Pretória (Canalmoz) - Depois de dois meses de exames e pesquisas forenses, um relatório médico divulgado terça-feira confirma que Salvador Allende suicidou-se na tarde de 11 de Setembro de 1973. Militares golpistas haviam sitiado o Palácio da Moeda tendo Allende resistido durante cinco horas de bombardeamentos e ao avanço das tropas a mando do General Augusto Pinochet.
O relatório foi elaborado por uma equipa multidisciplinar, integrada por nove peritos chilenos e estrangeiros que começaram a trabalhar no caso em Maio, depois do corpo de Allende ter sido exumado por ordem do juiz Mario Carroza.
A senadora socialista Isabel Allende, filha do ex-presidente que governou o Chile entre 1970 e 1973, salientou que o relatório confirma a tese desde sempre defendida pela família. Falando à imprensa quando saía do Instituto de Medicina Legal, a senadora disse que “no dia 11 de Setembro de 1973, o Presidente Allende, perante as circunstâncias extremas que viveu, tomou a decisão de pôr termo à vida em vez de ser humilhado e viver qualquer outra situação”.
O médico espanhol Francisco Etcheverría, que desde Maio trabalhou junto de forenses, peritos de balística e outros especialistas, disse que a equipa “está em condições de assegurar que se trata de uma morte violenta de explicação médico-legal suicida”. Etcheverría acrescentou que os exames efectuados ao corpo não haviam demonstrado ter recebido o impacto de oito balas, como sustentam algumas versões. “Não encontrámos nenhuma prova dessa versão, pelo que não a partilhamos. Havia apenas um ferimento”, disse.
Colaboradores próximos do antigo presidente chileno relataram que depois de ter ordenado o fim da resistência, Salvador Allende retirou-se para uma sala, tendo ai disparado a espingarda automática, AK-47, que lhe havia sido oferecida por Fidel Castro. (Redacção / ABC Internacional)
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