sexta-feira, 30 de abril de 2010

As Razões Da Queda De Quina Da Silva - Revelações


Destaques

Sexta, 30 Abril 2010 12:05
Luanda - Entrou muito jovem para os serviços de inteligência, em Benguela sua terra natal, cabendo-lhe, na altura, o ingresso na área de migração e fronteiras. Galgou a pulso nesta carreira até ser “entronizada” chefe da referida direcção. Era tida como peixe na água e fez dele o seu filão.

*Eugénio Mateus Fonte: O Pais CLUB-K.NET

Teve propostas para vice-ministra da Família e Promoção da Mulher, mas declinou-as todas.


Queria ser no SME a cereja no topo do bolo, mas o acaso reservou-lhe uma ingrata surpresa. Um ocaso nas barras do tribunal e uma condenação de quatro anos por gestão ruinosa.

A antiga directora do Serviço de Migração e Estrangeiro, Maria Joaquina da Silva, pode estar a amaldiçoar-se a si própria por ter abandonado o curso que fazia em Israel, no ano de 2006, para vir a Luanda verificar a quantas andava a situação da concessão de vistos e emissão de cartões de residência para estrangeiros residentes em Angola.

Com o “Caso Miala” em processo de levedação na altura, o abandono dos estudos em Israel por parte de “Quina” da Silva deu azo a várias interpretações e suspeições acerca da oportunidade desta decisão. O PAÍS não pôde apurar se isto terá ocorrido por decisão superior ou resultado de uma decisão pessoal.

Uma fonte do SME disse a O PAÍS que ela própria reconhece, em desabafos junto de pessoas próximas, ter sido este o maior erro alguma vez cometido ao longo da sua carreira profissional.

Acrescentou a fonte que ela tinha plena consciência da gravidade da situação, mas alegadamente terá pretendido ter o controlo de uma área sensível que sempre esteve sob sua gestão directa.

Ao deparar-se-lhe o quadro que levou a direcção do SME às barras da justiça, “Quina” teria tentado investigar de motu próprio as irregularidades encontradas mas sem muitos avanços.

A fonte disse que Maria Joaquina da Silva terá rejeitado, por mais de uma vez, propostas que a guindariam a vice-ministra da Família e Promoção da Mulher, preferindo continuar na carreira nos SME, a qual estava bem encaminhada, até que se deu o caso cujo desfecho ficou conhecido esta quintafeira.

“Quina” da Silva habilitava-se a ostentar um grau militar da classe do comissariato na Polícia, caso chegasse ao fim da formação, tornando-se assim na terceira mulher a ostentar a patente policial de sub-comissário a igual que Betty Rank Frank e a comandante da Polícia Fiscal.

Algumas acusações que lhe foram imputadas, no entender da fonte de O PAÍS, não são propriamente desvios de gestão, mas sim uma prática sancionada pela superintendência dos serviços acabando ela por abarcar por inteiro e sozinha o ónus da acusação.

A fonte defende que estruturalmente os serviços de migração apresentam algumas lacunas e que tudo que foi feito na sua gestão era permitido, adiantando que muitos ministros do Interior, por exemplo, podiam fechar o ciclo governativo sem nunca porem o pé no SME.

Vítima do expediente de relações públicas
Mas ela também terá sido vítima do expediente de relações públicas junto dos corredores do poder. Por exemplo, asseverou a fonte, “Quina” da Silva não era bem referenciada nos meios do MPLA, partido no poder, perdendo para o seu adjunto Rui Neto de quem se tinha muito boas referências nos corredores da sede do “partido”.

Em contrapartida, “Quina” era benquista no próprio ministério onde tinha em Osvaldo Serra Van-Dúnem um verdadeiro protector, situação que se altera com a morte daquele.

Externamente falando, foram recorrentes as investidas do actual ministro do Interior, Roberto Leal Monteiro “Ngongo” através dos meios de imprensa em relação à demora verificada no julgamento deste caso, funcionando as suas palavras como meio de pressão sobre o Tribunal para onde já tinha sido encaminhado o processo, para que o caso fosse julgado o mais célere possível.

Portanto, “Quina” da Silva é daquelas pessoas que pode considerarse, seguramente, uma das órfãs de Osvaldo Serra Van-Dúnem de quem recebeu sempre apoio e protecção ao contrário do seu adjunto Rui Neto.

A fonte que vimos fazendo referência disse mesmo que após a descoberta dos desvios na gestão do Serviço de Migração e Estrangeiros, Rui Neto teria sido preso por ordens do falecido ministro do Interior resistindo a toda pressão exercida contra si para assumir a situação encontrada no SME até encontrar o que Galileu Galilei pretendia para levantar o mundo, o seu ponto de apoio.

Aconselhado pelos seus no seio do partido no poder, Rui Neto defendeu-se com as armas de que dispunha, sendo encarado como uma peça crucial no julgamento, acabando por ser condenado na pena maior entre todos os arguidos.

“Quina” da Silva foi mesmo expulsa do quadro de pessoal do Ministério do Interior na sequência do inquérito mandado instaurar internamente, acabando por ser até aqui a primeira funcionária sénior do anterior Governo a sofrer uma condenação por crime de peculato, num reino onde avultam casos muitos conhecidos e cognominados como o famoso “Caso Triliões”, nunca julgado até hoje e os seus supostos mentores a desfilarem pelos corredores do MININT.

SME com nova sede nacional no km 30
A nova sede dos serviços centrais do SME nos arredores do Hospital Josina Machel poderão servir para a delegação provincial que está precariamente instalada no Bairro Operário justamente em frente ao Gabinete de Aproveitamento do Médio Kuanza (GAMEK).

A instalação da direcção provincial do SME na área referida mereceu a reprovação de “Quina” da Silva, segundo a fonte deste jornal. A insistência em mantê-la nas actuais instalações terá levado a antiga directora do SME a pôr em causa o funcionamento cabal daquela estrutura, o que se foi verificando na prática, segundo a fonte de O PAÍS, pois não desempenhava o papel que lhe estava reservado.

Questionada sobre a premência do funcionamento de uma delegação provincial, a fonte disse que ela teria as mesmas atribuições que sempre tiveram as delegações do SME nas várias províncias do país, libertando a direcção central das enchentes de utentes dos seus serviços como se tem verificado actualmente.

A escolha do Quilómetro 30 às portas de Bom Jesus, onde está a ser erguido o moderno Aeroporto Internacional de Luanda, não foi inocente.

Perfil de “Quina” da Silva
Afastados os males de Quina da Silva, a fonte deste jornal admitiu que ela tinha o perfil requerido para a chefia de um tal serviço.

O general Dinho Martins é visto como bastante humano, muito bom, para a direcção do SME que requer pulso, para enfrentar abordagens de corrupção entre outras que fazem incorrer em desvios.

Dirigente do partido no poder quer imediata revisão constitucional



Luanda - Figura do MPLA reclama a imediata «primeira revisão» da Constituição promulgada no passado 5 de Fevereiro corrente. Sem observar os tradicionais cem dias de tolerância, Bernardo Januário, antigo deputado do partido no poder, sustentou a sua tese sábado último.

Fonte: Apostolado CLUB-K.NET

Dirigente do partido no poder quer imediata revisão constitucional

Fê-lo num extenso artigo por si subscrito e publicado na edição do semanário “A Capital”, sob o título «O meu postfácio à Constituição Zeduborsfeijó.»
«Senhor Presidente da República, senhores deputados, tenham a coragem de reconhecerem que já precisamos da primeira lei de revisão da constituição da 3ª República, para que possam estar radiantes com a constituição, que decidiram oferecer ao povo generoso de Angola. Pelo menos no que à eleição presidencial nos tange», escreveu o antigo eleito.
Aprovou o texto basicamente, mas acha que as suas lacunas e insuficiências «têm de ser eliminadas com urgência», pois, argumenta, «não deixemos o debate morrer, pois queremos um Presidente que represente pelo menos metade da nação.»

