quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Passados 35 anos e olhando para traz, verificamos que os ganhos da nossa independência ainda são uma miragem


Holanda – Educar um povo a não reclamar pelos seus direitos, é na minha opinião, um crime, da mesma maneira que considero que educar alguém que está a ser atacado a não defender-se, é crime. Sou da opinião sincera que o direito de pretexto, de manifestação ou de reclamação (que no fundo dá no mesmo) deve ser um exercício legal a ser exercido por qualquer cidadão que sinta que os seus direitos cívicos ou constitucionais estão a ser usurpados, ou pelo menos, não estejam a ser garantidos.

Felizarda Mayomona. Fonte: A-patria.com. Club-K.Net

"Quem não chora...não mama!"

O que faz diferença é a maneira de se protestar. Existem protestos violentos, e protestos pacíficos. Dependendo da capacidade, habilidade ou disposição de um determinado regime dialogar ou não com a parte protestante, as manifestações podem terminar em ações violentas e descontroladas, ou prosseguir pacificamente.

Estou ainda a recordar-me da manifestação levada a cabo pelos nossos compatriotas angolanos no dia 4 de Janeiro de 1961, na baixa de Cassanje em Malange. O móbil da manifestação (também podemos lhe chamar de pretexto porque dá tudo no mesmo) era a proibição do cultivo da mandioca (um alimento tipicamente africano) e a obrigatoriedade do cultivo do algodão e o aumento dos impostos deste, pela companhia belga colonial, a Cotonang. A reacção das autoridades coloniais portuguesas foi imediata e muito violenta: usando aviões que descarregavam bombas napalm sobre uma população indefesa, causaram a morte de milhares de pessoas. Este acontecimento hediondo causou tanta revolta entre os angolanos que serviu de ignição para o início da luta armada iniciada um mês depois, a 4 de Fevereiro de 1961.

Actualmente comemoramos em Angola todo o dia 4 de Janeiro como um feriado oficial nacional, em memória das vítimas. Nunca antes na história de Angola se verificou uma manifestação daquela magnitude, que era, no considerar dos colonos portugueses da altura, uma acção impossível ou impensável da parte dos autóctones angolanos. Com a independência nacional entramos numa outra era, em que os angolanos autóctones finalmente controlariam os seus próprios destinos, e um dos motivos que guiou a luta anti-colonial era luta contra a exploração dos angolanos por outros povos, nesse caso os portugueses. A exploração, a usurpação das riquezas da terra, a usurpação da nossa identidade africana e o resgate da nossa dignidade, dos nossos valores, da nossa cultura e línguas africanas, e principalmente, da nossa liberdade e da nossa terra seriam os frutos da nossa independência. Pelo menos era assim que os angolanos que lutaram de verdade contra o colonialismo pensaram.

Passados 35 anos e olhando para traz, verificamos que os ganhos da nossa independência ainda são uma miragem para a maioria dos angolanos, especialmente dos angolanos autóctones que agora ficaram constitucionalmente sem terra (passou a ser propriedade do estado). Verificamos que as imensas riquezas do nosso país, ainda não servem a maioria dos angolanos, mas também é propriedade privada só de alguns. Com um governo super centralizado como o nosso, as riquezas do país e o seu dividendo se concentram sempre nas mesmas pessoas, num ciclo vicioso que deu lugar a uma corrupção que praticamente já se tornou institucional. A polícia angolana reprime tanto ou pior que a PIDE-DGS, ao em vez de ser uma entidade protectora dos cidadãos, torna-se cada vez mais uma entidade apenas ao serviço de uma pequena elite.

A maioria dos angolanos sente-se estrangeiro neste país que cada dia que passa enterra a africanidade e desenha uma angolanidade também atípica, tal como a nossa constituição, em que nela o angolano autóctone se revê como estrangeiro dentro da sua própria terra. Nem as nossas línguas nativas foram oficializadas nesta nova constituição, mas apenas o português, que é uma língua imposta pelo colonialismo.

Nos encontramos debaixo de uma governação que administra os recursos de um país mas sem prestar contas aos seus verdadeiros donos: o povo. A maioria dos nossos líderes se tornou arrogante e insensível demais perante o sofrimento dos angolanos, vivem num mundo só deles enquanto pregam em órgãos como o Jornal de Angola e outros que Angola está a mudar, estamos a crescer, somos os maiores, somos os melhores, etc. De certeza que a analise dos nossos dirigentes é feita de um prisma totalmente egocêntrico, esquecendo-se que o maior indicador do crescimento de um país é a qualidade de vida do povo, o acesso aos serviços de saúde, de educação, do emprego. E vivendo num país riquíssimo como Angola, em 35 anos de independência e 9 anos de paz, já era altura de começarmos a falar também de subsídio de desemprego, entre outros benefícios de uma cidadania plena.

Vemos o contrário disso. O acesso aos recursos e benefícios do país para além de serem limitados só para alguns (baseado nos nomes e classe social, e em alguns casos até na cor da pele), em muitos casos, para ter acesso a um benefício como uma bolsa do Inabe te pedem Cartão de Militante de um partido angolano. Este partido chama-se MPLA. Isto é só para mencionar um exemplo em que, para se ter o benefício de algumas coisas em Angola o cartão de Militante do MPLA se torna numa obrigatoriedade, mas há mais. E ninguém pode negar esta realidade. Diante desta situação, me questiono como é com aqueles que são militantes assumidos de outros partidos e estão lá mesmo por uma razão ideológica. Será que estes têm de adquirir o cartão da angolanidade plena (Cartão do MPLA) para usufruir de alguns benefícios enquanto militam também clandestina ou abertamente nos seus partidos ou renunciam a actividade politica nos seus partidos? Curiosidade.

