segunda-feira, 31 de agosto de 2009

José Eduardo Agualusa


© 2002-2009 by aguarosa bivels
Biografia

José Eduardo Agualusa [Alves da Cunha] nasceu no Huambo, Angola, em 1960. Estudou Silvicultura e Agronomia em Lisboa, Portugal. Os seus livros estão traduzidos para mais de uma dezena de idiomas. Também escreveu várias peças de teatro: "Geração W", "Chovem amores na Rua do Matador", juntamente com Mia Couto, e o monólogo "Aquela Mulher".

Beneficiou de três bolsas de criação literária: a primeira, concedida pelo Centro Nacional de Cultura em 1997 para escrever « Nação crioula », a segunda em 2000, concedida pela Fundação Oriente, que lhe permitiu visitar Goa durante 3 meses e na sequência da qual escreveu « Um estranho em Goa » e a terceira em 2001, concedida pela instituição alemã Deutscher Akademischer Austauschdienst. Graças a esta bolsa viveu um ano em Berlim, e foi lá que escreveu « O Ano em que Zumbi Tomou o Rio ». No início de 2009 a convite da Fundação Holandesa para a Literatura, passou dois meses em Amsterdam na Residência para Escritores, onde acabou de escrever o seu último romance, « Barroco tropical ».

Escreve crónicas para a revista LER e para o jornal angolano A Capital. Realiza para a RDP África "A hora das Cigarras", um programa de música e textos africanos. É membro da União dos Escritores Angolanos.

Em 2006 lançou, juntamente com Conceição Lopes e Fatima Otero, a editora brasileira Língua Geral, dedicada exclusivamente a autores de língua portuguesa.

http://www.agualusa.info/cgi-bin/baseportal.pl?htx=/agualusa/div&page=biografia&lg=pt

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Quem é William Tonet


General do regime agride William Tonet
Segunda, 10 Agosto 2009 14:01

CLUB-K.NET

Lisboa – Um General devidamente identificado e conotado ao regime agrediu recentemente, em Luanda, o Jornalista William Tonet a quem o ameaçou de morte. O agressor invoca argumentações traduzidas nos dizeres de que aquele profissional de comunicação terá “mexido” ou desrespeitado o Presidente José Eduardo dos Santos razão pela qual pensa que William Tonet mereça o trato violento.

Perseguido pelo seu próprio partido

Uma alegada queixa crime esta a merecer tratamento junto das instancias judiciais. O caso poderá dar em nada porque o Jornalista manifesta sinais de perdoar o General. Uma personalidade da PGR enceta diligencias no sentido de “implorar”, a William Tonet para que não denuncie publicamente o nome do oficial de forma a não manchar mais o nome do circulo “privilegiado” na qual o agressor faz parte.

"É lamentável que em Angola, para além da censura jornalística existente, ainda se odeia e se agride gente pelo simples facto de praticar jornalismo" reagia ao incidente o activista na diáspora, Moises Lima baseado em Bruxelas.

Que é William Tonet
É filho de um co-fundador do MPLA, já falecido que chegou a ser deputado pelo partido no poder na mais longa legislatura do país. Quando o nacionalista Guilherme Tonet, foi preso em tarrafal, o pequeno William tinha 5 anos e o pai levou-o consigo numa espécie de rapto da mãe. É assim que passa a viver a sua infância na cadeia ao lado o progenitor e outra parte no Congo Kinshasa onde estava a direcção do MPLA no exterior. Pode-se dizer, que William Tonet nasceu dentro do MPLA e assim se percebe a fidelidade que mantém a este partido que o maltrata por discordar do regime que nele se instalou.

Em finais da década de 70 esteve muito próximo a uma facção do MPLA próxima a um guerrilheiro, Nito Alves. Na senda das prisões o mesmo é detido sendo posto em liberdade após dois anos. Durante o processo de reinserção na sociedade passou a trabalhar na TPA como “camaraman” tendo sido um dos dinamizadores do programa “opção” que retratava o conflito militar. Foi ele quem abriu oficialmente a delegação da TPA em Benguela. Mudou-se depois para Portugal onde exerceu jornalismo.

Conta que "Comecei a fazer jornalismo depois de 1977, pois até essa altura estava nas forças armadas. Como fui apanhado na onda dos presos de 1977, depois de sair fiquei bastante frustrado com a forma como esse processo decorreu. Depois de sair da cadeia e de ter sido colocado em Benguela e Kuado Kubango, entrei como assistente de operador de câmara na TPA, depois de ter sido rejeitado pelo Jornal de Angola, onde participei num concurso, tive boa prestação, mas o director da altura, Costa Andrade Ndunduma, disse não poder aceitar um fraccionista nos seus quadros. Tive de correr dali para fora."

Mais tarde ao serviço da Voz da America (VOA), acompanhou uma delegação americana a Jamba, o então quartel general da UNITA. Os serviços de inteligência da UNITA detiveram lhe após notarem que trazia passaporte angolano. Foi suspeito de espião ao serviço do então regime instaurado no país. Após intervenção norte americana foi solto e Jonas Savimbi, o então líder rebelde desculpou-se do mesmo. Na jamba encontrou vários amigos que com ele estudaram no Huambo, dentre eles estava um ex colega agora convertido num dos melhores quadros militares da guerrilha, o malogrado General Arlindo Chenda Pena “Bem Ben”.

Em 1991 quando as forças da UNITA sitiaram por 57 dias a cidade do Luena, William Tonet que cobria o conflito por parte das tropas do “Galo Negro” abortou o seu então amigo General “Ben Ben” e um outro general das FAPLA, Higino Carneiro que aceitaram a sua proposta de tréguas de paz que ficou conhecida como os acordos do Alto Kauango que deu lugar aos acordos de Bicesse.

Na guerra do Huambo após as primeiras eleições gerais em Angola, o jornalista voltou a cobrir a mesma mas ao serviços da sociedade internacionais de canais (SIC), porem do lado do governo. No recuou, em conseqüência da derrota que o governo sofria nas mãos da UNITA, William Tonet foi baleado e andou cerca de um mês a pé com os comandantes das FAA, ate Benguela onde seriam resgatados. Totalmente fragilizado e com uma bala cravada na perna o jornalista foi evacuado pelas autoridades portuguesas ate Lisboa onde seriam exibidos os primeiros vídeos da derrota que acabaram por irritar as autoridades angolanas que ate hoje não o perdoam. Enquanto no hospital foi lhe detectado ulcera no estomago por ter ficado semanas sem comer, que ate hoje é responsável pelo seu estado de saúde. Por andar longas distancias, tinha as pernas inflamadas que requeriam cuidados intensivos.

No seu regresso a Angola voltou a praticar jornalismo criando um dos primeiros jornais privados no pais, o Folha8 (Por la passaram, Graça Campos, Reginaldo Silva, Gilberto Neto e etc). foi detido por diversas vezes e solto após intervenção da amnéstia internacional.

