terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cadeia civil de Maputo cai aos bocados


Maputo (Canalmoz) – A cadeia civil de Maputo continua em degradação progressiva e, por conseguinte, as condições de reclusão são precárias. Ela debate-se com uma série de problemas, e todos eles justificados como tendo origem na “falta de dinheiro”.
A ministra da Justiça, Benvinda Levi, depois de ter visitado a B.O visitou na última sexta-feira a Cadeia Central da Machava e a Cadeia Civil de Maputo. Nesta última, onde terminou o “périplo”, a desilusão da ministra foi total.

Nesta cadeia, depois de percorrer o recinto, inclusive as celas, e ouvir as queixas dos reclusos, a ministra manifestou-se preocupada, pois ali as condições reclusórias atentam contra os direitos humanos, assunto que norteou as visitas às três cadeias.
Visivelmente inquieta com o que viu in loco, Benvinda Levi assegurou que no actual estado em que se encontra a cadeia civil, talvez a melhor solução seja encerrá-la. Ela nada garantiu, mas declarou que o assunto será examinado e se o Governo concluir que deve ser encerrada, os que estão ali detidos serão “transferidos para outras cadeias”.
Aquela infra-estrutura, segundo a ministra, tem mais de cem anos, envelheceu e não beneficiou de obras de manutenção.

As queixas dos reclusos
O chefe do recinto prisional, João Luís Chilaule, aguçou a preocupação da governante ao anunciar que aquela cadeia, apesar de ser para prisão preventiva, observa critérios de reclusão num regime rigorosamente fechado. Para piorar este ambiente, os enclausurados partilham um pouco de tudo, mesmo em situações em que haja alguém cometido por uma doença contagiosa como a tuberculose.
Segundo João Chilaule, o posto de saúde local debate-se com a insuficiência de medicamentos e de pessoal médico. Só funciona nos dias úteis, por isso mesmo um recluso que fique doente no fim-de-semana não há como ter assistência. Falta uniforme, pensos de higiene e outros materiais. Dorme-se no chão.

A dieta alimentar é crítica por ser sempre a mesma, ou seja, feijão e xima. “Quase é água e sal”. O mata-bicho tem sido uma incerteza, algo agravado pela falta de refeições com açúcar, queixou-se João Chilaule.
Enquanto isso, quer na Cadeia Central de Machava quer na Cadeia Civil de Maputo, os prisioneiros voltaram a queixem-se da não observância dos prazos da prisão preventiva preconizados na lei.

À semelhança do que acontece noutras celas do país, naquelas unidades prisionais há reclusos com metade da pena cumprida, mas sem beneficiarem de soltura que julgam ser um direito. Sobre esta questão, a ministra deixou claro que as coisas não acontecem da forma como os reclusos pensam. Há aspectos que devem ser observados com a mediação dos órgãos da administração da Justiça, por isso cumprir metade da pena pode levar à soltura mas não é uma obrigação da Justiça, tal como muitos reclusos pensam, disse a ministra Benvinda Levi.

(Emildo Sambo) 2010-08-30 06:30:00
Imagem: cafemargoso.blogspot.com

domingo, 29 de agosto de 2010

Jornalistas brasileiros preocupados com Angola


MOÇÃO SOBRE A SITUAÇÃO DA IMPRENSA EM ANGOLA
Tendo tomado conhecimento dos últimos desenvolvimentos da situação da Imprensa em Angola onde, apesar das evidentes garantias constitucionais em matéria de Liberdade de Imprensa, se assiste recentemente a desenvolvimentos preocupantes, designadamente:

a) A aquisição dos principais semanários de independência editorial por parte de grupos privados caracterizados pela opacidade relativamente à sua estrutura acionista - que não é revelada - e após sucessivas ações de pressão por via de afogamento da receita publicitária de origem pública ou privada;
b) A implantação nos referidos semanários de ações de censura recorrentes, cujo episódio mais recente foi a queima de edições do semanário angolano A Capital na própria gráfica e confisco posterior arbitrário e ilegal de uma outra em vias de distribuição; c) O aumento de sinais de intolerância, parcialidade, diminuição do exercício do contraditório e do pluralismo no seio da mídia em geral;
d) As insistentes preocupações manifestadas pelos jornalistas angolanos ao nível sindical e associativo, corroboradas em alguns casos por órgãos de dignidade legal como o Conselho Nacional de Comunicação Social sobre apreensões abusivas de jornais; preocupações essas reiteradas por diversas instituições da sociedade civil, segundo as quais, esses desenvolvimentos configuram um quadro onde, além de sofisticadas iniciativas de silenciamento da Imprensa independente, por via da apropriação privada, o ressurgimento de práticas de intimidação dos jornalistas atentórias à liberdade de Imprensa e de Expressão, contrárias aos preceitos constitucionais da IIIª República de Angola, a Declaração de Windhoek (reconhecida pela Assembleia Geral da ONU, incluindo Angola); a Declaração sobre a Liberdade Expressão em África:

Os jornalistas reunidos por ocasião do 34º.Congresso Nacional dos Jornalistas brasileiros, em Porto Alegre, Brasil decidem:
1. Manifestar a sua apreensão por esses acontecimentos no domínio da mídia angolana, que traduzem claros sinais de retrocesso em matéria de liberdade de Imprensa e de expressão contrários ao estado de direito democrático assegurado pela constituição da III República de Angola, a Declaração de Windhoek, A declaração sobre a Liberdade de Expressão em África, a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
2. Apelar às autoridades angolanas urgentes ações no sentido de garantir o livre exercício profissional da atividade jornalística, no quadro do pluralismo de ideias, independência editorial e diversidade dos meios no âmbito das garantias constitucionais do Estado democrático de direito;
3. Manifestar a sua solidariedade para com os jornalistas angolanos nos seus esforços para garantir a sobrevivência da Imprensa independente e de um jornalismo profissional livre, crítico e editorialmente autônomo, como um dos pilares mais importantes capazes de garantir a efetividade da democracia em Angola;
4. Promover ações de denúncia, solidariedade e mobilização de recursos alternativos à escala internacional

In morrodamaianga.blogspot.com/

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Este ano já foram expulsos de França 8.030 ciganos



Pretoria (Canalmoz) - O ministro da imigração francês, François Fillon, anunciou que este ano já foram repatriados 8030 cidadãos oriundos da Roménia e Bulgária. Ontem deixaram França mais 283 ciganos. Fillon sublinhou o carácter “normal” da última vaga de expulsões que tem levantado grandes protestos em França.
“É claro que não me agrada, não agrada a ninguém. Mas também vos digo: há países no mundo em que os repatriados ficam em situação bem mais difícil que os romenos. Eu sei que a Roménia não é o paraíso, mas que eu saiba é uma democracia. E a França só está a fazer o que lhe compete. E está a fazê-lo bem. É mais generosa que a maioria dos países europeus”, disse ainda Eric Besson em entrevista à Europe 1.

O ministro francês também rejeitou as críticas do papa católico Bento XVI, que falou em francês para dizer que os textos litúrgicos “fazem também um convite para saber acolher as legítimas diversidades humanas”, aumentando as críticas da igreja francesa à política de expulsões de ciganos.
Dois antigos primeiros-ministros da direita francesa, Dominique de Villepin e Jean-Pierre Rafarin, vieram condenar a iniciativa da UMP (União por um Movimento Popular) no poder em França, falando inclusive de “vergonha” para o país.
Está prevista para o dia 4 de Setembro uma grande manifestação em Paris em protesto contra a vaga de expulsões de ciganos a residir em França.

(Redacção / El Pais) 2010-08-27 07:11:00

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Entre Maputo e Luanda. Assentamento e comércio informal caóticos são problemas comuns


Maputo (Canalmoz) – Maputo e Luanda, cidades capitais de Angola e Moçambique, enfrentam os mesmos problemas de ausência de planeamento territorial que gera assentamentos desordenados, aumento do comércio informal e jovens desempregados, constatam os representantes dos parlamentos angolano e moçambicano, num encontro para troca de experiências em Maputo.
Os partidos no poder em Moçambique e Angola sempre estiveram no poder depois das respectivas independências, sendo a responsabilidade do que agora acabam de concluir os parlamentares, precisamente o resultado da governação da Frelimo e do MPLA.

O presidente do Parlamento Nacional de Angola, António Paulo Kassoma, deputado pelo MPLA, manteve ontem um encontro com a governadora da cidade de Maputo, Lucília Hama, no âmbito da visita que aquele parlamentar efectua a Moçambique desde segunda-feira última, com o término previsto para amanhã.
Na “troca de experiências” sobre a gestão das cidades, os dois governantes reconheceram que os problemas acima alistados resultam do crescimento desordenado das urbes, algo que deturpa a estética das cidades.
António Kassoma, que se faz acompanhar por vários deputados angolanos, disse que a cidade de Maputo é tranquila e tem muitas coisas em comum com Luanda. Ele sugere que os governos dos dois países devem manter contactos permanentes de modo a criarem mecanismos conjuntos de minimizar os empecilhos apontados.