Estas situações todas e muitas outras, considero muito injustas e justificariam um protesto massivo da população nas ruas da capital angolana e não só. Um pretexto contra leis injustas e medidas anti-sociais. E dizer isto não é crime nenhum, porque se fosse crime, a nossa constituição não plasmaria este direito no seu artigo 47 (atenção, estou a defender o direito de se manifestar pacificamente). Infelizmente, principalmente nos governos africanos, as manifestações pacíficas quase nunca geram frutos nenhuns, já que os dirigentes se mantêm insensíveis, e chegam até a ser reprimidas, muitas vezes com tanta brutalidade que nos traz à memoria a repressão brutal dos regimes coloniais. Os manifestantes passam a ser tidos como inimigos da pátria, antipatriotas, vândalos, agentes de forças externas, etc. Este facto é que leva, muitas vezes, às manifestações violentas como meio de se alcançar um objectivo. No caso de Moçambique a "revolta dos pobres" expôs o fracasso das políticas económicas e sociais do governo. Felizmente o Presidente Armando Guebuza teve o bom senso de recuar nas decisões iniciais do governo que deram inicio á revolta dos moçambicanos. É caso para se dizer "quem não chora, não mama".

Me pergunto: como seria se tivesse sido em Angola? Como teriam reagido as autoridades? Teriam reagido com a mesma brutalidade (ou pior) que a polícia moçambicana? Como teriam reagido os nossos irmãos que se auto-proclamaram a "vanguarda do povo angolano", o MPLA? Nos defenderiam? Estariam ao lado do povo ou os teriam considerado como inimigos? Porque seria um contra-senso um partido que diz ser representante do povo (o povo é o mpla e o mpla é o povo) considerar o mesmo povo como inimigo apenas porque exteriorizou o seu desagrado perante a governação do país através de um pretexto.

Temos de interiorizar que protestar não é um crime, é um direito. Angola é de todos os angolanos e todos merecemos, temos o direito, de usufruir dos benefícios da nossa cidadania. Todos temos direito de viver bem na nossa terra, e de termos as mesmas oportunidades. Até mesmo o direito de escolher os nossos dirigentes deve ser um direito sagrado e não um crime lesa pátria. E nós, os angolanos "comuns", não adianta pensar que este governo que está aí, já a 35 anos, vai satisfazer os nossos anseios apenas pelos nossos lindos olhos.

A história tem demonstrado que quanto mais tempo um partido permanece no poder, mais ele se acomoda, porque criam-se vícios que depois são difíceis de combater. Tem de ser nós mesmos, a pressionar e a exigir que os nossos direitos sejam satisfeitos e garantidos, como demonstrou mal ou bem, o povo moçambicano.

* Felizarda Mayomona
Activista Cívica

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Começou julgamento de Nerika Loureiro



Luanda - Como se esperava, a defesa de Nerika Loureiro, acusada do homicídio do seu próprio marido, alegou insanidade mental da ré no julgamento iniciado na última quarta-feira, 16.

*Mariano Brás
Fonte Jornal A Capital Club-k.net

Não parece restar dúvidas de que Nerika Loureiro, a advogada de 32 anos de idade, seja culpada pela morte do seu esposo, Fortunato Loureiro, em Abril de 2009, num caso que ficou conhecido como “O Crime do Nova Vida” por conta do local em que se deu o homicídio. Resta, entretanto, saber se ela agiu em sã consciência. Esta é, ao menos, a estratégia a ser seguida pelos seus advogados de defesa, manifestada quando na última quarta-feira, no dia do início do julgamento, pediram ao juiz que suspendesse a sessão já que, no seu entender, a ré “não está nas suas condições facultativas”.

“Se tiver dúvidas, meritíssimo, pode fazer-lhe algumas e verá como ela tem problemas de insanidade”, declarou Sérgio Raimundo o advogado de defesa de Nerika.

A alegação do advogado, claro, não foi acolhida cm agrado, nem pelo representante do Ministério Público, muito menos pelos advogados de acusação, uma equipa encabeçada por Paula Godinho. Alfredo Martins, do Ministério Público, disse ser desnecessário que a ré seja submetida a novos exames. Recentemente, vários especialistas analisaram-na e, ao nível do Tribunal Supremo, ficou provado que ela goza de perfeita saúde mental. “Por este facto, dou por indeferida tal pretensão”, sentenciou.

Manuel Gomes, juiz presidente, não titubeou naquilo que entendeu ser o caminho mais acertado. Aceitou a sugestão de Sérgio Raimundo e ordenou a que dois médicos do Hospital Psiquiátrico sejam, então, nomeados pelo respectivo director com o propósito de avaliar o estado e Nerika. Mais orientou que os profissionais deverão prestar juramento para um trabalho são e isento de qualquer suspeita. Na sexta-feira, 18, enquanto se preparava o fecho da presente edição, o exame, assistido por representantes de ambas as partes, decorria conforme o orientando pelo juiz Manuel Gomes.