Uma versão em apuração, diz que a corrente passava entre ele e o Presidente JES com quem teve contacto por alguma vez, porem, bloqueados por interferências de elementos que se opunham ao seu reconhecimento ou dos feitos em prol do país.

O Jornalista voltou as carteiras, tendo passado pela Universidade Agostinho Neto e mais tarde concluído o curso de direito pela conhecida Universidade americana sedeada no Brasil. Estagiou advogacia nos escritórios das “mãos livres” em Luanda. Foi também mediador do conflito partidário instaurado na FNLA. É freqüentemente chamado para proferir palestras pelo país fora. Ainda no ativismo cívico lidera o amplo movimento de cidadão.

Presentemente enfrenta cerca de 70 processos crimes levantado por generais com realce aos pertencentes ao circulo presidencial razão pela qual a sociedade civil mostra se preocupada com a vida do Jornalista sobretudo quando o caso já se arrasta por agressões físicas contra o mesmo.

Imagem: http://www.apostolado-angola.org/articleview.aspx?id=3142


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Legado completo do escritor Óscar Ribas será reeditado


Angop

Ministra da Cultura garante reedição da obra de Óscar Ribas

Luanda – A ministra da cultura, Rosa Cruz e Silva, garantiu sexta-feira, em Luanda, a reedição de todo legado do escritor Óscar Ribas, e sua distribuição às instituições de ensino a todos os níveis, bem como nos locais de consulta para o público.

A ministra falava à margem da palestra sobre a "Conservação de Memórias, a obra literária de Óscar Ribas", que marcou a abertura das comemorações do centenário do escritor.

Segundo a dirigente, neste centenário de Óscar Ribas, a assinalar-se a 17 de Agosto, o Ministério da Cultura (Mincult) e seus parceiros vão celebrar condignamente a data do nascimento daquele que foi o grande pesquisador da literatura oral angolana.

A titular da pasta da Cultura, apelou vai para os jovens no sentido de participarem nas palestras e exposições realizadas pelos especialistas de literatura.

"Já passou muito tempo e nós deixamos de ter a possibilidade de consultar os livros de Óscar Ribas por estarem esgotados, ou não está completa, daí a oportunidade de se reproduzir esta obra e a divulgar para todos os jovens por tudo que representa de lição da angolanidade e da unidade", frisou.

Escritor, jornalista e ensaísta angolano, Óscar Ribas nasceu no dia 17 de Agosto de 1909, na cidade de Luanda e faleceu a 19 de Junho de 2004, em Cascais (Portugal).

O autor deu os primeiros passos da sua actividade no campo das letras, publicando, em 1927 " Nuvens que Passam" e, dois anos mais tarde, em 1929, "Resgate de uma Falta".

Depois de vinte anos sem editar, Óscar Ribas surpreendeu os seus leitores com o livro "Flores e Espinhos", publicado em 1948, o qual, juntamente com dois novos títulos publicados em 1950, "Uanga", e em 1952, "Ecos da Minha Terra", constituem, de acordo com alguns estudiosos da área das Literaturas Africanas, a segunda fase de publicações do autor.

Escritor prestigiado nos meios literários nacional e internacional, membro da União de Escritores Angolanos (UEA), Óscar Ribas foi galardoado com diversos prémios: Margaret Wrong (1952); de Etnografia do Instituto de Angola (1959) e monsenhor Alves da Cunha (1964).

Foi também homenageado com os seguintes títulos: Membro titular da Sociedade Brasileira de Folclore (1954); Oficial da Ordem do Infante, título concedido pelo governo português (1962); Medalha Gonçalves Dias pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968); Diploma de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura (1989).

Óscar Ribas foi agraciado com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2000, nas categorias de literatura e investigação em Ciências Sociais e Humanas, outorgado pelo Ministério da Cultura.

http://www.portalangop.co.ao/

Imagem: http://kiangola.blogspot.com/2008/11/ministra-da-cultura-rosa-cruz-e-silva.html

ÓSCAR RIBAS (1909 – 2004)



Filho de pai português da Guarda e de mãe angolana pertencente à aristocracia luandense, nasceu em Luanda este socio-etnólogo autodidacta. Iniciou os estudos em Angola mas foi em Portugal que os terminou. Regressado ao país natal empregou-se na Fazenda Nacional tendo vivido em diversas localidades angolanas: Novo Redondo (Sumbe), Ndalatando, Benguela e Bié, para além de Luanda, naturalmente.

Da observação dos usos e costumes do povo angolano foi coligindo todos os factos e pormenores que viriam a ser ricamente descritos nas suas obras. O livro que vos trago é disso exemplo: “UANGA” (feitiço em kimbundu), é um romance que relata os amores de Joaquim e Catarina, habitantes de musseque na Luanda de 1882. Entre eles se intromete o ambaquista António Sebastião que, despeitado, recorre ao feitiço, ao uanga, para terminar com o amor partilhado pelos dois jovens.

A obra é um repositório riquíssimo do quotidiano luandense do século dezanove. Como exemplo extraí os seguintes parágrafos deste notável trabalho:

“(…) A massemba(…), este bailado, rico de fogosidade e elegância, proveio do caduque, dança de Ambaca. Como afinidade persistiu a característica fundamental – a semba ou umbigada. O caduque executava-se ao ar livre, sob a toada de ngoma, dicanza e uma lata, vibrada com duas baquetas grosseiras. Com o aparecimento da harmónica, nasceu então a massemba: substituiu-se o tambor e a lata por aquele instrumento, pela sala se trocou o ambiente campestre.”

“(…) O ambaquista (…), pela superioridade intelectual, que o impõe à consideração de seus irmãos de raça, é preferido pelos sobas para o cargo de conselheiro. E então ele, sempre munido de papel, caneta e tinta (antigamente supridos com folha seca de bananeiras, pedaço aguçado de madeira e infusão de folhas de tomateiro), redige as petições às autoridades superiores, no que é useiro e vezeiro. Para melhor se definir a astúcia de que é dotado, basta dizer-se que, certa vez, desejando um grupo de ambaquistas endereçar uma representação ao chefe da Colónia contra determinada autoridade, assinaram-na em círculo, isto para evitar que a responsabilidade recaísse no primeiro!!!”

Óscar Ribas cegou por completo aos 36 anos de idade. Contudo, nunca deixou de “escrever” os seus livros, fazendo-o através do punho de um irmão a quem ditava o que o conhecimento e a inspiração lhe sugeriam.