Tudo com vista a melhorar a estética das urbes e desenvolvê-las.
Apesar dos problemas estéticos reconhecidos, o presidente do Parlamento angolano disse que Luanda está a conhecer e a melhorar o seu ordenamento territorial. Atribui ao êxodo rural, como consequência fim da guerra, o caos em alguns locais. Diz que há estratégias em curso para regular o crescimento desordenado em Luanda, antes que se agrave. Não referiu quais.

Comércio informal
Em relação ao comércio informal nas capitais de Angola e Moçambique, a preocupação manifestada visa a existência de muitas mulheres envolvidas nessa actividade devido à pobreza. António Kassoma encara o facto dessas mesmas mulheres exercerem tal actividade, levando crianças às costas, como “prejudicial à saúde infantil”.
A solução sugerida para o cenário é a formalização desse negócio sem prejudicar qualquer que seja o praticante, mesmo para o caso em que haja renitentes em abandonar a venda informal sob diversas alegações.
Por sua vez, a governadora da província Maputo-cidade que tem os mesmos limites territoriais do Município de Maputo, apontou vários problemas, entre eles, o deficitário sistema de saneamento do meio. Ela cingiu-se a esta vertente por considerar que contribui para eclosão de doenças, “principalmente na época chuvosa”.

(António Frades) 2010-08-26 07:56:00

Preços de arroz e milho disparam nos mercados do país


Maputo (Canalmoz) – Os preços de arroz e milho têm vindo a subir nos diferentes mercados nacionais, segundo avança o Sistema de Informação sobre Mercados Agrícolas (SIMA).
O preço de arroz subiu nas cidades de Maputo e Quelimane entre 10% e 25 porcento, passando a custar 28,18 e 25,61 meticais por quilograma, respectivamente. A mesma tendência ocorreu em Chimoio e Nampula. Subiu entre 9 porcento e 20%, custa em média 6,86 meticais por quilograma..

O SIMA aponta que nos outros mercados houve estabilidade de preço desse produto. O preço mais alto continua a ser praticado na cidade de Maputo, 11,85 meticais por quilo, e o mais baixo no mercado de Cuamba, 4,57 meticais a mesma quantidade.
Não obstante, os mercados de Nacala e Pemba contrariaram a tendência de subida e de estabilidade de preços. O SIMA refere que há uma ligeira queda em 8 e 14 porcento, respectivamente, passando a custar nos dois mercados 6,86 meticais/quilograma.

Norte do país
Relativamente ao fluxo de produtos, a instituição que controla os preços dos mercados agrícolas no país destaca que na zona norte, a província de Nampula, concretamente a cidade de Nacala e distrito de Ribáuè, tem disponível milho proveniente de Montepuez, Cabo Delgado e localidade de Mesa, comprado ao preço de 5,50 meticais o quilo nos dois locais, enquanto na cidade de Pemba se vende milho trazido de Metuge, adquirido ao preço de 5,00 meticais o quilo.

Na zona centro
Na zona centro, a cidade de Quelimane tem milho proveniente de Mocuba. O preço de aquisição varia de 80,00 a 85,00 meticais a lata de 20 litros, enquanto as cidades de Manica e Chimoio têm disponível milho proveniente do distrito de Gondola e posto administrativo de Mavonde, onde o preço de aquisição foi de 25,00 meticais a lata de 5 litros e 120,00 meticais a lata de 20 litros, respectivamente. O milho comercializado na cidade de Tete é proveniente do distrito de Marávia, adquirido ao preço de 120,00 meticais a lata de 20 litros.

Zona Sul
Na zona sul, concretamente no mercado de Xiquelene, num dos bairros periféricos da cidade de Maputo, chegou milho produzido em Manica. O preço de aquisição varia entre 80,00 a 100,00 meticais a lata de 20 litros, havendo ainda disponível milho das semanas anteriores proveniente dos distritos de Mossurize, Guru e Buzi.

Outros produtos
No que toca a outros produtos, o SIMA indica que os mercados das cidades de Inhambane, Quelimane e Tete receberam na presente semana, feijão-manteiga produzido em Gúruè, com o preço desta leguminosa a variar de 15,00 a 19,00 meticais o quilo.
A província da Zambézia, o distrito de Gúruè, e a cidade de Tete, também receberam feijão-manteiga de Lichinga, segundo a fonte que estamos a citar.
O mercado de Bazuca, arredores da cidade de Maputo é outro mercado que foi abastecido de feijão-manteiga de Lichinga que custou aos comerciantes das duas cidades 19,50 meticais o quilo.
As cidades de Manica e Chimoio têm disponível para venda feijão-manteiga produzido na respectiva província, concretamente de Tambara e Penhalonga, onde foi adquirido ao preço de 150,00 meticais a lata de 5 litros em Tambara e 120,00 meticais a mesma unidade em Penhalonga, na fronteira com o Zumbabwe.
O feijão-manteiga comercializado na cidade de Nampula é proveniente de Lichinga e Alto-Molócuè. O preço de aquisição em Lichinga varia de 300,00 a 370,00 meticais a lata de 20 litros, enquanto em Alto-Molócuè foi adquirido a 400,00 meticais a mesma unidade.
No distrito de Ribáuè deu entrada nesta semana feijão-manteiga vindo do distrito de Malema, onde foi comprado a 500,00 meticais a lata de 20 litros.

(Cláudio Saúte) 2010-08-26 07:20:00

Empresários chineses pretendem investir 5 mil milhões de USD


Maputo (Canalmoz) – A delegação chinesa que se encontra em Moçambique desde a última quinta-feira a pesquisar as potenciais áreas de negócio manifestaram interesse em investir cinco mil milhões de dólares na implantação de várias empresas nos próximos cinco anos.

Segundo a agência noticiosa “macauhub”, que cita uma fonte oficial daquela delegação, os empresários chineses deverão solicitar ao Governo moçambicano a concessão de uma área de 20 quilómetros quadrados, no distrito de Magude, província de Maputo, sul de Moçambique, para instalarem qualquer coisa como 400 empresas de vários ramos, entre elas, as de produção de automóveis, empresas do sector têxtil, indústria ligeira, centros tecnológicos e de pesquisa.
Segundo a “macauhub”, a delegação discutiu ainda a possibilidade de construir uma cidadela na zona da KaTembe, local por eles visitado no passado sábado. A mesma será composta por torres de habitação e escritórios, centros comerciais, hospitais, ginásios, entre outros.

Relativamente ao Município de Maputo, os empresários têm em vista a construção de uma ponte ligando a cidade de Maputo e a zona da KaTembe, do outro lado da baía de Maputo.
Enquanto isso, a “macauhub”, baseando-se nos dados dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) locais, refere que Macau recebeu 14,39 milhões de visitantes entre Janeiro e Julho, um acréscimo de 18,7 porcento em relação ao período homólogo de 2009. A maior parte dos visitantes era proveniente da China (7,64 milhões), a que se seguiram Hong Kong (4,25 milhões), Taiwan (774 mil) e Japão com 234 mil.
O número de visitantes entrados por via marítima ascendeu a 5,92 milhões (mais 22 porcento em termos homólogos). Por via terrestre esse número foi de 7,49 milhões (mais 17,5 por cento) e por via aérea entraram em Macau 969 mil pessoas, ou mais 9,1 porcento do que no período de Janeiro a Julho de 2009.
Apenas em Julho, entraram em Macau 2,68 milhões de visitantes, a maior parte dos quais (1,14 milhões) era proveniente da China, surgindo depois os visitantes de Hong Kong (670 mil), de Taiwan (121 mil) e do Japão (32mil).

(Redacção/macauhub) 2010-08-25 07:01:00

SWAZILÂNDIA. Banco Mundial e FMI recusam dar aval a pedido de empréstimo


Salários da Função Pública, Despesa pública são factores de discórdia. Para atenuar a crise financeira governo swazi pretende emitir Títulos de Tesouro. Governo está a recorrer às reservas detidas pelo Banco Central para custear a despesa pública. Caso a situação não se inverta, o país poderia deixar de honrar compromissos internacionais.

Manzini (Canalmoz) - O FMI e o Banco Mundial recusaram-se a apoiar um pedido de financiamento de cerca de 75 milhões de dólares que o governo da Swazilândia havia apresentado ao Banco de Desenvolvimento Africano (ADB). De acordo com o ministro das finanças swázi, Majozi Sithole, o ADB exigiu que o pedido tivesse o aval do FMI e do Banco Mundial, o que veio a não acontecer.
As duas instituições de Bretton Woods não se sentem encorajadas com o programa de recuperação fiscal posto em prática pelo governo swázi para fazer face ao deficit orçamental, recentemente agravado pela decisão da África do Sul em reduzir as receitas a pagar à Swazilândia e a outros Estados membros da União Aduaneira da África Austral.