O juiz entendeu que o trabalho dos especialistas será, pois, uma a diligência complementar de prova, embora, como também reconheceu, já tenha sido decidido, em processo competente, a integridade mental da ré, “cuja sentença, há muito, transitou em julgado”. A lei, esclareceu, permite o julgamento de todos os elementos de prova para se esclarecer as circunstâncias que rodeou o crime. “Um dos elementos é, sem dúvidas, a indagação sobre a personalidade da ré, os seus antecedentes e estado psíquico”.

Quebrou-se, então, a expectativa ao redor de um julgamento que começou cerca de um ano e meio depois do crime de que é acusada a jovem advogada. Trata-se, mesmo, de um dos casos mais mediáticos, sobretudo pelo seu carácter passional. Nerika, agora com 32 anos, desferiu, segundo a acusação, 17 golpes de tesoura contra o seu marido, Lopo Fortunato Loureiro, supostamente enquanto este dormia, tendo morrido imediatamente.

A advogada, até então quadro da Sonangol, apareceu muito longe da imagem com que habituou os seus familiares. Trajava o uniforme da cadeia e tinha o cabelo penteado, embora sem os arranjos impostos pela beleza feminina. Parecia assustada, arregalava os olhos volta e meia. Para se movimentar, era suportada por duas funcionárias dos serviços prisionais. Tal era o estado de choque que a jovem mal conseguiu pronunciar uma palavra e, mais do que isso, mal se conseguia sentar sozinha.

Família descontente
A sala estava lotada por familiares e jornalistas., não fosse a intervenção policial, familiares de ambas as famílias, que no passado festejaram a união do casal, teriam se envolvido, agora, em violência. O desagrado partiu, sobretudo, dos familiares da vítima, que se mostraram descontentes face ao posicionamento do juiz.

Na opinião destes, a ré está a “simular” um estado de loucura para, então, conseguir a absolvição da justiça. “Ela não está doente, não está maluca”, comentou a senhora, visivelmente irrita. “É tudo mentira”, gritou.

“Então quem mata basta, depois, confirmar que é maluco para conseguir ser absolvido pela Justiça?”, interrogou-se uma irmã do falecido.

“Já perdi um filho, mas agora clamo por Justiça. Será que quem matou-me o filho não vai pagar por isso?”, questionou a mãe.

A advogada, entretanto, tranquilizou os familiares, dizendo que se estava apenas “no começo” e que o juiz tomou tal decisão “pelo bem da verdade”.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nádia Silva Exibe A Forma Física Em Editorial De Revista Sul-Africana



Luanda - A modelo angolana Nadia Silva interpretou o papel de “femme fatale” e exibiu um corpo de fazer inveja num editorial feito para a revista masculina “FHM South Africa”.

Fonte: JA Club-k.net

A modelo, ícone fashion desde que arrebatou o título de Miss Angola Mundo em 2009, aparece com uma lingerie vermelha justa e decotada, a fazer poses sensuais para o fotógrafo internacional Kevin Mark Pass.

A manequim, natural de Cabinda e de 22 anos, teve de perder peso para o ensaio fotográfico feito em Joanesburgo, capital sul-africana. “Tenho tido cuidados redobrados com aquilo que como e feito muito exercício para estar no meu melhor nesta sessão de fotos. Valeu a pena e até fiquei surpreendida com o resultado final”, disse.

Dona de curvas generosas, rosto bonito e olhar penetrante, a bonita manequim que representou Angola e ficou entre as 20 modelos com os melhores corpos do globo, no concurso Miss Mundo, arrasou num modelo vermelho que fazia contraste com a pele morena e o longo cabelo negro. Nádia fica na capital sul-africana até ao dia 20 de Fevereiro para participar do Joburg Fashion Week, segundo maior evento de moda em Africa, por intermédio da agência Hadja Models, em que trabalha. Gente deseja-lhe sucesso.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A quem interessava a morte de Euridce?, questiona Jornal Angolense


Luanda - Perguntas que não se querem calar, como foi possível um indivíduo sem usar ao menos um silencioso no revólver matou uma indefesa mulher em plena hasta pública e sumiu sem deixar qualquer rasto? Quem é o executor? Existe um mandante? A quem interessava a morte de Euridce Cândido? As respostas de tais pergunta sou poderão ser dadas pelos peritos da DNIC, mas será que responderam? É outra grande interrogação

*Maria Japa. Fonte: Angolense. Club-k.net

De interrogações em interrogações, a verdade é que, na sexta-feira, 28, por volta das 19:30, na rua Frederic Welvitch, aos Combatente, Euridce Cândido, a vítima de 30 anos ou simplesmente Dódó, como era carinhosamente tratada pelos mais próximo, chegava a casa trajada de um fato de treino cor-de-rosa, ténis de marca Nike, ao volante da sua viatura Mercedes, modelo 350 ML, cor preta, com a chapa de matrícula LD-54-20-CR, vindo do ginásio Clube Náutico, sito na Ilha de Luanda.

