quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Moçambique, Angola beneficiam de Zonas Económicas Especiais da China



Pretoria (Canalmoz) - O programa das Zonas Económicas Especiais (ZEE) da China em África está a “ganhar ímpeto” e vai contribuir para o desenvolvimento do continente e, nomeadamente, de países como Angola, Moçambique e Cabo Verde, defende o investigador Loro Horta, citado ontem pelo ´Macauhub`.
Num recente artigo na folha de informação “China Brief”, publicada pela Fundação Jamestown, o investigador universitário de origem timorense sublinha que o governo e empresas chinesas estão a investir em infra-estruturas nas cinco ZEE (Zâmbia, Nigéria, Etiópia, Egipto e Ilhas Maurícias) mas também na sua envolvente, nomeadamente em estradas, ferrovias e grandes barragens.

“Pequim tem estado a financiar a recuperação e construção de novas linhas de caminho-de-ferro que ligam a costa do Atlântico sul na cidade portuária angolana de Benguela e dois portos em cidades costeiras no Oceano Índico: um na Tanzânia em Dar-es-Salam e outro em Moçambique, provavelmente em Nacala ou na Beira”.
Loro Horta adianta que este projecto representa a concretização de um “sonho antigo” das potências coloniais, posteriormente adiado devido aos conflitos no continente.
“Pela primeira vez, o continente pode estar ligado de costa a costa por caminho-de-ferro, o que pode abrir o caminho a potenciais benefícios económicos”, adianta o professor timorense.
Agora basta apenas modernizar a linha ferroviária que liga a Zâmbia à Tanzânia e fazer a ligação ao já reconstruído caminho-de-ferro de Benguela.

“Quando as ZEE estiverem completas, estes projectos estarão em condições de ajudar a facilitar a integração económica da África Oriental, Médio Oriente e Ásia”, afirma Loro Horta.
A iniciativa chinesa atrai ainda outros potenciais investidores, nomeadamente da Índia ou Médio Oriente e Moçambique é um dos países que suscita mais interesse.
“Estas zonas têm o potencial de criar centenas de milhar de empregos e vão fundo no combate a uma das perenes maldições do continente: a pobreza”, adianta Loro Horta.

O autor do estudo sublinha que, na sua aposta no futuro de África, a China está a incorrer em muito mais riscos do que qualquer outra potência.
“A China está disposta a investir grandes quantias, de que África precisa desesperadamente. Se bem geridas pelos líderes africanos, os grandes planos chineses para África podem trazer benefícios significativos a todas as partes”, afirma.
Formado pela Universidade de Defesa Nacional do Exército de Libertação do Povo (China), Loro Horta viveu largos anos em Moçambique, colaborando actualmente com diversos centros de investigação em todo o mundo.

(Redacção / macauhub) 2010-08-24 06:51:00

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