quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Luís Kandjimbo


Luís Kandjimbo nasceu na província da Huíla.
Membro da Brigada Jovem de Literatura da Huíla, incentivou a implementação da revista Hexágono .
Já em Luanda, tornou-se membro, entre 1981 e 1982, da Brigada Jovem de Literatura (BJL). Em 1984, integrou o grupo colectivo de trabalho literário "Ohandanji ", ao lado de outros nomes jovens da ribalta literária, nomeadamente, Lopito Feijó, Joca Paixão, Domingos Ginginha, António Panguila e Ana Paula Tavares.

É membro da União de Escritores Angolanos (UEA), fazendo parte também da Association pour l'Étude des Littératures Africaines (APELA), sedeada em Paris, na França.
Em 1989, apresentou ao I Congresso de Escritores de Língua Portuguesa uma comunicação intitulada "Para a Descalibanização das Literaturas Africanas" que suscitou alguma controvérsia.
Mantendo uma intensa ligação ao mundo literário, é responsável pela edição da gazeta Lavra e Oficina, da União de Escritores Angolanos, e da revista Mensagem do Ministério da Educação e Cultura de Angola (MEC).
Intelectual prestigiado, é responsável pelo programa televisivo de animação Leituras, na Televisão Pública de Angola (TPA).

Um dos nomes da geração de 80, a que ele próprio denominou de "Geração das Incertezas", o seu trabalho poético é caracterizado pela ausência dos referentes que caracterizam a poesia revolucionária, mantendo como temáticas nucleares – que aliás se constituem como fio condutor desta geração – a da desilusão face à situação vivida na sua Angola independente e a da angústia face ao futuro.
Embora superiormente consciente da necessidade de imprimir uma vertente crítica à sua poiesis, o autor rejeita uma postura poética panfletária e, através de um trabalho de recuperação dos aspectos universais da língua literária e de abandono dos regionalismos, denuncia, com profunda ironia e desencanto, a corrupção que impunemente varre o seu país: "O, neste tempo bizarro/Da profecia e do caos (...) ".

Projectando um "eu lírico" nitidamente em crise, a poesia de Kandjimbo, como a de muitos outros poetas seus contemporâneos, metaforiza o mar como o espaço dual que simultaneamente simboliza a abertura para a liberdade e o abismo intransponível, rasgado pela decepção provocada pela guerra e pela corrupção: "O mar simboliza dor quando/estaciona nas trepidações/da muralha. ", constituindo-se, então, como a imagem da amargura sentida por um sujeito poético que se sente enganado e desiludido por utopias próximas.
Crítico literário e ensaísta, os seus textos encontram-se publicados em vários jornais e revistas angolanas e estrangeiras.
Em parceria com Lopito Feijó, escreveu o ensaio, s/d, Geração da Revolução. Novos Poetas Angolanos em Volta.

É autor das seguintes obras: Apuros de Vigíla. Ensaios de Meditação Genérica (1988); Apologia de Kalitangi. Ensaio e Crítica (1997); Estrada da Secura (1998), Menção Honrosa do Prémio Sonangol de Literatura (1998) – poesia; O Noctívago e Outras Estórias de um Benguelense (2000) – conto; e De Vagares a Vestígios.

Imagem: http://jornaldeangola.sapo.ao/17/65/luis_kandjimbo_em_benguela_para_avaliar_situacao_cultural

Como referenciar este artigo:
Luís Kandjimbo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-08-05].
Disponível na www: .

Sem comentários:

Enviar um comentário