Na entrada do prédio denominado da Chick Chick, parou o carro no parque defronte a uma roulotte, onde comercializa-se hamburguês, cervejas e refrigerante, normalmente recheada de pessoas, que, para garantir segurança aos clientes, possui um holofote, além que era comum naquele local ver policiais em serviço de giro, tanto apeados como em viaturas, o que naquele dia não aconteceu curiosamente.

Parou a viatura, desceu, dirigia-se até a porta de trás para abrir e retirar uma sacola no banco traseiro, neste mesmo instante foi surpreendida pelo seu algoz que mas não fez senão bem junto dela e frontal, encostou o cano do revólver na cabeça e disparou fatalmente contra aquela indefesa mulher.

Caiu inanimada, o seu algoz subiu numa motorizada, em companhia de um comparsa que já o aguardava com o motor ligado, de seguida ambos sumiram sem deixar qualquer rasto.

Conheça o percurso do assassinato
Segundo fontes policiais Euridce Cândido, a vítima, já estava a ser perseguida a partir do ginásio, pois ao que conseguiram apurar, a mesma era uma constante sair do serviço e ir imediatamente ao ginásio e sou assim regressar a casa, entretanto, naquele dia não foi diferente.

Os meliantes conheciam bem o seu percurso, isso é, casa, serviço, ginásio e casa, sabe-se que ao sair do Ginásio do Clube Náutico, por volta das 19 horas, a mesma a partir do visor da viatura apercebeu que estava ser perseguida por dois indivíduos de uma motorizada, ao longo que acelerava a marcha os mesmos também o faziam.

Entretanto, diz a nossa fonte, Euridce naquela altura ligou para o celular da irmã que estava em casa a pedir que a mesma descesse, porque estava ser perseguida por dois indivíduos de uma motorizada, o que poderia ir até a uma esquadra próxima pedir auxilio, mas antes como tinha uma sacola no interior da viatura pretendia deixar numa paragem que esperava ser breve, mas ao que parece nem lhe foi dado tempo.

As pessoas que na altura se encontravam no local disseram não se aperceber de nenhum movimento estranho, porque quando a mesma foi atingida, a julgar pelo barulho do projéctil numa primeira fase presumiu-se que foi um pneu que estoirou, mas quando viram ao redor foi sim, um tiro certeiro que vitimou a vizinha do 3° andar.

Os supostos executores não deixaram qualquer rasto visível no local, entretanto, os efectivos Policial afeto a Investigação Criminal, que além de removerem o cadáver do local levaram também a viatura, o telemóvel da vítima e outros haveres que se fazia acompanhar e poderiam servir para chegar até aos presumíveis autores.

Este jornal apurou de uma fonte ligada a investigação que já conseguiram encontrar o invólucro da arma disparada que possivelmente pertence a uma pistola do tipo Makarov, curiosamente o mesmo tipo de arma usada pela polícia, mas que a nossa fonte ignorou este pormenor porque acredita que a julgar pelo histórico do país qualquer um pode ter uma arma daquele tipo.

Apurou-se ainda que não foi retirado nada do interior da viatura, assim como, por outro lado, não conseguiram apurar a impressão digital porque a mesma até altura em que os especialistas chegaram ao local do crime, a viatura já tinha sido tocada por várias pessoas o local também já tinha sido invadido por curiosos, o que dificultou apurar com precisão as impressões digitais.

Para os familiares Governador de Luanda é o possível mandante
A polícia que já abriu um processo com o número 699/011-IG não descarta qualquer das possibilidade inclusive uma tentativa de assalto ou roubo de viatura, mas neste período começou por notificar as pessoas que telefonaram para a vítima naquela sexta-feira, 28.

A mesma fonte policial disse também que na perícia realizada ao telefone da vítima encontraram várias mensagens ameaçadoras de várias pessoas dentre as quais de várias mulheres como por exemplo Dona Teresa, (esposa do Governador) e Indira Bobola, (uma das amantes do governador, com a qual tem um filho), supostamente suas rivais, assim como de alguns marmanjos sobre os seus conteúdos preferiu omitir para não deturpar as investigações.

A nossa fonte analisando o possível autor do disparo que vitimou Euridce disse tratar-se de um indivíduo mas alto em relação a vítima pois o disparo foi efectuado por cima da cabeça da mesma, assim como pode ser também conhecido e sou por isso ela não reagiu, no sentido de gritar ou clamar por socorro, “das duas, uma: ou ele era conhecido dela, ou o mesmo é alguém com vasta experiencia militar”. Vaticinou para acrescentar “quem age como ele não é qualquer bandido”.

A mesma fonte numa espécie de preocupação disse o caso ser bastante bicudo e se não aparecer os executores do crime a dizerem quem os mandou “o caso pode ficar em nada, em tribunal uma coisa é ameaça e outra são os factos que não têm o mesmo peso jurídico”.

Se por um lado os investigadores têm duvidas por outro lado já os familiares não, pois ouvidos garantiram que acerca de seis anos atrás que a vítima começou a namorar com o actual Governador de Luanda, José Maria dos Santos, que resultou o nascimento de uma menina que hoje tem dois anos de vida.

Recordam que em 2009 no primeiro aniversário da filha da malograda, realizado num dos restaurantes de luxo da Capital de Luanda, a esposa do Governador chegou a festa mesmo sem ser convida e armou a maior confusão, assim como fez várias ameaças e o pior sou não aconteceu graça a intervenção de alguns policiais presentes.

