Cientistas de todo o mundo repercutiram,
nesta quinta-feira, o deslocamento do iceberg gigante de uma geleira na
Groenlândia. Verão no Hemisfério Norte, esta é a estação do ano que mostra, com
mais clareza, os níveis de aquecimento global. As calotas polares do Ártico
derretem a um ritmo até agora nunca verificado na história humana e um consenso
começa a se formar na comunidade científica: é apenas uma questão de tempo até
todo o gelo da região derreter.
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Segundo o projeto Catlin Arctic Survey,
liderado pelo explorador polar Pen Hadow, que analisou o comportamento do gelo
ártico por três meses, falta apenas uma década para o Pólo Norte se tornar um
grande oceano aberto. Mas segundo os cientistas da NASA, a previsão é ainda
mais desanimadora: o gelo das calotas pode derreter totalmente no verão deste
ano. Um cenário que se imaginava improvável há alguns anos, mas que cada vez se
torna mais real, à medida que os impactos do desenvolvimento insustentável da
humanidade vão acabando com a pouca reserva de gelo ainda existente.
– O oceano Ártico desempenha uma posição
central no sistema climático da Terra – alerta Martin Sommerkorn, da World
Wilde Foundation (WWF).
Um recado para quem ainda não percebeu que o
planeta inteiro está conectado, e o que acontece numa região exerce influência
direta sobre as outras. E complementa:
– Esse processo poderá causar inundações que afetarão um quarto da população mundial, aumentar de forma substancial as emissões de gases-estufa (que costumam ser aprisionados pelo gelo) e provocar mudanças climáticas extremas.
– Esse processo poderá causar inundações que afetarão um quarto da população mundial, aumentar de forma substancial as emissões de gases-estufa (que costumam ser aprisionados pelo gelo) e provocar mudanças climáticas extremas.
Gás metano
O degelo das calotas polares toma
proporções mais do que alarmantes. Uma das principais preocupações dos
ambientalistas é o gás metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de
carbono. Cientistas chegaram a conclusão de que as geleiras servem como um
super depósito do gás, e conforme elas vão desaparecendo, mais acelerado se
torna o processo de aquecimento global. A liberação de metano é tão grande que
o gás mal se mistura com a água, e, depois de formar bolhas na superfície, é
liberado quase que instantaneamente pra atmosfera. Estudos realizados na região
indicam que a temperatura está subindo, e já acumula um acréscimo de 4 graus
Celsius nos últimos anos.
Outra preocupação dos ambientalistas é o
derretimento das geleiras da Antártica. Uma alteração nas calotas polares, de
forma irreversível, elevaria os níveis dos oceanos mais rápido do que o
previsto. O derretimento das geleiras da Antártica e da Groenlândia juntas
tende a desestabilização outras massas glaciares de grande importância,
acelerando um processo generalizado de desintegração. Peter Clark,
glaciologista da Universidade de Oregon, dá uma idéia do que vai acontecer,
caso a velocidade do aquecimento global permaneça nos atuais níveis. Segundo o
especialista, o degelo pode fazer o nível dos oceanos subir muito mais e
mais rapidamente do que mostram as projeções anteriores. Degelo que é atribuído
principalmente ao efeito estufa, fenômeno que causa o aquecimento excessivo da
Terra. Efeito estufa que, por sua vez, se origina do acúmulo excessivo de gás
carbônico (CO2) e gás metano (CH4) na atmosfera e impedem que o calor provocado
pelo Sol deixe a atmosfera do planeta.
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