Trauma de 1992
Considera como a pior lacuna desta constituição o risco de haver um presidente com menos de 50% de votos. E atribuiu o vício ao que ocorreu em 1992, quando a primeiro turno das eleições obrigava os maiores rivais, José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi, à segunda volta.
«Fiquei a pensar como bancada do MPLA deixou passar a fraude. Pois ficar presidente da República com menos de 50 % de eleitores é uma fraude com rescaldo constitucional e ela resultava do profundo trauma que os concorrentes de 1992 tiveram com os resultados eleitorais. Um partiu para uma guerra sangrenta e estúpida que terminou com a sua própria morte. Outro partiu para o sonho de um exercício de poder dentro dos marcos constitucionais, mas sem eleições», referiu Bernardo Januário.

Por outro lado, indignou-se da crise da política de quadros patenteada, a seu ver, pelas recentes nomeações depois da aprovação da nova lei-mãe.
Confirmaram, quanto a si, a «inexequibilidade de muitas promessas e declarações do próprio presidente do MPLA e da República». Deram, completou, «a confirmação de que está muito mal a política de quadros, especialmente na renovação de quadros, confirmando-se que só teremos uma possível maior rotação de quadros, se mudarmos de presidente.»

Composição da bancada
Criticou a presente composição da bancada parlamentar do MPLA, ora mais repleta dos funcionários do que os activistas apegados aos ideias no mandato anterior.
«Hoje mais de 50 deputados são dirigentes. Todos os primeiros secretários provinciais, incluindo os da OMA e da Jota são-no igualmente. Todos os directores e muitos chefes de divisão da sede nacional… Os activistas desapareceram», comentou, também, Bernardo Januário. Mero desabafo isolado ou reflexo de uma ampla desilusão? As reacções responderam seguramente melhor à curiosidade.

terça-feira, 27 de abril de 2010

UNITA, lagosta e mandioca


Jonas Savimbi morreu no dia 21 de Fevereiro de 2002, de morte violenta (em combate e às mãos de alguns dos seus antigos generais). No mesmo dia começou a morrer a UNITA. De morte lenta, é certo, mas igualmente (tanto quanto parece) de forma irreversível.


Talvez pouco adiante, como já fizeram o favor de me recordar alguns amigos da UNITA, continuar a dizer nesta altura que a vitória seguinte começou com a derrota anterior. Isso faria sentido se o Mais Velho ainda andasse por cá.

Apesar de todas as enorme aldrabices do MPLA, as eleições legislativas acabaram por derrotar em todas as frentes não só a estratégia mas a sua execução, elaboradas pelos “generais” da UNITA.

Como já em tempos aqui disse, creio que se Jonas Savimbi fosse vivo muitos desses “generais” da equipa da Isaías Samakuva não passariam de “cabos”. Mas quem sabe são eles.

Esperando, embora tendo cada vez menos essa certeza, que a Direcção da UNITA, esta ou qualquer outra, prefira ser salva pela crítica do que assassinada pelo elogio, volto a dizer o que penso com a legitimidade inerente ao facto de ser angolano, mau grado não ser negro.

Desde logo, lembrando que muitos dos “generais” escolhidos para o anterior combate eleitoral levantaram os braços e içaram um pano branco quando se ouviu o primeiro “tiro”.

A hecatombe eleitoral, a passada e as futuras, mostrou que a UNITA não estava mesmo preparada para ser governo e queria apenas assegurar alguns tachos e continuar a ser o primeiro dos últimos.

O sacrificado povo angolano, mesmo sabendo que foi o MPLA que o pôs de barriga vazia, não viu na UNITA a alternativa válida que durante décadas lhe foi prometida, entre muitos outros, por Jonas Savimbi, António Dembo, Paulo Lukamba Gato, Alcides Sakala e Samuel Chiwale.

O que dizem os que passaram da mandioca
para a lagosta dos restaurantes de Luanda?

Terá sido para ver a UNITA com pouco mais de 10% que Jonas Savimbi lutou e morreu? Não. Não foi. E é pena que os seus ensinamentos, tal como os seus erros, de nada tenham servido aos que, sem saberem como, herdaram o partido e a ribalta da elite angolana.

É pena que os que sempre tiveram a barriga cheia nada saibam, nem queiram saber, dos que militaram na fome, mas que se alimentaram com o orgulho de ter ao peito o Galo Negro.

Se calhar também é pena que todos aqueles que viram na mandioca um manjar dos deuses estejam, como parece, rendidos à lagosta dos lugares de elite de Luanda.

Por último, se calhar também é de lamentar que figuras sem passado, com discutível presente, queiram ter um futuro à custa da desonra dos seus antepassados que deram tudo o que tinham, incluindo a vida, para dignificar os Angolanos.

É que, ao contrário do Mais Velho, na UNITA há muitos que preferem ser escravos com lagosta na mesa do que livres embora procurando mandioca nas lavras.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tchizé deu à luz um bonitinho


Tchizé Deu A Luz A Um Filho-Varão


Bastidores

Sábado, 24 Abril 2010 23:37
Lisboa – Tchizé dos Santos, “amiga” deste portal, esta de parabéns. Deu a luz a um filho varão aumentando assim o agregado da geração vindoura que ira um dia democratizar Angola. O filho do casal, Tchizé e do engenheiro Hugo Pego, vai juntar-se a pequena Josephine, a primeira filha, de três anos.

Fonte: CLUB-K.NET

Como toda mãe, a mesma é descrita pelos seus próximos como estando muito feliz depois de ter enfrentado uma gravidez de risco que a motivou a seguir para o estrangeiro onde foi remetida a “repouso absoluto”. É por esta motivação que a mesma abdicou-se da sua função de deputada e da sua atarefa de assessora da comissão executiva da TPA.

Diz-se que ainda este ano a mesma ira retomar o seu lugar na Assembléia Nacional. Como parlamentar, ficou conhecida por ter sido a primeira deputada a repudiar a proposta de legalização da poligamia defendida por Quintino de Moreira, da Nova Democracia.

sábado, 24 de abril de 2010

Roubo na Universidade Óscar Ribas em Luanda


Cada vez mais difícil formar-se em Angola, carecemos de universidade competentes e com pessoas sérias que queiram mesmo ver pessoas bem formadas, muito pelo contrário, tornou-se um negócio para enriquecer alguns peixes graúdos

Fonte: email

Meus amigos, encontro-me muito indignado com o que se passa nas nossas universidades, me refiro principalmente nas universidades Privadas...
Na sua maior parte são todas elas desorganizadas, sem pessoas competentes para fazerem o trabalho e no final da história ainda roubam os estudantes!!

Estou aqui para fala propriamente da UOR = Universidade Óscar Ribas é uma universidade muito bem localizada, encontra-se situada no talatona a zona nobre da cidade de luanda, mais o que acontece no seu interior é algo muito lamentável.
Ao Invês de terem a intenção de formar o homem,têm aquilo como uma autêntica fábrica de fazer dinheiro, porque não se admite uma faculdade não receber bourderex segunda via emitida pelo Banco o que vem me deixando ainda mais triste são os despachos que o reitor ou sei lá quem que vai emitindo!! a quando do início do novo ano lectivo foi feita a actualização do câmbio do pagamento de propínas que é no valor de $280 o câmbio do dia praticado pela mesma instituição é de 100 AKZ, isso quer dizer que eles aplicam o câmbio praticado pelo mercado informal e não instiuido por ondem pelo BNA( Banco Nacional de Angola)que é de 92 AKZ. Só para salientar que antes era pago 23.525 AKZ que era o valor de $280!!!