Por este e outros casos, a vítima tivera realizado duas queixa -crime contra uma terceira mulher do então pai de sua filha que, além de ameaça-la de morte, agrediu-a várias vezes, assim como inclusive já partiu os vidros do seu carro.

Até antes da sua morte o processo já tinha saído da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC) e tramitado para o Tribunal Provincial de Luanda Dona Joaquina, onde acerca de um ano aguardava por julgamento, mas ao que parece dada a tardia da justiça Euridce Cândido morreu e a justiça não conseguiu garanti-la a protecção que procurava.

Dizem também os familiares que como consequência das constantes brigas com Dona Teresa esposa e Indira Bobola, a mesma preferiu terminar com a relação. Entretanto, ao que tudo indica, se mal pensou pior o fez, pois contam os familiares a caminho de um ano o ex. marido não a deixava em paz e fazia ameaças constantes uma das quais como por exemplo “se não ficar comigo, não ficas com mas ninguém”. Recordaram os familiares.

Curioso é que, o pai da filha que outro ora era visto constantemente a procura da mesma, nestes dias jamais foi visto na defunção para ao menos prestar solidariedade a família enlutada.

Euridce Cândido, 30 anos de idade, os seus restos mortais já descansam em paz desde terça-feira, 02, no Cemitério Altos das Cruzes, era técnica superior de Gestão de Empresas, funcionaria no Banco de Fomento de Angola (BFA), na Direcção de Créditos a Particulares e Negócios, a mesma deixou órfão uma criança de dois anos de idade.

Caracterizada pelos familiares e amigos como sendo bastante batalhadora, persistente quando quer alcançar algo, amiga dos amigos, divertida e bastante solidária, para a sua família era uma espécie de abono familiar.

Quim Ribeiro entre os suspeitos, mas familiares recusam seu envolvimento no assassinato
Rumores postos a circular dão conta que Joaquim Vieira Ribeiro estará também por de trás do assassinato de Euridce Cândido, alegando que a mesma era sua amante e gestora das suas contas bancária no BFA, onde realizou várias transacções bancárias que se presume que seriam valores concernente ao caso BNA em que, aquele antigo Comandante de Luanda está responder um processo-crime de desvio.

Contactado por telefone na terça-feira, 01, o Comissário Joaquim Vieira Ribeiro, colocado a situação estupefacto disse “nunca conheci a senhora que foi morta e jamais foi minha amante ou gestora no BFA, pois a minha gestora há mais de 15 anos chama-se doutora Lourdes Rasgado”. E mais não disse.

Por outro lado, Leandro Cândido, irmão mais novo da vítima, também contactado por telefone, jurou de pés junto que Joaquim Vieira Ribeiro não conhecia a sua irmã e justificou-se “ o único contacto que tivemos com o senhor Quim Ribeiro foi por telefone e por intermédio do Zé Maria que, lhe ligou a partir do Kuando Kubango para agilizar a retirada da viatura da minha irmã que tinha sido rebocada pelos fiscais por lavar na rua”.

E mais: “Fui eu quem foi buscar a viatura no parque o senhor Quim Ribeiro fez tudo a partir do telefone e jamais se encontrou com a minha irmã, portanto, tudo que estão a dizer é mentira, é sou mais uma forma de desviarem as atenções ao verdadeiro assassino e pretendem prejudicar alguém que já está cheio de problemas, por outro lado, na área em que a minha irmã trabalhava não tinha contacto com nenhuma conta, pois isso era impossível.

Analisando a forma cruel e covarde com que misteriosamente foi assassinada na porta de casa com um tiro mortal na cabeça, a jovem Euridce Cândido, por um lado, representa bem a voracidade do seu executor, ao mesmo tempo do seu suposto mandante, por outro, coloca a nu o estado de vulnerabilidade em que todos os cidadãos se encontram sujeito com a predominante onda de violência e assustadora falta de segurança que grassa por Luanda fora.

Para muita gente este assassinato mostra o quão é urgente a necessidade de colocar um Comandante Provincial de Luanda competente, assim como um Director Provincial de Investigação Criminal, para fazer fase nesta onda de criminalidade que cresce a cada dia pelo.

Esta também patente que tanto Elizabeth Ranck Franque (Bety), actual comandante interina que, ao invés de se preocupar em criar ideias para combater a criminalidade, esta mas preocupada em criar livros de ponto para os policias, simplesmente incrível, assim como Issac de Assunção, actual director interino da DPIC que era um dos nomes muito falado de envolvimento do “Caso Frescura” não é a pessoa certa para dirigir aquele importante órgão da polícia que precisa de pessoas uma imagem imaculada.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

(Um exemplo da mediocridade) As Noites Mágicas de Luanda (II Parte) - Katya Samuel


Luanda - Não fazia um mês desde que estava em Luanda. Tudo para mim era quase novidade. Há 20 dias, eu estava na casa da minha mãe “pequena”, como mandam as nossas tradições africanas (irmã mais nova da nossa mãe é também nossa mãe). Fui visitá-la para passar alguns dias com ela.

Fonte: Club-k.net

Depois de ter cumprido a minha agenda do dia, dirigi-me ao quarto para descansar, ou seja, dormir mesmo porque estava muito cansada. Não foi preciso fazer muito esforço que o sono apareceu logo de imediato.