O ministro Majozi Sithole revelou que uma missão conjunta do FMI e do Banco Mundial havia visitado recentemente a Swazilândia, tendo manifestado preocupação com a política de salários da função pública. A despesa pública é outro factor de discórdia.
Entre as medidas adoptadas pelo governo swázi para atenuar a crise financeira conta-se a emissão de títulos de tesouro. Até ao momento, o Banco Central da Swazilândia já emitiu títulos de tesouro no calor de 500 milhões de emalangeni (cerca de 2,476,000,000 de meticais) (1Rand = 1 malengeni). O governo tem vindo a recorrer às reservas detidas pelo Banco Central para custear a despesa pública. Sithole advertiu que caso a situação não se inverta, o país poderia deixar de honrar compromissos assumidos junto de instituições de crédito internacionais. (Redacção / Times of Swaziland)

2010-08-23 06:49:00

África do Sul. América condena tentativa de controlo da imprensa pelo ANC


Pretoria (Canalmoz) - Os Estados Unidos juntam a sua voz condenatória aos imensos protestos internacionais pela decisão do ANC, partido no poder na África do Sul, de tentar fazer aprovar novas medidas para lidar com a imprensa, que inclui a criação de um tribunal especial para jornalistas e uma nova lei que poderá tornar ilegal a publicação e disseminação de informação que o governo decida considerar secreto, uma ofensa que pode significar até 25 anos de prisão.

A VOA conversou com André Thomashausen, professor de Lei Internacional da Universidade da África do Sul, em Pretória, o qual acha que as propostas estão relacionadas com lutas internas no ANC e o seu passado histórico, bem como as notícias que considera negativas sobre algumas das suas figuras, como o próprio presidente Jacob Zuma.

(Redacção) 2010-08-23 06:39:00

Sendo as maiorias dos mesmos partidos dos respectivos executivos


Parlamentares de Moçambique e Angola dizem que fiscalizam seus governos

Maputo (Canalmoz) – Apesar de vários relatórios internos assim como externos apontarem o parlamento moçambicano, assim como o angolano, como “atrelados” aos seus respectivos governos, e consequentemente exercerem sobre os respectivos executivos fraca fiscalização, os presidentes destes dois órgãos de Moçambique e de Angola, respectivamente, fazem análise “positiva” do desempenho dos governos de cada um dos países. Ambos dizem que tem havido “boa fiscalização” às actividades dos governos dos seus países.

Os governos de Moçambique e de Angola são ambos da Frelimo e do MPLA respectivamente e em ambos os países nos parlamentos existem maiorias qualificadas que sufocam as oposições parlamentares.
Esta quarta-feira, em Maputo, momentos após um encontro à porta fechada, Verónica Macamo, presidente da Assembleia da República de Moçambique (AR), e Paulo Kassoma, da Assembleia Nacional de Angola, disseram que os dois parlamentos estão em “bom caminho” na representação dos verdadeiros anseios dos dois povos.

No parlamento moçambicano, assim como angolano, os partidos dos dois dignitários que estiveram reunidos têm estado no poder desde a independência dos dois países. A Frelimo tem na AR 191 deputados dos 250 assentos. O MPLA tem 192 deputados, dos 220 que compõem a Assembleia Nacional de Angola.
Falando do desempenho da Assembleia da República, Verónica Macamo disse que o mesmo é positivo na medida em que o “povo está sendo bem representado”, mas chamou à atenção para a necessidade de melhoramento. “O ser humano nunca diz que atingiu o limite da satisfação. Pensamos que a nossa fiscalização é boa. O desempenho da AR deve continuar a ser incrementado para que se possa fiscalizar da melhor forma as actividades do executivo”, disse Verónica Macamo.

Por seu turno, Paulo Kassoma disse que a actividade do parlamento angolano tem estado e desenvolver-se na base daquilo que são as suas atribuições. Portanto, “é de todo muito positivo”. Acrescentou que a produção legislativa em Angola é considerada “razoável”, e neste momento o volume de trabalho tem estado a aumentar, com a aprovação da nova Constituição. “Após a aprovação da nova Constituição da Angola, há uma necessidade de adaptação de toda legislação aos termos actuais”.

Protocolos de cooperação
Ontem, os presidentes dos dois parlamentos passaram em revista o protocolo de cooperação assinado em Novembro de 2003. Da avaliação, segundo disseram, surgiu a necessidade de se adequar os instrumentos jurídicos parlamentares às realidades actuais. Assim, o programa de cooperação que passou a designar-se simplesmente de programa. São domínios do programa, o reforço da capacidade institucional dos parlamentos e seus deputados nas áreas de actividade legislativa, representativa, fiscalizadora e parlamentar. Para a prossecução dos objectivos do Programa, anunciou-se que serão realizadas acções de intercâmbio, de experiências, visitas de estudo, jornadas parlamentares, e concertação no domínio da diplomacia parlamentar.

De acordo com Paulo Kassoma, inicialmente a cooperação era direccionada para a formação de funcionários parlamentares, “por isso houve necessidade de alargar-se”.
Verónica Macamo disse pretender uma troca de experiências com o parlamento angolano no tocante às comissões especializadas, bem como no tratamento das petições dos cidadãos que entram no parlamento. “Pensamos também que no âmbito da produção legislativa, Angola tem uma larga experiência e há que aprender deles. Os gabinetes técnicos do parlamento angolano têm pessoal altamente qualificado”, elogiou.

(Matias Guente) 2010-08-26 07:58:00

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Posto de seccionamento de energia regista avaria em Maputo, na avenida de Angola


Maputo (Canalmoz) – Na manhã de ontem, 23 de Agosto, ocorreu uma avaria grave no cabo de média tensão a partir do posto de seccionamento localizado à saída da Avenida Angola. Consequentemente, durante todo o dia, ficou afectado o fornecimento de energia eléctrica ao longo das avenidas de Angola e Joaquim Chissano, bem como nas zona da Agro-Alfa, bairros da Mafalala, Aeroporto, Urbanização e seus arredores.

Equipas da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) estão no terreno a trabalharem com vista a normalizarem a situação. Até ao fim da tarde de hoje a EDM prevê que o problema terá sido resolvido.
Entretanto, a EDM lançou um apelo para que a parte das famílias que ainda ontem tenham beneficiado do restabelecimento de fornecimento de energia, não usem os seus electrodomésticos, pois podem se danificar em caso de oscilação da tensão, uma vez que as equipas ainda estão a trabalhar. (Redacção)

2010-08-24 06:42:00

Moçambique, Angola beneficiam de Zonas Económicas Especiais da China



Pretoria (Canalmoz) - O programa das Zonas Económicas Especiais (ZEE) da China em África está a “ganhar ímpeto” e vai contribuir para o desenvolvimento do continente e, nomeadamente, de países como Angola, Moçambique e Cabo Verde, defende o investigador Loro Horta, citado ontem pelo ´Macauhub`.
Num recente artigo na folha de informação “China Brief”, publicada pela Fundação Jamestown, o investigador universitário de origem timorense sublinha que o governo e empresas chinesas estão a investir em infra-estruturas nas cinco ZEE (Zâmbia, Nigéria, Etiópia, Egipto e Ilhas Maurícias) mas também na sua envolvente, nomeadamente em estradas, ferrovias e grandes barragens.

“Pequim tem estado a financiar a recuperação e construção de novas linhas de caminho-de-ferro que ligam a costa do Atlântico sul na cidade portuária angolana de Benguela e dois portos em cidades costeiras no Oceano Índico: um na Tanzânia em Dar-es-Salam e outro em Moçambique, provavelmente em Nacala ou na Beira”.
Loro Horta adianta que este projecto representa a concretização de um “sonho antigo” das potências coloniais, posteriormente adiado devido aos conflitos no continente.
“Pela primeira vez, o continente pode estar ligado de costa a costa por caminho-de-ferro, o que pode abrir o caminho a potenciais benefícios económicos”, adianta o professor timorense.
Agora basta apenas modernizar a linha ferroviária que liga a Zâmbia à Tanzânia e fazer a ligação ao já reconstruído caminho-de-ferro de Benguela.

“Quando as ZEE estiverem completas, estes projectos estarão em condições de ajudar a facilitar a integração económica da África Oriental, Médio Oriente e Ásia”, afirma Loro Horta.
A iniciativa chinesa atrai ainda outros potenciais investidores, nomeadamente da Índia ou Médio Oriente e Moçambique é um dos países que suscita mais interesse.
“Estas zonas têm o potencial de criar centenas de milhar de empregos e vão fundo no combate a uma das perenes maldições do continente: a pobreza”, adianta Loro Horta.

