Exmos. Senhores,
Com esta carta temos como objectivo dar a conhecer
diversas irregularidades, bem como a gestão danosa do Standard Bank em Angola,
e acreditamos expressar o sentimento da generalidade dos trabalhadores
angolanos desta instituição.
Todos conhecemos pela comunicação social, dos desmandos e atropelos à Lei que o
Standard Bank tem vindo a fazer em relação aos seus funcionários em todos os
países onde tem presence, onde Angola não tem sido exepção. Os tribunais da
África do Sul estão “entupidos” com processos de trabalho que ex-funcionários
reclamam por práticas laborais ilegais.
Estranhamos como é que o Sr. Pinto Coelho, um
ex-quadro de topo do banco BANIF, esteve envolvida numa enorme fraude contra o
Estado Angolano no valor de USD 150 milhões, e que foi frustrada pelas
“artimanhas” dos negociadores do Administradores destes, e seus advogados,
passou a ser o CEO desta instituição em Angola. Advinha-se o tipo de operações
financeiras e em que maus lençois o banco poderá estar, havendo conversas de
corredor e comparações com o BESA.
Este Sr. nunca teve experiência de trabalho nem em África nem muito menos em
Angola, assim como também nunca geriu uma operação bancária de A a Z.
Apesar de existirem quadros cuja funcção deveria ser vigiar a legalidade do
funcionamento da instituição, foram efectuadas no decurso dos ultimos dois anos
operações financeiras que merecem a atenção do Banco Nacional, assim como da
casa mãe na Africa de Sul. No quadro de angolanização, é de estranhar como é
que este senhor ainda se encontra em funcções após tantos anos.
Nos casos em que a naturalização dos supostos “regressados” foi recente, nem se
percebe qual o laço familiar angolano, sendo que a diferença de condições
mantém-se em relação aos colegas verdadeiramente angolanos, com vencimentos
somente vistos nas petroliferas, onde a taxa de abstinência são muito
superiores devido frequentes viagens para obtenção de vistos, deslocações por
razões medicas, etc…
Um caso que foi silenciado para proteger a reputação deste banco, mas que nos
corredores foi muito comentado, foram as fraudulentas acções do responsável de
património, com uma relação muito próxima ao CEO.
Este ex-colega tem-se envolvido nos ultimos dois anos em negociações de
contratação de espaços para balcões no mínimo dúvidosas. No que respeita as
manutenções e equipamentos tem-se percebido que houve igualmente direito a
beneficios vindo dos fornecedores. No momento em que os rumores começaram a
circular, este elemento foi graciosamente afastado para não criar uma imagem
negativa em torno da gestão/liderança em deste banco sul-africano. Nota
negative tanto para a direcção geral como para os recursos humanos. Esperamos
que o successor, que subiu internamente, não dê continuidade a estas práticas.
Não compreendemos como é que o Standard Bank não
contrata funcionários angolanos para funções de responsabilidade – como se não
houvesse quadros nacionais com as qualidades humanas e técnicas de elevado
potencial!
Não compreendemos porque é que confrontam a Lei laboral e continuam na
impunidade. Não compreendemos como é possível ter uma liderança, com uma pessoa
de competência técnica muito questionável, e sem a mínima sensibilidade para os
recursos humanos que gere, e tão pouco respeite a Lei e as instituições
angolanas.
Somos funcionários desta instituição e queremos que o
sucesso da empresa será o nosso sucesso. Não gostaríamos de fazer parte das
estatísticas de mais um fracasso do investimento sul-africano em Angola. É
necessário que o Standard Bank reconheça que o desenvolvimento de uma
instituição sustentável em Angola, passa necessariamente por centrar-se na
valorização do capital humano.
Este é um manifesto de revolta, mas também um apelo desesperado às autoridades
competentes para que ponham cobro a esta situação!
Atentamente,
Colaboradores Anónimos
Imagem:
O Standard Bank Angola foi agraciado com o “STP Award de
2012”, prémio concedido pelo banco alemão Commerzbank e que distingue a
excelente qualidade nos ...