Passada uma hora, porque eu deitei-me às 7 da tarde, ouvi o telefone a vibrar e, minutos depois, tocou! Quem ligava era a minha amiga Anne, que está fazer o doutoramento em Psicologia na Universidade do Minho, Portugal. Como sempre, ela falava com bastante entusiasmo, mas sentiu que eu acabava de sair do sono. De seguida, fez a seguinte pergunta: Então, Katy, hoje é sexta-feira e já estás a dormir? Mas tu és jovem, por que não sais com os teus amigos? Aproveita a vida! Tão perspicaz, apercebeu-se logo que eu estava morta de sono e despediu-se de mim. Enviei-lhe um abraço de Luz, como sempre, ainda com os olhos semicerrados.

Momentos depois, o móvel voltou a tocar, mas, desta vez, não era a Anne, mas sim o meu amigo, branco de origem Britânica. Faço questão de frisar isso, porque, para não ser mal interpretada e acusada de intolerante, não tenho nada contra a raça branca, amarela ou mista ……, até por sinal, mantenho uma ralação intercultural. Ele perguntou-me se eu não queria sair com ele para o Chill Out. Eu disse que não; que queria ficar em casa a descansar. Insistiu, mas infelizmente foi em vão. Deitei-me novamente para ver se sono voltava. Mexia-me de um lado para o outro e com os olhos bem fixos nas quatro paredes do quarto. Mas os minutos iam passando e o sono nada. De súbito, vieram-me, sorrateiramente, à memória as palavras doces de Anne. Mas como a magia pairava no ar e, como eu sou uma pessoa de muita sorte, o móvel voltou a tocar. Era, de novo, o meu amigo a dizer-me que ele já estava no Chill Out com uns amigos e se eu quisesse sair de casa mandaria o motorista.

Assim sendo, diante desses acontecimentos, senti-me obrigada a dizer-lhe, que sim, aceito! Agora, o problema estava no que iria vestir, pois eu só tinha comigo roupas de trabalho e desportivas e alguns sapatos que estavam na mala que tinha trazido da Bélgica há 5 meses! Calcei-os, pus um fato cor vermelha, bem actual de estilo macacão.

Em cima, era um tomara bem justinho na cintura e com umas fitas vermelhas que quando amarrasse, realçavam muito bem a minha cintura e os meus peitos, na parte superior, que pareciam dois maboques. Usava cabelos cumpridos caídos até as costas e bem ondulados. A roupa e os sapatos combinavam com os meus lábios pintados em vermelhos que jogavam com o contraste da minha pele negra, que parecia um chocolate puro e os olhos semi-rasgados. Quem me conhece sabe que tenho um corpo magro, um rosto de adolescente, ar delicado, mas quando estou diante de uma conversa, as pessoas apercebem-se que apesar da aparência, sou uma pessoa madura. Simples e bonita como estava, sentia-me como se fosse a Gata Borralheira! O motorista estava lá fora à minha espera! Dirigimo-nos, como de hábito, para o coração da cidade de Luanda!

A cidade estava bastante agitada, mais que o habitual, talvez isso se devesse ao facto do aumento demográfico da cidade!

As sextas-feiras, como prenúncio de fim-de-semana, os luandenses dormem mais tarde! Verifiquei isso na fronteira entre o Bairro Azul e a Samba! À berma da estrada havia muitas Roulottes que vendiam tudo, desde cachorros quentes até bebidas. Luanda, a noite, brilha tanto que quase não se nota o lixo e a poeira que se sente durante o dia. Quanto ao lixo, tenho que admitir, que tem vindo a diminuir!

Já na entrada da Ilha, Chicala, apercebi-me que havia novas construções como hotéis e restaurantes e outros a serem reabilitados. Apesar de Luanda ser considerada uma das cidades mais cara do mundo, mas mesmo assim, quando o fim-de-semana bate à porta, ninguém consegue ficar indiferente, incluindo os estrangeiros que não resistem a magia desta cidade!

Depois de termos passado o Clube Náutico, que estava muito cheio, o Jango Veleiro chegámos ao salão de festa que fica na rotunda para quem deixa o Jango Veleiro: ouvia-se música, pessoas que saíam de carros, provocando engarrafamento; as moças atrapalhadas nos seus engates pareciam abstrair-se desse caos!

Depois de termos deixado a estrada do Hotel Panorama, que agora está em reabilitação, continuámos sempre em frente! Ultrapassávamos os bares de praia, à minha esquerda o Tamariz. Ao olhar para ele, com tanta gente a querer entrar para se divertir, vieram-me a memória os tempos em que eu fazia praia aos domingos e quando ficava à espera da boleia do meu pai, para nos deixar em casa! Os meus olhos ficaram marejados de lágrimas ao pensar nos tempos que já se foram; momentos esses guardo-os no peito com muitas saudades. Que bom seria se pudesse revivê-los !

Era a primeira vez que tinha estado na Ilha, desde que tinha chegado a Luanda! Deixando o Tamariz, à minha esquerda, vi que a floresta de Luanda estava mudada e vedada com uns murros bem altos. Depois de termos visto tumultos à entrada das discotecas, bares e restaurantes, chegámos, finalmente ao nosso destino: Chill Out! Ao chegarmos, custava-me imaginar que estávamos lá, pois, em tempos passados, este era um bar restaurante de praia, com nome de Surf. Fiquei admirada, porque o que tinha deixado já não existia, apenas o vestígio do próprio espaço ocupado por um belo Bar de nome Chill Out! Porém, depois de termos estacionado o carro, tal como havia combinado ao telefone, o meu namorado, saiu do Bar para me fazer entrar. Senti-me tal qual uma princesa!