O autor do estudo sublinha que, na sua aposta no futuro de África, a China está a incorrer em muito mais riscos do que qualquer outra potência.
“A China está disposta a investir grandes quantias, de que África precisa desesperadamente. Se bem geridas pelos líderes africanos, os grandes planos chineses para África podem trazer benefícios significativos a todas as partes”, afirma.
Formado pela Universidade de Defesa Nacional do Exército de Libertação do Povo (China), Loro Horta viveu largos anos em Moçambique, colaborando actualmente com diversos centros de investigação em todo o mundo.

(Redacção / macauhub) 2010-08-24 06:51:00

No último fim-de-semana. Mais um polícia baleado em Maputo


Já vai em nove assassinatos por esclarecer

Maputo (Canalmoz) – Mais um agente PRM, que em vida respondia pelo nome de João Muianga, afecto ao posto do Ministério da Agricultura, na capital do país, foi morto na madrugada do último sábado quando regressava à casa, no bairro da Maxaquene, em Maputo. As informações sobre a sua morte ainda não foram claramente reveladas. Contudo, a Polícia reconhece que esse tipo de crime está a aumentar.
Em menos de dois meses nove membros da Polícia foram brutalmente baleados por malfeitores.

As autoridades policiais não forneceram quaisquer detalhes sobre os constantes baleamentos que têm vindo a diminuir o deficitário efectivo de seus agentes.
Quer na calada da noite, quer à luz do dia, na capital moçambicana, Maputo, há assassinatos dos agentes de lei e ordem como se os criminosos controlassem as artérias da cidade. A cidade está a ficar à mercê dos criminosos, como sugerem os números. Alguns policiais são mortos durante as jornadas de trabalho. Outros durante convívios. Outros ainda quando descansam. A Polícia, como sempre, diz que está a trabalhar no sentido de desvendar a rede ou redes de malfeitores que está ou estão por detrás desses crimes. Enquanto isso não acontece, mais sangue de agentes da lei e ordem continua a ser derramado. Mais luto nas famílias de agentes continua a afectar o ambiente nas hostes policiais.

Arnaldo Chefo, porta-voz do Comando da PRM da cidade de Maputo, reconheceu ontem que o número de agentes que perdem a vida baleados por redes ligadas ao crime, está a aumentar. Ele disse que num momento oportuno, a Polícia vai tornar público os respectivos malfeitores. Repetiu a mesma fórmula: a Policia está a trabalhar para o efeito, razão pela qual, “pedimos calma e tempo para trazer ao de cima os malfeitores ligados ao mundo do crime”. O tempo, no entanto, passa e não se vêem resultados.

(Conceição Vitorino) 2010-08-24 06:56:00

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

África do Sul. América condena tentativa de controlo da imprensa pelo ANC

Pretoria (Canalmoz) - Os Estados Unidos juntam a sua voz condenatória aos imensos protestos internacionais pela decisão do ANC, partido no poder na África do Sul, de tentar fazer aprovar novas medidas para lidar com a imprensa, que inclui a criação de um tribunal especial para jornalistas e uma nova lei que poderá tornar ilegal a publicação e disseminação de informação que o governo decida considerar secreto, uma ofensa que pode significar até 25 anos de prisão.

A VOA conversou com André Thomashausen, professor de Lei Internacional da Universidade da África do Sul, em Pretória, o qual acha que as propostas estão relacionadas com lutas internas no ANC e o seu passado histórico, bem como as notícias que considera negativas sobre algumas das suas figuras, como o próprio presidente Jacob Zuma.

(Redacção) 2010-08-23 06:39:00

domingo, 22 de agosto de 2010

Zimbabwe entre os países africanos que enfrentam insegurança alimentar


Pretoria (Canalmoz) - A firma de análise de risco britânica, Maplecroft, publicou o Índice de Segurança Alimentar referente a 2010 o qual aponta o Afeganistão e nove países africanos como encabeçando a classificação mundial de insegurança alimentar. O índice da Maplecroft, que é elaborado conjuntamente com o Programa Mundial da Alimentação, refere os nove países africanos em situação de “risco extremo” como sendo a República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia, Sudão, Etiópia, Angola, Libéria, Chade e Zimbabwe.

Na categoria de «risco elevado » contam-se o Bangladesh, Paquistão, Índia, Filipinas, e na de « risco médio » a China.
Os países em situação favorável incluem as economias desenvolvidas da América do Norte e da Europa Ocidental, com a Finlândia na categoria de país com maior segurança alimentar, seguida da Suécia, Dinamarca e Noruega.
O índice da Maplecroft referente ao ano de 2009, colocava Angola, Haiti, Moçambique, Burundi, República Democrática do Congo, Eritreia, Zâmbia, Iémen, Zimbabwe e Ruanda como os países em situação de risco extremo.

(Redacção / AFP) 2010-08-20 07:52:00

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Chuva. Se você sair de casa carregando um guarda-chuva diminui em até 70% as chances de chover.




A chuva é uma água molhada que cai do céu pra nos atrapalhar. Apenas algumas culturas primitivas ainda consideram a chuva uma coisa boa e acham que ela ajuda no cultivo das plantações, que permite que os animais e as pessoas não morram de sede e outras bobagens. As pessoas esclarecidas e cultas que vivem nas grandes cidades não acreditam mais nessas crendices supersticiosas. Elas sabem que toda a comida vem dos hipermercados e das redes de fast food e que a água vem da torneira e de galões de 20 litros. Portanto, já compreenderam que a chuva só serve para sujar os carros depois de serem lavados, para causar inundações e para estragar finais de semana na praia.

http://desciclo.pedia.ws/wiki/Chuva

De onde vem
Muitos se perguntam de onde vem a água da chuva que nos causa tantos transtornos - se seria algum tipo de ataque vindo de Marte, tentando nos matar afogados ou em deslizamentos de terra, ou alguma criatura gigantesca de outra dimensão mijando em nossas cabeças (ideia que foi rapidamente descartada, pois a chuva não costuma ser amarela e quentinha). A verdade é que ninguém sabe ao certo, mas já surgiram várias teorias a respeito.

Antigamente muitos acreditavam que a chuva fosse Deus chorando. Isso foi aceito por muito tempo, mas foi deixado de lado quando Deus fez seu famoso pronunciamento explicando que isso era impossível, pois ele só seria capaz de criar dilúvios com seu próprio choro se ele fosse emo.

São Pedro. Não se engane, ele não é nenhum santo.

Uma outra teoria afirma que a chuva é criada por Chuck Norris quando ele pratica seus Roundhouse Kicks submerso no fundo do Oceano Pacífico. Chuck afirma que isso não é verdade, e que da última vez que deu um Roundhouse Kick no Pacífico avisou com antecedência um sujeito chamado Noé de que talvez haveria problemas. (Muitos acreditam erroneamente que o Tsunami da Indonésia foi gerado por um Roundhouse Kick de Chuck Norris, mas isso também não é verdade).

Outra teoria afirma que toda a água que chove no mundo vem dos lugares mais inexplorados da Terra, como o Acre, a Terra-Média e a Zona Leste. Alguns respeitados pescadores, políticos, caras que cataram aquela gostosa do 5º andar e outros mentirosos em geral afirmam que nesses lugares inóspitos a chuva chove pra cima e causa alagamentos no céu, o que explica a chuva que chove pra baixo nos outros lugares.

Ainda uma última teoria, sem dúvida a mais nonsense de todas, diz que a chuva ocorre devido à evaporação da água do mar, que então sobe ao céu na forma de vapor e condensa, tornando-se as nuvens conhecidas como Cumulonimbus, e se precipita sobre a terra. É claro que ninguém com mais de 2 neurônios jamais acreditou nesses absurdos, e os cientistas que imaginaram isso foram linchados e mortos.

Com quem reclamar
Todo mundo sabe que o único responsável pela chuva é São Pedro. É só ele que causa inundações, é só ele que suja seu carro, é só ele que estraga seu final de semana, é só ele que causa desmoronamentos no metrô de São Paulo. Se você passou aquele aguardado final de semana na praia trancado em casa jogando Banco Imobiliário ou se foi sugado pela terra enquanto caminhava pela rua a culpa é só dele. Pergunte a uma grande empreiteira ou a uma grande mineradora quem é o responsável por todas as desgraças que afligem a humanidade e eles te explicarão que é São Pedro, só ele.

Além de ser um sádico maldito, São Pedro ainda costuma escolher os lugares onde vai chover e aonde não vai de acordo com suas próprias inclinações pessoais. Por exemplo, desde que São Pedro ficou brigado com São Paulo a cidade de São Paulo virou um inferno quando chove. Por outro lado, São Pedro tem grande preconceito contra o povo do Nordeste e se diverte assistindo os nordestinos morrerem de sede, o que obriga os nordestinos a virem para São Paulo, tentando inutilmente fugir da fúria implacável de São Pedro; sem conseguir, é claro.