É detentor dos seguintes títulos honoríficos:

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Folk-Lore (Natal, Rio Grande do Norte, Brasil – 1954)
Oficial da Ordem do Infante (1962)
Medalha Gonçalves Dias da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968)
Diploma de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura de Angola (1989)
Medalha de Mérito Municipal da C. M. Cascais (1995)
Diploma de Investigador Convidado da Universidade Moderna – Lisboa (1996)

BIBLIOGRAFIA
“Nuvens Que Passam” (1927) – novela

“O Resgate Duma Falta” (1929) – novela

“Flores e Espinhos” (1948) – lirismo, ensaios e contos

“Uanga” (1951) – romance – Menção Honrosa da Agência-Geral do Ultramar

“Ecos da Minha Terra” (1952) – dramas angolanos– Prémio Margaret Wrong do International Committee of Christian Literature for Africa

“Ilundu” (1959) – espíritos e ritos angolanos– Prémio de Etnografia do Instituto de Angola

“Misoso - I, II e III” (1961, 1962 e 1964) – literatura tradicional angolana – Prémio Monsenhor Alves da Cunha da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Angola

“Alimentação Regional Angolana” – 6ª edição (1990)

“Izomba” (1965) – associativismo e recreio

“Sunguilando” (1967) – contos tradicionais angolanos

“Kilandukilu” (1973) – contos e instantâneos

“Cultuando as Musas” (1993) – poesias

“Dicionário de Regionalismos Angolanos” (1997)

“Temas da Vida Angolana e Suas Incidências” (2002) – ensaios

http://www.minhasimagens.org/convidados/tomas/oscarribas.htm

sábado, 15 de agosto de 2009

Aung San Suu Kyi


Origem: WIKIPEDIA, a enciclopédia livre.

Nascimento 19 de Junho de 1945 (64 anos). Rangum. Nacionalidade. Mianmar. Ocupação política


Aung San Suu Kyi, em birmanês , (Rangum, 19 de Junho de 1945) é líder política e ativista birmanesa, premiada com o Nobel da Paz em 1991, líder da oposição ao regime ditatorial do país, activista dos direitos humanos.

É filha de Aung San, o herói nacional da independência da Birmânia, que foi assassinado quando Suu Kyi tinha apenas dois anos de idade.

Depois de ter vivido em Londres, regressou ao seu país em 1988, por altura da morte da mãe. O seu retorno à Birmânia coincidiu com a eclosão de uma revolta popular espontânea contra vinte e seis anos de repressão política e de declínio económico no país. Em pouco tempo, Suu Kyi tornou-se a líder do movimento de contestação ao regime militar.

Manifestação pela liberação de Aung San Suu Kyi, 2005.

Nesse ano de 1988, morreram dez mil pessoas em consequência das medidas de repressão adoptadas pelo regime. Após o seu partido (a Liga Nacional para a Democracia) ter obtido uma vitória esmagadora nas eleições de 1990, Suu Kyi viu-se remetida a prisão domiciliária pela junta militar que governa o seu país. A Birmânia - denominada Myanmar, a partir de 18 de junho de 1989 - continuou a ser dirigida pelo general Ne Win num regime ditatorial, mas a luta pela democracia ganhava crescente visibilidade e apoio internacional.

Manifestação pela liberação de Aung San Suu Kyi, em Nova York, 2003.

Em 1990, Aung San Suu Kyi ganhou o prémio Sakharov de liberdade de pensamento, e em 1991 foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz.

Em 1995, o regime militar decidiu levantar a pena de prisão domiciliária imposta à Prémio Nobel, como sinal de abertura democrática dirigido à comunidade internacional. Mas sua liberdade durou pouco. Dos últimos 19 anos, ela passou 13 em prisão domiciliar.[1]

Em 2001, o grupo U2 fez uma canção em sua homenagem chamada Walk On.

Em 2008, Suu Kyi foi classificada como a 71ª mulher mais poderosa do mundo, pela revista Forbes. Em setembro do mesmo ano, seu estado de saúde suscitou preocupação. Ela estaria recusando a comida que lhe era fornecida pela junta militar.[2]

Prisão e julgamento
A duas semanas do fim de sua mais recente pena de prisão domiciliar, Aung San Suu Kyi foi enviada para a prisão de Insein, nos arredores de Rangum. Ela e seu médico particular estão detidos desde 7 de maio de 2009. As autoridades acusaram formalmente Suu Kyi de descumprir os termos de sua detenção quando permitiu que um americano dormisse em sua casa, no início de maio. Seu estado de saúde é delicado. "Ela não pode mais comer. Sua pressão é baixa e ela sofre de desidratação", segundo seu médico.

Nove ganhadores do Nobel manifestaram apoio a Aung San Suu Kyi, que atualmente está sendo julgada.[3]Segundo a Secretária de Estado para os Direitos Humanos da França, Rama Yade, a detenção de Suu Kyi, a poucos dias de sua liberação, visa afastá-la do processo eleitoral. O objetivo do regime é chegar às eleições legislativas de 2010 sem entraves. "Trata-se de um estado que vive sob o terror há vinte anos," [4].

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, qualificou de escandaloso o processo contra Aung San Suu Kyi. "É escandaloso que ela seja julgada e continue a ser detida em razão de sua popularidade", declarou Clinton em Washington. [5]

Em 30 de maio, os dois juízes militares que julgam a principal opositora birmanesa, adiaram a data de apresentação das razões finais no processo contra ela, de 1º para 5 de junho. "O tribunal pronunciará a sentença depois das razões finais" − disse Kyi Win, da equipe de três advogados que defendem Aung San Suu Kyi. [6]

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Idi Amin Dada


Seu estilo de governar era arbitrário, seu temperamento excêntrico, vingativo e violento.

Militar e ex-ditador de Uganda

Idi Amin Dada nasceu em Koboko, uma pequena aldeia de camponeses muçulmanos de Kakwa, nas margens do Nilo, em um dos distritos mais remotos de Uganda. A data precisa de seu nascimento é incerta. Algumas fontes a situam entre 1923 e 1925, outras apontam o dia 1º de janeiro de 1925.

Alistado no Exército britânico, foi ajudante de cozinheiro e o seu porte físico (1,90 metro, 110 quilos) o ajudou a ser campeão de boxe na categoria peso pesado de seu país (1951-1960).

Após a independência de Uganda em 1962, Idi Amin se tornou chefe do Exército (1966) do presidente Milton Obote. Em 1971, graças a um golpe militar, assumiu o poder e se transformou em um dos maiores déspotas da África, culpado pela morte de milhares de ugandenses.

Seu estilo de governar era arbitrário, seu temperamento excêntrico, vingativo e violento. Expulsava imigrantes, sobretudo asiáticos, dizendo que Deus lhe havia dito para transformar Uganda em um país de homens negros. Expressava também admiração por Adolf Hitler.

Durante o seu governo (1971-1979) violou muitas vezes os direitos humanos fundamentais, sendo denunciado dentro e fora do continente africano. Muitos ugandenses acusavam-no de manter cabeças decepadas em uma geladeira, de alimentar crocodilos com cadáveres e de ter desmembrado uma de suas esposas. Alguns diziam que ele praticava canibalismo.

Em 1972 rompeu relações diplomáticas com Israel. Em 1975 foi recebido pelo papa Paulo 6º. como chefe em exercício da Organização da Unidade Africana. No ano seguinte foi notícia internacional quando, ao apoiar o seqüestro de um avião da Air France por um comando palestino, a força aérea israelense atacou o aeroporto de Entebbe, próximo a Campala, capital de Uganda, libertando os reféns.

