domingo, 28 de fevereiro de 2010

A RNA e Eduardo Magalhães



«Eduardo Magalhães

Quinta, 25 Fevereiro 2010 19:13
Lisboa – O antigo Director Geral da RNA, Eduardo Magalhães, que em reunião interna, no passado, foi obrigado, por Manuel Rabelais, a assumir desvio de dinheiro daquela empresa, prometeu à nova Ministra Carolina Cerqueira apresentar um diagnóstico do sector. Fez tais promessas a margem de um encontro que a governante teve com os profissionais da Rádio, esta Quinta feira (25), em Luanda, no centro de formação de Jornalistas (CEFOJOR).

Fonte: Club-k.net
Ex-DG da RNA desmarca-se do antigo Ministro
No decorrer do encontro marcado com reclamações (vulgo bombardeamento, no sentido literário) a Ministra mostrou-se ocorrente sobre os problemas naquela empresa que são alvos de comentários na rua por isso optou por escutar os trabalhadores in loco. Consoante aquilo que escutou dos funcionários, a ministra revelou que não gostava que daqui a quatro anos (em referencia ao seu consulado), o seu mandato fosse mencionado desta forma ao qual considera que “não é bom”.

Dentre as constatações radiografadas no encontro ao qual Magalhães promete preparar o “diagnostico do sector” foi notado alguns pontos como os seguintes:

- A Creche da RNA foi privatizada o que provocou indignação a nova ministra

- O colégio destinado aos filhos dos trabalhadores da empresa foi semi privatizado cobrando tarifas consideradas exorbitantes.

- Os trabalhadores ficaram sem refeitório ao que leva os mesmos a irem comer fora quando estão em piquete

- Falta de transporte para as reportagens. Foi citado o caso de um colega que terá retardado um trabalho por falta deste meio tendo sido socorrido por amigos.

De acordo com informações habilitadas, a Ministra Carolina Cerqueira pretende dar seguimento a uma agenda destinada a auscultação das empresas ligadas ao ministério. Prevê visitar a TPA no próximo dia 4 de Março.»

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Manuel Rabelais Começou A Ser Ouvido Pela PGR



Lisboa – O ex- ministro da comunicação social, Manuel Rabelais começou a ser ouvido pela Procuradoria Geral da Republica (PGR) no seguimento de uma alegada utilização indevida de verbas ou fundo dos cofres de Estado angolano durante a sua gestão como membro do governo.

Fonte: Club-k.net

Na segunda feira (22), corria em círculos judiciais informações de que o mesmo deveria ser chamado na tarde daquele dia, mas, entretanto, o antigo governante foi apenas ouvido, na quarta-feira. No segundo dia (quinta-feira) o antigo dirigente teria, no decorrer do interrogatório, se manifestado mal estar. Na percepção de avaliação interna o mesmo terá se saído “muito mal” em termos de defesa ou argumentação.

A sua saída do governo esta a ser acompanhada por denuncias em forma de cartas que circulam em meios jornalísticos. A mais recente carta a sua gestão descreve que: “A quando das Eleições de 2008, a TPA foi orientada pelo governo para a expansão do sinal a nível nacional, cuja verba tinha sido entregue ao Ministro da Comunicação social com valor de 250 mil dólares. o Ministro tivera orientado o Director da TPA para junto do BFA, fazer um empréstimo uma vez que o Senhor Ministro se encontrava fora do país, e apos o seu regresso o Ministério fazia a devolução deste valor ao Banco.”

“A partir desta data o Ministério não o fez, orientou o Director da TPA na altura para junto da verba destinada a TPA que era de seis. milhões de dólar por mês que pagasse ao banco, este também não o fez, porque o governo já tivera entregue o dinheiro no cofre da comunicação social. Com a saída do Ministro do governo, o banco cancelou os salários de janeiro dos funcionários da TPA devido desta divida”

“Os salários de Janeiro foram pagos no dia 12 de fevereiro, o banco cancelou todas as contas dos funcionários aguardando qualquer contacto com a direcção da tpa. O Coordenar executivo enviou uma comissão ao banco e foram informados que a direcção do BFA não podia fazer o pagamento dos salários devido da divida de 250 mil dólares que a TPA deve.”
“Assim esta comissão negociou com o banco no sentido da TPA continuar a pagar esta divida, depositando mensalmente 50. mil dólares. Contactado a Direcção do Ministério, não há qualquer informação, neste sentido” diz o autor da carta advertindo que “deve-se alertar a nova Ministra que o antigo Ministro desviou este dinheiro para o seu beneficio pessoal. e os salários de janeiro apenas foram desbloqueados no dia 18 de Fevereiro. esta situação esta a preocupar os profissionais da tpa, uma vez que esta empresa esta cheia de dividas e pode-se correr o risco dos funcionários não ter salários no mês de Fevereiro”, lamentou.
Entretanto, caso for declarado culpado e ser detido, o processo do antigo Ministro poderá associado a nova onda de “tolerância zero” levada a cabo pelo Presidente da Republica contra a corrupção, praticada pelos membros do MPLA.

Arlindo Chenda Pena


Joanesburgo - Arlindo Chenda Pena foi um guerrilheiro que passou a ser apelidado por “Ben Ben” em homenagem ao líder revolucionário argelino, Ahmed Ben Bella. Aos 13 anos aderiu a UNITA movimento fundado pelo seu tio Jonas Savimbi ascendendo a sua hierarquia até se tornar um comandante de inspiração militar. Teve formação militar na Europa e qualificou-se como instrutor de artilharia na academia Real de Guerra Marroquina.

Fonte: Club-k.net

Em 1985, ainda coronel, tornou-se chefe do Estado-Maior da Frente “Estamos a Voltar” da FALA. Neste mesmo ano, houve uma ofensiva do governo pressionando a UNITA contra o sul da cidade de Mavinga, e Arlindo Pena e os seus homens marcharam de Malange a pé, centenas de quilômetros até ao norte, para montar uma operação de socorro. A viagem de duas semanas transformou lhe rapidamente numa lenda. Dentro de um ano tinha sido promovido a general de divisão e em Dezembro de 1989, com apenas 34 anos, ascendeu ao posto de chefe do Estado-Maior General do exercito da UNITA, em substituição de Demostenes Chilingutila.
Depois de os acordos de Bicesse foi a Luanda e participou na junção das FALA e FAPLA que deu lugar as forças armadas angolanas (FAA). Fez parte do grupo de 11 generais da UNITA que desertou as FAA a pretesto de fraude eleitoral nas eleições de 1992. Houve em Setembro deste mesmo ano confrontos militare em Luanda e o o General Ben Ben escapou ileso embora a TPA dava-lhe como morto chegando do a mostrar um corpo dizendo que era seu. Na altura o mesmo fugiu para a província do Bengo onde seria recebido por dois generais das FALA, Galiano da Silva e Sousa “Bula Matadi” e Abilio Kamalata Numa que dias antes fugira de Luanda.
O General Arlindo Chenda Pena “Ben Ben” fez parte, Em Setembro 1993, de uma delegação do “Galo Negro” que iria entrevistar-se com o então Presidente português, Mário Soares para “esclarecer mal entendidos entre a UNITA e Portugal”. O então Ministro das Relações Venâncio de Moura pediu explicações a Portugal e o oficioso Jornal de Angola, publicou textos no qual Mário Soares era injuriado
Regressaria a Luanda apos entendimento entre MPLA e UNITA, porem regressou no bailundo por se sentira inseguro na capital do país onde chegou a ser alvo uma tentativa de assassinato na qual o seu guarda apanharia um tiro no pé. No decursso de novas negociações tornou a regressar a Luanda em paralelo com a integração no exercito angolano ocupando as funções de Vice Chefe de Estado Maior das FAA. Na realidade era um chefe decorativo (não lhe era confianda missões). Acabaria por ficar mais em casa e a situação muito lhe abalava. Quando chegasse delegações estrangeira em Angola era levado de casa para ser apresentado.

A 14 de outubro de 1998 havia sido evacuado para Africa do Sul no seguimento de uma assistência no posto de saúde do exercito que lhe atribuía paludismo. Apos 5 dias acabaria por falecer numa clinica em Joanesburgo por alegada paralezia renal e problemas pancreáticos. Foi enterrado num cemitério localizado na zona West da cidade de Pretoria. A sua mãe, Judith Pena que estava em Borkina Faso deslocou-e a Africa do Sul para acompanhar o enterro do mesmo.
Na sequencia do seu desaparecimento físico, o Gabiente da presidência da UNITA, reagiria apartir do Andulo alertando que dispunha de informações segundo a qual os médicos teriam detectado veneno no sangue deste malogrado sobrinho de Jonas Savimbi.
Ha analises que insinuam que a morte de Ben Ben dava seguimento a uma estratégia que visava causar desgaste psisologico ou problemas familiares a Savimbi. (As autoridades teriam raptado um filho de Savimbi, Araujo Sakaita que por efeito de sedativos terá falado mal do pai, o jovem continua com problemas causados pelos químicos que lhe foi dado pelo regime).

