Lúcia Helena Vianna
Desembarcam em Lisboa
recebidos pela fina flor da intelectualidade lusa. Lá estão a esperá-los
aqueles que se tornarão amizades duradouras: o crítico José Osório de Oliveira,
o ilustrador Pedro Bordalo Pinheiro, Simão Coelho Folho, o crítico de arte Guilherme Pereira de Carvalho, Manuel Mendes,
Carlos Queiroz. No Estoril aguarda-a a poeta Fernanda de Castro, que há muito
reitera os convites para que a
brasileira faça conferências e palestras nas universidades portuguesas.
http://www.vidaslusofonas.pt/cecilia_meireles.htm
“os amigos são uma forma
animada de poesia”
Portugal, a pátria ancestral.
A herança açoriana, o casamento com um artista português de prestígio,
agregados à qualidade de seu lirismo,
abrem-lhe caminho para o reconhecimento público em terra lusitana .
Contatos com a imprensa, com editores,
com críticos. Capitaliza reconhecimento e admiração. Para Jorge de
Sena, como Pessoa ou Rilke, Cecília era “filha moderna do simbolismo antigo”.
TANTO SUCESSO E UMA DECEPÇÃO
Em Lisboa, Cecília falha um
encontro com Fernando Pessoa. Entretanto, o que está a acontecer no resto do
mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
Dezembro. Noite chuvosa e
fria em Lisboa. No
café A Brasileira, no Chiado, há quase duas horas Cecília e o Correia Dias
esperam. Esperam por aquele que Cecília Meireles tanto deseja conhecer e sobre
cuja poesia tem sido a primeira a dar notícia no Brasil.
Quase duas horas e nada!
Fernando acha melhor desistir:
- Vamos, Cecília, ele não
virá!
- Podemos aguardar um pouco
mais, quem sabe, ocorreu um imprevisto...
- Não, é perda de tempo. Eu o
conheço bem, se não veio até agora, não virá mais.
De volta ao Hotel, recebem o
pequeno volume, com os dizeres:
“A Cecília Meyreles , alto
poeta, e a Correia Dias, artista, velho amigo e até cúmplice (vide
"Águia”, etc... ), na invocação da
Apolo e Atena, Fernando Pessoa, 10 –XII –34.
É um exemplar de Mensagem,
recentemente publicado. Um cartão lacônico acusa o recebimento :
“Cecília Meireles -
cumprimenta e agradece.”
Dez anos depois, escreve ao
amigo Armando Costa Rodrigues : “Como lamento não o ter conhecido!”. E num
diálogo surdo com aquele que tanto admirava, rebate:
“Mas tu preferes a penumbra
dos cafés sonolentos, em cujas mesas todos os poetas da Lusitânia fincam algum
dia o cotovelo e, fronte apoiada ao punho, criam aqueles sonhos que eles
mesmos não governam (...)”
(Evocação lírica de Lisboa, crônica)
DE VOLTA AO RIO
Em 12 de Janeiro de 1935 está
de novo em casa.
Reencontra o país vivendo um clima de medo, de ameaças e perseguições. O Governo
Vargas torna-se uma ditadura cruel. Retoma as atividades no Pavilhão Mourisco.
Assume a cadeira de Literatura Luso-Brasileira na Faculdade de Filosofia e
Letras da recém fundada Universidade do Distrito Federal.
Na vida pessoal, sucedem-se
as crises de depressão do marido. Crises que o levam ao suicídio em 19 de
novembro desse ano. Foram “13 anos de angústias sobre essa tragédia, tentando
dominá-la”. Uma “Canção póstuma” dá a medida da dor sublimada em poesia:
Fiz uma canção para dar-te;
porém tu já estavas morrendo.
A Morte é um poderoso vento,
E é um suspiro tão tímido, a
Arte...
É um suspiro tímido e breve
como o da respiração diária.
Choro de pomba. E a Morte é uma águia
cujo grito ninguém descreve.
Vim cantar-te a canção do
mundo,
mas estás de ouvidos fechados
para os meus lábios inexatos,
- atento a um canto mais profundo.
E estou como alguém que
chegasse
ao centro do mar, comparando
aquele universo de pranto
com a lágrima de sua face.
E agora fecho grandes portas
sobre a canção que chegou
tarde, -
- E sofro sem saber de que
Arte
se ocupam as pessoas mortas.
Por isso é tão desesperada
a pequena, humana cantiga,
Talvez dure mais do que a
vida,
Mas à Morte não diz mais
nada.