O ataque deixou 31 mortos, entre eles 20 ugandenses. A intervenção foi encarada pelo ditador como uma humilhação pessoal. Em 1976 rompeu relações diplomáticas com o Reino Unido. Dois anos depois, um atentado contra ele nos subúrbios de Campala fracassou.

Exilado na Tanzânia, o líder por ele deposto, Milton Obote, convocou um levante e, no dia 11 de abril de 1979, o ditador foi derrubado pela Frente Nacional de Libertação de Uganda (FNLU), pelas forças do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, e de exilados ugandenses.

Um novo regime, dirigido por Yusuf Lule, chefe do FNLU, também seria destituído no dia 20 de junho por Godfrey Binaisa. Idi Amim abandonou o país e fugiu para a Líbia, mas teve de buscar outro refúgio quando o ditador líbio Muamar Kadhafi o expulsou do país.

Recebeu asilo da Arábia Saudita, em nome da caridade islâmica, onde viveu até o final de sua vida, acompanhado por quatro esposas e 50 filhos. Cerca de um mês antes de morrer, pediu para retornar a Uganda, mas o governo do país negou-lhe o pedido. Idi Amin foi enterrado na Arábia Saudita.

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u758.jhtm

Imagem: http://farm1.static.flickr.com/172/430932565_61996f85e8_o.jpg

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ken Saro-Wiwa




“O que a Shell e a Chevron fizeram ao povo ogoni, às suas terras e a seus rios, a seus riachos, à sua atmosfera, chega ao nível de um genocídio.

- A Shell e as alterações climáticas.
Ken Saro-Wiwa era escritor e fazia parte do povo ogoni da Nigéria. Assumiu funções de presidente do “Movimento para a Sobrevivência do Povo Ogoni” (MOSOP). Num livro que publicou em 1992 pode-se ler: “O que a Shell e a Chevron fizeram ao povo ogoni, às suas terras e a seus rios, a seus riachos, à sua atmosfera, chega ao nível de um genocídio. A alma do povo ogoni está a morrer e eu sou testemunha.” Saro-Wiwa juntou 300 mil pessoas numa marcha de protesto, exigindo à Shell e à Chevron o pagamento de indemnizações e a reparação dos danos ambientais causados no delta do rio Níger.

No ano seguinte, o líder do movimento é preso, junto com outros dirigentes, acusados da morte de quatro líderes Ogoni. A Amnistia Internacional considera Saro-Wiwa, defensor da não-violência, um “prisioneiro de consciência”. Um tribunal militar condena-o por homicídio. Governos e organizações de todo o mundo acusam o tribunal de fraude, apelam à libertação do ecologista e tentam levar a Shell a intervir. Sem êxito. A 10 de Novembro, Saro-Wiwa e os oito dirigentes do movimento são enforcados pela ditadura militar. Em homenagem a estes activistas, o dia 10 de Novembro é considerado, internacionalmente, o Dia Contra a Shell.

A destruição das florestas naturais e a libertação de grandes quantidades de dióxido de carbono e outros gases pelos automóveis e máquinas afins que utilizamos, têm vindo a intensificar a concentração desses gases na atmosfera. Como consequência, temos vindo a assistir por todo o planeta ao chamado aquecimento global: um aumento da temperatura média superficial global que se têm registado nos últimos 150 anos e que conduz às alterações climáticas.

Embora a Shell alegue estar a reduzir as suas emissões de dióxido de carbono (o principal causador das alterações climáticas), a quantidade de dióxido de carbono produzida pelo petróleo da Shell excede a produzida pelo Brasil. A Shell pretende aumentar a sua produção de petróleo para além dos 100 milhões de barris por dia nos próximos 10 a 15 anos. Simultaneamente, procura aumentar a dependência mundial do gás natural, que também contribui para o aquecimento global. Como membro do American Petroleum Institute, a Shell continua a fazer um lobby feroz contra as medidas para mitigar as alterações climáticas, incluindo o Protocolo de Quioto.

O núcleo de Coimbra do GAIA está a preparar acções surpresa para assinalar o Dia contra a Shell. No Porto, o GAIA também está a preparar accções para o mesmo dia e está a realizar um documentário sobre alterações climáticas, que depois irá ser divulgado e projectado e nas duas cidades. Contactos: coimbra@gaia.org.pt 969739685 (Susana) 914461319 (Sofia)

http://www.gaia.org.pt/?q=node/719


Ken Saro-Wiwa, um escritor nigeriano que ajudou a criar um movimento pacífico de massas em defesa do povo Ogoni, foi executado em Novembro de 1995, juntamente com outros oito activistas do meio ambiente e dos direitos Humanos. Catorze anos depois circunstâncias em torno das nove execuções, juntamente com os incidentes relacionados de ataques brutais e torturas, estão sendo novamente investigados.

Quem se vê envolvida no caso é a Shell. A família do escritor acusa a companhia petrolífera holandesa Shell por cumplicidade no caso. Uma condenação teria repercussões e poderia tornar claro que grandes empresas não podem simplesmente actuar impunemente nos países mais pobres e não só.

http://notasaocafe.wordpress.com/2009/05/28/relembrar-ken-saro-wiwa/

Foto de Ken Saro-Wiwa: WIKIPEDIA

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mobutu


Em 1997, o regime de Mobutu chegou ao fim. Após 37 anos no poder.

Mobutu Sese Seko Nkuku wa za Banga (significa em português O Todo Poderoso Guerreiro que Por Sua Força e Inabalável Vontade de Vencer, Vai de Conquista em Conquista Deixando fogo em Seu Rastro. (n. Lisala, Congo Belga, 14 de Outubro de 1930 - † Rabat, Marrocos, 7 de Setembro de 1997). Com uma imagem marcada pelo uso de um chapéu de pele de leopardo e uma bengala, fica para a história contemporânea de África como um dos mais poderosos governantes do continente.

Mobutu alistou-se em 1949 no exército, como sargento da Força Pública congolesa. Envolveu-se na luta pela independência, que foi conseguida em 1960, exercendo então o cargo de secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.

Afastou-se depois da política, mas não da actividade militar, esfera em que foi consolidando a sua influência até que ela se tornou um incontornável poder de facto no país. Decidiu-se por uma iniciativa militar, em 1965, que afastou o presidente e o primeiro-ministro, declarando-se Mobutu seu herdeiro espiritual. Dissolveu a Assembleia Nacional e assumiu a titularidade de todos os poderes (legislativo, executivo e judicial), em regime de partido único, de tal forma que o seu nome se veio a confundir com o próprio Estado.

Perante a comunidade internacional, alegou ser o único garante da unidade de um país multiétnico e, apesar da sua política ditadorial, foi apoiado pelos países ocidentais, que não queriam ver instalado um regime comunista em tão importante região de África. Em 1971, Mobutu mudou o nome do país e do importante rio internacional, ambos Congo, para Zaire.

