reclamam pagamento pelos serviços prestados



Luanda -  As empresas angolanas que prestam serviços para a Unitel estão desde Dezembro de 2013 sem receberem os pagamentos resultantes dos respectivos contratos.

Fonte: Club-k.net

A situação está a causar sérios embaraços as empresas prestadoras de serviços da Unitel que neste momento enfrentam problemas de tesouraria, condicionando deste modo o seu normal funcionamento.

Com este cenário, fontes do Club-K, adiantaram que a área comercial da operadora angolana que tem uma das receitas médias mensais por cliente mais altas de todo o continente africano, recebe diariamente cartas das empresas prestadoras de serviço reclamando a longa demora na liquidação das suas faturas.

O imbróglio sobre o não pagamento aos seus devedores está a ser justificado internamente pelo facto dos principais responsáveis da Unitel ligados a área financeira estarem neste momento concentrados as suas atenções na implantação dos negócios da empresa em na República de S.Tomé.

Matou a família e foi assistir partida da Copa do Mundo





Carlo Lissi virou notícia em todo o  mundo após confessar o assassinato de sua esposa Cristina Omes, 38, e depois ter ido com amigos assistir o jogo entre Itália e Inglaterra pela Copa do Mundo de 2014 vencido pelos italianos por 2 a 1.

https://br.esporteinterativo.yahoo.com

Lissi cortou a garganta da mulher e de seus dois filhos Giulia e Gabriele ambos de apenas 1 ano e dez meses. Conforme informações da polícia italiana, ele teria jogado a arma usada no crime em um bueiro a caminho do bar aonde foi assistir o jogo da Copa.
Após a partida ele voltou para casa e ligou para a polícia. Sua primeira versão é que teria apenas encontrado os corpos da mulher e dos gêmeos.

Investigadores chegaram a suspeitar que a mãe teria assassinado os dois filhos e depois se matado. No entanto, após pressionarem, Carlo confessou o triplo homicídio.  Lissi teria assassinado sua família por  estar apaixonado por outra mulher.

Foto: Reprodução - Facebook

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Mais de 50 milhões de crianças africanas não vão à escola





UNICEF lança relatório no dia da Criança Africana, que demonstra avanço progressivo de Angola.
Para celebrar o 16 de Junho, Dia da Criança Africana, UNICEF promove a reflexão sobre a problemática das crianças fora do ensino, através do lançamento do relatório da Iniciativa Global denominada “Crianças fora da Escola”, destacando uma boa avaliação para Angola.

VOA

Esta iniciativa, é o resultado da parceria entre o UNICEF e o Instituto de Estatística da UNIESCO que lança dois estudos regionais sobre a situação das crianças fora da escola nos países da África subsariana.

Dados do estudo mostram que, cerca de 57 milhões de rapazes e raparigas em idade pré-escolar estão fora do ensino e 69 milhões de adolescentes não frequentam a escola secundária. Grande parte destas crianças vivem em países afectados por conflitos, sendo que metade vive na África subsaariana, e mais de metade são raparigas.

Em Angola verifica-se um avanço progressivo no acesso ao ensino com mais de sete milhões de crianças e estudantes inseridos no sistema, comparadamente a 1,7 milhões registados em 2002. Verifica-se também melhorias no ensino primário com o aumento de 2.6 milhões de crianças na escola desde 2003; melhorias na taxa de alfabetização com mais de 2.5 milhões de pessoas alfabetizadas.

A pesquisa revela ainda que a maior parte destas crianças são de famílias pobres, de áreas rurais e provenientes de grupos étnicos minoritários. Muitas crianças são portadoras de deficiências ou têm de trabalhar para ajudar as suas famílias.

De acordo com o estudo, os governos devem apoiar e implementar acções destinadas a reforçar o investimento no ensino básico, para dotar as crianças de instrumentos que lhes permitam viver uma vida significativa, produtiva e em coexistência pacífica.

O Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e Bem-Estar da Criança escolheu como lema do dia 16 de Junho, Dia da Criança Africana, “Educação de qualidade, gratuita e obrigatória para todas as crianças africanas”. A iniciativa tem como objectivo chamar a atenção dos governos para a sua Responsabilidade no asseguramento do direito das crianças à educação nos termos definidos pela Carta Africana para os Direitos e Bem-Estar da Criança.


O Dia da Criança Africana foi criado pelo Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e Bem-Estar da Criança (ACERWC) para recordar o dia 16 de Junho de 1976 quando milhares de crianças negras da Cidade de Soweto, na África do Sul, foram para as ruas para protestar contra a baixa qualidade do seu sistema de ensino e reclamar para que fossem ensinados na sua língua local.

Tal acção sofreu uma resposta violenta por parte das autoridades, tendo sido mortas centenas de crianças e milhares feridas.