À entrada do estabelecimento, pude ver que era bem moderno. Os seguranças estavam muito bem apresentados! Certamente, pensei eu: este sítio deve ser bem diferente do Palos e de outros bares, onde complicavam as pessoas por tudo e por nada! Soube que o local era gerido por um branco, não me foi muito difícil aperceber-me deste pormenor. Isso tem a ver com o facto de ser Psicóloga e uma das ferramentas de trabalho dos psicólogos é a observação!

Achei o bar muito bem estruturado e com uma qualidade de serviços invejável. Talvez isso se deva ao facto de ser era um local de preferência da classe estrangeira e da elite angolana! Quando procurava de onde via o som, deparei, sem querer, com o DJ. Também branco, bem, tudo isso é normal, mas veio, ao fim e ao cabo, provar as minhas suspeitas quanto à gerência do estabelecimento.

Este local é frequentado pela elite angolana. À minha esquerda, vi uma mulher, quase branca, no limiar da juventude e da fase adulta. Ao fixá-la bem, notei que era a filha da Saudosa “Mamã Coragem”, ou seja, Vitória de Anália Pereira. Está senhora, que estava acompanhada por um grupo de brancos, fora vice-ministra da Educação. Parecia mais que estávamos na Europa do que propriamente em África! Digo isso, porque se viam muitos brancos e mulatos e poucos negros. Havia 4 grupos no bar: Negras, digo isso porque quase não se viam homens negros, grupos dos brancos, esses é que eram a maioria, as mulatas e, por fim, os chineses!

Eu sentia-me à vontade mesmo com os olhares de muitos presentes concentrados em mim. O grupo das negras era o mais acanhado, talvez por ser o grupo minoritário ou, por outro lado, porque estava a tentar limpar a imagem da mulher angolana, rotulada, pelos estrangeiros, de interesseiras, aldrabonas e trambiqueiras.

As mulatas sentiam-se donas da situação e achavam-se as mais bonitas do que as negras e, para não variar, estavam sempre atrás dos engates, mas quando as negras o faziam eram logo rotuladas. Os brancos, depois de uma semana intensa de trabalho, apenas queriam divertir-se e, quem lá sabe, conseguir um bom engate no final da noite. Os Chineses, estes ao contrário do que tivera visto na França e em Madrid, faziam um esforço para se adaptarem à cultura e à moda angolana. Bem, até as chinesas nas discotecas já iam ao engates e, pelos vistos, atacavam todos: brancos, negros e mulatos, como diz o velho ditado: tudo que cai na rede é peixe!

No princípio, as pessoas estavam bem comportadas, mas, porém, lá para o fim da noite, pareciam mais agitadas. Todos queriam engatar a todo o custo. Momentos depois, vi umas chinesas, no bar que fica a entrada da porta, com os seus negros angolanos, com um bom aspecto. Até eu, imaginem, que estava muito bem acompanhada, não escapei dos olhares tendenciosos de alguns brancos. O facto é que a agitação começa sempre no final da noite. E por fim, conseguem engatar. Os que não conseguem ou, os que dominam pouco as técnicas de engate, apenas o conseguem com ajuda de um plano B.

Tudo isso faz parte da magia que a Kianda consegue transmitir com bastante força a todos os habitantes da cidade de Luanda. Daí que muitos estrangeiros e mesmo angolanos, façam esse percurso todos os fins-de-semana: Caminham a pé, viajam de carro, rumo ao Postal do País, cuja magia e beleza, muda por completo as nossas vidas, afectando, por sua vez, a vida das pessoas que pertencem a nossa comunidade. Assim, querendo ou não, sentem-se obrigados a vivenciarem esta magia que paira nas noites de Luanda, que nos obriga, a cada dia que saímos a noite, a sonhar com um futuro melhor em todo as esferas das nossas vidas.

Deixo-vos com um abraço de luz

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

“Quim” Ribeiro nega amizade com ex-amante do governador de Luanda


Lisboa - Joaquim Ribeiro, ex comandante da policia Nacional de Luanda nega em meios privados que tenha sido amigo da funcionária do BFA Eurídice Bernarda Cândido que apareceu assassinada em Luanda na passada sexta feira a noite. A sua versão de não ter sido amigo de Eurídice Cândido da é subscrita por um parente da malograda.

Fonte: Club-k.net

O comissário da policia segundo atribuições que lhe são feitas alega ainda que a malograda nunca foi sua gestora de contas. De acordo com os mesmos pareceres, Joaquim Ribeiro teve um único contacto telefônico com a malograda a pedido de José Maria dos Santos, ao tempo em que este era Vice-Governador de Luanda. O contacto visava ajudar a malograda que teria a sua viatura retomada pelos fiscais na via pública.