Mobutu governava um dos países mais ricos do continente (entre outras potencialidades económicas, merece destaque a exploração de metais e pedras preciosas), mas o seu povo vivia cada vez mais abaixo do limiar da pobreza. A dívida externa chegava a atingir os 12 mil milhões de dólares. Em simultâneo, a fortuna pessoal de Mobutu, quase toda no estrangeiro, subia para índices estimados hoje em cerca de 7000 milhões de dólares. O presidente concentrava nas suas mãos uma grande parte do Produto Nacional Bruto (PNB) do país.

Em 1997, o regime de Mobutu chegou ao fim. Após 37 anos no poder, o "Grande Leopardo" (como era por vezes apelidado) viu-se obrigado a abandonar o país, deixando o poder a Laurent-Désiré Kabila, que durante muitos anos lhe vinha movendo uma luta de guerrilha. Morreu de cancer da próstata no exílio em Rabat, Marrocos, em Setembro de 1997.

http://www.dittatori.it/mobutu-por.htm

Imagem: Mobutu Sese Seko e Richard Nixon em Washington D.C., 1973.
WIKIPEDIA

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

JORGE MACEDO



Jorge Macedo nasceu na cidade de Malanje em 1941. A primeira actividade profissional que desenvolveu foi a de regente escolar, tendo ingressado em seguida na carreira administrativa. Após a independência ocupou vários cargos de responsabilidade entre os quais os de Director Nacional de Arte e Director Nacional da Escola de Música. Fez os estudos primários e secundários em Malanje. Educado nos seminários, frequentou os seminários Menor e Maior de Luanda até ao curso de Filosofia. Formou-se em etnomusicologia pela Universidade de Kinshasa. Reside actualmente em Lisboa onde exerce a actividade de jornalista, dirigindo a Revista Afro-Letras da Casa de Angola em Portugal.

Este autor pode ser considerado como sendo um dos raros poetas e ficcionistas que, pela estreia precoce à semelhança de Mário António, assinala com a sua obra a transição de gerações, neste caso da geração de 60 a de 70. E pode tal facto estar na origem da sua propensão para o exercício dos vários géneros literários e associações a outras manifestações artísticas. Acabou por ser igualmente colhido pelo desencanto que longe da pátria se agrava, quando sente o país dilacerado pela guerra. É este > o tema do seu último livro de poesia, O Livro das Batalhas. Iniciou a sua vida literária em 1957 com a publicação do livro de poesia Tetembu.

Seguiram-se As mulheres ( poesia, 1970), Pai Ramos (poesia, 1971), Irmã Humanidade (poesia, 1973), Gente do meu bairro (ficção narrativa, 1977), Clima do Povo ( poesia, 1977), Voz de Tambarino (1978), Geografia da Coragem (romance,1980) Página do Prado (1989), Literatura Angolana e Texto Literário (ensaio, 1989), Poéticas na Literatura Angolana (ensaio,1989) Sobre o Ngola Ritmos (ensaio, 1989) O Livro das Batalhas (1993), O Menino com olhos de bimba ( contos de literatura infantil, 1999)

http://www.nexus.ao/kandjimbo/jorge_macedo.htm

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A memória e a escrita do "pai" da ficção literária de Angola


Óscar Ribas é lembrado numa fotobiografia com edição de luxo a ser lançada este mês, numa edição de autor do jornalista angolano Gabriel Baguet Júnior.

O livro, intitulado "Óscar Ribas - A Memória com a Escrita", surge numa altura em que se assinalam os 100 anos do nascimento do escritor, poeta, etnólogo e ensaísta angolano, natural de Luanda, onde nasceu a 17 de Agosto de 1909, estando já o autor a preparar outra obra: "O Pensamento e as Palavras de Óscar Ribas".
Falecido em Cascais a 19 de Junho de 2004 (aos 94 anos), Óscar Ribas é considerado unanimemente em Angola como o fundador da ficção literária no país, tendo iniciado a sua actividade ainda como estudante no Liceu Salvador Correia, em Luanda.

Em declarações à Agência Lusa, Gabriel Baguet Júnior, jornalista da RDPÁfrica, 44 anos e natural de Luanda, adiantou que o livro, de 383 páginas e que levou quase oito anos a completar, tem o prefácio de José Carlos Venâncio, professor catedrático na Universidade da Beira Interior e Pró-Reitor para os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
No livro, o prefaciador destaca a "preserverança" do autor na execução da obra, realça o "merecimento do homenageado" e lamenta que "esta e outras atenções tardem a surgir, quer em Angola, quer noutro espaço da Lusofonia".

O livro conta com a participação e depoimentos de dois sobrinhos do escritor, Arnaldo Gonçalves Ribas ("Nadinho") e Maria do Céu Ribas, de Wladimir Romano, jornalista e escritor cabo-verdiano, filho de B´Leza, de Isabel Bastos Feliciano, mestre em História de África, de Luiz Gonzaga do Amaral, jornalista e escritor brasileiro, amigo de longa data de Óscar Ribas, e de Cyl Gallindo, escritor brasileiro e Membro da Academia das Letras do Brasil.

A fotobiografia dedicada a Óscar Ribas conta ainda com ilustrações da pintora angolana Manuela Alegre, do escultor e pintor angolano José João Oliveira e dos arquitectos Susana Fialho e Pedro Partidário. A obra inclui ainda fotografias cedidas pela família, pela fotógrafa moçambicana Ruth Matchabe e pelo próprio autor.

"A diversidade e a enorme riqueza da cultura angolana é absolutamente merecedora de uma maior internacionalização relativamente a todos os seus agentes culturais e nos diferentes domínios da criação. Por outro lado, à semelhança de outros países que assinalam os centenários dos seus símbolos nacionais, pareceu-me que esta singela homenagem era mais que necessária para o escritor Óscar Ribas, cujo trabalho está espalhado por diferentes países e traduzido em várias línguas", sustentou o autor.
"Foi uma aposta pessoal, para dar a conhecer o enorme trabalho literário de Óscar Ribas, que conheci ainda em vida, em prol da cultura angolana, para o qual dispus de poucos apoios, sendo essa a razão da edição de autor", afirmou Baguet Júnior, sublinhando a "dificuldade e a rejeição" de várias editoras em publicar a fotobiografia.

Da toda a obra de Óscar Ribas, destaque para as primeiras novelas, "Nuvens Que Passam" (1927), "Resgate de uma Falta", ambas de 1927, "Flores e Espinhos" (1950) e "Ecos da Minha terra" (1952).A partir do final da década de 50 do século XX, Óscar Ribas centrou a sua produção literária posterior em temas da literatura oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua kimbundu.
Destas preocupações resultam a sua bibliografia dos anos 60, como, entre outras obras, "Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos" (1958,1975), "Missosso" - três volumes (1961, 1962 e 1964) e um "Dicionário de Regionalismos Angolanos", tendo, pelo meio, publicado um romance autobiográfico intitulado "Tudo Isto Aconteceu" (1975).
Distinguido com vários prémios - Margret Wrong (1952), Etnografia do Instituto de Angola (1959) e Monsenhor Alves da Cunha (1964), entre outros -, Óscar Ribas foi também galardoado com vários títulos, com destaque para a Ordem do Infante, atribuída pelo governo português em 1962, bem com o da Literatura e das Artes (Angola, 2000).