Como evitar a chuva
Sacolaman. Sempre preparado para enfrentar a chuva.
Foi cientificamente provado, através de estudos dos princípios da Lei de Murphy, que se você sair de casa carregando um guarda-chuva diminui em até 70% as chances de chover. Agora, se você sair de casa sem um guarda-chuva as chances de chover aumentam em 712%. Por isso, a melhor forma de evitar a chuva é sair de casa carregando vários guarda-chuvas, vestindo uma capa de chuva e galochas. Tomando todas essas medidas, é quase certo que não vai chover.

Também foi cientificamente comprovado que as chancaes de chover quando se tem uma piscina em casa (Pode até ser uma Piscina de 1000 Litros).aumentam 99%. Se você fizer uma festa na beira da piscina, essas mesmas chances aumentam 690%. Se você montou a sua poscina de 1000 litros, haverá 499% de chances de chuva. Se você fizer isso num final de semana, as chances aumentarão em 945%, e caso a água caia mesmo, serão 500mm de chuva em 1 hora. Agora, se você quiser parar a chuva é só desmontar a piscina (de 1000 litros).

Outra forma de evitar a chuva é nunca lavar o carro, pois de acordo com Murphy a possibilidade de começar a chover assim que você terminar de lavar o carro é praticamente a mesma de o ônibus que você espera há 2 horas chegar exatamente depois de você ter desistido e ido a pé.
Digamos que você costume ir para o trabalho utilizando o transporte público, como trem, ou metrô. Se você decidir ir trabalhar com seu próprio carro as chances de chover e você pegar um congestionamento monstruoso aumentam em até 200%. Elas aumentam para 2500% se você lavou o carro um dia antes.
As chances de se chover nas vésperas do natal são de 3000%. Caso isso ocorra, você (e mais milhares de pessoas) não comprarão o presente de natal dos pivetes dos sobrinhos. E como já se sabe, quando chove, os ônibus ficam completamente lotados, ou seja, você terá uma viagem super confortável graças a chuva.

A possibilidade de chover no final de semana é 89% maior que nos dias úteis. Se você for para a praia as chances então aumentam em 319%. Se for final de semana, você for para a praia e decidir fazer um churrasco elas aumentam para 6272%. Se este fim de semana fizer parte de uma emenda de feriado (você está na praia fazendo churrasco) as chances aumentam para 15983%. Se for feriado como natal ou réveillon, essas chances sobem para 10^987264726%, ou seja, multiplique 10x10 por 987264726 vezes para quem fugiu da escola, se você não sabe multiplicar tire suas duvidas aqui mesmo na Desciclopédia procurando por multiplicar. Se não souber ler, pergunte ao guarda mais próximo.

Mas, fora isso, pode chover a qualquer hora quando você menos espera. Lembre-se que São Pedro é mau e que ele não gosta de você.

Como prever chuvas
A única forma realmente confiável de prever chuvas é observar o comportamento dos camelôs do centro de São Paulo. Quando uma chuva se aproxima, essas notáveis criaturas sofrem grandes mudanças em seu comportamento. Eles deixam de vender óculos de sol, CDs piratas e demais objetos e passam todos ao mesmo tempo a vender guarda-chuvas. De onde surgem os guarda-chuvas e para onde vão os óculos de sol e os CDs piratas é um mistério que a mente humana ainda não é capaz de compreender.

A chuva é um momento memorável que merece ser comemorado.
Uma coisa importante é nunca seguir as previsões meteorologicas. Se falaram que não vai chover, é porque vai chover; se falarem que vai chover é porque já está chovendo faz tempo. Você pode ajuda-los a acertar saindo sempre com guarda-chuva, um mecanismo capaz de repelir chuva como repelente repele aqueles borrachudos chatos de praia.

Tipos de Chuva
Chuva de viados (emos): É a chuva fraca que não chega a molhar ninguém. Somente pessoas mais sensíveis utilizam guarda-chuva. Também conhecida como o "chove e não molha";
Chuva intermediária: É a chuva que acontece no começo ou no fim do dia, forçando algumas pessoas a preferirem um transporte público a andar a pé. Pode acontecer ainda no meio do dia, ou a noite, ou de madrugada, ou o tempo todo, ou nunca, ou por 40 dias e 40 noites, nunca se sabe;
Chuva pesada: É a tipica chuva de fim de semana e feriados; o volume de água que cai das calhas ja é o suficiente para encher os baldes e, assim, lavar todas as roupas do mês. Também é bastante útil em lugares onde sempre falta água, como a Baixada Santista;
Chuva de Canivetes: Expressão popular fora de moda e brega. Hoje em dia não ocorrem muitas chuvas de canivetes, pois quase ninguém mais carrega esses equipamentos. O mais normal atualmente são as chuvas de MP3 Players.

Curiosidades
Só chove quando a moça do MIB2 tá triste.
A chuva é psicológica.
Se nessa casa tem goteira, pinga ni mim.
A chuva cai em pé, mas corre deitada.
Setembro chove.
Outubro também.
Dezembro nem se fala.
15 quilos de carne, dá pra 20 comer?
Descobri que estou apaixonado pela chuva e ontem até fapei olhando para as gotas caindo, sentindo o vento úmido no meu rosto, o cheiro do ozônio se formando, o barulho da chuva, o barulho dos trovões, os relâmpagos iluminando o céu...

Uma das melhores fapadas da minha vida. Sou doente? Ou sou só um chuvófilo?
O cara acima morreu,foi encontrado com canivetes na cara,pois emos morrem todos os dias,o culpado é São Pedro ou não

As sociedades secretas e a revolução (em Portugal)


Confundir o papel da Maçonaria e da Carbonária no período que levou à implantação da República é um erro comum, mas grosseiro. Eram em tudo distintas, embora lutassem as duas pelo fim da Monarquia. Quando o regime caiu, os seus destinos também foram bem diferentes.

António Ventura
Professor da Faculdade de Letras de Lisboa e director do Centro de História da Universidade de Lisboa
http://jornal.publico.pt/noticia/18-08-2010/as-sociedades-secretas--e-a-revolucao-20032903.htm

É habitual, quando se fala da proclamação da República, em 1910, relacionar o evento com a acção determinante das sociedades secretas - a Maçonaria e a Carbonária -, o que frequentemente gera confusões, equívocos e erros grosseiros. Estamos perante duas organizações distintas, a todos a níveis, desde as origens, contextos fundacionais, referências, composição social e objectivos. Enquanto a Carbonária era de facto uma organização secreta, agindo no maior sigilo, nada transparecendo para o exterior, a Maçonaria dificilmente podia ser classificada como tal, uma vez que eram conhecidos os nomes dos seus dirigentes e publicava boletins e anuários com informações sobre muitos responsáveis a nível nacional e local.

A Maçonaria surgiu no início do século XVIII em Inglaterra. Esta é a realidade histórica, não obstante as referências lendárias que lhe foram associadas. Nascida num contexto inglês, numa sociedade que sofreu dezenas de anos de guerras religiosas e políticas, era um espaço privilegiado de reflexão, um ponto de encontro e de diálogo entre homens com ideias políticas e religiosas díspares. Daí a interdição de discussões de carácter político ou religioso fracturantes. Era naturalmente elitista - bastava a obrigatoriedade de saber ler e escrever para lhe limitar drasticamente o acesso.

Em contrapartida, a Carbonária, que nasceu 100 anos depois, em Nápoles, em plena Restauração, com ramificações no Jura e na Floresta Negra, implantou-se em Itália e em França reunindo descontentes com o rumo da Europa depois do Congresso de Viena, congregando liberais, antigos militares que serviram no exército napoleónico, burgueses, intelectuais e estudantes. Era uma organização política e popular, virada para o combate político, o que a distinguia da Maçonaria, utilizando um simbolismo relacionado com a floresta e os trabalhos nela realizados, o que de novo contrastava com o simbolismo maçónico da construção e dos construtores. Os seus membros tinham a designação de Bons-Primos e organizavam-se em Barracas.

Enquanto em 1727 já se assinala actividade maçónica em Portugal, as primeiras referências à Carbonária datam do início da década de 30 do século XIX, possivelmente entre emigrados liberais refugiados em Paris. As notícias dessa Carbonária desaparecem depois da guerra civil (1834), para voltarem a surgir na década de 40, com a Antiga e Sublime Ordem da Carbonária Lusitana. Após um período de actividade entre 1842 e 1843, desapareceu para ressurgir depois da Patuleia, e sob os ecos das Revoluções de 1848. Até 1852 teve uma intensa actividade com a organização de Choças e Barracas e a eleição de uma Alta-Venda, tendo Coimbra como principal centro de irradiação. Algumas estruturas persistiram até aos finais do século, mas a Carbonária que participará na revolução republicana é outra, ou melhor, são outras, no plural.