Primeiro Caso:
Se o aluno fez alguma prova e não tem a propina actualizada, o que acontece é que mesmo depois de o mesmo ter pago a mensalidade a nota não é lançada porque tinha a mensalidade em atraso e terá que repetir uma nova prova... senão tem mesmo zero na pauta"

Segundo Caso:
A Escola tem Guardas, aquilo até parece uma creche em que quem não tem cartão não pode passar o portão, os tais guardas são selvagens, são autênticos indisciplinados...

Terceiro Caso:
A Faculdade não emite Declarações com notas, se emitem nunca ví, porque eles temem que o aluno abandone a universidade, e se abandonar o mesmo terá que começar de novo no primeiro ano noutra faculdade

Casos Lamentável:
Os Alunos que por imperativo das suas ocupaões não fizeram a entrega dos bourderex até dezembro são obrigados copiosamente a pagarem a diferença, quer dizer que se em dezembro pagaste 23.525 e não entregaste a tesouraria da msma universidade o bourderex és obrigado a ir ao banco e pagar mais 4.475 AKZ e tem que dirigir uma carta ao reitor para ver se ele autoriza o pagamento.

... Lamentável
Se no presente ano lectivo tu fores ao banco e pagares a propina mesmo que seja antes do dia 10 que é o dia limite para não pagar a propina com multa e até ao dia 10 não fizerem entrega a tesouraria o bourdereux és obrigado mais uma vez a pagar com multa, quer dizer que n importa se pagaste com muita antecedência o importante é entregar o comprovativo até ao dia 10, senão já é pago com muilta, eu acho isso um autêntico roubo!!!
Agora eu me pergunto aonde iremos nos queixar mesmo a ver os nossos direitos a serem violados de uma forma criminosa e sem temor a ninguém!! Recordo-me o antigo Ministro da Educação o Sr Burity da Silva dizer que iriam uniformizar os preços das universidades.

Aonde neste momento encontra-se a secretaria do estado para o ensino superior que não põe o pé, que olha de forma pacífica o sofrimento dos alunos e nada faz... será que é por pertencer ao grupo Pitabel aonde tem os irmãos graudos?
... apesar de ser-mos necessitados, apesar que nos precisamos formar, mais merecemos algum respeito e merecemos mais justiça, porque eles querem enriquecer a custa de pacatos cidadãos que lutam para sobreviver... é só de lamentar tal facto.
Peço ajuda das pessoas de direito, da sociedade civíl que façam alguma coisa para que esse roubo que a Universidade Óscar Ribas tem aplicado aos alunos pare!!! Já temos sofrido de várias maneiras, não é agora que estamos a tentar nos formar que vão continuar a nos meter impedimentos..
Nós não pedimos muito, só pedimos o mínimo para que possamos nos formar bem, mais mesmo assim ainda nos dificultam o ensino, aonde essa bela terra Angola irá parar, só pensam em enriquecer os seus bolsos... é triste

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Caso BNA: Descoberto Dinheiro Em Catete


Destaques

Sexta, 23 Abril 2010 16:31
Luanda - Os investigadores do “Caso BNA” continuam a trabalhar na descoberta de novos integrantes da rede de funcionários e demais pessoas implicadas no desfalque do banco central angolano.

Fonte: O País CLUB-K.NET

Fontes policiais disseram a este semanário que as diligências investigativas chegaram até a um funcionário bancário do sector de tecnologias de informação do BNA como uma das pessoas que contribuiu para que o dinheiro desaparecesse do banco sem deixar qualquer rasto.


Segundo a fonte, o referido funcionário, já sob custódia das autoridades, teve como missão desorientar a posição das câmaras de vigilância de modo que não focassem as actividades nos sectores sensíveis do banco.

Contudo, adianta a mesma fonte, terá cometido um erro fatal ao se ter esquecido de mudar o posicionamento de uma destas câmaras que o filmou enquanto surripiava os cofres do Banco Nacional de Angola.

A fonte não precisou os montantes encontrados na sua posse, mas adiantou que tinha o dinheiro enterrado em sua casa algures no bairro Neves Bendinha.

Um segundo volume de elevada quantia monetária em Kwanzas e em dólares foi desenterrado em Catete, na província do Bengo onde o havia enterrado.
Primeiro grupo de detidos aspiravam responder em liberdade

Entretanto, O PAÍS também apurou que foi vetada a possibilidade de serem mandados em liberdade sete implicados neste caso, mas, e segundo a fonte, esta pretensão foi posta de parte depois que os investigadores efectuaram uma acareação entre todos os detidos.

Entre os beneficiários desta liberdade estaria, conforme avançou a fonte, o oficial superior da Polícia Nacional e outros seis implicados neste processo e que foram detidos na primeira onda de prisões assim que foram conhecidos os meandros da trama contra o Banco Nacional de Angola. Presume-se que os detidos teriam querido se ver livres do sistema de encarceramento mais apertado da Cadeia da Comarca de Luanda para onde foram transferidos alguns dos implicados neste processo.

Antes de serem encaminhados para ali, os detidos no âmbito do “Caso BNA” estavam encarcerados nas instalações da Procuradoria e do supremo Tribunal Militar.

Neste momento, o processo continua em aberto e a Procuradoria Geral da República fez publicar esta quarta-feira nas páginas do único diário do país, o Jornal de Angola, um mandado de captura contra o também funcionário do Banco Nacional de Angola, Manuel Gomes Teca.

Versa o mandado de captura que Teca é acusado de crime de peculato e a sua ligação a este caso pode ser aferida com o facto do departamento da PGR que o pretende preso ser o mesmo a que está incumbida a responsabilidade de investigar e instruir o processo, o departamento de investigação e acção penal da Procuradoria Geral da República.

Uma fonte do Banco Nacional de Angola admitiu que as detenções possam continuar porquanto até hoje continuam a ser convocados funcionários implicados para responderem na Direcção Nacional de Investigação Criminal, de onde já não saem caso se confirme a sua participação na fraude, evitando deste modo a exposição perante os outros colegas.

Na área de recontagem, o sector sensível do banco, onde muitos funcionários abusaram da confiança que lhes havia sido depositada, várias pessoas continuam a ser requisitadas para serem investigadas.

Informações dos últimos dias do mês de Março dão conta da prisão de um funcionário com quem foram encontrados 230 sacos cheios de dinheiro em notas de dois mil Kwanzas das que estariam destinadas para o processo de queima.

O PAÍS tentou, sem sucesso, ouvir a Procuradoria Geral da República para conferir o montante recuperado até ao momento com mais esta diligência, mas não foi bem sucedido.
Por altura do primeiro pronunciamento público do Procurador Geral da República, João Maria de Sousa, dizia-se que pouco mais de 90 por cento do dinheiro desviado já estavam de volta aos cofres do Banco Nacional de Angola, havendo 15 milhões de dólares depositados em bancos no estrangeiro, mas que já tinham sido accionados mecanismos de cooperação com a Interpol para reaver os valores.

Os rostos do processo

Mesmo depois do procurador João Maria de Sousa ter garantido em entrevista à rádio pública a 3 do passado mês de Fevereiro, a divulgação dos nomes dos implicados no processo, continua por se saber oficialmente quem é quem.

Apesar de o processo investigativo continuar pela magnitude da fraude e a extensa rede de envolvidos, parece haver já informação bastante que permita inclusivé formular uma acusação formal e tornar público os seus nomes.

Esta mudez em relação ao assunto tem dado azo a comentários sobre as reais possibilidades deste processo chegar até ao fim, insinuando o envolvimento de pessoas sobre as quais seria escusado divulgar o seu engajamento.