Gabriel Baguet Júnior, que já trabalhou no Primeiro de Janeiro e Jornal de Notícias, com uma passagem pela RTP Porto, tem uma pós-graduação em Jornalismo pelo ISCTE e pela ESCL, é autor de vários ensaios, com destaque para "Um Olhar e Uma Voz", dedicado à cantora cabo-verdiana Cesária Évoram, sendo actualmente quadro da RTP.
O autor participou também em vários seminários e conferências temáticas dedicados à História de África, Cultura de Angola, Jornalismo, Desenvolvimento Humano e Globalização, sendo colaborador regular de várias revistas internacionais, quer como jornalista quer como escritor.
in LUSA

http://pitigrili-de-luanda.blogspot.com/2009/01/scar-ribas.html

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Luís Kandjimbo


Luís Kandjimbo nasceu na província da Huíla.
Membro da Brigada Jovem de Literatura da Huíla, incentivou a implementação da revista Hexágono .
Já em Luanda, tornou-se membro, entre 1981 e 1982, da Brigada Jovem de Literatura (BJL). Em 1984, integrou o grupo colectivo de trabalho literário "Ohandanji ", ao lado de outros nomes jovens da ribalta literária, nomeadamente, Lopito Feijó, Joca Paixão, Domingos Ginginha, António Panguila e Ana Paula Tavares.

É membro da União de Escritores Angolanos (UEA), fazendo parte também da Association pour l'Étude des Littératures Africaines (APELA), sedeada em Paris, na França.
Em 1989, apresentou ao I Congresso de Escritores de Língua Portuguesa uma comunicação intitulada "Para a Descalibanização das Literaturas Africanas" que suscitou alguma controvérsia.
Mantendo uma intensa ligação ao mundo literário, é responsável pela edição da gazeta Lavra e Oficina, da União de Escritores Angolanos, e da revista Mensagem do Ministério da Educação e Cultura de Angola (MEC).
Intelectual prestigiado, é responsável pelo programa televisivo de animação Leituras, na Televisão Pública de Angola (TPA).

Um dos nomes da geração de 80, a que ele próprio denominou de "Geração das Incertezas", o seu trabalho poético é caracterizado pela ausência dos referentes que caracterizam a poesia revolucionária, mantendo como temáticas nucleares – que aliás se constituem como fio condutor desta geração – a da desilusão face à situação vivida na sua Angola independente e a da angústia face ao futuro.
Embora superiormente consciente da necessidade de imprimir uma vertente crítica à sua poiesis, o autor rejeita uma postura poética panfletária e, através de um trabalho de recuperação dos aspectos universais da língua literária e de abandono dos regionalismos, denuncia, com profunda ironia e desencanto, a corrupção que impunemente varre o seu país: "O, neste tempo bizarro/Da profecia e do caos (...) ".

Projectando um "eu lírico" nitidamente em crise, a poesia de Kandjimbo, como a de muitos outros poetas seus contemporâneos, metaforiza o mar como o espaço dual que simultaneamente simboliza a abertura para a liberdade e o abismo intransponível, rasgado pela decepção provocada pela guerra e pela corrupção: "O mar simboliza dor quando/estaciona nas trepidações/da muralha. ", constituindo-se, então, como a imagem da amargura sentida por um sujeito poético que se sente enganado e desiludido por utopias próximas.
Crítico literário e ensaísta, os seus textos encontram-se publicados em vários jornais e revistas angolanas e estrangeiras.
Em parceria com Lopito Feijó, escreveu o ensaio, s/d, Geração da Revolução. Novos Poetas Angolanos em Volta.

É autor das seguintes obras: Apuros de Vigíla. Ensaios de Meditação Genérica (1988); Apologia de Kalitangi. Ensaio e Crítica (1997); Estrada da Secura (1998), Menção Honrosa do Prémio Sonangol de Literatura (1998) – poesia; O Noctívago e Outras Estórias de um Benguelense (2000) – conto; e De Vagares a Vestígios.

Imagem: http://jornaldeangola.sapo.ao/17/65/luis_kandjimbo_em_benguela_para_avaliar_situacao_cultural

Como referenciar este artigo:
Luís Kandjimbo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-08-05].
Disponível na www: .

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A trajectória política de Álvaro Holden Roberto, o pai do nacionalismo angolano


ÁLVARO HOLDEN ROBERTO, nasceu em Mbanza Kongo, ex-São Salvador, província do Zaire, aos 12 de Janeiro de 1923. É filho de Garcia Diasiwa Roberto e de Joana Helena Lala Nekaka. Álvaro Holden Roberto fez os seus estudos primários e secundários em Léopoldville e é cristão baptizado pela Igreja Baptista (Baptist Missionary Society), que chegou a Angola em 1878.

No quadro da sua formação política, Álvaro Holden Roberto frequentou tanto em Léopoldville como no Ghana, vários cursos de Ciências Políticas, incluindo um estágio político-diplomático na Representação Diplomática da República da Guiné Konakry nas Nações Unidas, em Nova York, de 1959 a 1960.

Mais tarde, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu a audição dos peticionários dos territórios ainda colonizados, Álvaro Holden Roberto foi muitas vezes ouvido como Peticionário sobre Angola na Comissão das Tutelas denominada 4ª Comissão. Cada vez que ele aparecia, a delegação portuguesa retirava-se da sala em sinal de protesto, posto que Portugal não aceitava que as suas colónias fossem consideradas como tal, mas como províncias ultramarinas tanto mais que aí reinava a paz, afirmaram eles.

Os acontecimentos de 4 de Janeiro, 4 de Fevereiro e sobretudo os de 15 de Março de 1961, destruíram a argumentação portuguesa que já não teve coragem para prosseguir com as suas elucubrações.

Para melhor compreender a trajectória política de Álvaro Holden Roberto, deve-se recuar no tempo e no espaço.

Com efeito, ele é neto de MIGUEL NEKAKA (avô materno) um dos primeiros Evangelizadores angolanos, baptizado em 23 de Maio de 1889, que traduziu partes significativas da Bíblia de Inglês para o Kikongo e compôs numerosos hinos protestantes.

Miguel Nekaka era antes de tudo um patriota que defendia os direitos dos seus compatriotas, o que lhe valeu a hostilidade, a prisão e torturas por parte das autoridades coloniais portuguesas, mas graças à sua clarividência e resistência, conquistou o respeito e a estima do povo, dos missionários britânicos e de outros instalados nas actuais províncias do Uige e do Zaire.

Miguel Nekaka, que havia sido acusado falsamente de desempenhar um papel fundamental nos preparativos da Revolta dos Angolanos contra o poder colonial português, liderada por TULANTE BUTA (Tulante significa em Kikongo tenente, patente que Buta possuía no Exército Português no tempo da Monarquia em Portugal), guerra que durou de 1913 a 1915, foi duramente torturado pelas autoridades portuguesas. As injustiças de que foi vítima e as torturas que foram infligidas a Miguel Nekaka às quais sobreviveu, graças à sua robustez física, suscitaram nele um forte sentimento de revolta e de vingança, que o levou a fazer o seguinte pronunciamento: UM DOS MEUS DESCENDENTES VINGAR-ME-Á!

