segunda-feira, 9 de março de 2009

Os mistérios de Alcatrazes, a capital perdida


«Dezembro 2004 – Cabo Verde

Em 1462 Antonio da Noli desembarcou em Ribeira Grande, levando consigo parentes, amigos, portugueses, genoveses, aristocrátas e a agricultores para dar início à população da ilha de Santiago. O mesmo ocorreu com Diogo Alfonso que estabeleu sua sede em Alcatrazes, na parte leste da ilha.

Antonio e Diogo foram nomeados donatários das duas Capitanias da ilha para desenvolver a agricultura e a pecuária. A história de Cabo Verde já iniciara dois anos antes, quando duas caravelas, comandadas por Antonio da Noli, genovês (quando então fazia parte da República de Genova) patrocinado pela coroa portuguesa e Diogo (um outro Diogo) Gomes, chegaram às ilhas. Quem as avistou e desembarcou primeiro é uma história controversa, mas nós que gostamos mais das lendas do que das histórias, damos preferência à seguinte:

"desembarcaram na baía de Ribeira Grande e ancoraram. Tratava-se de estabelecer quais dos dois capitães desceria primeiro em terra. Tiraram a sorte e Diogo Gomes, foi agraciado a tomar posse daquela terra em nome da Coroa Portuguesa."

No caminho de volta as caravelas tiveram outra sorte e foram diversamente favorecidas pelos ventos. Antonio da Noli foi primeiro a chegar em Portugal que, declarando ter encontrado as ilhas, tornou-se o descobridor oficial. O consueto e esperto genovês/italiano? Parece mesmo que sim.

Após dois anos, Antonio da Noli e Diogo Alfonso se estabeleceram nas ilhas, fundando as respectivas capitais. De Ribeira Grande muito se sabe, se não tudo, mas quase (uma boa síntese é encontrada na página da web http://www.cvfaidate.com/ribeira.htm). Entretanto de Alcatrazes, quase nada. Não somos historiadores mas, por curiosidade, as únicas notícias que conseguimos obter nos leva a saber que em 1513, devido a insalubridade do local iniciou-se gradualmente ao abandono de Alcatrazes e seus habitantes transferiram-se, na grande maioria, para Ribeira Grande.

1462-1513: 50 anos de vida! Não são muitos, mas nem tampouco pouquíssimos. Será possível que daquela experiência não restou nada? Será possível que sobre a localização de Alcatrazes não se vai além de um genérico " nas proximidades de Praia Baixo"? Após alguns insucessos finalmente conseguimos, em Praia Baixo, encontrar uma senhora que tinha a lembrança de que seu pai chamava uma baía próxima de "Baía de Alcatrazes". Pedimos que nos indicasse e hoje, quase certamente, temos condições de fornecer aos futuros turistas ou estudiosos, indicações para alcançá-la.

Chegando em Praia Baixo, virem à esquerda em direção do Praiabaixo Aparthotel e, antes da construção hoteleira (onde a estrada acaba na praia), pegue a travessa à esquerda. Passarão diante de casas enfileiradas e, dois quilômetros depois, estarão em a Castelo Grande. Não há nenhum castelo (quem sabe de onde se origina o nome!) mas, deixando o carro, poderão ver una pequena colina à sua frente (o Pico) e, bem no alto, em direção às montanhas, aquela que parece uma construção fortificada e no entanto é uma formação natural (denominada "duas orelhas").

Em seguida, a pé, seguirão à beira do rio e, chegando ao mar, subirão até a planície à esquerda. De lá terão um panorama incrível.Este é o lugar onde, provavelmente, surgiu Alcatrazes. Uma língua de terra erguida entre duas ribeiras, formando lateralmente duas arribadas protegidas pelo vento.

A Cooperação Espanhola está fazendo um bom trabalho para a recuperação de Ribeira Grande (hoje Cidade Velha). Temos certeza que não vale a pena escavar também aquele promontório à procura de Alcatrazes?»

http://www.ponto.altervista.org/Lugares/Capoverden/2005newspt.html
Foto: http://www.guiadecaboverde.cv/index.aspx?menuid=7&lang=P

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