A este respeito, os nomes e as fotos divulgadas são encontradas nas páginas do único diário do país, onde são mencionadas as profissões e local de trabalho, além da aposição do nome do procurador que está a conduzir o processo de investigação.

Foram conhecidos por esta via os nomes de Francisco mangumbal, Sérgio Joaquim José Manuel Raul António, Eduardo Francisco e Francisco de Carvalho. Manuel Gomes Tomás foi o último a ser procurado através de uma mandado de captura assinado a 8 do corrente mês pelo adjunto do procurador Domingos Baxe.

Nos últimos tempos notou-se a estratificação e decantação dos envolvidos em três níveis convencionados como sendo os do peixe miúdo e graúdo, respectivamente numa alusão clara à condição social dos implicados.

Além dos trabalhadores bancários de nível básico alguns, também foram detidos também são dados como envolvidos, empresários, oficiais superiores da Polícia entre outras franjas da sociedade angolana.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Engenheiro Alemão Assassinado Em Mbanza Congo


Destaques

Quinta, 22 Abril 2010 14:48
Lisboa – O Comando Geral da Policia em Angola tomou nota que no inicio desta semana, foi encontrado esfaqueado e completamente a sangrar o corpo de um engenheiro alemão Uwe Timerman, assassinado na seqüência de um suposto assalto ao complexo residencial onde morava na cidade de Mbanza Congo, capital da província no Zaire.

Fonte: CLUB-K.NET

Morte de estrangeiro embaraça policia angolana
O malogrado, conforme o parecer da pericia que acompanha o caso, aparenta ter entre 48 a 50 anos de idade e funcionava como engenheiro civil de uma campânia alemã, Gauff onde respondia pelos projectos de estradas para a província do Zaire. O mesmo encontrava-se em Angola a cerca de um ano meio devendo os seus restos mortais serem ainda esta semana transladados para Luanda para depois seguir para Alemanha.

O assunto esta embaraçar as autoridades policias angolanas que denotam inapta em apresentar prestar esclarecimento a missão diplomática alemã em Luanda. Na Alemanha o assunto passou já a ser mencionado por alguma imprensa.

José Patrocínio, Líder Da OMUNGA. Esteve em vias de perder a vida pelas mãos das forças policias do regime do MPLA.



Lisboa - É oriundo de uma família originaria de Portugal que imigrou para o litoral de Angola a época colônial e que se fixou na cidade portuaria do Lobito, onde o mesmo nascerá, um dia após o natal de 1962. Foi registrado como José António Martins Patrocínio mas no circulo intimo é tratado por Zé-Tó.

Fonte: CLUB-K.NET

Foi actor de um trabalho inédito em Angola
A quando a invasão de forças sul africanas no sul de Angola, a sua família desmarcou-se do Lobito, via terrestre ate chegar Luanda. A época, o seu pai foi buscar um irmão seu que fazia anos a 13 de Novembro daquele ano e que estava na frente do Balombo ao lado das FAPLA. Foram informados que a UNITA vinha do Huambo com carros blindados para tomar Lobito. No dia em que fugiram, José Patrocínio fez parte de um grupo de miúdos que, ajudou a encher sacos de areia para fazer protecção das ruas. O seu pai teria dinamitado a ponte da catumbela para protecção da cidade até serem alertados por Artur “Pepetela” e pelo Comandante Monty que teriam mesmo de abandonar aquela cidade. A fuga deu-se de madrugada.

Após o retorno, da normalidade administrativa da província, José Patrocínio , regressou ao Lobito e em 1978 seguiu para o Huambo para dar seguimento aos estudos. O ano da revisão do sistema de ensino em Angola (surgimento do PUNIV) apanha-lhe ai. Na altura eram obrigados a ter três opções para os pretendidos cursos e o mesmo escolherá arquitectura, oceanografia e como última opção agronomia. Na realidade a faculdade do Huambo não oferecia curso de arquitectura, e a segunda opção (oceanografia) apenas existia, o curso médio que era no Namibe. Não teve outra ilusão e embarcou para o curso de agricultura. Tinha apenas 16 anos.
No Huambo, viveu em varias casas até chegar ao lar/internato. Foi aí que (por relações da família) frequentou a casa de um então oficial das FAPLA, Armando da Cruz Neto. Esteve também na casa do "Sapo" da IV região militar.

Enquanto estudante universitário começou a trabalhar dando aulas no Liceu Cte Dangereux do Huambo. Trabalhou também no Centro de documentação do instituto de investigação agronômica (IIA) na Chianga. Esteve também na TPA-Huambo a colaborar como realizador e locutor. Não recebia salário. Fazia parte do seu contrato, uma troca de favores. Ao invés de lhe darem salário, a TPA-Huambo fazia ligação de energia para um lar que ficava perto dos estúdios (havia problemas de energia na província e a TPA sobrevia com ajuda de um gerador).

Chegou a paralizar os estudos por três anos tendo retomado após a morte do seu irmão. No regresso a Universidade criou o primeiro boletim da Universidade Agostinho Neto, com ajuda de um outro colega de curso, Carlos Figueiredo. Voltou a leccionar mas desta vez dando aulas de ecologia aos alunos do 12.º ano, do Médio agrário Ho chi Min. Deixou o Huambo em 1987.

De regresso a Benguela, após a conclusão da Licenciatura em agronomia foi admitido no Gabinete de desenvolvimento do vale do Cavaco – Benguela onde trabalhou durante dois anos. O director era um antigo colega da faculdade, Isaac Francisco dos Anjos. Desentendeu-se com o mesmo e acabou por se demitir registrando assim a sua desvinculação, nas estruturas do Estado, para mais tarde aderir ao associativismo cívico.

Nas vestes de activista cívico, José Patrocínio revelou-se em 1998, no grande impulsionador para criação de um projecto de nome “União” cuja expressão na língua Umbundo é OMUNGA. O projecto terá nascido do antecedente da ONG Okutiuka. Fazia parte da mesma uma activista, Sonia Ferreira que é hoje a coordenadora do Okutiuka – Huambo.
Em finais da década de 90, ao tempo do conflito armado estabeleceu os primeiros contactos (clandestinos) com as áreas da UNITA para a ajuda humanitária. O objectivo seria convencer a missão da ONU (UNAVEM) a criar corredores humanitários para abastacer a populção do Caimbambo e Chongoroi que estavam sob ocupação das forças de Jonas Savimbi. ele reunia com os sobas "do outro lado" à noite ou seja Percorria de bicicleta por longos Km durante a madrugada para ter reuniões com os sobas e ver como as estradas estavam a ser arranjadas. O objectivo era terem todos os argumentos para que o PAM não pudesse negar ajuda aos populares daquela área.

Ainda através da OMUNGA, José Patrocínio virou as baterias em torno dos interesses de jovens moradores de rua no Lobito. Esteve em vias de perder a vida pelas mãos das forças policias do regime do MPLA. Em Janeiro de 2006, um policia em Benguela deu um tiro na cabeça de um jovem de rua, Antoninho Tchsiwugo que acabaria por morrer. O autor dos disparos se manteve impune e o coordenador da OMUNGA moveu influencia trazendo advogados de Luanda para que o caso do policia assassino não ficasse em nada. No seguimento da sua acção, recebeu ameaças para mais tarde ser interceptado por três elementos, trajavados de branco que invadiram, de madrugada, a varanda da sua casa, onde seria brutalmente espancado. As autoridades angolanas alegaram que tratou-se de um acto de delinqüência embora não tenha sido furtado.