Ritos iniciáticos
Em 1897 surge a Carbonária Portuguesa, republicana, a partir de uma organização estudantil, a Maçonaria Académica. A sua actividade é modesta nos anos subsequentes, sendo o seu órgão máximo a Alta-Venda chefiada por Luz de Almeida como grão-mestre. As iniciações faziam-se no interior de casas, em especial nos Centros Republicanos António José de Almeida e Botto Machado, e no Teatro Heliodoro Salgado. A cerimónia decorria num ambiente decorado para inspirar temor ao candidato, usando os carbonários presentes balandraus (um capote largo e comprido) ou máscaras.

Paralelamente existiu outra organização, com a designação de Bonfim, também conhecida como Liga Progresso e Liberdade. A sua sede foi descoberta pela polícia, sendo o núcleo dissolvido pelos próprios membros, todos anarquistas intervencionistas ou republicanos avançados, que fundaram outro, a que deram o título de Carbonária Lusitana, também conhecida pela designação de Carbonária dos Anarquistas. Heliodoro Salgado foi o seu grande dinamizador. Esta Carbonária estava ligada, a partir de 1899, à loja maçónica irregular Obreiros do Futuro. As iniciações eram diferentes das que ocorriam na Carbonária Portuguesa, faziam-se ao ar livre, no campo, nos arredores de Lisboa, nas estradas e nos caminhos para a Tapada de Ajuda, nas minas do Canto, no Casal do Alvito, nas furnas da serra de Monsanto e até no Cemitério dos Prazeres.

Embora a Carbonária Lusitana fosse autónoma e formada maioritariamente por elementos operários que não recusavam a luta política, a colaboração táctica com o Partido Republicano Português (PRP) teve consequências e alguns militantes acabaram por se passar para o campo republicano.

A fusão entre as duas carbonárias ocorreu nos finais de 1907 ou início do ano seguinte. Ao ser exposta a actividade dos Obreiros do Futuro após a explosão na Estrela, com prisões e fugas para o estrangeiro, muitos dos seus membros integraram-se na Carbonária Portuguesa. A absorção ocorreu sem qualquer acordo formal, sentindo os carbonários lusitanos necessidade de serem enquadrados. As iniciações de António Maria da Silva e de Machado Santos tiveram importantes reflexos no futuro da Carbonária, pelos papéis que ambos iriam desempenhar, integrando a sua direcção juntamente com Luz de Almeida. As suas responsabilidades seriam ainda maiores após a ida do grão-mestre para o exílio, de onde só regressou depois de proclamada a República.

A iniciação de António José de Almeida trouxe à Carbonária um prestigiado caudilho republicano e facilitou as suas relações com a Maçonaria, cada vez mais sensível ao ideal republicano. Luz de Almeida, com a sua figura discreta de bibliotecário, percorria o país, fazia contactos, promovia iniciações, fundava novos canteiros ou Choças. Mesmo os elementos isolados, que não se podiam integrar nas estruturas ordinárias, mantinham uma ligação na qualidade de Vedetas. A sua ida para o estrangeiro impediu que estivessem em Portugal no momento da revolução. Há notícia da existência de outras organizações de cariz carbonário, autónomas mas actuando em consonância como os grupos Coruja e Mineiros.

Da velha Carbonária Lusitana - a Carbonária dos Anarquistas - sobreviveu um pequeno núcleo em redor de José do Vale, João Borges e Bartolomeu Constantino, que participarão no 5 de Outubro, mas sob a direcção da Carbonária Portuguesa. Nos relatos sobre as jornadas de Outubro de 1910, dos antigos carbonários lusitanos restam Bartolomeu Constantino, Carlos Antunes, António Alcochetano e José de Jesus Gabriel.

Quanto à Maçonaria, apesar de se dever manter fora da acção política num sentido partidário, a verdade é que a sua progressiva republicanização era evidente, ainda antes do grão-mestrado de Magalhães Lima, o que levou a um envolvimento mais directo dos maçons na mudança de regime. Sendo a Maçonaria uma organização progressiva, isto é, que sempre pugnou pelo progresso da Humanidade a todos os níveis, para muitos maçons, em Portugal, esse progresso era incompatível com a manutenção do regime monárquico. Daí a necessidade de mudança, não por razões partidárias, mas por razões nacionais. Foi o que sucedeu de um modo mais visível a partir da reunião de 14 de Junho de 1910, realizada no Palácio Maçónico, com centenas de maçons, na qual foram dados ao grão-mestre plenos poderes para organizar uma Comissão Maçónica de Resistência, em articulação com o Directório do PRP, composta por José de Castro - grão-mestre adjunto do Grande Oriente Lusitano Unido -, Miguel Bombarda, Cândido dos Reis, Francisco Grandela, José Cordeiro Júnior, José Simões Raposo, Manuel Martins Cardoso, António Maria da Silva e pelo próprio Machado Santos. Estes dois últimos, simultaneamente dirigentes da Carbonária Portuguesa.

A reunião de 29 de Setembro de 1910, na sede do Directório do PRP, na qual se preparou a revolução, é esclarecedora quanto aos elementos e forças envolvidos, dirigentes partidários, da Carbonária, de lojas maçónicas e do Grande Oriente Lusitano Unido: Simões Raposo, Machado Santos, José Cordeiro Júnior, António Maria da Silva, José Barbosa, Inocêncio Camacho, Cândido dos Reis, Manuel Martins Cardoso, Eusébio Leão, José Relvas, e Miguel Bombarda.

Crises e cisões
O papel da Carbonária nas jornadas de Outubro de 1910 foi determinante. Note-se que o almirante Cândido dos Reis, chefe máximo do movimento, era simultaneamente carbonário e maçom, o mesmo sucedendo com Machado Santos, o "pai" da República, que assumiu a chefia dos revoltosos na Rotunda.

Sobre a actividade da Carbonária após o 5 de Outubro de 1910, as informações ainda são escassas. Teve um papel mobilizador contra as incursões monárquicas, mas as dissenções no interior do Partido Republicano Português puseram termo à organização que tanto fez pela proclamação da República. Continuaram, certamente, a existir grupos de cariz carbonário, na sua maior parte ligados ao sector "democrático" do PRP, mas a velha Carbonária deixou de existir, porque a Monarquia, razão de ser da sua fundação e labor, também já não existia. Fora uma organização de contrapoder que visava destruir um regime e os pilares que o suportavam.

Entre 1910 e 1926, a Maçonaria estará presente em todos os níveis da vida política, social, económica e cultural do país. Em Março de 1910, o Grande Oriente Lusitano Unido contava com 97 Lojas e 58 Triângulos. Em igual data de 1911, aqueles números subiram para 122 Lojas e 79 Triângulos, e os efectivos passaram de 2844 em Março de 1910 para 3192 em igual mês do ano seguinte. Essa afluência também se deveu ao oportunismo dos que buscavam atestados de republicanismo.

Durante a Primeira República, cerca de metade dos ministros e dos parlamentares foram maçons. O mesmo sucedeu com três dos Presidentes da República: Bernardino Machado, Sidónio Pais e António José de Almeida, tendo o primeiro e o último sido grão-mestres do Grande Oriente Lusitano Unido.

As lutas políticas e as rivalidades pessoais não tardaram a fazer-se sentir, afectando a unidade do Partido Republicano. Os confrontos na Constituinte acabaram por revelar uma realidade que poucos continuavam a querer ignorar: alcançada a mudança de regime, a unidade era dispensável. O velho PRP irá fragmentar-se, dando origem a várias formações partidárias, e esse fenómeno acabou por ser transmitido à Maçonaria, que conheceu a partir de 1913 convulsões internas e uma grave cisão, em 1914, que só foi solucionada em 1926, pouco antes do 28 de Maio, quando já era tarde de mais. Outras sociedades secretas existiram nessa época e aguardam um estudo mais profundo, da Legião Vermelha aos Cavaleiros da Luz.

Esta série tem o apoio da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República
Imagem: maconariaportugal.com

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Violência eleitoral no Brasil. Presidente do tribunal eleitoral escapa de assassinato


A viatura em que seguia o presidente do órgão de justiça eleitoral foi atingida por mais de trinta balas, disparadas por criminosos, mas a vítima apenas contraiu ferimentos graves. Fontes oficiais negam que se trate de um atentado com motivações políticas

Porto Alegre (Canalmoz) - A menos de 45 dias da realização das eleições presidências, legislativas e estaduais no Brasil, a violência está ameaçar inviabilizar o processo. Na manhã de ontem, quarta-feira, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Sergipe, Luiz António Mendonça, sofreu um atentado, onde a sua viatura foi atingida por cerca de 30 disparos, com ele a bordo, em Aracaju, capital do Estado. A vítima sofreu ferimentos considerados ligeiros, pela equipa médica que o atendeu. Foi atingida somente por fragmentos de bala, mas o seu motorista foi ferido gravemente.

