Marcos Guerra tinha recebido ameaças de morte devido ao
conteúdo dos seus artigos.
O jornalista Marcos de Barros Leopoldo Guerra, que usava um
blogue na Internet para denunciar casos de corrupção em Ubatuba, pequena cidade
do estado de São Paulo, no Brasil, foi assassinado na terça-feira, informou
hoje a polícia.
http://www.publico.pt
Marcos Leopoldo Guerra, jornalista e
advogado de 51 anos, foi baleado à noite na cozinha da sua residência num
bairro daquela pequena cidade do litoral, por desconhecidos que se deslocavam
de motorizada e não roubaram nada à vítima, segundo a Polícia Militar do estado
de São Paulo.
A polícia investiga a possibilidade de o crime ter sido motivado
por alguns dos artigos escritos pelo jornalista no seu blogue "Ubatuba
Cobra", nos quais questionava as autoridades por alegados desvios de
recursos públicos.
De acordo com o comunicado da polícia brasileira, o pai da
vítima relatou que se encontrava numa das divisões da casa de Marcos Leopoldo
Guerra, e que ouviu uma motorizada a acelerar em frente à vivenda antes de
serem disparados quatro tiros na cozinha.
Guerra, que tinha recebido ameaças de morte devido ao conteúdo
dos seus artigos, morreu de imediato após receber os disparos no rosto, nas
costas e no abdómen.
Segundo testemunhas, os agressores foram dois homens que
dispararam de fora da casa, através da janela da cozinha, depois de terem
observado a vítima.
Fausto Cardoso, comissário da Polícia Civil de Ubatuba, disse
que Guerra era um jornalista muito conhecido na cidade.
"Um das hipóteses que estamos a investigar é que o crime
tenha sido motivado pelas publicações que fazia no blogue há vários anos e que
continham denúncias", disse, acrescentando que apesar de receber ameaças,
conhecidas da própria família, o jornalista nunca fez queixa à polícia.
De acordo com estatísticas divulgadas recentemente em Genebra,
pela organização Press Emblem Campaign — que apela aos governos para proteger
os jornalistas e punir quem os ataca —, o Brasil teve quatro profissionais
assassinados este ano, e é o 10.º país do mundo mais perigoso para quem
trabalha nos media.
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