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Alexandre Dáskalos


Alexandre Daskalos nasceu no Huambo em 1924. Fez a instrução primária e secundária nesta cidade, na altura, conhecida como Nova Lisboa. Frequentou, a partir de 1942, o liceu de Sá da Bandeira (Lubango) onde concluiu o 7º ano. Mais tarde seguiu para Lisboa, matriculando-se na Escola Superior de Medicina Veterinária, tendo-se licenciado cinco anos depois.

NAÇÃO OVIMBUNDU
http://www.ovimbundu.org/Personalidades/Escritores-Ovimbundus/ Alexandre Daskalos.html

Regressou a Angola em 1950. Faleceu no sanatório de Caramulo em 1961. Nos anos 60, foi publicado um opúsculo de quatro poemas seus na "colecção Bailundo", dirigida pelo poeta Ernesto Lara Filho e Rebelo de Andrade. Publicou Poemas (1961), Poesia de Alexandre Dáskalos (edição póstuma 1975) .

Um poema de Alexandre Dáskalos
Que é São Tomé
I

Quatro anos de contrato
com vinte anos de roça.

Cabelo rapado
blusa de branco
dinheiro no bolso
calção e boné

Eu foi São Tomé!

Calção e boné
boné e calção
cabelo rapado
dinheiro na mão...

Agora então volto
mas volto outra vez
à terra que é nossa.
Acabou-se o contrato
dos anos na roça

Eu vi São Tomé!

Cuidado com o branco
que anda por lá...
Não sejas roubado
cuidado! cuidado!
Dinheiro de roça
ganhaste-o. Té dá
galinhas... e bois...
e terras... Depois
já tiras de graça
o milho da fuba,
o leite, a jinguba
e bebes cachaça.

Eh! Vai descansado,
dinheiro guardado
no bolso da blusa.

Que é São Tomé?

Cabelo rapado
blusa de branco
dinheiro no bolso
calção e boné.

II

Este mente, aquele mente
outro mente... tudo igual.
O sítio da minha embala
aonde fica afinal?

A terra que é nossa cheira
e pelo cheiro se sente.
A minha boca não fala
a língua da minha gente.

Com vinte anos de contrato
nas roças de São Tomé
só fiz quatro.

Voltei à terra que é minha.
É minha? É ou não é?

Vai a rusga, passa a rusga
em noites de fim do mundo.

Quem não ficou apanhado?
Vai o sono, vem o sono
vai o sono
quero ficar acordado.
No meio da outra gente
lá ia naquela corda
mas acordei de repente.

Quero ficar acordado.

Onde está o meu dinheiro,
onde está o meu calção
meu calção e meu boné?
O meu dinheiro arranjado
nas roças de São Tomé?

Vou comprar com o dinheiro
sagrado da minha mãe
tudo quanto a gente come:
trinta vacas de fome,
galinhas... de papelão.

Vou trabalhar nesta lavra
em terra que dizem nossa
quatro anos de contrato
em vinte anos de roça.

Eu foi São Tomé!

Cabelo rapado
blusa de branco
dinheiro no bolso
calção e boné.

Aiuéé!

(No reino de Caliban II - antologia
panorâmica de poesia africana de ex-
pressão portuguesa)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

«Deputados Terão BMW Como Viaturas Protocolares»



Segunda, 22 Fevereiro 2010 21:02
Luanda - Os deputados à Assembleia Nacional poderão fazer-se transportar em novas viaturas protocolares de marca BMW a partir do mês de Março, disse a O PAÍS uma fonte no parlamento.

Fonte: O País CLUB-K.NET

As viaturas deveriam ser atribuídas ainda no ano passado, mas o comprador foi persuadido pelo vendedor a esperar por uma versão mais recente da viatura que sai para o mercado já no próximo mês.

Juntamente com a preocupação das viaturas protocolares, alguns deputados enfrentam ainda a falta de habitação condizente com o estatuto de deputados. A fonte que vimos fazendo referência confidenciou que ainda em 2009 o problema deveria ser solucionado, mas a estrutura dos apartamentos não convenceu a anterior Presidência da Assembleia Nacional.

“Foram notados erros de concepção no projecto, porque não contemplavam aposentos para o motorista e o guarda de serviço”, disse a fonte de O PAÍS.

As casas a serem atribuídas serão de função e a sua construção pode acontecer já no final deste mês com as correcções sugeridas já incorporadas.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pedro De Morais Transfere Bens Em Nome Do Filho



Lisboa – Estão a ser constatadas em Pedro de Morais Junior indicadores de prevensão reflectidos na incursão de um filho que aparenta ter 27 anos no leque de acionistas em instituições ao qual o antigo Ministro das finanças detem participações econômicas.

Fonte: Club-k.net
O filho é accionista de um banco
Pedro de Morais Junior é citado como tendo interesses no Banco de Negocios Internacionais (BNI). Porem, nos Relatórios anuais de contas disponíveis no site daquela instituição bancaria é o nome do filho, Ivan Leite Morais, quem aparece na lista de accionistas.

Na Global Seguros de Angola, seguradora onde o maior accionista é o Banco Keve, o sei filho Ivan Morais também esta e acompanhado de Joca Carneiro, tido como estando a representar interesses do seu pai, Higino Carneiro. O filho de Pedro de Morais é citado como um dos “mais rico” de entre os jovens em Angola. ( Não ha informação de que o mesmo supera Ataufo Pita Gros Vieira Dias, filho de Kopelipa)

Não obstante ter acumulado capital que se diz ser de forma desconhecida (Aplicou USD 60 milhões na aquisição de condomínio Rivieira em Talatona), o antigo Ministro Pedro de Morais Junior aparenta ser alvo de uma cabala por parte de antigos colegas do regime visando desprestigiar a sua imagem. O primeiro “combate” contra o mesmo foi a circulação de rumores de que teria pago uma instituição para atribuição de premio de melhor ministro do ano por uma prestigiada revista estrangeira. Na altura responsáveis da revista reagiu a Voz da America esclarecendo os critérios usados para tal atribuição que distanciavam-se de influencia para atribuição de prêmios.

Em meados do ano passado, foi apresentado como “bode espiatorio” numa reunião do Conselho de Ministro a respeito de falhas nas finanças angolanas. No seguimento da acusação, o mesmo escreveu uma carta ao chefe do Governo, José Eduardo dos Santos dando a sua versão. A carta foi tida como um acto de “mal criadez” sobretudo pela lingaguem técnica de difícil compressão. A mesma saiu do Gabinete de JES tendo ido parar nos jornais ao que deu azo que havia intensão do regime espo-lo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nvunda Tonet: O ‘pequeno’ investigador da saúde mental


Sexta, 06 Novembro 2009 20:27

Luanda - Na casa dos 20 anos e longe dos 30, é um dos mais jovens psicólogos clínicos do país, dando o seu contributo no Hospital Psiquiátrico de Luanda.

* Dani Costa. Fonte: O País CLUB-K.NET

É docente da Universidade Óscar Ribas e colaborador do Portal de Psicólogos de Portugal, assim como mestrando em Novas Tecnologias aplicadas à Educação pelo Instituto Universitário de Posgrado de Madrid. A psicologia foi a opção mais certa que tomou na vida, segundo ele.

Normalmente, os jovens são apaixonados pela medicina geral, mas enveredaste para a psicologia clínica. Quais foram as razões de fundo?

Cada pessoa deve seguir as suas motivações intrínsecas. Claro que na adolescência é muito tênue a linha de definição em relação ao que pretendemos ser no futuro. Sempre gostei de perceber a maneira como as pessoas se comportam. Tive um professor de Psicologia na 10ª classe, embora não fosse o preferido, mas soube transmitir aquilo que precisava para decidir sobre a opção final a par da influência literária, nomeadamente nos romances policiais de Agatha Christie, Sherlock Holmes, Henrique Nicolau entre outros. Tenho amiúde referido que foi a opção mais certa que tomei até aqui.

O que é ser um psicólogo clínico num país como Angola, onde vivemos muitos anos de conflito? Sente que já se dá a devida importância aos profissionais deste sector?

A vitória não se dá, conquista-se.
Não se pode viver do passado, nem alimentar falsas esperanças sobre o futuro. Cada país tem a sua especificidade. Angola, como tenho escrito na coluna “Psicologia & Você”, teve um contexto particular e cada um de nós, na sua área de formação tem de contribuir para o relançamento das bases que se perderam nos variados campos do saber. Particularmente, falando dos profissionais de saúde, o caminho a percorrer ainda é longo, desde a consolidação da formação, a divisão das estruturas de base, as condições materiais e humanas, culminando com a assistência médica e medicamentosa, assistência psicológica aos pacientes e suas famílias no sentido de manter o equilíbrio emocional.

A guerra trouxe várias consequências às pessoas, sobretudo a nível psicológico. Como quadro do Hospital Psiquiátrico de Luanda, quais são as patologias que mais tem atendido?

