terça-feira, 26 de junho de 2012

O que acontece quando alguém cai dentro de um vulcão ativo? [vídeo]

A realidade é bem mais dramática que a ficção, ao menos nos filmes onde o vilão cai em um lago de lava superaquecida.
Um experimento realizado em 2002 no vulcão ativo Erta Ale, da Etiópia, mostrou que uma fonte de lava fulminante é o que surge logo que um saco com cerca de 30kg de lixo de um acampamento, é jogado da borda da sua cratera em um lago de pedra derretida.
Certamente não seria nada agradável, mas neste cenário é bem possível que apenas o impacto já fizesse a maior parte do trabalho; a queda foi de 73m de altura.
Mesmo que alguém sobrevivesse e permanecesse consciente o lago flamejante acabaria com tudo de uma maneira inconcebivelmente dolorosa, em apenas poucos segundos, com um magnífico chafariz de lava. A hipótese é que a água contida no material orgânico estaria evaporando violentamente causando o turbilhão. [Daily Mail, YouTube]

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A menina Kianda já dança na "Casa do Zouk"


Luanda – A administradora municipal de Belas, Joana Quintas, inaugurou no passado dia 09 do corrente, um espaço cultural denominada "Casa do Zouk" de Angola, localizada no distrito de Benfica. A cerimónia foi testemunhada, e apadrinhada, pelo criador do estilo musical e fundador da banda antilhana KASSAV, Pierre Edouard Décimus. O recinto é o único da capital angolana, quiçá do país, onde agora se pode ouvir sem qualquer sobressalto este estilo musical.

Fonte: Club-k.net
Na altura, Pierre Décimus aproveitou a oportunidade para oferecer à Casa do Zouk de Angola o primeiro disco de platina ganho em 2001 pelo grupo Kassav, pela venda de mais de 500 mil cópias do álbum “magestic zouk”. Após a inauguração foi ainda precedida da assinatura pelos músicos antilhanos do livro de honra da Casa do Zouk.
Para abertura da Casa do Zouk, escalaram igualmente Luanda os músicos antilhanos Jacob Desvarieux (guitarrista, vocalista e produtor dos Kassav), Luc Léandry (guitarista, baixista, baterista e interprete), Alex Alexis (vocalista). O momento mais alto da festa foi o da apresentação da estátua de Decimus, erguida à entrada da Casa como reconhecimento do tributo do artista para o surgimento e desenvolvimento do estilo.
A Casa do Zouk reservou alguns minutos na cerimónia para homenagear os artistas do zouk falecidos desde o surgimento desse estilo musical, destacando-se os nomes de Edith Lefel, Patrick St Loi, Camilo Domingos, Fernando Santos “Aiaia”, Oliver Ngoma, entre outros.  Os artistas brindaram os presentes com um concorrido show musical ao vivo, que contou com o suporte instrumental da banda angolana voga.
O zouk é um estilo musical que nasceu em Guadalupe (Antilhas francesas), por iniciativa do criador da banda Kassav, em 1979. Com o passar dos anos, este estilo passou a ser adoptado por vários músicos em África. Angola adaptou o zouk para variante que hoje é conhecida como kizomba, tendo  como pioneiro o músico Eduardo Paím.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Elenco dos KASSAV inauguram Casa de Zouk de Angola


Os músicos e integrantes dos "Kassav", Jacob Desvarieux, Pierre Edouard Decimus e o produtor musical antilhano Eddy Compper inauguram hoje, na comuna do Benfica, em Luanda, a Casa de Zouk de Angola.

Helder Luandino RÁDIO ECCLESIA
Para além de a inaugurarem, os músicos são os padrinhos da instituição e vão fornecer discos com música zouk, com a finalidade de enriquecer o arquivo da Casa de Zouk de Angola.

De acordo com Luís Paulo, responsável da Casa de Zouk de Angola, o objecto social da instituição é salvaguardar, promover, divulgar trabalhos e comercializar discos deste estilo de música. Luís Paulo informou que a Casa de Zouk tem um arquivo de 15 mil músicas de zouk e outros estilos, que vem a coleccionar desde a década de 80.

Jacob Desvarieux confessou que Angola é um grande mercado para o zouk e um "viveiro em que os músicos espalham o futuro e a evolução do zouk".

De acordo com o J.A. O vocalista dos Kassav revelou que no dia 16 de Junho em Paris vai ser lançado um disco que tem a participação de Yola Araújo, cantora angolana que apresenta "excelentes composições".

Antes de ter gravado o vídeo com a Yola Araújo a imprensa estrangeira já divulgava o trabalho da Yola e Jacob teve a oportunidade de ver videoclips da Yola Araújo a passarem na televisão na Europa.

Pierre Edouard Decimus, considerado o criador do estilo zouk e fundador dos Kassav, afirmou que Angola "está a escrever o futuro do zouk e da música popular africana". "Angola está a escrever a história que os antilhanos deviam escrever, por esta ser a primeira Casa de Zouk suficientemente apetrechada em matéria organizativa e artística."

Por Angola ser um país economicamente rico, disse o guitarrista e pianista Luc Leanory, "é importante que os angolanos não ignorem os direitos de autor que permitem aos cantores nacionais que vivem da música exportar as suas canções".

