Transformando o sonho em vida…
Mário Castrim, o poeta
21/03/2009 por Cheira-me a Revolução!
Professor, jornalista, escritor, dramaturgo, crítico literário, Manuel Nunes da Fonseca, mais conhecido por Mário Castrim, nasceu em Ílhavo em 1920 e morreu em Outubro de 2002.
Intelectual multifacetado, ficou mais conhecido como crítico de televisão, onde devido aos níveis de exigência e qualidade em que colocava a fasquia ganhou fama de intolerante. Foi no “Diário de Lisboa” desde 1965, e mais tarde no “Tal e Qual” que Castrim embirrava com a fraca prestação da televisão. Ele, que foi membro do júri para o Prémio Europeu de Televisão.
Está representado em inúmeros compêndios escolares e, em 1963 criou o “Diário de Lisboa – juvenil”, que considerou a sua obra mais importante. Deve-se dizer que neste suplemento se formaram grandes nomes de intelectuais, escritores ou jornalistas.
Militante comunista, escreveu também no jornal Avante!, onde revela um outro lado que ele próprio minimizava: o de grande poeta. Segundo Correia da Fonseca, que compilou e publicou, em 1998, alguns poemas de Castrim e a que deu o nome de “Poemas do Avante!: “O Mário não sabe nunca onde param os seus textos, sejam eles crónicas ou poemas, contos ou escritos de qualquer outra espécie. Sei de cor versos seus que, quando os cito e lhe pergunto quem os escreveu, responde candidamente que não faz ideia. Em tempos, os meus filhos decoraram-lhe versos de que não se lembra de ter sido o autor”.
Duas características têm a pouca poesia que conheço de Mário Castrim: a estonteante actualidade e a enorme sensibilidade.
Hoje, Dia Mundial da Poesia, deixo aqui dois poemas de Mário Castrim. O primeiro, uma “Saudação à Primavera”, outro, uma homenagem à condição de militante comunista do saudoso poeta.
Saudação à Primavera
Na hora certa.
Disse que chegaria.
Declarou dia e hora.
Tão longe que ela mora
que diabo, até
se lhe perdoaria
que, perdendo a maré,
chegasse no outro dia.
De tudo se abrigou
na sorte ingrata
e à hora exacta
“aqui estou!”
disse da alta esfera.
Bem-vinda Primavera!
Ser comunista, hoje
Esperança:
é a maneira
como o futuro fala
ao nosso ouvido.
Depois
há que saber
organizá-lo.
Então
Os comunistas entram em acção.
http://revolucionaria.wordpress.com/2009/03/21/mario-castrim-o-poeta/
Mário Castrim, o poeta
21/03/2009 por Cheira-me a Revolução!
Professor, jornalista, escritor, dramaturgo, crítico literário, Manuel Nunes da Fonseca, mais conhecido por Mário Castrim, nasceu em Ílhavo em 1920 e morreu em Outubro de 2002.
Intelectual multifacetado, ficou mais conhecido como crítico de televisão, onde devido aos níveis de exigência e qualidade em que colocava a fasquia ganhou fama de intolerante. Foi no “Diário de Lisboa” desde 1965, e mais tarde no “Tal e Qual” que Castrim embirrava com a fraca prestação da televisão. Ele, que foi membro do júri para o Prémio Europeu de Televisão.
Está representado em inúmeros compêndios escolares e, em 1963 criou o “Diário de Lisboa – juvenil”, que considerou a sua obra mais importante. Deve-se dizer que neste suplemento se formaram grandes nomes de intelectuais, escritores ou jornalistas.
Militante comunista, escreveu também no jornal Avante!, onde revela um outro lado que ele próprio minimizava: o de grande poeta. Segundo Correia da Fonseca, que compilou e publicou, em 1998, alguns poemas de Castrim e a que deu o nome de “Poemas do Avante!: “O Mário não sabe nunca onde param os seus textos, sejam eles crónicas ou poemas, contos ou escritos de qualquer outra espécie. Sei de cor versos seus que, quando os cito e lhe pergunto quem os escreveu, responde candidamente que não faz ideia. Em tempos, os meus filhos decoraram-lhe versos de que não se lembra de ter sido o autor”.
Duas características têm a pouca poesia que conheço de Mário Castrim: a estonteante actualidade e a enorme sensibilidade.
Hoje, Dia Mundial da Poesia, deixo aqui dois poemas de Mário Castrim. O primeiro, uma “Saudação à Primavera”, outro, uma homenagem à condição de militante comunista do saudoso poeta.
Saudação à Primavera
Na hora certa.
Disse que chegaria.
Declarou dia e hora.
Tão longe que ela mora
que diabo, até
se lhe perdoaria
que, perdendo a maré,
chegasse no outro dia.
De tudo se abrigou
na sorte ingrata
e à hora exacta
“aqui estou!”
disse da alta esfera.
Bem-vinda Primavera!
Ser comunista, hoje
Esperança:
é a maneira
como o futuro fala
ao nosso ouvido.
Depois
há que saber
organizá-lo.
Então
Os comunistas entram em acção.
http://revolucionaria.wordpress.com/2009/03/21/mario-castrim-o-poeta/
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