Lisboa - Carolina Cerqueria, a presidente da 9ª Comissão da Assembléia Nacional, é a figura a quem o partido no poder confiou para gerir a comunicação social nas vestes de Ministra. É dois anos mais velha que o seu antecessor Manuel Rabelais de quem tem algumas particularidades em comum. Ambos nasceram na província do Kwanza Sul. É também jornalista de profissão e licenciou-se em direito com a diferença de o seu presente “status” acadêmico ser de mestranda.
Fonte: Club-k.net
É casada com um medico cardiologista José Nelumba e por via do mesmo ficou ligada a um “clã” tradicional de malanje, “os Nelumbas” que no passado congresso do MPLA viu três membros a ascenderem o Comitê Central do MPLA ( Eduardo, José e Antonia Nelumba ). Um cunhado seu, Agostinho Nelumba foi confirmado, esta semana, Vice Ministro da defesa. Tem um irmão , José Cerqueira foi mentor do SEF, programa econômico do MPLA na década de 80. Uma irmã, mais nova esta casada com o General Wuambo Chindondo.
A nova Ministra teve passagem na redação central da Radio Nacional de Angola, lia os noticiários e acompanhava as visitas presidências. Na verdade nunca fez parte da administração governamental mas há conhecimento de posições suas sobre liderança. Em Dezembro de 2007, chegou afirmar, num seminário em Lisboa que a “A boa liderança é como uma boa administração. Os bons líderes são os que escutam, têm um sentido de humanismo e fazem todos os esforços para reforçar as relações entre os dirigentes e os dirigidos”. Se as suas palavras continuam validas, nos dias que se sequem, é sinal de que mais que uma ministra a comunicação social passa a contar com uma líder.
A sua carreira marcada com saltos no partido de que é militante desde 1976 notabilizando se nas estruturas da OMA. Colaborou no Departamento de Informação desta organização de mulheres até se tornar Secretaria nacional para os assuntos políticos. Um dos cargos de direcção que deu lhe mais visibilidade foi o de Directora do Gabinete do Comité Central para a Cidadania e a Sociedade Civil. No congresso passado entrou no Bureau Político do MPLA integrando a comissão central e disciplina e controlo do Comitê Central .
Foi também figura chave do “task force” da campanha eleitoral as eleições de 2008 que a capotou como deputada a Assembléia Nacional. Em tempos anteriores já era conhecida por dar o rosto “causa solidaria”, que é uma instituição afecta ao seu partido mas que na pratica actuava como “balão de ensaio” no período em que a marcação das eleições era uma incógnita.
A confiança que lhe é depositada estende-se ao campo externo do partido. É uma das vice presidente para a África Austral da organização da organização Pan Africana das Mulheres. Foi ela quem, o MPLA indigitou para apresentar a posição da direcção do seu partido num fórum promovido pelo partido comunista português, em finais de 2007, destinado a debate desafios do desenvolvimento, do progresso social e da soberania do continente.
Em Setembro do ano passado tornaram lhe a dar a mesma missão mas desta vez para chefiar uma delegação de juristas angolanos, no 20º Congresso da Federação Internacional de Mulheres de Carreiras Jurídicas (FIMCJ), em paris. Três meses antes foi observadora, na Bélgica, das eleições legislativas européias em representação do Parlamento, a convite da União Europeia e da União Africana.
Quando no ano passado, Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, foi recebida, pelo presidente da Assembléia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, a nova Ministra fez parte do grupo de três deputado do MPLA que participou no encontro, as presidentes das comissões de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidade Angolana no Estrangeiro, Ângela Bragança, e dos Direitos Humanos, Reclamações e Petições dos Cidadãos até então liderada por Carolina Cerqueira.
Um dos desafios que se aguarda da nova Ministra esta relacionado ao desfecho que dara ao caso TPA que tem na lista de espera como concorrente a sua liderança, uma Tchizé dos Santos. Ao se verificar a mesma pretensão em nomear poderá dar-se a certeza de dizeres em privado de Manuel Rabelais segundo a qual a decisão de por a filha de JES obedece a uma orientação superior.
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