O Assassinato da malograda tem sido investigado pela policia nacional que de acordo com dados estão numa fase "sem saber por onde começar". São apresentadas como principais suspeitas figuras que em discussões anteriores a teriam ameaçado de morte, tais como uma suposta ex- concubina do governador de Luanda, José Maria dos Santos. O dirigente tem se manifestado embaraçado com a constante citação do seu nome tendo enveredado com iniciativas juntos aos jornais para evitar que se fala do assunto fazendo referencia a si.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Assassinato de amante do governador de Luanda levanta ligações a “Quim” Ribeiro


Lisboa - As investigações do recente assassinato em Luanda de uma funcionária bancaria Eurídice Bernarda de Oliveira Cândido, apresentada como amante do governador de Luanda, José Maria dos Santos esta apresentar capítulos que ligam a malograda a segredos bancários que detinha em relação a contas do antigo comandante da policia, Joaquim Ribeiro.

Fonte: Club-k.net

Terá sido vitima do esquadrão da morte
Eurídice Bernarda Cândido, era funcionária da Direcção de Créditos a Particulares e negócios do BFA, foi assassinado na sexta-feira, 28 de Janeiro de 2011, entre as 18h50 as 19h00 na rua Comandante Eurico, momentos após ter parqueado o carro e se preparava para tirar a filha do mesmo. A vitima foi surpreendida e alvejada à queima-roupa com um projéctil da face.

Peritos que acompanham o caso teriam inicialmente suspeitado que se estava diante de mais um crime face as particularidades da cidade de Luanda que nos últimos tempos ocorrem casos de assaltos a mão armada que terminam em mortes. Porém, nas páginas subsequentes foram verificados uma series de dados que levou os observadores a pensarem ao contrário.

De acordo com dados apurados, veio a se saber que a malograda teve uma relação amorosa com José Maria dos Santos, actual Governador da província de Luanda, da qual resultou uma filha. Durante o tempo que o responsável ainda ocupava a pasta de Vice do Kuando-Kubango, a mesma atravessou uma crise que segundo pessoas próximas se deveu ao facto da mesma ter retirado da conta do tal uma quantia avultada por alegadamente se ver privada da pensão para a filha a que aparentemente tinha direito.

A situação criou um estado de “guerra-fria” entre o casal e, como consequência, gerou a exaltação dos ânimos, com cobranças à mistura e acusações de ingratidão, e etc.

Resultado de um litígio com uma suposta outra concubina do Governador, a vitima foi levada a uma esquadra da capital onde o ex-Comandante “Quim” Ribeiro foi chamado a intervir para solucionar a objecto. Porém, apercebendo-se que a mesma funcionava numa área privilegiada do BFA e da sua influência, o mesmo estreitou as suas relações, chegando mesmo a cumplicidade amorosa com a malograda.

A relação dos mesmos foi se estreitando, que a dada altura a vitima se tornou uma “quase-gestora” de contas do ex-Comandante Provincial de Luanda e segundo os dados a que o Club-K teve acesso a mesma movimentava milhões em divisas do mesmo, o que propiciava o usufruto de alguns valores.

Há apurações indicando que o ex-Comandante “Quim” Ribeiro teria criado “todas artimanhas” possíveis para manter sob sua alçada e rédea curta a malograda, porem ela não cedia. Dai ter entrado em rota de colisão com José Maria dos Santos, tendo inclusive sido chamado ao gabinete do Comandante Geral, Ambrósio de Lemos, em companhia de Dias do Nascimento, Comandante de Divisão da Ingombota, onde foi advertido por estar a perturbar a vida e o lar de seu sobrinho. (relação de familiaridade que aparentemente o Comandante de Luanda desconhecia).

O temor tomou proporções alarmantes quando José Maria dos Santos foi nomeado Governador Provincial de Luanda e a fixação de residência na capital do país era inevitável, razão pela qual estão a levantar suspeitas de que o assassinato de Eurídice Cândido esteja ligada a sectores policias.

Argumentações que sustentam as suspeitas; A saber:
- Um dado considerado como “bizzaro” é o facto de 48 horas antes do infausto acontecimento, ter fluido uma informação proveniente de uma estrutura da Policia Nacional responsável pela protecção das individualidades protocolares insinuando que a UNITA tinha programado raptos e atentados contra pessoas próximas a José Maria dos Santos. A informação tramitou até ao gabinete do Comandante Geral e outras áreas do MININT, mas estes terão rejeitado por não fazer sentido que o partido dos maninhos perpetre actos contra o Governador de Luanda.

- A forma como aparentemente se concebeu o crime, revela um modus operandi já conhecido, segundo fontes ligadas ao assunto indiciam uma actuação típica dos “esquadrões da morte” que eram ou ainda são controlados por uma corrente conotada ao antigo comandante da policia de Luanda.

- Há indícios de que esse caso tem relação com o do Superintendente da Policia Nacional, Domingos Francisco João, assassinado no dia 21 de Outubro de 2010, por ter tomado conhecimento do envolvimento do ex- Comandante Joaquim Ribeiro num jogo “não limpo” . No presente caso a vítima conhecia o número de contas, valores, transacções, pagamentos e vários outros segredos.

- O salteador não pretendia, pelos vistos a todo custo, que se quebrasse o pacto.
De recordar ainda que logo após a morte da mesma surgiram em Luanda rumores de fonte inserta insinuando de que foi morta a mando de uma outra amante do governador José Maria dos Santos.