Miguel Nekaka faleceu em 1944.

Esse descendente mencionado no pronunciamento de Miguel Nekaka, não é senão ÁLVARO HOLDEN ROBERTO, seu neto, filho primogénito de sua filha JOANA LALA HELENA NEKAKA.

Em 1940, Dom Pedro VII, Rei do Kongo visitou Lisboa para participar na exposição do “Mundo Português”, para comemorar o oitavo centenário da proclamação do Reino de Portugal (1140), e o terceiro centenário da restauração da independência da anexação espanhola (1640). Enquanto esteve em Lisboa, ele pediu mais escolas para o seu povo e nomeou como seu secretário Manuel Sidney Barros Nekaka, filho de Miguel Nekaka, que estava em Lisboa num programa de especialização de dez meses num hospital.

http://www.fnla.net/biographie.htm

Imagem: http://www.rfi.fr/actufr/images/092/holden_roberto200.jpg

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Agostinho Neto


(Kaxicane 17 de Setembro de 1922, - Moscovo 1997)

Agostinho Neto nasceu na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 km de Luanda. O pai era pastor e professor da Igreja Metodista e, a sua mãe, era igualmente professora.
Após ter concluído o curso liceal em Luanda, trabalhou nos serviços de saúde e viria a tornar-se rapidamente uma figura proeminente do movimento cultural nacionalista que, durante os anos quarenta, conheceu uma fase de vigorosa expansão em Angola.

Decidido a formar-se em Medicina, embarca para Portugal em 1947 e matricula-se na Faculdade de Medicina de Coimbra, e posteriormente na de Lisboa. Dois anos depois da sua chegada a Portugal, foi-lhe concedida uma bolsa de estudos pelos Metodistas Americanos.
Envolve-se desde muito cedo em actividades políticas sendo preso em 1951, quando reunia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz em Estocolmo. Após a sua libertação, retoma as actividades politicas e torna-se representante da Juventude das colónias portuguesas junto do Movimento da Juventude Portuguesa, o MUD juvenil. E foi no decurso de um comício de estudantes a que assistiam operários e camponeses que a PIDE o prendeu pela segunda vez, em Fevereiro de 1955 só vindo a ser posto em liberdade em Junho de 1957.
Por altura da sua prisão em 1955 veio ao lume um opúsculo com poemas seus, que denunciavam as amargas condições de vida do Povo angolano.

A sua prisão desencadeou uma vaga de protestos em grande escala. Realizaram-se encontros; escreveram-se cartas e enviaram-se petições assinadas por intelectuais franceses de primeiro plano, como Jean-Paul Sart, André Mauriac, Aragon e Simone de Beauvoir, pelo poeta cubano Nicolás Gullén e pelo pintor mexicano Diogo Rivera, e em 1957, Agostinho Neto, foi eleito Prisioneiro Político do Ano pela Amnistia Internacional.

Em 1958, Agostinho Neto licenciou-se em Medicina e, casou com Maria Eugénia, no próprio dia em que concluiu o curso. Neste mesmo ano, foi um dos fundadores do clandestino Movimento Anticolonial (MAC), que reunia patriotas oriundos das diversas colónias portuguesas.

Em 30 de Dezembro de 1959. Neto voltou ao seu País, com a mulher, Maria Eugénia, e o filho de tenra idade, e passou a exercer a medicina entre os seus compatriotas. Em 8 de Junho de 1960, o director da PIDE veio pessoalmente prender Neto no seu Consultório em Luanda.
Uma manifestação pacífica realizada na aldeia natal de Neto em protesto contra a sua prisão foi recebida pelas balas da polícia. Trinta mortos e duzentos feridos foi o balanço do que passou a designar-se pelo Massacre de Icolo e Bengo. Receando as consequências que podiam advir da sua presença em Angola, mesmo encontrando-se preso, os colonialistas transferiram Neto para uma prisão de Lisboa e, mais tarde enviaram-no para Cabo Verde, para Santo Antão e, depois para Santiago, onde continuou a exercer a medicina sob constante vigilância política.

Foi, durante este período, eleito Presidente Honorário do MPLA.

Por mostrar a alguns amigos em Santiago (Cabo Verde) uma fotografia, em que um grupo de jovens soldados portugueses sorriam para a câmara, segurando um deles uma estaca em que foi espetada a cabeça de um angolano e inserta em diversos jornais (por exemplo, no Afrique Action, semanário que se publica em Tunes) Agostinho Neto foi preso na cidade da Praia em 17 de Outubro de 1961 e transferido depois para a prisão de Aljube em Lisboa.

Sob forte pressão, interna e externa, as autoridades fascistas viram-se obrigadas a libertar Neto em 1962, fixando-lhe residência em Portugal. Todavia, pouco tempo depois da saída da prisão, Agostinho Neto, em Julho de 1962, saiu clandestinamente de Portugal com a mulher e os filhos pequenos, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha ao tempo a sua sede exterior,

Em Dezembro desse ano, foi eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento.
Em 1970 foi-lhe atribuído o Prémio Lótus, pela Conferência dos Escritores Afro-Asiáticos
Com a "Revolução dos Cravos" em Portugal e a derrocada do regime fascista de Salazar, continuado por Marcelo Caetano, em 25 de Abril de 1974, o MPLA considerou reunidas as condições mínimas indispensáveis, quer a nível interno, quer a nível externo, para assinar um acordo de cessar-fogo com o Governo Português, o que veio a acontecer em Outubro do mesmo ano.
Agostinho Neto regressa a Luanda no dia 4 de Fevereiro de 1975, sendo alvo da mais grandiosa manifestação popular de que há memória em Angola

Agostinho Neto que na África de expressão portuguesa é comparável a Léopold Senghor na África de expressão francesa, foi um esclarecido homem de cultura para quem as manifestações culturais tinham de ser, antes de mais, a expressão viva das aspirações dos oprimidos, armas para a denúncia de situações injustas, instrumento para a reconstrução da nova vida.
Membro fundador da União dos Escritores Angolanos, foi eleito pelos seus pares o seu primeiro Presidente.

Fontes: http://www2.ebonet.net/MPLA/bio_aneto.htm#top

Bibliografia:
Quatro Poemas de Agostinho Neto, 1957, Póvoa do Varzim, e.a.;
Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império;
Sagrada Esperança, 1974, Lisboa, Sá da Costa (inclui os poemas dos dois primeiros livros);
A Renúncia Impossível, 1982, Luanda, INALD (edição póstuma)

http://www.lusofoniapoetica.com/index.php/content/category/6/38/299/

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Jonas Savimbi


Origem: WIKIPEDIA, a enciclopédia livre.

Jonas Malheiro Savimbi (Bié, 3 de Agosto de 1934 — Lucusse, 22 de Fevereiro de 2002) foi um político angolano, sendo durante mais de trinta anos o líder da UNITA.