(Canção póstuma, Retrato
natural)
Nos anos seguintes, viúva,
sem nenhum parente, com três filhas para educar, as dificuldades econômicas exigem-lhe intenso
trabalho. Dá aulas de Técnica e Critica Literária, Literatura Comparada e de
Literatura Oriental na Universidade. Trabalha ainda no Departamento de Imprensa
e Propaganda onde dirige a revista Travel in Brazil.
"E AQUI ESTOU, CANTANDO"
Fins de 1938, início de 1939.
Abre-se novo ciclo de realizações. Reorganização da vida afetiva e familiar.
Conhece o médico Heitor Grilo. Casam-se em 1939.
Consagração na vida pública:
Viagem é publicado em Lisboa. A poeta segue
sua trajetória.
Eu canto porque o instante
existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou
triste:
Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento,
Atravesso noites e dias
No vento.
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei
se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é
tudo.
Tem sangue eterno a asa
ritmada.
E um dia sei que estarei
mudo:
- mais nada.
(Motivo)
O primeiro dos vários
auto-retratos registra precocemente os efeitos das mudanças:
Eu não tinha este rosto de
hoje,
Assim calmo, assim triste,
assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem
força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão
fácil:
- Em que espelho ficou
perdida
a minha face?
(Retrato)
SOBRE O VAZIO DAS PEDRAS, CONSTROI SUA CATEDRAL
As publicações se sucedem. A
década de 40 será das mais produtivas na vida da poeta.
Publica Vaga Música em 1942.
Em 1945, Mar Absoluto; Retrato Natural em 1949. De um livro ao outro o caminho
se faz sem tropeços, fiel aos motivos
fundadores de seu lirismo: mar, música, melancolia, orfandade.
É tempo de guerra. “Tempo
de homens partidos”, canta Carlos
Drummond de Andrade, contemporâneo e admirador da poeta. Como ele Cecília proclama a contraditória condição humana:
Nós merecemos a morte,
Porque somos humanos
E a guerra é feita pelas
nossas mãos,
(...)
Criamos o fogo, a velocidade,
a nova alquimia,
Os cálculos do gesto,
Embora sabendo que somos
irmãos.
Temos até os átomos por
cúmplices, e que pecados
De ciência, pelo mar, pelas
nuvens, nos astros!
Que delírio sem Deus, nossa
imaginação!
(“Lamento do oficial por seu
cavalo morto”)
No livro de 1949, poemas mais modernos e despojados expõem o
caráter afetivo da participação de Cecília nas dores do mundo:
Dez bailarinas deslizam
Por um chão de espelho.
Têm corpos egípcios com
placas douradas,
Pálpebras azuis e dedos
vermelhos.
Levantam véus brancos, de
ingênuos aromas,
E dobram amarelos joelhos.
(...)
os homens gordos olham com um
tédio enorme
as dez bailarinas tão frias.
Pobres serpentes sem luxúria,
Que são crianças, durante o
dia.
Dez anjos anémicos, de axilas
profundas,
Embalsamados de melancolia.
Vão perpassando como dez
múmias
As bailarinas fatigadas.
Ramo de nardos inclinando
flores
Azuis, brancas, verdes,
douradas.
Dez mães chorariam, se vissem
As bailarinas de mãos
dadas.
(“Balada das dez bailarinas
no cassino”)
No ano de 1945 muda-se para a
casa do Cosme Velho, onde viverá até o fim de seus dias.
Nos anos seguintes dedica-se
a escrever peças de teatro (A nau
catarineta, 1946; O menino atrasado, 1966). Inicia as pesquisas sobre a época
colonial brasileira . Tem em mente ambicioso projeto: um épico que resgate
lendas, tradições, misticismos em torno
da frustrada Conjuração Mineira.
O folclore, outra de suas
paixões, ocupa a agenda no ano de 1948. Cecília
é tratada como especialista na Comissão Nacional de Folclore. E em 1951 secretaria o Primeiro
Congresso Nacional de Folclore, no Rio Grande do Sul.
DE NOVO EM PORTUGAL
“Não te aflijas, com a pétala
que voa,
Também é ser, deixar de ser
assim.”
Os Açores, enfim. No ano de
1951 pode atender aos convites sempre renovados dos velhos amigos, Armando
Cortes-Rodrigues e José Bruges. A visão real da Ilha de São Miguel parece não
lhe causar surpresa : “A paisagem é como se fosse a do meu quintal, na
infância.” Emoção ao conhecer sua alma
irmã de longa e profunda correspondência (246 cartas):
AQUELE que caminha ao longo
das praias
E vai dando a volta à sua Ilha,
Fala com pescadores e sereias
Com a maior naturalidade.