Ainda não há muitos dados sobre o atentado, mas as autoridades oficiais, nomeadamente o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) Ricardo Lewandowski, já apareceram em publico a descartar a hipótese de que atentado tenha natureza política.
Para além de declarar “caso isolado” o atentado sofrido pelo presidente do TRE de Sergipe, o presidente do TSE disse que "não há hipótese" de interferências nas eleições marcadas para 03 de Outubro próximo.
"Todas as forças de segurança do país e do Estado estão mobilizadas para esclarecer o mais rapidamente possível os factos que envolvem esse atentado, e descobrir também, com a maior brevidade possível, os responsáveis por este acto criminoso", disse o presidente do TSE falando na capital política do Brasil, Brasília.
Entretanto, o presidente do TSE cancelou uma sessão do órgão que dirige, que decorria na capital, para viajar até Arcaju, a fim de acompanhar o caso.
Analistas políticos brasileiros consideram que as declarações do presidente do TSE são para evitar reacções violentas e ou medo durante o processo eleitoral, pois a única hipótese lógica do atentado é que os criminosos queriam ceifar a vida do Presidente do órgão eleitoral regional.

Os bandidos não roubaram o carro, mesmo depois de ter baleado os seus ocupantes. Aliás, os carros de Estado no Brasil tem uma identificação própria através da matrícula, e não tem sido alvo de roubo pelos criminosos. Mas também os cerca de 30 tiros que formam disparados contra a viatura, estragaram completamente o carro, que ficou imobilizado, e logo os meliantes se puseram em fuga com certeza de que os seus ocupantes haviam morrido!
"A Justiça Eleitoral está coesa, unida e preparada para enfrentar qualquer desafio", disse, entretanto, o presidente do TSE, manifestando a sua insegurança com o atentado contra do seu colega.
Antes de ocupar o cargo de presidente do TRE de Sergipe, Mendonça também já desempenhou cargos de secretário de Segurança Pública do Estado e de procurador da República estadual.

Por esta razão, o presidente do TSE aventa a possibilidade de que o atentado esteja relacionado com questões dos cargos anteriores de Mendonça: "Nós não estamos descartando nenhuma hipótese. Não podemos afastar a hipótese de que tenha uma motivação relacionada a uma questão pessoal, uma questão ligada mesmo à actuação profissional do desembargador.
O Estado de Sergipe, é dirigido pelo Partido dos Trabalhadores, cujo Governador é Marcelo Déda. Este, por sua vez, reagiu negando claramente a possibilidade de que o atentado esteja relacionado com questões eleitorais.
"As linhas mais rigorosas de investigação são no sentido de buscar encontrar alguma relação do episódio com vingança e criminosos que foram presos no período em que o actual desembargador era o secretário da Segurança Pública", disse o governador num encontro com o presidente Lula da Silva.

(Borges Nhamirre, em Porto Alegre) 2010-08-19 07:03:00
Imagem: gilgiardelli.wordpress.com

ANGOLA. Governo inicia pagamentos em atraso a empreiteiros


Pretoria (Canalmoz) - São 13 as empresas lusas que constam da lista de 78 a que Angola já começou a pagar. Até 12 de Agosto, o Estado angolano tinha já transferido 650 milhões de euros para regularizar os pagamentos em dívida.
Segundo o «Jornal de Negócios», no total de beneficiários desta regularização publicada dia 17 do corrente no portal do Ministério das Finanças de Angola, as construtoras portuguesas receberam até agora 313 milhões de dólares.
Angola deve cerca de 1,5 mil milhões de euros às empresas nacionais, 30% da sua dívida total. De acordo com o governo angolano, «78 empresas que realizaram empreitadas de obras de projectos de investimentos públicos já tinham começado a receber, até ao 12 de Agosto deste ano, os atrasos referentes ao período compreendido entre Outubro de 2008 e Agostos de 2009».

O rol é composto, na sua maioria por empresas angolanas, mas também por brasileiras, chinesas, norte-americanas e francesas.
Durante a visita de Cavaco Silva a Angola, o presidente José Eduardo dos Santos garantiu que as dívidas às Pequenas e Médias Empresas seriam pagas no prazo de dois meses.

(Redacção / Agencia Financeira) 2010-08-19 06:49:00

Comunicação Social. Bispos de Angola e Governo discutem fim do monopólio do regime do MPLA


Pretoria (Canalmoz) - Membros do Governo e da Igreja Católica em Angola reuniram-se para debater a expansão da Rádio Ecclesia, emissora católica angolana, a todo o país. Face a restrições impostas pelo governo do MPLA, a Rádio Ecclesia apenas pode transmitir em frequência modulada a nível da cidade de Luanda e outras cidades capitais.

O tema foi abordado num encontro entre a ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira e D. Filomeno Vieira Dias, vice-presidente da Conferência Episcopal, acompanhado por D. António Jaka, vice-presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação Social, que renovaram o interesse da emissora católica ser escutada em todo país. Na prática, o governo do MPLA, através da Rádio Nacional de Angola, detém o monopólio das transmissões radiofónicas em todo o país.

A titular da pasta da Comunicação Social remeteu qualquer decisão para depois da regulamentação da lei de imprensa, à luz da nova Constituição.
“A conversa foi amena e frutuosa, com garantias de que no final do processo os resultados serão satisfatórios”, explicou D. António Jaka, citado pelo jornal angolano “O Apostolado”. (Redacção)

2010-08-19 06:47:00

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CUBA. Regime intensifica prisões de membros da oposição


Pretoria (Canalmoz) - O regime de Havana intensifica a onda de detenções ao mesmo tempo que
procede à deportação de presos políticos para Espanha. Cinco activistas do Movimento de Jovens pela Democracia – Jordi García Fournier, Heriberto Liranza, Idalmis Núñez Reinoso, Samuel Leblan Pavón e um quinto que não foi possível identificar – foram interceptados pela polícia do regime no passado dia 11 do corrente na parte oriental do país. A polícia alegou que os jovens encontravam-se em Baracoa, província de Guantánamo, sem serem residentes dessa cidade.

No dia seguinte, vários membros da Aliança Democrática Oriental, que agrupa uma vintena de movimentos em prol da democracia, protestaram contra as prisões arbitrárias ocorridas em Baracoa. Em reacção, a polícia do regime organizou os habituais “actos de repúdio”, envolvendo desta vez crianças com a idade compreendida entre os 5 e os 8 anos. As crianças receberam ordens para apedrejar a casa de Néstor Rodríguez Lobaina, presidente da organização Jovens Cubanos pela Democracia.

Entretanto, a agência de notícias independente, APLOPRESS, informa que o preso político Julián Antonio Monet Borrero, líder do Movimiento “Seguidores de Miguel Valdez Tamayo”, encontra-se em estado de saúde grave, correndo perigo de vida. Monet Borrero, que se encontra em greve de fome, foi transferido para um hospital. No momento em que
iniciou a greve pesava de 72 kg. Neste momento pesa somente 50 kg.
(Redacção / La Razón / www.aplopress.com )

2010-08-18 06:49:00

Foragidos da BO suspeitos de assassinato de agentes da PRM



Maputo (Canalmoz) – O Comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) suspeita que os assassinatos de alguns policiais, na cidade de Maputo, estejam a ser cometidos por cadastrados que se evadiram da Brigada Operativa (BO).
O porta-voz do Comando-geral, Raul Freia, afirmou, ontem, num briefing com a imprensa, que a corporação suspeita que os baleamentos contra agentes da PRM sejam protagonizados por malfeitores que fugiram daquela cadeia de máxima segurança.

O porta-voz quando instado a fornecer detalhes sobre o baleamento de dois membros da Polícia, ocorrido a semana passada, na Avenida Guerra Popular, disse, como sempre, que “ainda estão a trabalhar de forma a apurar mais dados”.
Segundo ele, a Polícia acredita ainda que sejam os mesmos criminosos que também têm vindo a assaltar, à mão armada, residências, estabelecimentos comerciais e instituições bancárias.

Raul Freia não fala de detenções apesar de já indicar o grupo que tem vindo a atirar contra os policiais. Contudo, na segunda-feira desta semana, o porta-voz do Comando da PRM da cidade de Maputo, Arnaldo Chefo, disse que já se identificou o grupo de indivíduos que baleou mortalmente dois agentes da Polícia na semana passada. Ele também disse, sem avançar pormenores, que não há detidos porque as investigações ainda estão em curso, para não se incorrer em erros.

(Conceição Vitorino) 2010-08-18 07:03:00


Para Onde Vamos Afinal? - Maurílio Luiele


Brasil - Causou-nos viva perplexidade o recente episódio afectando o semanário ‹‹A Capital››. Meus Senhores, impedir uma publicação de sair à rua, queimando mais de 3000 exemplares apenas porque expressa uma opinião contrária ao discurso oficial é um atentado grave à liberdade de expressão e de opinião, direitos fundamentais garantidos pela Constituição da República de Angola. É censura grotesca e violenta, que nos remete para a era das trevas. É GOLPE! Não tem outra designação!