Essa questão parece que é a que mais alimenta os repórteres e as pessoas de modo geral. No fundo, o medo que temos de ser considerado “perturbado”, “louco”, “anormal” leva-nos a tatear no escuro e muitas vezes escondemo-nos na aparência comum, para dizer que somos normais. O critério de normalidade é subjectivo e estatístico. De acordo com a estatística do Hospital Psiquiátrico de Luanda elaborada em 2008, as principais patologias são: Esquizofrenia, Perturbação psicótica induzida pelo uso de álcool, Transtorno Bipolar, Depressão e Malária Cerebral. Em relação às consultas de Psicologia, refiro-me à estatística pessoal no mês de Outubro: Hiperactividade (tipo desatento e tipo impulsivo), Perturbação de Adaptação, Perturbação de Ansiedade Generalizada, Fobia Social, Esquizofrenia, Distimia e Depressão.

Sete anos depois do fim do conflito, acha que a psicologia clínica tem sabido dar respostas às solicitações, tendo em conta que as dificuldades sociais agudizaram-se no seio de algumas famílias?

O número de quadros que o país tem não é suficiente nem desejável para responder à demanda. Temos ainda a agravante das pessoas formadas estarem confinadas aos centros urbanos, porque no interior do país, não existem as condições de habitabilidade para um técnico superior.

Outro inconveniente é a formação quantitativa que se faz nas nossas universidades, onde a qualidade dos formandos deixa muita a desejar, por vários factores, desde o baixo nível de interpretação dos estudantes, ao turbo dos docentes e o facto de muitos estudantes terem preconceito de actuar na sua área, estando apenas para receber o canudo e elevar o elogio fúnebre.

Essa tarefa de tentar controlar o comportamento humano não é mais difícil que tratar, por exemplo, doenças como a malária e outras?

A existência humana pressupõe sofrimento. Não existe doença difícil nem doença fácil. Estar doente é uma condição desagradável que o ser humano é acometido e precisa aceitar para poder melhorar o seu quadro clínico. A aceitação é o primeiro passo para o êxito do processo terapêutico.

Tem-se dito que cada um de nós tem a sua “pancada”, mas uns mais do que os outros. Concorda com isso? Porquê?

Uma vez, o conceituado cantor brasileiro Caetano Veloso disse “Ninguém é normal”. As pessoas são diferentes e apresentam caracteres de personalidade predominantes no seu modo de ser.
Os hábitos e costumes que ao longo da infância se formam mecanicamente, ao longo da adolescência e no amadurecimento das relações interpessoais, tornamo-nos autênticos na maneira como lidamos com o mundo e no jeito de gerir as emoções.

É verdade que os doentes com perturbações mentais nunca ficam curados a 100 por cento, restando sempre algumas sequelas que podem acompanhálo para a toda a vida?

No Workshop sobre saúde mental e integração social, que se realizou a 13 de Outubro na Universidade Óscar Ribas, debateu-se essa questão veemente. As perturbações mentais estão entre as mais custosas para a sociedade. Quem tem acompanhado a nossa actividade na promoção da saúde mental, sabe que toda patologia psiquiátrica e os distúrbios emocionais podem ser evitados. Quando me pergunta sobre sequelas em relação ao futuro preciso de elementos científicos para o responder e depois conduzir uma pesquisa com os pacientes psiquiátricos para confirmar ou rejeitar a sua hipótese. Em ciência fala-se com dados. Desculpe se não fui directo à questão colocada.

Sentir-se-ia magoado se alguém acorra a si tratando-o como “médico dos malucos”, tendo em conta a designação pejorativa com que muitos ainda se referem ao Hospital Psiquiátrico de Luanda?

Magoado não diria, cada vez que alguém usa este termo, faço questão de corrigir a pessoa. A minha correcção começa em casa, com a minha irmã que tem a mania de chamar “doidos” “, “o teu paciente maluco está aí fora”.
É preciso dizer que as pessoas no fundo desconhecem a funcionalidade do psiquiatra e do psicólogo. Tenho escrito que cada um de nós a determinada altura da vida, pode sentir que por si só, não é capaz de suportar as emoções, tomar uma decisão ou enfrentar um desafio e necessite de ajuda especializada, sem que para isso seja chamado de “louco”, aliás, este termo já não se usa.

Pertence a uma família com algum historial a nível da política e do jornalismo. A psicologia foi um mero acaso ou a realização de um sonho?

O histórico familiar exerce influência na tomada de decisão da pessoa. O homem por natureza é um animal político. Não podia fugir ao caso. Embora não seja jornalista, escrevo com regularidade, sou editor cultural, tenho livros científicos escritos que aguardam por financiamento. Mas para responder directamente a questão que me coloca, digo-lhe sinceramente que é a realização de um desafio exercer a clínica em psicologia no contexto angolano e sinto que sou útil aos meus pacientes, seus familiares, que no fundo tem sido a minha base de inspiração nestes últimos dois anos que tenho dedicado a maior parte do meu tempo à investigação sobre saúde mental.

Perfil
Nome: Nvunda Will Sérgio Tonet
Filiação: William Afonso Tonet e Ana Francisco Sérgio Tonet
Data de Nascimento: 29 de Agosto
Estado civil: Solteiro
Filhos: Nenhum
Cantores favoritos: Minha musicoterapia: Linkin Park, Djavan, Coldplay, Andrea Bocelli, Amy Winehouse, Anselmo Ralph, James Blunt, Lenny, John Legend, Alcione, Paulo Flores, Maroon 5 e U2.
Prato preferido: Caldeirada
Tempos livres: Passear, descansar, comer em restaurante, viajar, escrever, ler e auto-análise.
Livros: “A Quarta Idade” de Dario de Melo, “Alquimista” de Paulo Coelho, “O futuro da humanidade” Augusto Cury, “Ombela” de Manuel Rui, “Momentos de aqui” Ondajki “Um anel na areia” Manuel Rui “Cartas para maridos temerários” Dyakasembe “Doença mental: Pesquisas e teorias” Christian Spadone, “História da Loucura” Michel Foucault, “Psicologia dos transtornos mentais” David Holmes, “O mal-estar na civilização” Freud, “Psicogenese das doenças mentais” Carl Gustav Jung e “Identidade e Genero entre os Handa no sul de Angola” Rosa Melo.
Filmes: Uma mente brilhante, Mrs. Brooks, Hallowen, O quarto do Filho, O último rei da Escócia, Melhor é impossível, 16 Blocks, Paranóia, Uma vida secreta.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

«Carolina Cerqueira, Ministra Da Comunicação Social»


Lisboa - Carolina Cerqueria, a presidente da 9ª Comissão da Assembléia Nacional, é a figura a quem o partido no poder confiou para gerir a comunicação social nas vestes de Ministra. É dois anos mais velha que o seu antecessor Manuel Rabelais de quem tem algumas particularidades em comum. Ambos nasceram na província do Kwanza Sul. É também jornalista de profissão e licenciou-se em direito com a diferença de o seu presente “status” acadêmico ser de mestranda.

Fonte: Club-k.net

É casada com um medico cardiologista José Nelumba e por via do mesmo ficou ligada a um “clã” tradicional de malanje, “os Nelumbas” que no passado congresso do MPLA viu três membros a ascenderem o Comitê Central do MPLA ( Eduardo, José e Antonia Nelumba ). Um cunhado seu, Agostinho Nelumba foi confirmado, esta semana, Vice Ministro da defesa. Tem um irmão , José Cerqueira foi mentor do SEF, programa econômico do MPLA na década de 80. Uma irmã, mais nova esta casada com o General Wuambo Chindondo.
A nova Ministra teve passagem na redação central da Radio Nacional de Angola, lia os noticiários e acompanhava as visitas presidências. Na verdade nunca fez parte da administração governamental mas há conhecimento de posições suas sobre liderança. Em Dezembro de 2007, chegou afirmar, num seminário em Lisboa que a “A boa liderança é como uma boa administração. Os bons líderes são os que escutam, têm um sentido de humanismo e fazem todos os esforços para reforçar as relações entre os dirigentes e os dirigidos”. Se as suas palavras continuam validas, nos dias que se sequem, é sinal de que mais que uma ministra a comunicação social passa a contar com uma líder.

A sua carreira marcada com saltos no partido de que é militante desde 1976 notabilizando se nas estruturas da OMA. Colaborou no Departamento de Informação desta organização de mulheres até se tornar Secretaria nacional para os assuntos políticos. Um dos cargos de direcção que deu lhe mais visibilidade foi o de Directora do Gabinete do Comité Central para a Cidadania e a Sociedade Civil. No congresso passado entrou no Bureau Político do MPLA integrando a comissão central e disciplina e controlo do Comitê Central .

Foi também figura chave do “task force” da campanha eleitoral as eleições de 2008 que a capotou como deputada a Assembléia Nacional. Em tempos anteriores já era conhecida por dar o rosto “causa solidaria”, que é uma instituição afecta ao seu partido mas que na pratica actuava como “balão de ensaio” no período em que a marcação das eleições era uma incógnita.

A confiança que lhe é depositada estende-se ao campo externo do partido. É uma das vice presidente para a África Austral da organização da organização Pan Africana das Mulheres. Foi ela quem, o MPLA indigitou para apresentar a posição da direcção do seu partido num fórum promovido pelo partido comunista português, em finais de 2007, destinado a debate desafios do desenvolvimento, do progresso social e da soberania do continente.

