segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Caso Jorge Valério: polícia não tuge, nem muge


Luanda – Passados mais de duas semanas após o bárbaro assassinato do jovem Jorge Valério Coelho da Cruz, vulgarmente conhecido por “Jay Jay ou Tucho”, os familiares da vítima temem que os órgãos de justiça “possam vir atirar o caso para o mar de esquecimento” como tem, habitualmente, acontecido em vários outros casos do género. A título de exemplo, encontra-se o caso do deputado Nfulupinga N’Lando Victor, do PDP-ANA, assassinado há mais de oito anos e os seus "assassinos" nunca foram responsabilizados.  

Fonte: Club-k.net
Seriedade dos órgãos judiciais deixa a desejar
Roger Danilo Cruz, irmão do malogrado, endereçou nesta terça-feira, 16, em Luanda, uma mensagem aos meios de comunicação social, dentre eles o Club-K, a fim de solicitar “um refrescamento” à memória dos órgãos judiciais – nomeadamente a polícia nacional, ministério Público e da Procuradoria-Geral da República – no sentido de prosseguirem com os seus trabalhos de investigação para que “os culpados” possam responder de acordo com as leis vigente no país.

Na referida mensagem, Roger Cruz apelava aos amigos “de Jorge Valério” para voltarem a fazer pressão “pois a polícia nacional pouco tem feito para a resolução do caso”. De acordo com o remetente “a polícia pretende deixar que a poeira baixe, a fim de soltar os supostos autores do crime”. 

A nossa fonte salientou que “a família (do Tucho) sente-se indignada com tanta falta de notícias sobre o caso”. Questionando “vamos deixar que estes marginais não sejam culpados pelo crime que cometeram? Vamos deixar que estes passem impune e outros mais venham fazer barbaridades e não sejam punidos?”. 

Importa realçar que na semana em que aconteceu o crime, a polícia nacional prometeu divulgar detalhadamente sobre o andamento do processo. Neste momento encontram-se detidos cerca de quatro jovens (com idades compreendidas entre 16 a 18 anos) suspeitos de terem executado o crime. 

Na altura, o responsável máximo da Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC) de Luanda, António Pedro Amaro Neto garantiu que após a conclusão das investigações seriam apresentados (como tem sido habitual) publicamente os praticantes do crime. A verdade é que até ao momento a polícia nem tuge, nem muge. E o silêncio destes começa a arruinar a esperança dos familiares da vítima que agora põem em causa a seriedade do sistema judicial angolano.   

Dados oficiais da polícia apontam que o malogrado (que tinha apenas 20 anos de idade) fora sequestrado por um grupo de jovens, levado adjacente do estádio nacional “11 de Novembro”, onde terá sido torturado, morto e posteriormente queimado de forma brutal.

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