(...)
tem seu mapa de afetos, sua
linguagem de canções,
sopra endereços no vento,
depois de assinar com letra
pequenina:
ARMANDO CORTES-
RODRIGUES.
(“Inscrição natalícia”)
Ainda em 1951, publica Amor
em Leonoreta e, no ano seguinte, Doze noturnos de Holanda & O Aeronauta.
Trabalha incansavelmente na finalização da pesquisa sobre a história de Vila Rica e da Conjuração Mineira.
AFINAL A OBRA PRIMA
“Às vezes abro a janela e
encontro o jasmineiro em
flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças
que vão para escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os
olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas
no espelho do ar. Marimbondos: que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. (...)”..
Corre o ano de 1953 . Depois
de exaustivo trabalho, o Romanceiro da
Inconfidência está pronto.
Cinco anos passou mergulhada no século XVIII, construindo uma
“narrativa rimada” (rimances) que remete
o leitor à trágica história
do ciclo do ouro em
Vila Rica (a Inconfidência Mineira). Alcança fixar em poesia
a história do alferes Tiradentes e dos intelectuais e poetas traídos por
delatores. Primeiro grito de liberdade da terra colonial. Resposta definitiva
àqueles que a acusavam de escassa brasilidade.
Liberdade - essa palavra
Que o sonho humano alimenta
Que não há ninguém que explique,
E ninguém que não entenda!
Brasil mineiro. Minas de
ouro. Riqueza imensa. Ambição maior. Eis o cenário onde tudo acontece:
EIS a estrada, eis a ponte,
eis a montanha
Sobre a qual se recorta a
igreja branca.
Eis o cavalo pela verde
encosta
Eis a soleira, o pátio, a
mesma porta.
(...)
E eis a névoa que chega,
envolve as ruas,
Move a ilusão de tempos e
figuras.
(...)
Seu verso soa consoante ao
ritmo dos poetas árcades Cláudio Manuel
da Costa e Tomás Antonio Gonzaga, personagens dos acontecimentos rememorados.
(...)
Passei por essas plácidas
colinas
e vi das nuvens, silencioso,
o gado
pascer nas solidões
esmeraldinas.
(...)
Tudo me fala e entendo do
tesouro
arrancado a estas Minas enganosas,
com sangue sobre a espada, a
cruz e o louro.
Tudo me fala e entendo:
escuto as rosas
e os girassóis destes
jardins, que um dia
foram terras e areias dolorosas,
por onde o passo da ambição
rugia;
por onde se arrastava,
esquartejado,
o mártir sem direito de
agonia.”
Celebra o poder
transfigurador da palavra:
Ai, palavras, ai, palavras,
Que estranha potência a
vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
Sois de vento, ides no vento,
No vento que não retorna,
E, em tão rápida existência,
Tudo se forma e transforma!
(...)
A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
(...)
Detrás de grossas paredes,
De leve, quem vos desfolha?
Pareceis de tênue seda,
Sem peso de ação nem de
hora...
- e estais no bico das penas,
- e estais na tinta que se molha,
- e estais nas mãos dos juízes,
- e sois o ferro que arrocha,
- e sois barco para o exílio,
- e sois Moçambique e Angola!
(...)
Ai, palavras, ai, palavras,
Que estranha potência, a
vossa!
Éreis um sopro de aragem...
- sois um homem que se enforca!
Vê sua obra poética reunida e publicada pela Editora Aguilar, no
ano de 1958. Faz Conferência em Israel sobre cultura brasileira.
O TEMPO HUMANO EXPIRA...
Em Metal Rosicler (1960) seus
poemas anunciam um desenlace
pressentido:
“Estudo a morte, agora
- que a vida não se vive,
pois é simples declive
para uma única hora “
(OC,1213)
Solombra (1963), neologismo que dá o tom dominante deste último livro: solidão e
melancolia.
“Eu – fantasma - que deixo os litorais humanos,
sinto o mundo chorar como em
língua estrangeira:
(...)
“- ah, deixarei meu nome entre as antigas
mortes.
Só nessas mortes pode estar meu nome escrito.”
1964
Depois de um período
conturbado, causado pela renúncia do Presidente Jânio Quadros e a política
trabalhista de seu sucessor, João Goulart, o país é ferido por um golpe militar (a Revolução de 31 de março de
1964). Os militares assumem o poder. Termina uma etapa de nossa história. Tem
início um período de exceção. A ditadura militar que persiste por quase duas
décadas.