No seu trabalho pelos direitos dos sem tecto, criou o Centro de Informação e Documentação (CID) da OMUNGA, que serve de instrumento para dar formação de informática e de jornalismo aos moradores de rua. Faz parte do CID, um corpo designado jovens da brigada de jornalistas (JBJ) que através de reportagens fazem registro de ocorrências na provincia. A época das eleições, fiscalizaram as mesmas tendo ele despachado um grupo de reporteres ao Municipios da Baia farta e Bocoio. (A OMUNGA conta com um espaço de radiofônico na radio comercial morena onde são abordados reflectidos na sua causa.)
Enquanto coordenador da OMUNGA foi actor de um trabalho inédito em Angola. Conseguiu convencer o Gabinete Municipal Eleitoral do Lobito para que os moradores de rua exercessem direito de voto nas eleições de 2008. Os elementos da OMUNGA serviram de testemunha para que se pudessem emitir cartão de eleitor para os referidos jovens de rua.

José Patrocínio tem dado corpo a congressos internacionais fora do país e internamente. O auge da sua carreira de activista terá se evidenciado ao ganhar através da OMUNGA, o estatuto de Membro da comissão de observadores dos direitos humanos da União africana. Conseguiu levar ao Lobito, o Embaixador da União Européia, João Garcia, para ver a situação dos jovens moradores de rua do bairro da lixeira.

A acumulação do seu prestigio externo causa ciúmes as autoridades da província. Em carta enderaçada a um dos parceiros externos desta ONG, o director provincial do Instituto Nacional da Criança Angolana (INAC), Ricardo Lourinho chegou a insinuar que a OMUNGA é “uma organização que não tem boas referencias na provincia”.

Foi também, José Patrocínio, que antes da aprovação da nova constituição defendeu a necessidade de se alargar os debates políticos fora da Assembléia Nacional devido ao desequilíbrio existente dentro da casa das leis porque de contrario segundo a sua posição na altura poderia restringir as discussões de questões decisivas na consagração dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

A sua área de acção estende-se para outras localidades para onde se tem deslocado com realce a província do Huambo e a Huila. Nesta ultima viu-se chocado com a forma desumana que um grupo de populares estava a ser desalojado do seu habit. Em gesto de solidariedade ou repulsa mobilizou correntes fora e dentro do país para uma marcha de protesto no Lobito que fora sabotada pelo governo do MPLA que, em comunicado ameaçou responder com agressão.

No trato pessoal, é descrito como uma figura “muito” frontal e sem complexo na abordagem de diferentes temas. Tem um consistente discurso quanto as matérias da sua área de trabalho. Ainda quanto a marcha vetada pelo regime, o mesmo e os seus companheiros dão-se por vencedores por terem conseguido fazer um comício para 200 pessoas e outras acções. Argumenta que: “O espírito da marcha ficou ainda mais forte em cada carro da polícia, em cada cão bem alimentado, em cada granada de gás nas mãos de cada policia e ainda fizemos comício nas barbas deles, levámos a mensagem a pelo menos 10 comunidades”.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Autoridades Interditam Líder Da OMUNGA No Aeroporto De Luanda


Terça, 20 Abril 2010 15:50
Luanda - Foi “cassado” por cerca das 13h (do dia 20 de Abril de 2010), pelos Serviços de Migração de Angola, o passaporte do coordenador da OMUNGA, Sr José Patrocinio, quando acabava de regressar do Quénia, onde foi participar numa Conferencia sobre Direitos Humanos, promovida pelo Fórum “Espaços Africa dos Direitos Humanos”.



Regime do MPLA apreende passaporte do activista
A organização OMUNGA tem-se preocupado com a defesa dos interesses das populações, nomeadamente, dos desalojados e é membro Comité Africano dos Direitos Humanos da União Africana.

O passaporte retirado arbitrariamente após passar a fronteira foi entrega a um funcionário dos SME. As entidades recusaramm-se a dizer o motivo de tal acto e nem sequer pretendiam ouvi-lo perguntar sobre o assunto. Na entrega do passaporte foi referido que tinha havido “engano”.

Durante a semana passada a sede da Associação foi fotografada por um carro de cor branca que logo que localizado pôs-se em fuga.

Tratam-se de actos que visam submeter a Associação e seus membros sob tensão e ameaça permanentes com vista a desestimula-los na defesa dos grupos mais vulneráveis, através da violação dos direitos do cidadão e das Associações. Este acto põe em causa a sinceridade do pedido de desculpas do Ministro da Administração Interna, pois afinal aqueles que no uso dos seus direitos democráticos defendem as populações são alvo de restrições inadmissíveis por parte das autoridades, no caso, agora, centrais.

13h30 – Antes do fim da redação dessa nota somos informados que ao passar pela Alfandega o passaporte de José Patrocinio voltou a ser apreendido e a sua bagagem está a ser alvo de inpecção minuciosa. Aguarda-se pelo evoluir dos acontecimentos.
Comissão Instaladora do Bloco Democrático
Coordenador

Telefone Sr Patrocinio: 917212135
Omunga: 272221535 (Benguela)

A média não gosta de Bento XVI (?!?!)



O Frei Mário Rui resumiu os problemas do actual Papa a um conflito que a média internacional tem com a sua pessoa e... pouco mais. MR foi mais longe na defesa da sua dama tendo mesmo deixado entender que a multiplicação das denúncias relativas aos escândalos sexuais na sua Igreja pode ter na sua origem razões económicas, com a possibilidade dos denunciantes estarem apenas à procura de indemnizações desonestas.


Só faltou dizer que as vítimas dos "rebarbados" padres foram fabricadas pelo ruído dos médias no âmbito de uma ampla conspiração mundial contra Bento XVI. Das razões que podem estar de facto na origem da pedofilia e das outras "tentações" que, ao longo dos séculos têm vindo assaltar o clero, nem uma palavra. Estávamos a espera de um pouco mais do jovem Frei em matéria de abertura e frontalidade.

Mário Rui vendeu-nos uma imagem demasiado corporativista da sua pessoa. Parecia mais um sargento a defender o seu General do que um arejado Frei que tem vindo a conquistar audiências jovens na sequência da forma corajosa como aborda a complexa situação socio-política angolana.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Os Últimos Dias De Savimbi - José Gama



Luanda - Entre os dias 4 e 8 de Abril de 2001, a UNITA reuniu a sua direcção e militantes, para reflectir estratégias naquilo que veio a ser sua 16ª conferência partidária cuja discussão interna atribuía-lhe particularidades de um congresso. O local escolhido foi a área de saluka, na nascente do rio Kunguene, um afluente do rio Luengue-bungo na província do Moxico. O reconhecimento militar e preparativo da área coube ao chefe das operações das FALA, Abílio Kamalata “Numa”. Aquela foi a ocasião em que depois muitos quadros não voltariam mais a se ver.


Coluna de Savimbi acabaria por ficar desprotegida
No seguimento das suas recomendações, o Presidente da UNITA, Jonas Savimbi deu instruções a Missão Externa do seu partido para restabelecer contactos com o Embaixador Gambari, conselheiro de Koffi Annan, com o fito de fazer a eventual ponte de dialogo com o governo angolano. Entre Novembro e Dezembro de 2001, houve registro de encontros entre delegações da UNITA e da ONU em Nova York e Paris tendo o mesmo esforço se estendido junto da Comunidade de Santo Egidio de Roma.

As iniciativas de conversações da UNITA calharam numa altura em que as autoridades governamentais descartavam dialogo com Jonas Savimbi tendo o Presidente José Eduardo dos Santos atribuído a 17 de Dezembro daquele ano três cenários para por fim ao conflito armado: “Rendição de Savimbi, captura ou morte em combate”.