Para o produtor musical Eddy Compper, o intercâmbio cultural entre Angola e as Antilhas "facilitar a entrada da música angolana com nas Ilhas das Antilhas".

Jacob Desvarieux ofereceu à Casa de Zouk de Angola um disco de platina "como reconhecimento internacional de um símbolo internacional representado pelos Kassav"

Angola: Filipe Zau e Filipe Mukenga apresentam novo CD


 “Canto Segundo da Sereia O encanto” é o mais recente trabalho discográfico dos músicos angolanos Filipe Mukenga e Filipe Zau.
Por Pedro Dias | Luanda VOA
O novo álbum homenageia todos os marítimos e o contributo destes na luta para a liberdade dos angolanos bem como também os malogrados pais de Filipe Zau, Francisco Zau e Maria de Pina Zau, e ao falecido pai de Filipe Mukenga, Anacleto da Conceição Gumbe.

Musicalizado a partir de ritmos africanos, o álbum, um duplo CD com 24 temas, leva os ouvintes numa viagem transatlântica pelos sons e culturas de África, Europa e América Latina.

“Canto Segundo da Sereia O encanto” é considerado por Filipe Zau como uma história dentro de outra, contando narrativas da vida, o disco retrata ainda o dia-a-dia, os valores morais e culturais, a paz e seus feitos, assim como realça a importância dos direitos humanos.

Tal como aconteceu com o primeiro disco, “O Canto da Sereia o Encanto”, os seus autores pretendem adaptar o projecto ao teatro ou cinema.

Gravado na Rádio Vial, em Luanda, o CD, foi misturado e masterizado em França e Portugal. O disco tem, além das 24 canções, oito textos, escritos por Filipe Zau, e a gravação do noticiário transmitido pela Rádio Nacional de Angola a 4 de Abril de 2002, o Dia da Paz.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Os Nyaneka-Humbi



Essencialmente criadores e pastores de gado mas também agricultores, os nyaneka-humbi encontram-se confinados à província da Huíla. Embora ligados aos Ovimbundu, contrariamente a estes, os Nyaneka-Humbi são fechados e pouco flexíveis.

http://poesiangolana.blogspot.com/2012/01/os-nyaneka-humbi.html

O tipo de alimentação destas populações pastoris é a base de leite e de farinha duma variedade de cereal designada massango. Tal como os agricultores do norte do país, os terrenos de cultivo não constituem propriedade individual. “O mesmo, aliás, se observa nos restantes povos criadores. Também os pastos são comuns. Averiguamos, no entanto, entre os Humbes, uma organização do espaço verdadeiramente notável”, diz-nos José Redinha.

Segundo Fernando Neves, em 1960, os Nyaneka-Humbi aproximavam-se dos 129 mil habitantes, dos quais 100 mil eram Nyaneka. Considera-se que os Nyaneka sejam dos mais antigos ocupantes da região, seguindo-se os Humbi. “A região dos Humbes foi atingida pela invasão dos Hotentotes do Sudoeste Africano (actual Namíbia), que levou as suas incursões até às margens do Cunene, a partir do ano de 1881”.  O esquema sociopolítico dos Humbi apresenta um tipo de autoridade difundida no grupo que é orientada pelos chefes simples ou por alguns seculo (mais idosos) e ainda por criadores de gado mais importantes, segundo o princípio do primus inter pares. 
Redinha refere também que “no plano cultural expressam, à semelhança dos Ambos e dos Hereros, influências da cultura camita oriental, levada até ao Cunene pelas migrações dos pastores camíticos do Nordeste Africano. A essa tradição se liga a instituição do ‘gado sagrado’ nela incluída o cortejo do “boi sagrado”, tido como reminiscência do culto do boi Ápis dos velhos altares do Nilo, anualmente praticado entre Nhanhecas”. 
Do ponto de vista artístico, os Humbi cultivam o adorno do corpo e curiosos penteados, produzindo vestuários e ornatos de natureza diversa, incluindo a confecção de pulseiras metálicas cuidadosamente gravadas.
Na vida social dos Nyaneka-Humbi realizam-se ritos de puberdade feminina e nos actos divinatórios praticam o aruspício. “Os arúspices eram sacerdotes romanos que faziam prognósticos consultando as entranhas das vítimas”. Ainda de acordo com José Redinha, na sua obra de investigação intitulada “Etnias e Culturas de Angola”, editada, em Luanda, em 1974, “os Humbes revelam ao observador a existência de uma elite de tipo evoluído que se mostra dotada duma notável inteligência prática”.
Variantes Linguísticas

Vatomene Kukanda refere-se a nove variantes linguísticas, que abrangem, sobretudo, a província da Huíla e também uma parte da província do Cunene. Na província da Huíla: o mwila, o ngambo, o humbi, o huanda (mupa), o handa (cipungu), o cipungu, o cilenge-humbi e o cilenge-muso. Na província do Cunene: o humbi, o ndongwela, o hinga e o konkwa. 

Filipe Zau, Ph.D em Ciências da Educação e Mestre em Relações Interculturais
Retirado de Jornal de Angola (02 Fev. 2010)