Em Setembro do ano passado tornaram lhe a dar a mesma missão mas desta vez para chefiar uma delegação de juristas angolanos, no 20º Congresso da Federação Internacional de Mulheres de Carreiras Jurídicas (FIMCJ), em paris. Três meses antes foi observadora, na Bélgica, das eleições legislativas européias em representação do Parlamento, a convite da União Europeia e da União Africana.

Quando no ano passado, Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, foi recebida, pelo presidente da Assembléia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, a nova Ministra fez parte do grupo de três deputado do MPLA que participou no encontro, as presidentes das comissões de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidade Angolana no Estrangeiro, Ângela Bragança, e dos Direitos Humanos, Reclamações e Petições dos Cidadãos até então liderada por Carolina Cerqueira.

Um dos desafios que se aguarda da nova Ministra esta relacionado ao desfecho que dara ao caso TPA que tem na lista de espera como concorrente a sua liderança, uma Tchizé dos Santos. Ao se verificar a mesma pretensão em nomear poderá dar-se a certeza de dizeres em privado de Manuel Rabelais segundo a qual a decisão de por a filha de JES obedece a uma orientação superior.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

«DOSSIER FEITIÇARIA. História do Jeremias Bendito»


No seio da família que o escorraçou, o nome é uma piada. Nem o bíblico Jeremias nem o Bendito que anuncia coisa boa, o safaram. “Sou da aldeia do Casseche, aqui mesmo perto, depois do aeroporto, próximo daquelas montanhas lá ao fundo (indica com o dedo a cordilheira montanhosa que bordeia a cidade do Uíge) e estou aqui há cinco anos. Me acusaram de feiticeiro. A minha mãe estava concebida e tinha dores de parto”.
http://www.opais.co.ao/pt/dossier/?id=1911&det=6197
“Eu era muito pequeno ainda, tinha cinco anos. Os meus tios vieram ter co migo e disseram: ‘a tua mãe não consegue ter o filho. É você’. E começaram a bater-me. Infelizmente a minha mãe morreu ao ter os bebés. Eram gémeos” – conta, com a tristeza a inundar a alma e o espaço.
“Felizmente o meu pai, que é do Huambo e catequista, não acredita nessas coisas do feitiço e tirou-me da aldeia. Ele fugiu comigo, me protegeu mas também não aguentou com a situação”.
Mudou de aldeia, foi para o Cunga Kiximba, “e arranjou outra mulher, que é a minha madrasta. Nem ele nem ela me visitam. Aqui ninguém me vem ver. Não faço ideia porquê” – explica, pesaroso.

Entrado no Lar São José aos 13 anos, hoje Jeremias Bendito é um adolescente de 18 anos, que estuda a oitava classe no Instituto Normal de Educação, no período da tarde. Diz que quer ser professor e seguir em frente na vida: “Quando for adulto, quero me casar.
Por enquanto a minha preocupação são os estudos, aprender muitas coisas, fazer muitos cursos, só depois pensar em ter casa própria e constituir família. Tenho de preparar bem o futuro”. Acreditas em feitiço? fizemos a pergunta, sem rodeios, ao rapaz. Sem vacilar, a resposta foi um rotundo NÃO. Não só não acredita em feitiço como nunca tinha ouvido falar no fenómeno antes da grave acusação que mudaria para sempre a sua infância e adolescência. Jeremias Bendito nunca voltou à aldeia onde nasceu – Casseche, a uns 10 km da cidade do Uíge – por uma razão elementar: “Tenho medo que me possam fazer mal lá”.
E abre o seu coração ao jornalista, para os planos que alimenta para mais daqui a alguns anos: “Quero voltar lá como adulto, com vida feita noutro lugar, de preferência na cidade. Voltarei só para saudar as pessoas, mas não para viver”.
Sereno, diz que lamenta tudo o que lhe aconteceu mas vive conformado, pois “aqui no Uíge é mesmo assim, as pessoas acreditam muito em feitiço, faz parte da cultura, são poucos os que não acreditam”.
No fim do diálogo, quando a reportagem de O PAÍS lhe pede para explicar o que pensa da família que o acusou, rejeitou e mudou para sempre o curso da sua vida, saiu-se com a mais improvável das respostas: “Quando for adulto, vou saber perdoá-los”.

João Vemba: acusador é o próprio pai
Tem 12 anos, é natural do município do Bembe e encontra-se “escondido” no Lar São José há três anos. A sua história é, como a de todos os outros, de soberbo sofrimento e incompreensão.
Relata que tudo aconteceu quando o avô morreu. Foi nada mais e nada menos que o próprio pai a acusá-lo de ser o responsável pela morte do ancião. Custou-lhe uma surra monumental, até que um tio dele se condoeu e conduziu-o até ao lar da Igreja Católica.

De Cangola, outro município da província do Uíge, é Manuel Ginga António Domingos, 17 anos, acusado da prática de feitiçaria em Fevereiro de 2005, na sequência da morte da mãe. A acusadora foi uma prima, e foi o suficiente para ver o mundo desabar e encontrar refúgio na casa onde outros rapazes aliviavam o mesmo calvário. Ninguém o visita e já se conformou que o seu futuro está no Lar que o acolheu. Estudar para ser alguém um dia e seguir o seu caminho, as motivações essenciais.
As mesmas, por sinal, de Armando dos Santos, com 11 anos, que um padre resgatou no município do Púri, a terra de que nem ouvir falar quer. Não pensa em voltar e agradece, para sempre, a ajuda oportuna do padre, pois quem o detestava e o acusava de feitiçaria eram familiares directos.
Não o queriam, claramente. Das terras do Bungo, município que dista uns 70 km da sede provincial do Uíge, chegou Sebastião Francisco, hoje com 15 anos de idade. A morte do pai e da mãe, já de si uma tragédia horrível, trouxelhe como complemento macabro a odiosa acusação de feitiçaria. Foram as próprias irmãs mais velhas a “descobrirem”, sabe Deus com que artes, que o malvado era ele.Expulsaram-no e o poiso seguro acabou por ser o célebre lar de meninos acusados de feitiçaria, na capital da província.
Poiso dos acusados
Gerido por um catequista de 68 anos, Pedro Vieira dos Santos (ver outra peça), o Lar São José que alberga no Uíge crianças acusadas de feitiçaria, tem na verdade uma alma mater: a irmã Adelina Afonso, nascida em São Tomé mas que se sente uma filha do Uíge, pelo tempo que leva na região e o modo como se integrou.
O PAÍS foi vê-la no Instituto Médio de Educação, entidade tutelada pela Igreja Católica, de que é a directora. A conversa girou em torno do feitiço e a acção da Igreja no apoio às crianças perseguidas sob a acusação de praticantes de tais ritos.

Emociona-se quando fala do bispo Dom Francisco da Mata Mourisca que durante quarenta anos seguidos dirigiu a Diocese do Uíge e da maneira como o influente homem de Deus concebeu o Lar São José: “O senhor bispo teve a ideia depois da realidade que encontrou. Via muitas crianças à noite perdidas na rua. Iam ao Paço Episcopal pedir ajuda, comida… Foi ajudando como podia, mas depois os catequistas foram comunicando vários casos de meninos rejeitados pelas famílias em muitos municípios, Bembe, Damba, Maquela, Sanza… Resolveu juntá-las num mesmo locale assim nasceu o lar”.
O envolvimento da madre com o lar tem um ano. Actua como uma espécie de supervisora da casa, trabalhando em estreita colaboração com o pastor que lida diariamente com os problemas.
Explica que as crianças acolhidas no lar são absolutamente abandonadas pelos familiares, não as visitam e não querem saber delas. E o que é pior, revela, “há casos em que a família aparece e quer fazer mal aos meninos. Temos de protegê-los, cuidar da sua integridade física”.
Na opinião da madre Adelina Afonso, os familiares não levam de volta as crianças entregues ao lar porque “ficam com medo que outros parentes possam não gostar e começar ali um grande desentendimento familiar”.
Padrinhos na Itália

Uma via encontrada para o apoio espiritual e material às crianças acusadas de feitiçaria do Lar São José , de acordo com explicações dadas a O PAÍS pela madre católica, é a vinculação de cada uma delas a uma família na Itália.
“Todos os meninos têm um padrinho na Itália que eles chamam de pai”, disse-nos. Trocam fotografias e, sobretudo na época natalícia, há o receber e enviar de postais.
Convidada a opinar sobre toda esta complexa problemática do feitiço envolvendo crianças, com acusações tão graves e tão marcantes que as lesam para sempre na sua integridade moral, a freira fá-lo com visível tristeza e vai relatando, à medida que deles se recorda, os casos mais chocantes, como o de dois irmãos que no Bembe estavam amarrados no meio da floresta, prontos para serem mortos, e por sorte ia a passar alguém que os libertou.
“Os meninos fugiram a toda a velocidade para a Casa das Irmãs da Misericórdia e estas trouxeram-nos para cá. São muitas histórias horríveis, tristes, inacreditáveis. Se forem falar com a irmã Rosa Esperança e o frei Bimpa vão saber de muitas histórias”, rematou. A dizer verdade, bastou-nos a comovente manhã passada com os meninos no Lar São José e o próprio depoimento da madre. Tudo demasiado rude e cruel para persistir na experiência!
Por: Luís Fernando, no Uige Fotos: Jacinto Figueiredo

sábado, 13 de fevereiro de 2010

«Óscar Ribas; a minha homenagem»