O discurso de JES foi entendido como indicação de que Jonas Savimbi estava sitiado. No preciso dia em que lança os “três cenários”, a coluna do líder da UNITA sofre um ataque. Savimbi advertiu aos seus colaboradores que a sua coluna seria perseguida e entretanto decide tirar da mesma dois dirigentes, em estado debilitado, Alcides Sakala e Celestino Kapapelo. Instruiu um oficial da sua escolta, brigadeiro Kalulu que se encarregasse pelos dois quadros fazendo manobras para áreas mais seguras. Kapapelo se recusara em deixar a coluna presidencial acabando por morrer de fome a 4 de Fevereiro de 2002.

Há indícios de que terá sido este ataque que dificultaria doravante os movimentos de Jonas Savimbi. Varias pessoas da sua caravana ficaram desperdiçadas ao que se pressupõem que as FAA passariam a estar em poder de novas pistas sobre a presença da coluna presidencial naquela zona. O grupo do Brigadeiro Kalulu veio a sofrer outros ataques o que precipitou o anuncio, por parte da presidência angolana, de que Alcides Sakala estaria morto.

Acentuou-se o cerco com registro da redução dos elementos que integravam as colunas. Alguns morrem de fome e outros vitimas de emboscas ou captura. Dois generais, Kufuna Yembe e Samuel Epalanga, antigo chefe da BRINDE terão se rendido. No ano a seguir, isto é, a 23 de Janeiro de 2002, António Dembo, o Vice Presidente da UNITA, fala a Voz da America (VOA) desvalorizando a detenção dos dois oficiais e nega que as tropas do Governo tenham alguma vez estado próximo da coluna de Jonas Savimbi: “Do meu lado sim, houve uma vez que estiveram perto de mim, mas da parte do Dr Savimbi, ou da coluna que andava com ele nunca”.

O discurso de António Dembo soava como um instrumento de diversão, com vista a materializar os princípios do general Sun Nzu, no manual ‘a arte da guerra’: “quando estas longe finge que estas perto e quando estas perto finge que estas longe”.

A esta altura o presidente da UNITA, havia deixado de falar a rádios estrangeiras desde Maio de 2001. Não falava ao telefone ou aos rádios de comunicação como medida preventiva de detenção/identificação da sua voz por meios electrônicos. Os contactos que mantinha com a hierarquia militar da guerrilha era por intermédio do seu vice chefe do EMG, das FALA, o general Samuel Kapinala “Samy” que por sua vez, repassava a mensagem aos comandantes militares. Os contactos mais personalizados eram por intermédio de um oficial das comunicações do seu gabinete, o tenente-coronel, Bartolomeu Alicerces “Kate Hama”. Savimbi ficava do seu lado e dizia-lhe o que tinha que transmitir aos seus interlocutores. Falar ao telefone com Kate Hama era o mesmo que falar com o líder guerrilheiro.

Nesta época as autoridades angolanas apostaram na guerra electrónica. A partir da Alemanha houve compra de novos aparelhos de intercepção. Uma informação de inteligência, garante que as forças governamentais tiveram a seu dispor um especialista habilitado em imitar vozes. Através do mesmo entraram para a linha de rádios UHF de alguns comandantes militares da UNITA simulando orientações do alto comando da guerrilha.

Por mais de duas vezes, a coluna do general Esteves Pena “Kamy” notou terem recebido coordenadas de movimentação em que cujo ponto de estacionamento eram surpreendidos com disparos ou vultos de patrulhas das FAA. A certa altura, o grupo deixou de ter confiança, nas alegadas orientações dos seus camaradas acabando por se instalar em afluentes próximos a fronteira com a Zâmbia.

Uma semana antes do dia 22 de Fevereiro, o representante da UNITA em França, Isaías Samakuva recebeu, de Angola, um telefonema do tenente coronel, Kate Hame informando que o “mais velho” orientava que cessasse os contactos diplomáticos com a ONU. Na verdade, Kate Hama e um outro coronel, Kassique Pena, ambos das comunicações da coluna presidencial, tinham sido raptados a 2 de Fevereiro (data em que Savimbi fica sem contacto). Desta vez, o telefonema estava a ser feito a partir de Luanda na presença do general Manuel Vieira Dias, chefe da casa militar da Presidência da Republica.

No entanto, no dia em que perdem o deputado Kapapelo, a coluna presidencial tem a primeira dispersão. Um major, Guido Junjevili que ia pegar água é subvertido e de seguida apresentado no programa “Nação Coragem” da TPA. Desde então as FAA passaram a ter informações mais precisas sobre a localização da coluna de Jonas Savimbi. O Presidente da UNITA decide proceder algumas manobras e convoca o Vice Presidente, Antonio Dembo, o Secretario Geral, Lukamba “Gato, o secretario para as relações externas, Alcides Sakala, e outros para irem ao seu encontro a fim de tomarem decisões defendidas na 16ª conferencia. Mais estes tardam a chegar devido ao cerco das FAA.

Na manha do dia 17 de Fevereiro, ao longo do rio luoli, uma unidade das FAA que desembarca na parte leste com a Zâmbia interceptou pela retaguarda uma coluna da UNITA que mudava de base operacional. O comissário geral das FALA, Galliano da Silva e Sousa “Bula Matadi” que se encontrava na parte de trás da caravana recusou o apelo de rendição das FAA e acabou por ser atingido mortalmente. Ele e uma menina de 12 anos foram as únicas vitimas mortais.

Foi também atacada, uma caravana que levava civis para a Zâmbia provenientes do Huambo. O oficial que os dirigia era o general Ezequiel Chissende “Búfalo Bill”, chefe de uma unidade de inteligência clandestina. O mesmo saiu ferido e levado para o hospital do Luena onde viria falecer.

Neste mesmo dia (17) a coluna de Savimbi é abalada por mais uma dispersão em conseqüência de ataques. Perdem alguns operadores com realce a um senhor identificado por Bonga e o general Malungo “Kalias” Pedro, que são capturados nas áreas do rio Luzy. Jonas Savimbi, António Dembo, general Samy e a coronel “Aninhas” Sachiambo caminharam para sul enquanto que o general Abreu “Kamorteiro” é dado como desaparecido. Em função de manobras a coluna presidencial volta a ter outra dispersão no dia 19. A esposa, de Savimbi, “mãe” Catarina é dada como estando em paradeiro incerto. O grupo que acompanha Jonas Savimbi ficou reduzido em nove elementos, (um coronel “Quim”, um guarda, o cozinheiro, uma menina, a esposa do Vice Presidente Dembo, um responsável do controle aéreo, etc.) .
No vigésimo dia de fevereiro, juntou-se a coluna presidencial, o general Abílio Kamalata “Numa” acompanhado com mais 04 pessoas que andaram dispersas desde dia 18 no Luzy. A senhora Valentina Seke, esposa de Savimbi também estava neste grupo. Durante estes dois dias com o Presidente da UNITA, o general Numa desempenhou o papel de guarda e cobriu as tarefas de comandante da coluna presidencial.

Savimbi, decide, entretanto, ir ao encontro do general Dembo a fim de porem em marcha a reunião que convocara desde o dia 4 daquele mês. Ia travando “briefings” com os seus colaboradores que procuravam convencê-lo a chegar até a Zâmbia mas recusara por alegados princípios de luta.

Na manha do dia 22 de fevereiro, há registro de fogo intenso nas margens do Rio Luio. Era o terceiro anel de segurança da coluna presidencial que estava a ser atacado. No cruzamento de fogo, foi atingido, o general Njolela Diamantino George “Big Jó” que tinha a fama de ser um dos melhores especialistas em explosivos das FALA. No seguimento, da sua morte, a unidade das FAA rompeu outro anel de segurança ao qual fazia parte, o brigadeiro José Mbule que é mortalmente atingido. A coluna de Savimbi acabaria por ficar desprotegida. Estava, inclusive sem meios de comunicação. Dispunha apenas de um radio terra-ar.