COMO AS GAIVOTAS QUE SOBEM TÃO LIVRES...
Cecília prepara um poema
épico-lírico para as comemorações do quarto centenário da cidade que a viu
nascer e a acolherá para a eternidade. Mas não resiste à doença, contra a qual
lutou nos últimos seis anos - o câncer . Expira serenamente no dia 9 de
novembro de 1964. Consta que a poeta não sabia o mal de que sofria. Difícil
acreditar...
Deixa cinco netos: Ricardo
(filho de Maria Elvira), Alexandre, Fernanda Maria e Maria de Fátima (de Maria
Matilde) e Luís Heitor Fernando (da atriz Maria Fernanda). O marido, Heitor
Grilo, morre em 1972.
A morte não consegue estancar
o fluxo de publicações e homenagens. Em 1965, a Academia Brasileira de Letras
confere-lhe o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra. E a principal
sala de concertos do Rio de Janeiro
passa a ser denominada “Sala Cecília
Meireles”. Seus poemas têm sido intensamente musicados, cantados por intérpretes do Brasil e Portugal.
Deixa vasto material inédito:
poemas, traduções, peças de teatro, correspondências, antologias,
crônicas de viagem, conferências,
periodismo e tantos outros escritos.
UMA FARPA, UMA DESCONFIANÇA
Diz Cecília: Somos uma
difícil unidade e muitos instantes mínimos. Entretanto, o que está a acontecer
no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
Esta obra monumental motiva
uma farpa irônica do poeta Mario Faustino:
“D. Cecília publica demais. O
melhor que se poderia fazer em prol de sua glória seria preservar o
"Romanceiro” completo, fazer uma antologia de seus cinqüenta grandes
poemas (“Mar absoluto” seria o maior contribuinte) e queimar o resto. Mas não
no esqueçamos de perguntar; quantos
poetas em nossa língua já assinaram cinqüenta grandes poemas? A outra
pergunta que nos ocorre: por que D. Cecília publica tanto?” ( Trecho de “Anchieta aos concretos”, de
Mário Faustino)
Mas sob o peso do monumento,
onde fica a verdadeira Cecília? Como apostar na fidelidade de uma BIOGRAFIA?
Escreverás meu nome com todas
as letras,
Com todas as datas
- e não serei eu.
Repetirás o que me ouviste,
O que leste de mim, e
mostrarás meu retrato
- e nada disso serei eu.
(...)
Somos uma difícil unidade
De muitos instantes mínimos
- isso seria eu.
Mil fragmentos somos, em jogo
misterioso,
Aproximamo-nos e
afastamo-nos, eternamente
- Como me poderão encontrar?
Novos e antigos todos os
dias,
Transparentes e opacos,
segundo o giro da luz
- nós mesmos nos procuramos.
E por entre as circunstâncias
fluímos,
Leves e livres como a cascata
pelas pedras.
- Que metal nos poderia
prender?
Obras consultadas:
ANDRADE, Mário. O Empalhador
de Passarinhos. São Paulo : Ed.Martins; Brasília: MEC/INL, 1972.
SECCHIN, Antônio Carlos.
(org.) Cecília Meireles. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Fronteira,
2001.V.I e II
BOSI, Alfredo. História
Concisa da Literatura Brasileira . São Paulo : Cultrix
COUTINHO, Afrânio e Eduardo
de Faria. A Literatura no Brasil. Era modernista. Rio de Janeiro : José Olympio
ed.; Niterói/RJ: EDUFF, 1986
GOUVÊA, Leila V.B. Cecília em Portugal. São Paulo
: Iluminuras, 2001.
FAUSTINO, Mário. De Anchieta
aos concretos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
LAMEGO, Valéria. A farpa e a
lira – Cecília Meireles na Revolução de
30. Rio de Janeiro : Record, 1996.
MEIRELES, Cecília . Obra Poética. Rio de Janeiro : Editora José
Aguilar, 1958. Introdução de Darcy Damasceno.
NETO, Miguel Sanches. Cecília
Meireles e o tempo inteiriço. In: Cecília Meireles . Obra completa. Rio de
Janeiro : Nova Fronteira, 2991.
ZAGURY, Eliane. Cecília
Meireles : notícia biográfica, estudo crítico, antologia, bibliografia,
discografia, partituras. Petrópolis/RJ: Vozes, 1973.