Ao Homem da oralidade Lusófona a minha singela homenagem através de um conto e um provérbio angolano extraídos da obra Misoso, 1º. volume:


A Pasta
Um homem vivia sem trabalho. Um dia, depois de muito penar, foi admitido ao serviço de uma senhora. Mas ela não lhe dava comida. Quando se lamentava, a senhora perguntava-lhe se não fora ele quem se havia oferecido.
Com a falta de alimentação, ainda agravada com o labor, morre pouco tempo depois. Na sua crueldade, a patroa despreza o cadáver.
Um estranho, vendo o corpo ao abandono, sente piedade por tamanha desventura. Coitado, nem tinha quem o enterrasse. De onde seria?
Ao removê-lo, uma pasta de mateba lhe sai da algibeira. Abriu-a com indiferença. Mas, em contraste com a sordidez do morto, encontra dinheiro, bastante dinheiro.
A senhora tem conhecimento do caso. Quer metade da quantia, o serviçal era seu. Acremente, o desconhecido censura-a da sua desumanidade: - Por que desprezara o cadáver? Se sentira nojo por ele, também devia sentir nojo pelo seu dinheiro!
E ficou com a pasta.

Provérbio:
1. Bonga xitu, makamba ma-ku-tenene; bonga mulonga, makamba ma-ku-lênga. (Apanha a carne, para que os amigos se te completem; apanha calúnia, de ti fogem os amigos)

Resumindo:
Muito tens, muito vales; nada tens, nada vales.

Imagem: Angonotícias

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Jornalistas Da RNA Festejam Afastamento De Manuel Rabelais



Londres - A semelhança do que aconteceu a alguns anos atrás em Malanje quando o povo festejou a exoneração do falecido e antigo governador Flavio Fernandes, o quadro tornou-se a repetir mas desta vez na comunicação social com o afastamento do ex- Ministro Manuel Rabelais. A decisão de JES de retirada de confiança ao mesmo foi alvo de festejo entre funcionários da RNA e TPA que empalharam mensagens de alegria nos últimos dias. (Não há informação acerca da reacção dos trabalhadores na Angop e Jornal de Angola).

Fonte: Club-k.net
Ascensão e a queda do Ministro
Para alem de ter saído com a fama de mau gestor, Manuel Rabelais é lembrado pelo registro de falta de salários (na RNA), criação de grupos de intrigas, medidas disciplinares pesadas contra jornalistas (Ernesto Bartolomeu , Amilcar Xavier, Vaz Quinguri e etc) e a imposição de filhos do PR na TPA.
A ASCENSÃO
Formado em direito, Manuel Rabelais é um reconhecido relator de desporto de radio em Angola. A sua ascensão naquela estação de radio começou a efectivar-se, quando interinou as funções de director da RNA no seguimento da morte do seu antecessor Vieira Dias. Rabelais, de acordo com uma versão interna, havia se reunido de seguida com os responsáveis da RNA nas províncias que após a oferta de viaturas e outros meio emitiram uma moção de apoio reconhecendo as suas habilidades para que ficasse director efectivo da empresa.

Em paralelo, começou a dar relevância ao factor militância no MPLA ao qual aderiu em 1997 (Cartão de militante 29308). Juntou-se ao comitê de especialidade dos jornalistas do MPLA passando a ser o responsável dos assuntos políticos. Terá sido nesta condição que rapidamente adere ao Comitê Central no V congresso em representação a classe da comunicação social. Passou a privar com Fernando Miala (o mesmo aconteceu com o Ex DG da RNA, Eduardo Magalhães)

Substituiu Hendrick Vaal Neto, na comunicação social e tão logo que assumiu as pasta de Ministro reuniu em privado alguns directores de semanários independentes em Luanda e em alguns casos passou a te-los em sociedades comerciais. Aguiar dos Santos, DG do AGORA, chegou a declinar uma convocatória no gabinete do mesmo. Nas véspera das eleições de 2008 o Ministro ofereceu viaturas a todas as redações de jornais privados. O director Aguiar dos Santos registrou a "sua" em nome do seu Semanário (para apoios aos jornalistas) e se recusa usar para fins particulares, para evitar conotações de aliciamento. Entretanto, o aparente controle que Manuel Rabelais passou a ter dos jornais privados foi aplaudido dentro do MPLA, por diferenciar do seu antecessor que mantinha relação de crispação com a classe jornalística não servidora do regime.

Na seqüência das eleições legislativas de 2008, Manuel Rabelais esteve em vias de ser afastado de Ministro ao qual foi defendido em reunião do Bureau Político por Kundy Paihama que realçou os seus feitos na campanha eleitoral. Antes disso, alguns dirigentes do MPLA mostravam-se desapontado com o mesmo após terem surgido informações segundo a qual permitia que os seus colaboradores directos lhe levassem desapreciásseis considerações a respeito do Vice Ministro, Miguel de Carvalho “Wadjimbi”, tido como “quadro do partido”.

PRECIPITAÇÃO DO AFASTAMENTO
O afastamento de Manuel Rabelais terá sido em parte provocado por denuncias e excessos seus em relação aos destinos obscuros dos fundos do orçamento do Ministério da comunicação social. Criou a sua própria entourage ao qual se incluíam alguns adidos de imprensa nas embaixadas (através dos mesmos comprou aparelhos na África do Sul para montagem de um estúdio privado com fundos do Estado).

Para as suas deslocações ao exterior, criou um “grupo de avanço”, chefiado por um colaborador seu, Abílio Montenegro. O “grupo de avanço” tinha a missão de fazer expedientes no estrangeiro (reservas em hotéis) e os seus elementos viajavam com bilhetes de primeira classe.

O Ex-Ministro aproximou-se a Tchizé dos Santos tendo proposto, a ex deputada a oportunidade de aderir a comissão de gestão da TPA. Afastou a então direcção da televisão tendo promovido a idéia de que não era ele "quem estava a mandar" e que a entrada na TPA da filha do Presidente da Republica correspondia a orientações “superiores”.

Entretanto quando em meados de Março 2009, o porta voz da Presidência, Aldemiro Vaz telefonou ao Ministro para se inteirar de uma informação que chegou ao seu gabinete dando conta que Manuel Rabelais estaria a hostilizar o então director geral da TPA, Fernando Vieira Dias Cunha, ficou claro que a entrada de Tchizé dos Santos na TPA, não representava ordens da Presidência da Republica. Por outro lado, foram notadas reações de Tchizé dos Santos quando lhe foi chegando informações que davam conta que a intenção do Ministro era usá-la como moeda de troco para se manter no posto ministerial.

Contudo, um incidente envolvendo Manuel Rabelais levaria ao desapontamento do circulo presidencial quando em finais de 2008 foram posta a circular em meios restritos, informações segundo a qual o então Ministro estava decidido a fazer uma maldade contra integridade física do jornalista Amilcar Xavier. (Os familiares do jornalista chegaram a ir ter com a família do ministro para esclarecimento.)

Há também informações de que antes do período do seu afastamento chegaram cartas de jornalistas a individualidades afectas a Presidência da Republica e ao partido MPLA contendo reclamações a respeito dos excessos do então Ministro. Em Dezembro de 2009, uma senhora do cassenda, apresentou-se como sua esposa a uma das rádios locais denunciado que teria sido espancada pelo Ministro Manuel Rabelais. A versão que chegou ao partido (entenda-se MPLA), da conta que uma senhora foi batida por “alegadamente ter desacatado uma orientação de Manuel Rabelais” e que a mesma senhora dirigi uma empresa, Sucrimat que no natal passado distribuiu cabaz aos funcionários da RNA.

De um modo geral, a exoneração de Manuel Rabelais do governo foi prejudicada por praticas que levaram a fragmentar os fundos da comunicação social espelhado nos seguintes exemplos a saber:
- Casos de subfacturação: Um grupo de brasileiros cobrou cerca de 1 milhão de dólares para realização de uma Novela “minha terra,minha mãe” feita entre Angola e Brasil. Uma outra novela, “doce pitanga” feita por angolanos através de uma produtora atribuída a Manuel Rabelais custou cerca 6 milhões de dólares.

- Gastos não justificados de cerca de 4 milhões de dólares da RNA ao qual numa reunião interna atribui culpas a ex-director da RNA, Eduardo Magalhães aconselhando-o a devolver. (Rabelais era na pratica um DG da radio a distancia)

- Criação de empresas suas que prestam trabalho nas instituições do Ministério, a exemplo da empresa Sucrimat dirigida pela esposa.

