Lisboa – Está a criar desconforto, na cúpula
do regime angolano, a circulação de uma suposta lista contendo nomes de vários
membros do Bureau Político do MPLA que terão beneficiado de créditos sem
garantias concedidos pelo ex-Banco Espírito Santos de Angola (BESA), agora
Banco Economico (BE).
Fonte: Club-k.net
Banco diz que perdeu os rastos dos
devedores
A circulação da suposta lista é encarada
como uma “acção maléfica” destinada a expor, ou prejudicar, respeitadas figuras
do partido no poder que eram até então reconhecidas pela sua integridade, ou
dissociadas, de praticas menos correctas que caracterizam o MPLA.
Há suspeitas de que o vazamento da lista
terá partido de fugas de figuras comprometidas com Álvaro Madaleno
Sobrinho, o ex-CEO do BESA, a quem uma corrente do circulo presidencial (próxima
ao general Leopoldino do Nascimento) defende o seu desmantelamento
consubstanciado no confisco de alguma parte do seu património em
Angola.
De entre os citados da suposta lista,
constam o nome do antigo secretário-geral do MPLA, João Manuel Gonçalves
Lourenço, actualmente é ministro de Defesa, como tendo beneficiado de um
crédito de 30 milhões de dólares norte-americanos. O secretário do Bureau
Político do MPLA para a Política Económica e Social, Manuel Nunes Júnior, é
referenciado como tendo beneficiado de um crédito de 20 milhões de
dólares.
Roberto de Almeida, o vice-presidente do
partido e notabilizado pelo distanciamento das praticas “incorrectas” da ala de
JES, é citado como tendo beneficiado de um crédito de 30 milhões de dólares.
Uma parte (10 milhões) terá aplicado na construção de um edifício.
Sobre o mesmo insinua-se que no
momento da cobrança terá se recusado a abraçar modalidades de devolução sob
alegação de que julgou que o crédito fosse uma “oferta”.
Ao todo, o BESA emprestou 5,7 mil
milhões de dólares a conhecidas figuras do regime angolano, incluindo vários
membros do Bureau Político do MPLA que alega ter perdido rastos. Há
suspeitas de que 745 milhões foram parar às mãos de Álvaro Sobrinho,
presidente daquele banco até 2012.
Em meios informais, insinua-se que uma
“joint” ligada a empresária Marta dos Santos, irmã do Presidente da República,
em parceria com um construtor português José Guilherme, terão recebido cerca de
800 milhões de dólares de crédito, que aplicaram na construção de um conjunto
de edifícios na rua onde se situa a Universidade Óscar Ribas, no Talatona, em
Luanda.
Para evitar com que o banco fosse a
falência, o Presidente José Eduardo dos Santos concedeu, em nome do Estado
angolano, uma garantia soberana de 5 mil milhões ao BESA, destinada a cobrir
créditos concedidos e que estão contabilizados nos activos da instituição
financeira. O BESA tem como acionistas, os generais Manuel Vieira Dias
“Kopelipa” e Leopoldino do Nascimento, através das suas participadas.
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