Biografia
Jonas Savimbi nasceu e cresceu na província do Bié. Durante a sua juventude ganhou uma bolsa de estudos para a Europa (Suíça), onde viria a se formar em ciências politicas. A maior parte da vida adulta do líder da UNITA foi passada como líder da guerrilha. Fluente em português, inglês e francês, Savimbi costumava reservar essas línguas para contatos com seus opositores políticos, diplomatas ou jornalistas. No dia-a-dia, Savimbi usava a língua Ovimbundu para se exprimir.

A "UNITA — Movimento do Galo Negro" foi criada por Savimbi em 1966 para combater o colonialismo português. O líder da UNITA podia ter chegado ao poder com o fim do colonialismo, mas as eleições acordadas com Portugal nunca chegaram a ser feitas porque o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) tomou o País de assalto com a ajuda do exército cubano. Ao fim de 15 anos de luta de guerrilha contando com grande apoio dos Estados Unidos e Tropas sul africanas contra o exército cubano, a UNITA consegue que estes retirem de Angola e se façam eleições.

Em 1992, Savimbi concorreu a eleições. Os resultados deram-lhe a derrota, e resolveu voltar à guerra. O líder da UNITA retirou-se para a cidade de Huambo e optou pelo caminho da guerra civil, que causou a morte a milhares de pessoas. 1992 é a data do princípio do fim de Savimbi.

Savimbi estabeleceu Huambo como a sua capital e deixando claro aos jornalistas com quem falava que o movimento que liderava pretendia a paz.

Em 1994, a UNITA assinou os acordos de paz de Lusaca, depois de meses de negociações, e aceitou desmobilizar as suas forças, com o objectivo de conseguir a reconciliação nacional. O processo de paz prolongou-se durante quatro anos, marcado por acusações e adiamentos. Apesar da Unita ter cumprido parte destes acordos enviando para Luanda os seus elementos para fazerem parte do Governo de Unidade Nacional, o MPLA criou uma pseudo-Unita (a chamada Unita renovada), para poder controlar o parlamento e a actividade politica.

Em 22 de fevereiro de 2002, Jonas Savimbi foi morto na província do Moxico (Leste de Angola) pelas Forças Armadas Angolanas (FAA), que resultou ainda na morte de outros elementos da UNITA. Com a morte de Savimbi, Angola encontrou finalmente o caminho para a paz que durante longos anos tanto aspirou.


Ver também
Há ainda teorias que garantem que o lider rebelde Angolano não foi morto mas que se suicidou, baseando-se no tiro estranhamente encontrado no lado direito da sua garganta.

Imagem: http://2.bp.blogspot.com

sábado, 1 de agosto de 2009

Óscar Ribas conversou com Luís Kandjimbo em LEITURAS,Programa da TPA


Luís Kandjimbo – Boa noite, amigos telespectadores. Leituras volta a estar em sua companhia. Passados que foram os 15 dias do último programa, aqui estamos mais uma vez para abordarmos os temas relevantes sobre a literatura angolana, em que entrevistamos autores, falamos das suas obras e de outros projectos criativos relacionados com a literatura. O nosso convidado esta noite é um dos fundadores da ficção moderna angolana, um ficcionista, um ensaísta, um poeta que foi consagrando toda uma vida à literatura e que temos o prazer de tê-lo aqui à conversa e para tal vou convidar-vos para que conheçam um pouco mais de sua biografia. O nosso convidado esta noite é o escritor Óscar Ribas. Temo-lo aqui connosco, vamos agradecer a sua presença e esperar que tenhamos uma conversa proveitosa e que os telespectadores tirem o máximo rendimento do que for aqui abordado, quer a títulos de informações sobre as suas obras, quer em relação a outros aspectos que podem servir de exemplo aos jovens criadores. Muito obrigado Sr. Óscar Ribas. Agradecemos a sua presença. Oxalá que se sinta como se estivesse em sua própria casa. De sua extensa obra, vou destacar as três primeiras obras que publicou, entre os anos 27 à primeira metade dos anos 50, e gostaria que manifestasse o seu ponto de vista em relação, dessas três obras que publica nesse período, qual delas é que merece a sua maior atenção? Qual delas prefere?

Óscar Ribas – De todos os livros que eu escrevi, para mim o melhor, que eu aprecio mais, o que eu gosto mais é do Uanga.

Luís Kandjimbo – Ao ter destacado o Uanga, que é um romance folclórico como o próprio autor Óscar Ribas subintitulou este livro, é um romance que acaba por inserir uma série de episódios que abordam temas da tradição, temas do folclore , mas dentro dessa história, há um episódio bastante interessante que envolve Joaquim e Catarina, que é de resto uma história romântica, é uma história de afectos, em que aparece uma interferência perturbadora que é D. António Sebastião. Pode falar-nos um pouco desse episódio de D. Sebastião, ao interferir negativamente nessa relação da Catarina?

Óscar Ribas – A Catarina que é uma das principais protagonistas, eu fui mais ou menos pela minha mãe, tem as características da minha mãe, a Catarina. E fui obrigado, vá permita-se esta expressão, a matá-la, enfim, quando leio isso vêm-me as lágrimas aos olhos, só para poder depois descrever as práticas resultantes de um falecimento. Eu quando chego ao fim, quando leio essa parte vem as lágrimas aos olhos, sensibilizo-me com isso. A Catarina, portanto, uma mulher boa, de boa índole, como aliás uma característica da nossa gente.

Luís Kandjimbo – Mas neste episódio de afectos, de Joaquim e Catarina, da interferência negativa e perturbadora de António Sebastião, acontece um caso de vingança. António Sebastião que é humilhado, acabou por se transformar num motivo de chacota e de zombaria, vem depois pretender fazer vingança desse facto. Como é que isso se explica? Quando se trata de um indivíduo com algum prestígio, no meio tradicional, mas quando posto no meio suburbano da capital, ele é confrontado com a perda de prestígio, porque não sabe ler nem escrever.

Óscar Ribas – São coisas que acontecem não é? Como aconteceu mesmo.

Luís Kandjimbo – A história do Sebastião…

Óscar Ribas – … do António Sebastião sim. Bem, a explicação que deu … chorem, ele quando disse “chorem” foi, como mais tarde ele depois explicou, ele sendo um homem de prestígio lá na sua terra, no seu meio, homem com dinheiro, com propriedades e não saber ler. “Chorem, chorem por eu não saber ler”. E claro isso foi interpretado de maneira diferente. A Catarina, quando ouviu “chorem”, supôs que o homem, o Joaquim tivesse morrido.

Luís Kandjimbo – Sim, sim, então o Sebastião pretendia dizer “Chorem, porque eu infelizmente não poderei ler”…

Óscar Ribas – …”pois não posso ler não é? Um homem tão poderoso como sou, enfim, com muitas propriedades, muitas mulheres, e não saber ler? Chorem …”

(...)

http://embangola.artedesign-net.pt/cultura/literatura.php?ct_id=295&sid=192
Imagem: http://www.angoladigital.net/