- Existência de uma folha “sombra” de salários dos trabalhadores da RNA e TPA, ao qual inclui salários de cerca de USD 2000 por jornalistas e recebimento do ordenado de pessoas já falecidas.

- No seu consulado, quando foram nomeados directores gerais impôs que os financeiros tivessem que ser homens de sua confiança. Alguns saídos do seu gabinete.

- As empresas da comunicação social tem contas no BPC ao qual recebem pagamentos. Através das empresas, Manuel Rabelais pedia financiamentos no referido banco cuja a honra de devolução era desconhecida. Quando o ministério das finanças autorizava pagamentos o mesmo usava parte daquele dinheiro para liquidez de dividas no BCP acabando as empresas como a RNA e TPA ficarem sem dinheiros resultando em falta de salários e etc.

- Em finais de 2009, os directores das empresas tiveram que pedir empréstimo ao banco para poder efectivar os salários de Dezembro e décimo terceiro. ( RNA ficou sem salário ate ao dia 15 de Dez 2009 e de momento ainda ha atraso de dois meses de salário).

- Transferência bancaria de altas somas de dinheiro para Portugal através de uma conta no banco BIC de uma suposta esposa (Terá comprado uma casa neste pais onde tem filhos a estudar).

Quando os funcionarios da RNA e TPA começaram a reclamar sobre desvios de dinheiros na empresa, alguns quadros conotados a Manuel Rabelais promoveram, nos corredores, “conversas de bar” alegando que “o Ministro não estava comer sozinho” e associaram o nome de Aldemiro da Conceição, funcionário da Presidência da Republica e de Norberto dos Santos “Kwata Kwanawa”, ex Secretario do MPLA para informação como dirigentes que estariam a beneficiar da rede do Ministro.

Na noite do dia em que Manuel Rabelais foi afastado, um grupo de elementos ligados ao mesmo dirigiu-se ao parque de estacionamento da Radio Nacional para retirar sete viaturas da marca Mitsubishi, todas elas novas. Não há informacao de que o “saque” tenha agido a mando do Ministro demissionário.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Bispo de Uíge considera antidemocrática política da "cadeira vazia"



Uíge, 22 jan (RV) - O bispo de Uíge, Angola, Dom Emílio Sumbeleleo, disse nesta sexta-feira, que não lhe parece democrático o procedimento da "cadeira vazia", apresentado pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), na quinta-feira, por ocasião da aprovação da nova Constituição do país.

http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=351310
Em declarações a agência de notícias angolana, Angop, o prelado disse que os deputados da UNITA deveriam, pelo menos, ter comparecido à Assembleia Constituinte, deveriam permanecer na sala e talvez se absterem ou não votarem, da mesma forma que fizeram outros partidos, mas não desertarem.

"Não me parece muito correto, abandonar a sala. Eles estiveram presentes na elaboração e nas discussões, e na hora da aprovação abandonaram a sala. Creio que deveriam ser mais coerentes e terem permanecido na sala" – sublinhou o bispo.

Depois de ressaltar a importância da Carta Magna para o país, Dom Sumbeleleo defendeu que com esta nova Constituição, Angola vai ganhar estabilidade política e econômica, porque ela contém aspectos jurídicos que irão reger diversas estruturas. "Estou certo de que muitos aspectos saídos das discussões, por ocasião de sua apresentação pública estão plasmados nela" – frisou o prelado.
Para Dom Emílio Sumbelelo, a Constituição aprovada nesta quinta-feira pela Assembleia Nacional é de grande valia para o país, antecipando esperar que ela seja promulgada pelo presidente da República, para sua posterior publicação no Diário Oficial.

"No meu entender, na Constituição está contido aquilo que a própria população manifestou depois das consultas públicas. Acho que reflete o pensamento e o sentimento dos angolanos. Portanto – sublinhou – podemos nos rever nela. Espero que venha a ter aquela estabilidade que todos nós queremos" – concluiu.
O bispo de Uíge afirmou que Angola entrou, a partir desta quinta-feira, 21 de janeiro, numa nova época de sua vida, com a aprovação da nova Constituição do país. (AF)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

«Raul Danda, Deputado Eleito Por Cabinda»



Lisboa - É um dos cabindas do establishment, no seu caso específico situado nas franjas do mesmo (deputado eleito nas listas da UNITA por Cabinda), que o regime do MPLA encara com desconfiança e que o aparelho de segurança mantém sob pressão – por vezes na forma de ameaças.

Fonte: AM CLUB-K.NET

No rescaldo do atentado contra a selecção do Togo foi sibilinamente advertido de que poderia vir a ser-lhe movido um processo de impugnação da sua qualidade de deputado por suspeitas de conotação com “terroristas”, como os separatistas de Cabinda e a FLEC são agora identificados.
A oculta intenção do regime de o aliciar parece ter-se esfumado definitivamente (AM 120), quando recusou o cargo de vice-ministro dos Petróleos, oferecido no seguimento da assinatura do Memorando de Entendimento.

Na recente visita de Hillary Clinton a Luanda conseguiu iludir o protocolo e aproximar-se da mesma, em plena Assembleia Nacional, para de forma audível lhe fazer sentir a existência de violações dos direitos humanos em Cabinda.

É sobrinho de Miguel Nzau Puna, um dignitário cabinda, pela mão do qual, então ainda SG da UNITA, se juntou à organização (chegou a ser director da Vorgan). Acompanhou o tio quando o mesmo rompeu com a UNITA, em 1992, e no rescaldo disso criou um pequeno partido, TRD, a que aderiu.

M N Puna, até há pouco embaixador em Otawa, é actualmente deputado do MPLA, eleito para o CC do partido no último congresso.

Imagem: Angonotícias

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Uíge. Munícipes esclarecidos sobre cedência de terrenos




Uíge - Os munícipes da cidade do Uíge foram esclarecidos sábado nesta cidade, sobre o processo normativo de cedência e legalização de terrenos, no quadro do programa da autoconstrução dirigida levado a cabo pelo Governo no país.

O encontro que acolheu autoridades tradicionais, eclesiásticas, administradores municipais e comunais, directores dos diferentes ministérios do governo da província, juventude e a população em geral foi orientado pelo governador da província Paulo Pombolo.

ANGOP

Os participantes ao encontro foram informados sobre a situação actual das reservas fundiárias na província, passos a seguir para tramitação processual e os aspectos gerais sobre a Lei de Terra.

De acordo com a cartilha do programa da autoconstrução dirigida, lida pelo jurista Hélder Carlos, para a obtenção de lotes urbanizados e residenciais, cabe ao cidadão dirigir-se e manifestar o seu interesse aos órgãos competentes da administração municipal ou governo provincial para se registar e requisitar o processo com a escolha adequada da dimensão do lote ou tipo de casa.

"O cidadão interessado para participar no quadro do programa da autoconstrução dirigida dirige-se a administração municipal a fim de requisitar o seu processo e a administração canaliza para os órgãos competentes, facilitando assim a cedência de lotes ou residência ao cidadão", lê-se na cartilha da autoconstrução.

Requisitado o processo necessário, o cidadão deverá aguardar a aprovação do processo pelos órgãos competentes, até ao momento que será chamado para cedência do lote ou residência requerida de acordo com as tramitações estabelecidas.

Os participantes ao encontro tomaram conhecimento que as autoridades que têm a autonomia de proceder a entrega de terrenos, variam de acordo com o tamanho e o tipo de parcela de terra requerida.

Falando no acto de enceramento o governador da província do Uíge, Paulo Pombolo, disse que para minorar as várias dificuldades que a população enfrenta, o programa abrange a todos os cidadãos independentemente da sua raça, cor e sexo.

O governante realçou que nove dos 16 municípios que compõem a província já têm reservas fundiárias identificadas aguardando o seu loteamento, acrescentando que no município do Uíge, estão já loteados três reservas nomeadamente a do Quilumoço, Catapa e da Bela Vista.

Paulo Pombolo pediu a maior colaboração e compreensão das autoridade tradicionais, religiosas, administradores municipais e comunais, no sentido de retransmitirem a mensagem a população.

Participaram do acto administradores municipais e comunais, directores dos diferentes ministérios na província, autoridades tradicionais, religiosas, juventude e a população em geral.

Imagem: http://www.angolatelecom.com/

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

«Aldemiro Da Conceição, Porta Voz Da Presidência»


Lisboa – A experiência fez dele um especialista em informação. No Gabinete presidencial tem a tarefa de assessorar o Presidente da Republica a fazer leitura de ocorrência política. É referenciado como muito educado mas com senso de irritar-se quando há interferência no seu trabalho. (Na visita do PR a China, em Dezembro de 2008, chegou a ralhar indiscretamente um jornalista Gonçalves Inhangica). Uma das qualidades que lhe são atribuídas é a capacidade em formatar a opinião publica nacional em argumentos devidamente calculados e catalizados por satélites na comunicação social cujo domínio tem.