Ao meio dia, o grupo de 13 elementos que acompanhavam, Jonas Savimbi atravessa uma chana e ao mesmo tempo passa um pequeno avião telecomandado que se supõe ser robô de reconhecimento do exército governamental. Na caminhada os guerrilheiros notam que na zona onde passavam, existiam três diferentes marcas de pisos de pessoas que terão, provavelmente, andado naquela área. Savimbi em si, calçava um par de botas de fabrico frances com piso especifico o que terá facilitado a sua identificação.

A área onde se encontravam era na proximidade de Cassamba, localidade adjacente ao Luvuei, um dos três afluentes do rio Lungue-Bungo. Entretanto, a coluna de Savimbi envia uma coluna de dois elementos entre os quais o coronel “Quim” para ir do outro lado do rio para entender o que se estava a passar. Os mesmos não tornariam a regressar mais (terão sido capturados ou fugido?). Minutos depois choveu um pouco (cerca de 10 minutos). Enquanto isso, a coluna mete-se no interior da mata onde acampam.

Por volta das 15 horas, Jonas Savimbi atende o pedido que lhe é feito pelo general Kamalata “Numa” para ir carregar as baterias do rádio, para poder escutar o relato do jogo do Sporting. As Forças governamentais chegam ao local onde Savimbi estava e pedem para que ninguém fugisse. O líder da UNITA que se encontrava na tenda levanta e de imediato ouvem-se tiros. Savimbi é atingido com sete balas (na garganta, cabeça, tronco, pernas e braços, e etc). Uns caem, outros como um capitão de identificação impressiva é capturado. Valentina Seke, a esposa, sai ferida para mais tarde ser levada para o hospital do Luena. Os militares das FAA aproximaram-se e acrescentaram mais balas ao corpo de Savimbi que estava estendido no chão. Neste, dia o líder da UNITA, estava sem a sua arma, o que descarta a hipótese de que tenha se suicidado na cruzada de fogo. Horas depois chegou um helicóptero que retirou o corpo daquela área.

Lukamba “Gato”, Alcides Sakala e Marcial Dachala que iam ao encontro do falecido escutam o comunicado das FAA anunciando a morte do líder da UNITA. O Vice Presidente, António Dembo, assume automaticamente a liderança da guerrilha e a 25 de Fevereiro comunica oficialmente aos comandantes militares sobre a morte do “velho”. Na mensagem conforta-os de que morte não era fim da UNITA e que se iriam prosseguir com a causa.

Entretanto, a coluna do comissário adjunto das FALA, Chipindo Bonga que marchava rumo a zona norte ao encontro do general Apolo Yakevela viria a receber uma mensagem (verbal) diferente atribuída a António Dembo. Apos a escuta da mensagem notam que o som provinha de um local com eco (Quando se fala a partir da sombra das arvores, não se produz eco). Identificam que a voz não era a do seu Vice Presidente.

Na mesma senda, o grupo do general Lukamba “Gato” recebe uma mensagem do Chefe de Estado Maior, general Abreu “Kamorteiro” pondo ocorrente de novos dados de situação. O homem das comunicações identifica que a voz do mesmo vinha acompanhada de eco o que levou a deduzir que a pessoa que falava do outro lado estava num local fechado que não poderia ser do interior da mata. O general “Karmoteiro”, que estava desaparecido desde o dia 17 de Fevereiro encontrava-se sob custodia das FAA. Há versões de que teria se rendido ou sido capturado.

Por conseguinte, na primeira semana de março, o general Lukamba “Gato” difunde uma mensagem a todos comandantes informando a morte do vice Presidente por complicações das diabetes e anuncia a criação da comissão de gestão. Ao mesmo tempo há em algumas frentes militares inquietações quanto ao futuro. Alguns comandantes optam por deitar os rádios como aconteceu como o general Kamy Pena que rumou para umas planícies próximas a fronteira com a Zâmbia.

Em Luanda, o general Fernando Miala do SIE, ao tomar conhecimento que o general Kamy Pena encontrava-se em território zambiano enviou para aquele país, o coronel Kassique Pena, irmão do mesmo para que o convencesse a abraçar o processo de paz em curso. Na advertência feita, foi deixado claro que o não regresso de Kassique Pena simbolizaria para as autoridades angolanas, união ao irmão para fins de prosseguimento da guerra, o que habilitaria as forças governamentais irem até aquele território para trazer os dois.

Tanto para o governo angolano como para os rebeldes era necessário apos a morte de morte de Antonio Dembo identificar uma nova liderança para dar por concluído o processo de paz. Era necessário preservar a direcção política da UNITA para que esta pudesse controlar os comandantes que estavam em outras zonas fora do Moxico no sentido de evitar bolsas de resistências (ou mais tarde banditismo em gesto de vingança do seu líder). Havia ainda frentes de combates que desconheciam o que se estava a passar. A coluna de artilharia das FALA que integrava o major Liberty Chiaka, na área do Luvuei, apenas soube da morte de Savimbi a 16 de Março. Da parte do governo, a ocasião era também oportuna no sentido de não humilhar o adversário com o fito de fazer a paz e obter ganhos políticos demonstrativos da dimensão da magnanimidade das autoridades.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Relatório Medico Revela Que Nerika Loureiro Não Sofre Perturbações Mentais


Sexta, 16 Abril 2010 16:50
Londres – Um relatório/exame medico acabado de ser submetido a Nerika Loureiro, a jovem que esfaqueou até a morte o seu esposo, revela que a mesma não sofre nenhuma perturbação mental. A revelação esvazia insinuações provenientes supostamente do seio familiar da jovem que justificavam a acção da mesma como resultado de impulsos de perturbações mentais que padecia.


Nerika não mostra arrependimento
Outra insinuação feita, em meios em Luanda, é de que o malogrado teria molestado a filha menor de três anos mas esta tese é igualmente desmentida no parecer do especialista que observou a criança. Na observação a que foi submetida, foi detectada que a menor de idade não mostra sinal de rotura ou de que tenha sido alvo de alguma anomalia humana.

Nerika Loureira encontra-se na fase da instauração do seu processo. Corre o risco de cumprir a pena máxima de 24 anos de cadeia agravada por uma confissão que lhe é atribuída alegando não estar arrependida pelo que fez.

Entendidos que acompanham o processo referem que a pena ao qual corre risco de incorrer poderia ser inferior a 24 anos caso a mesma mostrasse arrependimento ou se os exames indicassem que sofresse de perturbações mentais. Ele seria detida seguida de acompanhamento medico e outras assistência especial.

O “Caso Nerika” abalou a cidade de Luanda nas ultimas semanas tendo sido acompanhado de diversas especulações. Nerika Loureiro é jurista da Sonair e formada em Portugal enquanto que o malogrado era um bancário de profissão formado em Portugal e mais tarde na Inglaterra. Foi golpeado a 11 facadas quando encontrava-se a dormir horas depois de ter ido pegar a esposa no aeroporto de Luanda. (Regressava de Lisboa).

Dinamarca. Rio passa por cima de outro




Cativos


Na Luta de Libertação, os libertadores libertaram-nos para outra escravidão. Agora, numa FAMÍLIA muito mais poderosa que a colonial, agregaram tudo e juram que temos uma Nova Vida. Importam o lixo dos defeitos de fabrico sem escrúpulos, porque uma parcela de Angola venderam a estrangeiros. Como detentores dessa parcela de terra angolana está a Teixeira Duarte, feliz da vida. É sugar-nos, roubar-nos, vigarizar-nos… protegidos pela lei sem ela. O Mobutu fez tal e qual como se faz em Angola.
Continuamos cativos, perdidos sem luta de libertação.