Fonte: Club-k.net

Os Riscos de Falência do Estado Democrático em Angola!
Pensar que, menos de um ano depois de inaugurada a chamada III República, assistiríamos impotentes a uma violação tão escancarada da Constituição com a manifesta complacência dos órgãos do Estado, é de deixar arrepiado qualquer angolano que, como eu, acredita que a democracia é possível em Angola e, aliás, pela sua diversidade sociocultural, não há mesmo a ela alternativa.

Não é necessária nenhuma super-formação jurídica para concluir que o episódio em epígrafe é uma violação grosseira aos direitos fundamentais garantidos pela Constituição. Não cabe sequer interpretação ou discussão. Porém, um olhar pregresso pelos acontecimentos em Angola, pelo menos desde Setembro de 2008 nos alerta para o facto deste episódio não se tratar de um caso isolado. Desde o próprio processo eleitoral 2008 ao escamotear posterior do calendário eleitoral, passando pelo atribulado processo constitucional, às proibições de manifestações e pelo cortejo quotidiano de violações de direitos fundamentais de que Tchavola, Iraque e Zango são exemplos eloquentes, fica exposta uma orquestração afinada e consciente que visa perverter o processo democrático angolano. Tais práticas passam longe do discurso oficial que advoga uma sociedade plural, e consequentemente democrática, reconciliada e economicamente desenvolvida. Como explicar então este ‹‹gap›› entre o discurso político oficial e a prática política. Quem são afinal estas pessoas que, tendo inusitado acesso aos jornais privados antes mesmo que sejam publicados, se arrogam ao direito de simplesmente queimá-los se contiverem matérias contrárias aos seus interesses? Quem são, entre nós, os pescadores de águas turvas e porque elegem este comportamento?

É aqui que a meu ver cabe espaço para profunda reflexão, visando descortinar os rumos sinuosos porque passa a nossa incipiente democracia. Sem essa reflexão e posicionamento consciente corremos o risco de ver o país descambar para um brutal totalitarismo ante a nossa cúmplice passividade, e isso, não é, absolutamente, desejável. Por isso quero aqui avançar humildes subsídios que possam ampliar esta reflexão que se faz necessária.
Rafael Marques em seu makaangola.com, iniciativa anti-corrupção, tem trazido contribuições que nos ajudam a compreender a aracnídea teia de interesses envolvendo destacadas figuras do Estado angolano. Segundo ele, a ‹‹Presidência da República de Angola tem sido usada como um cartel de negócios obscuros›› e isso aporta consequências perniciosas ‹‹para a liberdade e o desenvolvimento dos cidadãos assim como para a estabilidade política e económica do país››.


As várias denúncias levantadas por Marques não têm sido convincentemente desmentidas pelos implicados e isso explica em parte porque a célebre ‹‹tolerância zero›› só serviu para levantar poeira e turvar ainda mais as águas para os habituais pescadores se deleitarem e porque, em relação à lei da probidade administrativa, a ‹‹montanha pariu um verdadeiro rato›› que fecha as ditas declarações de bens num fortíssimo e inacessível cofre da PGR e isenta os mais altos dignitários do país desta declaração. A defesa destes interesses consolidados gera práticas políticas contrárias ao espírito democrático plasmado no discurso oficial e resulta nesta perniciosa fissura que separa contundentemente o discurso da prática. Entre estas práticas a mais costumeira e generalizada é a bajulação à figura de Eduardo dos Santos. Segundo Adam Smith, em ‹‹Teoria dos sentimentos morais›› nas cortes de príncipes onde sucesso e privilégios dependem não da estima de inteligentes e bem informados mas do favor de superiores presunçosos e arrogantes, a adulação e a falsidade prevalecem sobre o mérito e habilidades. Diz ainda Smith que em tais círculos ‹‹as habilidades em agradar são mais consideradas do que as habilidades em servir››.


Os rasgos de bajulação que nos são dados a assistir diariamente em Angola nos fazem pensar que os círculos do poder aqui se guiam desta forma perversa e a blindagem que se procura em torno de Eduardo dos Santos resulta em práticas violentas como o episódio que aqui nos serve de referência e que afectou o semanário ‹‹A Capital››. Eduardo Gianetti, em seu livro ‹‹Auto-engano›› nos ajuda a compreender porque isto pode comprometer as nossas aspirações democráticas . Segundo ele, ‹‹o auto-engano pode ser uma estratégia útil para a sobrevivência. O enganador auto-enganado, convencido sinceramente do seu próprio engano, é uma máquina de enganar mais habilidosa e competente em sua arte do que o enganador frio e calculista.›› O enganador passa a acreditar em suas próprias mentiras e, assim fica mais fácil convencer os demais. Assim, aqueles que se cercam somente de bajuladores enquanto concentram poder e conquistam as massas, acabam blindados contra todo tipo de crítica. Os conselheiros mais sábios são ultrapassados pelos bajuladores e ficam diante deles impotentes passando a conduta do ‹‹príncipe›› a ser ditada pelos perversos conselhos dos bajuladores. Estes perseguem interesses díspares e, para alcançá-los não olham a meios, só os fins interessam.


Harry Adams em seu ensaio sobre plutocracia, diz-nos que plutocracia é um sistema em que seus actores se servem dos mecanismos e instituições democráticas para alimentar simplesmente interesses particulares em detrimento do interesse comum. A diferença com a cleptocracia é que esta simplesmente não se esconde sob o guarda-chuva da democracia.


A cleptocracia simplesmente detona o sistema democrático porque não se resguarda nele. De toda a forma, as consequências sociais, políticas e económicas de ambos os sistemas são as mesmas: desigualdades sociais gritantes, crises económicas, atentados à liberdade de expressão, passam a ser imagens inamovíveis da paisagem social e política. No caso de Angola há fortes indícios que apontam para o estabelecimento de uma forma plutocrática de governo que explica, de resto, a dissonância entre o discurso político oficial de cunho essencialmente democrático e as práticas contrárias a ele que resultam da defesa de interesses particulares consolidados. O MPLA é hoje refém desta malha fina de interesses que foi tecida em torno de José Eduardo dos Santos e, não admira, portanto, que figuras como Marcolino Moco se confrontam com estrondosas dificuldades de se reverem e reconhecerem neste partido que tem responsabilidades históricas no processo angolano. Por seu lado, o Presidente da República que inquestionável e indiscutivelmente teve um papel decisivo no alcance da paz há oito anos e foi apontado por muitos como a figura da estabilidade, envolto nesta teia aracnídea, se transformou hoje no principal obstáculo ao desenvolvimento do processo democrático em Angola.


Adams aponta como exemplo de plutocracia o governo de George W Bush, que, entre outros aspectos, se aproveitou da guerra no Iraque e da sua reconstrução para favorecer interesses de grupos económicos que lhe eram próximos, inclusive de grupos onde eram patentes interesses de Dick Cheney, então seu vice-presidente. As consequências das práticas plutocráticas de Bush são conhecidas: uma crise económica de dimensões planetárias e que todos, de alguma forma, experimentamos na pele. Contudo, o sistema democrático americano secular, dotado de mecanismos consolidados de exercício democrático, funcionou, ele próprio, como antídoto e tratou de extirpar radicalmente este cancro, gerando uma onda de mudança que numa única sentada varreu do seu caminho John MacCain e Hilary Clinton e conduziu Barack Obama, expressão cristalina da mudança, ao poder. No nosso caso, a plutocracia está actuando sobre uma democracia incipiente, minando à nascença os seus fundamentos, havendo, por consequência, riscos sérios dela se consolidar e converter o Estado democrático num estado autoritário, opaco e brutal que empurrará inexoravelmente mais angolanos para a miséria. Só a alternância protagonizada por forças verdadeiramente democráticas e engajadas poderá livrar Angola desta fatalidade.

Assim, é importante desde já uma tomada de consciência sobre os riscos reais de perversão do Estado democrático em Angola. Como cidadãos, dispomos ainda do poderoso instrumento que é o voto para impedirmos que isso aconteça. Mas, não admira que as forças retrógradas, que giram em torno dos interesses acima referidos, joguem a cartada de viciar a partida o processo eleitoral quer por vias jurídicas ou operacionais ou mesmo por via do torpedear do calendário eleitoral, como, aliás, já ocorreu em 2008 (afinal deveríamos votar para as presidenciais em 2009!). A própria constituição actual está cheia de “cascas de banana” estrategicamente colocadas para impedir a alternância. Mas, se for gerada uma verdadeira tsunami favorável à mudança, não haverá força capaz de impedir. As forças democráticas angolanas têm assim a responsabilidade de mobilizar amplamente os cidadãos para a mudança, gerando uma onda imparável de mudança que permitirá protagonizar a alternância em 2012. Se este movimento não se erguer, receio, sinceramente que a sobrevivência do Estado democrático em Angola ficará comprometida