Fonte: Club-k.net

É na pratica o Ministro da comunicação sombra. Controla a comunicação social através dos seus pivôs nestes órgãos. A sua antena no Jornal de Angola é o próprio director José Ribeiro. Nas outras redações criou os chamados “reportes presidências”. De acordo com uma explicação conhecedora do assunto, estes repórteres são convocados, para se deslocarem ao palácio presidencial por um director do Ministério, José Luis de Matos. Postos no palácio, o Porta Voz da presidência, entra em contacto com eles por via de dois jornalistas, Alves Antonio e Francisco Mendes e em alguns casos com um jornalista da TPA, Gonçalves Inhanjica. As perguntas que os repórteres presidenciais desejam colocar a uma entidade estrangeira como aconteceu com a Hillary Clinton, são colocadas num papel e depois entregues a Aldemiro da Conceição para aprovação.

Aldemiro Conceição que em Dezembro ultimo completou 61 anos de idade, envolveu-se na política ao tempo do colono. Em meados da década de 70 foi preso (pena de três anos) pelas autoridades colônias por ligação a uma célula clandestina do MPLA, no bairro vila Alice em Luanda. Após a independência fez parte do primeiro grupo de nacionalista que ingressou na Radio Nacional de Angola (RNA), onde chegou a ser chefe de redação e mais tarde responsável de projectos.

São inexactas as informações de como foi parar na Presidência da Republica. A versão que se propagou no circulo do poder é a de que teria sido mobilizado após ter ido ao futungo de belas fazer uma entrevista que acabaria por agradar JES e que mais tarde faria dele seu assessor para Informação. Após aos acordos de Bicesse, JES teria lhe dispensado para o governo onde em curto tempo ocupou a posição de Vice Ministro da informação. Hoje é o alto funcionário mais antigo da presidência concorrendo com ex director do protocolo de Estado, José Filipe (Hoje Chefe do Cerimonial da Presidencia)

Como porta voz presidencial teve protagonismo ao tempo do conflito armado. Passou a ter satélites em rádios estrangeiras e em jornais portugueses. Algumas das suas posições na media estrangeira eram na óptica dos opositores ao regime vistas como jogo de desinformação. Na altura chegou a difundir a informação de que Alcides Sakala da UNITA tinha morrido durante combates no interior do país. Ficou muito decepcionado quando a Radio Eclesia havia retomado da imprensa estrangeira, uma entrevista do ex SG da UNITA, Lukamba Gato. A “inocência” da emissora católica feria o seu trabalho de desinformação.
Tem aceitação no clero católico em Angola, sobretudo na pessoa do cardeal Dom Alexandre do Nascimento. É aludido como a figura presidencial que teria amortecido a reivindicação da Igreja Católica sobre o assassinato do jornalista Ricardo de Melo na década de oitenta. (Desde então a Igreja nunca mais questionou o assunto.)

De entre os assessores presidências é aparentemente a figura mais estimada pelos filhos de JES. Era a ele a quem Tchizé dos Santos, a certa altura mais escutava quando a jovem vivia nos Estados Unidos. Ainda hoje quando a jovem empresaria pretende fazer uma comunicação publica é a Aldemiro da Conceição a quem envia em primeira mão a copia da correspondência. Esta ligação ou apresso privilegiado aos filhos de JES foi ainda verificado quando foi convidado para ser o padrinho de casamento de Isabel dos Santos.

O seu destino esta de facto, marcado para estar dentro ou próximo ao circulo presidencial em Angola. O mesmo tem graus de afinidades com o circulo familiar de Agostinho Neto, em função de uma filha sua cuja mãe é irmã de São Vicente, o esposo de Irene Neto, a primogênita de Agostinho Neto.

Diz-se que por influencia de JES retomou os estudos. (A maior alegria que alguém pode dar ao PR angolano é estar formado). Vaz da Conceição inscreveu-se na Universidade Aberta de Lisboa tendo concluído o curso de Ciências Políticas. Em 2004, esteve em provas na Universidade e viu-se privado de acompanhar o PR que de deslocara em visita aos Estados Unidos. A cerca de quatro anos atrás denotava decidido para o mestrado do mesmo curso no Instituto Superior de Lisboa.
Tem categoria de Ministro junto a presidência, em razão disto assiste as secções do Conselho de Ministro. Dirige na Presidência da Republica um “gabinete de analises” com características de inteligência. No seu Gabinete é tratado por “Senhor Porta Voz”, mas é no seu circulo intimo que é tratado por Tininho, um diminutivo que provém de Justino. (Aldemiro Justino de Aguiar Vaz da Conceição).
É ele quem interina os assessores da presidência na ausência destes ou em caso de exoneração. Já interinou a casa civil e igualmente a assessoria social, na ausência de Justino Fernandes. Uma das figuras do gabinete presidencial de quem muito respeita e priva uma amizade pura é o General Manuel Helder Vieira Dias “Kopelipa”. Quando recebe expediente de natureza fora da sua alçada é ao General “Kopelipa” a quem encaminha.

É muito discreto tanto nos negócios como nas amizades. Dos seus negócios conhece-se, uma gráfica Damer (Alguns semanários independentes são ai imprimidos). Nega o vinculo ao qual se associa o seu nome ao investimento que deu corpo a empresa Media Nova (TV Zimbo, Radio Mais e etc), uma sociedade ao ao qual se inclui o General “Kopelipa” e Isabel dos Santos. Quando um dos seus filhos, Helder Conceição regressou de Portugal formado, não foi sentido em Aldemiro algum sinal de encorajamento direcionado para o ramo empresarial como fazem os membros do regime. O jovem foi inicialmente colocado como funcionário de uma instituição bancaria em Luanda.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

«Bonanza - A História !»


Em homenagem a Pernell Roberts, recentemente falecido e a todos os que deram vida a BONANZA, a série televisiva inesquecível que divertiu muita gente nos anos 60.


«Quando o produtor David Dortort vendeu a idéia à NBC de criar Bonanza, ele pensava que poderia fazer algo realmente diferente dos esquemas televisivos da época e mudar a velha fórmula dos Westerns.

http://www.bricabrac.com.br/bonanza_historia.htm

O que ele não fazia, era idéia de que estava criando um verdadeiro fenômeno que perduraria no ar por incríveis 14 anos, com um impacto igual ao do primeiro dia de exibição nas TV de todo os Estados Unidos, e imediatamente após, disseminado ao redor do mundo, seus personagens passaram a ser idolatrados por milhões de fãs, Bonanza é mais do que um Western sobre um homem e seus três filhos, trabalhando como uma família, na rústica e violenta era do Velho Oeste.
Bonanza se tornou um pedaço de tudo aquilo que forjou a cultura Americana.
Ben Cartwright e seus filhos Adam, Hoss e Little Joe tornaram-se nomes familiares, inclusive para pessoas que nem haviam nascido quando o seriado estreou pela primeira vez, o tema de abertura de Bonanza era imediatamente reconhecido em qualquer lugar.
Bonanza continua sendo um nome popular por conta de re-edições nos Estados Unidos e outros países, disseminou Fã Clubes pela Internet e conquista novos fãs a cada vez que é re-apresentado.
David Dortort, um escritor que se tornou produtor cinematográfico, queria criar um conceito de entretenimento que fizesse oposição à imagem empavonada de machões pintada pela maioria dos espetáculos televisivos dos anos 50. Ele desejava que seus personagens fossem homens fortes; ele os vislumbrava como descendentes diretos dos Cavaleiros da Távola Redonda, adaptados à cena do Velho Oeste - homens com forte formação moral, que combateriam o mal e trariam a justiça para uma terra indômita.
David Dortort criou Ben Cartwright como o forte patriarca, um pai que moldaria seus três filhos independente da educação da terra e do ambiente hostil. Para tanto Dortort emprestou a cada um dos filhos características únicas e diferenciadas. Adam, era o intelectual, filho mais velho, era dado a usar mais o cérebro do que a força. Hoss era o "Gigante Gentil", um homem dotado de força descomunal e com um coração de ouro. Little Joe era o filho mais novo, irresponsável, impulsivo e o coração mais romântico de todos.
Para justificar estas diferenças nas personalidades dos três filhos, Dortort, deu a cada um deles uma mãe diferente, fazendo com que Ben Cartwright tivesse sido casado 3 vezes. Assim como na mitologia de Camelot, os Cartwright receberam do autor, a incumbência de guardiões do Rancho Ponderosa, um império de cabeças de gado, madeira e minérios nas montanhas de Nevada, perto do lago Tahoe. Bonanza foi um dos primeiros seriados de TV com um enderêço fixo, sem as famosas andanças de seus mocinhos por paragens e cidades do Oeste, eles tinham uma terra para defender e faziam dela sua base.
Em Bonanza, os Cartwrights se viram de fronte a uma variedade de personagens e situações que na maioria das vezes batiam à sua porta. Inicialmente a NBC desejava estrelar Bonanza com atores famosos, sentido que precisaria de nomes para atrair audiência. Dortort persuadiu a rede de televisão a desistir desta idéia, com a afiramação de que poderia obter imenso sucesso com atores totalmente desconhecidos; ele convenceu a NBC uma emissora nova àquela época de que forjaria suas própria estrêlas.
Dortort teve na verdade uma acurada percepção dos resultados do seu projeto.
Foram escalados Lorne Greene para o papel de Ben Cartwright, que era conhecido antes da série pela sua voz poderosa. Um canadense, ficou conhecido pelo apelido de "A Voz do Canadá", título que recebeu pelas inúmeras produções de rádio em que fez a locução naquele país. Pernell Roberts encarnou o papel de Adam, Dan Blocker personalizou Hoss e Michael Landon fez Little Joe. Todos os 4 fizeram anteriormente, inúmeros pequenos papéis na TV Americana, mas nenhum deles era conhecido do grande público; o que mudou rapidamente assim que Bonanza entrou no ar.