«Captiva com defeito de fábrica?
Não sabemos muito bem o que se está a passar com o desempenho deste modelo da Chevrolet que tem sido vendido às centenas em Angola pela Vauco, afecta à Teixeira Duarte.


O que é facto é que já várias pessoas que conhecemos se queixaram amargamente deste Captiva, passados menos de 20 mil kilómetros do seu uso.
E o motivo tem sido sempre o mesmo: problemas com o disco de embraiagem ou com a caixa de velocidades.

Numa altura em que o maior fabricante japonês têm vindo a reconhecer problemas graves com alguns modelos da Toyota, por que não admitir que o mesmo se esteja a passar com este Captiva?

Será que em Angola é respeitado o principio da garantia para os automóveis que cobre os primeiros 50 mil kilómetros?
O mais grave, entretanto, para os proprietários dos Captivas avariados é que não conseguem adquirir na Vauco as peças de reposição. Têm que andar por aí à procura.

Não será altura do INADEC dar uma vista de olhos mais atenta por este segmento do nosso mercado e muito particularmente pelo Captiva?
Ou estamos todos captivos de outros interesses?

O "nosso" INADEC não tem um website disponível. Como é possível trabalhar-se nesta área sem ter um ponto de encontro/contacto na Internet? Em Angola é.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Reis Luís. «Nós» e o Repúdio do Termo «Ngóia»


Desta vez, escrevemos este artigo visando revelar o sentimento linguístico da vasta Comunidade da Província do Kuanza-Sul radicada em Angola e no exterior, representada por diversas organizações locais e as Autoridades do Poder Político Tradicional.

Reis Luís “Mbwango”
http://blogavkalunda.blogspot.com/2006/06/ns-e-o-repdio-do-termo-ngia-por-reis.html

Todos «Nós» recebemos com profunda honra e gratidão a inserção no mosaico linguístico da Rádio Nacional de Angola (RNA) a língua que aproxima a grande maioria dos municípios daquela Província. Através do Canal N’gola Yetu da nossa Rádio, ela está a ser escutada por milhares de angolanos.
Bem haja o povo angolano e a cultura nacional!É nossa fé e verdade que a língua não só veicula construtos e valores culturais de cada povo, como revela fundamentalmente o próprio homem – um homem que se revê e reencontra nas suas experiências e realizações a dignidade cultural da sua história. O valor que nos une ao mesmo espaço geopolítico, obriga-nos, apodicticamente, ao diálogo de línguas, à aproximação e respeito das nossas diferenças.

À luz da investigação iniciada pela ASNAC (Associação dos Naturais e Amigos da Cela), no Waku-Kungu, cujos resultados serão compilados numa obra escrita em próximos anos, a palavra “ngóia” remonta ao período dos Kilombo (pousada de viandantes). Sendo o Município da Cela uma zona fronteiriça com o Bailundo, Kassongue e Bié (ovimbundus) e em virtude da escassez dos produtos do litoral (sal e peixe) e os inevitáveis contactos entre diferentes povos devidos aos movimentos migratórios, a Cela (de Zela = ndandi ia) serviu de travessia, fazendo da encosta da montanha Kambandua que, por ignorância culpável e generalizada, é designada de “ngóia”, um kilombo. Kambandua é, portanto, uma das grandes montanhas situadas a sudoeste da cidade do Waku-Kungu.

Em toda a parte do mundo, as zonas fronteiriças e não só, com povos de diferentes línguas, o estrangeirismo (presença de palavras de outras línguas numa língua) é um facto de todo em todo indesmentível. Conquanto essa realidade não é aferível em sede da temática Bantu nem dela se infere. Historicamente, debaixo da montanha Kambandua vivia um chefe de família que dadas as situações de segurança e protecção do seu clã não mantinha boas relações com os viandantes que pousavam próximo da sua pequena comunidade. Dessa fricção e da não hospitalidade que os viandantes esperavam do chefe de família daquela comunidade sedeada no actual Município da Cela, surge por alcunha a palavra “Olongoia”, cujo percurso semântico socorrer-se-á denotativa ou figuradamente da língua umbundu.

Um nome é dado porque tem referentes e sentido (significado) e simbolismo que enforma o espírito de cada língua. O nome encerra um simbolismo cultural que se traduz na ideia de presença e protecção; pelo nome evoca-se, vê-se o ausente. O nome remete-nos a uma língua e esta a um determinado grupo etnolinguístico. “Ngóia” é um nome que tanto por composição quanto pela derivação não tem acomodação no acervo linguísitico do grupo ambundu de que somos parte. E como não é demonstrável em Cela ou Kimbundu é refutável; e como não tem fundamento nem relações lógicas que nos permitam confirmá-la deve-se infirmá-la, pois o nome não significa apenas, mas fundamentalmente revela e coloca o homem na sua cultura.

É em respeito à identidade linguístico-cultural do povo e por se julgar ilícito falsear a identidade de um povo com dignidade moral e cultural próprios que não nos pautamos em meras constatações determinadas pelas concepções de carácter pragmatista (ngóia significa pelo uso) ou empirista clássica orientada pelas definições ostensivas que anatam a semântica.

A propagação do termo “Ngóia” deveu-se às seguintes razões: 1) As comunidades naquele tempo consumiam a informação sem a contra-informação (nevoeiro informacional).
2) Os viandantes entravam com maiores facilidades em contacto com as diferentes comunidades, fazendo correr e generalizando para todos a alcunha “olongoia” em referência ao kilombo.
3) A nominação das línguas é produto da racionalidade europeia – isto para dizer que as línguas não tinham nome. O homem e a língua, em África, neste nosso continente, respondem à mesma natureza.

Nunca ninguém se preocupou em dar nome à língua, porque esta é a revelação do próprio homem na sua história, cultura e lugar. A nossa sugestão é que de Ngóia se passe à língua KISOKO no Canal N’gola Yetu da nossa RNA. Em respeito à identidade linguística e à vontade do povo, sugerimos nomes que signifiquem e traduzam as experiências culturais do homem na sua língua, como por exemplo, KISOKO. Entre «Nós», o homem da Cela, no Waku-Kungu, é Kisoko do homem da Quilenda, Libolo, Porto-Amboim, Mussende, Ebo e Kibala. Essa palavra (Kisoko) não só significa, mas age na pessoa.

Transmite um sentimento de unidade, amizade e solidariedade. É uma palavra latente em «Nós» mesmos e assumimo-la culturalmente como uma palavra-chave nas relações interpessoais. O modo como os “kisoko” trocam palavras entre si e agem por excesso de confiança faz-nos ler, de facto, a cultura como vivência e não um mero joguete nominalista.Em várias partes do Kuanza-Sul é comum ouvir-se dizer que “aqui fala-se Kimbundu do Kuanza-Sul”, precisamente para diferenciá-lo do Kimbundu de Malange, Bengo, Luanda, Kuanza-Norte, já que se trata de um mesmo grupo etno-linguístico, diferenciado apenas pela dicção, variações no que toca à expressividade, mas permanecendo o sentido genérico.

Portanto, KISOKO é um termo que aglutina a esmagadora maioria dos sentimentos das comunidades sedeadas nos Municípios da Província de Kuanza-Sul. Esta vontade – de preferirmos KISOKO pelas razões apresentadas – tinha sido já manifestada muito antes de aprovar a inserção de uma língua do Kuanza-Sul na grelha da RNA.
Que de “Ngóia” se passe à KISOKO. É este o nosso profundo desejo. Enfim, que sejam respeitadas as opiniões das maiorias (e das minorias também)! Pelo menos é assim que nos ensinam as democracias hodiernas.

*reisluis2000@yahoo.com.br