O primeiro episódio de Bonanza foi levado às telinhas da TV em 12 de setembro de 1959. Bonanza atingiu sucesso imediato. Pelas suas 2 primeiras temporadas, Bonanza estourou nas pesquisas de audiência e foi filmada desde o início em cores. O que lhe garantiu vida longa. A TV em cores era considerada um fenômeno àquela época e a RCA, empresa que gerou a NBC, queria uma série que encorajasse os consumidores a comprarem novos aparelhos de televisão. Os primeiros episódios traziam belissimas tomadas do lago Tahoe e todas as suas cercanias, assim como "sets"de filmagem e indumentárias de colorido forte. Bonanza ficou no ar durante 2 anos nas noites de Sábado até ser transferido para uma lacuna no horário noturno dos Domingos. Foi aí que o seriado atingiu sua maior audiência e alcançou o sucesso definitivo. Por 10 dos seus 14 anos de vida, o seriado ficou entre os 10 mais assistidos da TV americana, e, entre 1964 e 1967 foi o seriado de maior audiência na América.
Depois da primeira temporada, Lorne Greene convenceu os produtores a suavizarem seu personagem para a figura de um pai compreensivo e as vezes bondoso, ao invés de um forte e disciplinador patriarca. Roberts, Blocker e Landon tiveram seus personagens tornados mais humanos e racionais, dando-lhes mais profundidade e complexidade.
Mais cuidado foi dispendido com o "script", mudando as histórias simples para enredos mais interessantes. Em muitos casos Bonanza estava à frente do seu tempo. O seriado se valia de temas e controvérsias tais como: problemas raciais, a condição da mulher como esposa e os abusos que sofria, problemas psicológicos, o alcoolismo e os matadores de aluguel. O interesse da audiência era mantido através de contrastes forjados pelos que escreviam os roteiros. Numa semana um episódio podia ser um verdadeiro drama e na outra uma divertida comédia, graças ao elenco que desmpenhava com igual desenvoltura tanto drama quanto comédia; cada um deles tinha a capacidade de criar uma cena cheia de tensão, bem como emprestar ternura a seus personagens ou fazer os telespectadores morrerem de rir com suas desventuras.
Mas. Bonanza tinha algumas constantes em seus enredos, por exemplo, toda mulher que tivesse um envolvimento amoroso com um dos Cartwrights, ou morria no final ou tinha que impreterivelmente partir, deixando-os juntamente com o público de corações partidos.
Michael Landon fazia piada, dizendo que os Cartwrights deviam tomar cuidado ao cavalgar, evitando que seus cavalos pisoteassem as covas onde tinham sido enterradas todas as inúmeras mulheres que morreram durante os seriados.
Os produtores da série cogitaram por várias vezes, em conseguir uma esposa para Adam, e por diversos episódios Adam cortejou e noivou com Laura Dayton, mas protestos enfurecidos de fãs, principalmente da ala feminina, fizeram a idéia do casamento de Adam cair por terra.
Os fãs perderam a conta de quantos episódios, se não tiveram um final feliz, pelo menos foram stisfatórios. O bem sempre triunfava sobre o mal.
Os personagens sempre faziam a coisa certa, não importando o quanto isso causasse dor ou prejudicasse os Cartwrights. Ben reforçava os valores familiares com preleções e palavras de consolo.
Os telespectadores sabiam que podiam se tornar assíduos dos episódios de Bonanza, pois que nunca veriam cenas de abusos sexuais ou de violencia gartuita.
Os personagens de Bonanza se tornaram imensamente populares, suas imagens apareciam em tudo o que se pudesse imaginar, de quadrinhos a chaveiros, de lancheiras a jogos infantis.
Os quatro atores eram oferecidos como atrações em rodeios, shows de variedades, desfios de TV e especiais de fim de ano. Gravaram discos e participaram de show ao vivo em Las Vegas, eles arastavam verdadeiras multidões por onde passavam.
Apesar do enorme sucesso, Pernell Roberts se desencantou com Bonanza, ele achava que o papel não lhe conferia a variedade e a profundidade de interpretação que ele desejava. Quando ele expressou sua vontade de abandonar a série, imediatamente os produtores tentaram dissuadi-lo desta idéia. Greene, Blocker e Landon desenvolveram uma amizade e intimidade afetiva muito grande por conta de trabalharem juntos na série, mas Roberts se mantinha à distância.
Por conta deste episódio, foi ntroduzido o persoangem Will Cartright, sobrinho de Ben, interpretado por Guy Williams (o mesmo que mais tarde interpretaria .......Robinson, chefe da expedição espacial à Alpha Centauri em Perdidos no Espaço). Roberts consentiu em continuar filmando a série, assinou um novo contrato e Williams foi retirado do elenco.
Mas, ao término da sexta temporada da série Roberts manifestou novamente o desejo de deixar o elenco e desta feita os produtores consentiram.
Greene manifestou pesar pela saída de Roberts do "cast", mas ao mesmo tempo disse que os Cartwright deveriam tirar uma cadeira da mesa e continuar em frente. A saída de Roberts não arranhou os índices de audiência de Bonanza, os produtores simplesmente expandiram os papéis dos outros personagens; por exemplo, Ray Teal que fazia o papel do Sherife Roy Coffee, tornou-se mais proeminente. Na nona temporada, Candy, interpretado por David Canary foi introduzido como capataz do rancho Ponderosa, permanecendo neste papel por 3 temporadas, qunado de sua saída, um orfão adotado pelos Cartwright aparece, era Jamie Hunter, interpretado por Mitch Vogel, a idéia dos produtores era através deste personagem, atrair um público jovem para o seriado. Nos episódios em que Jamie aparecia, temas como adolecentes rebeldes e a descoberta do amor na juventude tornaram-se incompatíveis para um elenco já de idade avançada. Apeas dos esforços em manter o seriado atual, Bonanza começou a cair nos ídices de audiência, depois de 12 anos no ar. O golpe de misericórdia veio com a morte repentina de Dan Blocker em 1972, a perda do querido Hoss foi devastadora tanto para o elenco quanto para os fãs. Os produtores reagiram rápido trazendo de volta Davis Canary e recriando seu personagem Candy e acrescentando Tim Matheson como Grif, um problemático e jovem Cowboy. Mas a perda de Blocker parece que arrancou o coração da série. Bonanza atravessou mais uma temporada eventualmente relegada às noites de 3a. feira, até ser abruptamente interrompida e cancelada pela NBC. O último episódio da série foi levado ao ar em 16 de janeiro de 1973.
Mas, o fenômeno de Bonanza foi reconhecido no momento em que a NBC cancelou o seriado, imediatamente começou a ser re-exibido em cadeia de televisões ao redor do mundo, antigos fãs continuaram a assistir aos episódios e novos fãs surgiram imediatamente, a popularidade de Bonanza continuou a crescer. O elenco continuou com carreiras de sucesso após o fim da série, Michael Landon iniciou sua carreira como escritor e diretor ainda durante o sucesso de Bonanza, tornou-se um bem sucedido produtor/diretor e escritor assim como um ator popular. Lorne Greene estrelou nas séries BattleStar Galactica e Code Red. David Canary atingiu sucesso em montagens musicais e teatrais. O próprio Pernell Roberts voltou a TV estrelando am Trapper John M.D.

A despeito do sucesso em outra áreas, o elenco ficou conhecido e continua sendo identificado pelos seus personagens em Bonanza.

Ao redor do mundo os personagens Ben, Adam, Hoss e Little Joe Cartwright permanecem com público fiel. Todos os dias em algum lugar do mundo, Bonanza continua a ser exibido e continua a atrair uma legião de novos fãs.
A ênfase de Bonanza nos valores familiares e diversão limpa fazem a polpularidade da série igual a de 40 anos atrás quando foi ao ar pela primeira vez.

Assim , da próxima vez que você ouvir os acordes iniciais do tema, vir o mapa de Nevada ardendo em chamas, ou pensar em Ponderosa toda vez que uma imagem do lago Tahoe aparecer na sua frente, imediatamente vai se lembrar de Bonanza; você, assim como milhões de pessoas pelo mundo inteiro, terá encontrado as memórias mais inesquecíveis de toda a história da televisão.
Ben Cartwright Lorne Greene - 1915 - 1987
Adam Cartwright Pernell Roberts - 1928 - (vivo)
Hoss Cartwright Dan Blocker - 1930 - 1972
"Little" Joe Cartwright Michael Landon - 1936 – 1991


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