quinta-feira, 2 de julho de 2009

Viriato Clemente da Cruz


Os chineses começaram a ver que Viriato se distanciava cada vez mais das teses maoístas e mantiveram-no como refém.

Origem: WIKIPEDIA, a enciclopédia livre.

Viriato Francisco Clemente da Cruz (Kikuvo (Porto Amboim), 1928 - Pequim (China), 13 de Junho de 1973). Foi considerado um dos mais importantes impulsionadores de uma poesia regionalista angolana, nas décadas de 40 e 50, e um dos lideres da luta pela libertação de Angola.]


Contexto Histórico
Nos inícios do século XX vários países Europeus dirigiam o destino de África. Dividida e explorada entre os senhores colonialistas, sob o pretexto de "missão civilizadora" e "educacional", estes exerciam a sua máxima influência politica e cultural. Portugal não era excepção, em S.Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné, Angola e Moçambique, exerciam a sua presença (assim como nalgumas possessões na Ásia).

A literatura angolana começará a florescer ainda no século XIX (considerando o ano do seu nascimento em 1860, com grande influência do romantismo português). Essa literatura modificar-se-á a partir da segunda guerra mundial, irá então buscar a sua influência à literatura brasileira.

A partir de 1945 toda situação politica modifica-se, surgirão por todos os países africanos diversos movimentos de libertação, eram os ventos da mudança que assolavam toda a velha cultura europeia.

Actividade Política
Viriato fez os estudos liceais em Luanda,no liceu Salvador Correia (durante anos, centro do intelectualismo angolano), as dificuldades financeiras derivadas da ausência do pai (que cedo abandonou a família) causaram uma vida de dificuldades que o fizeram abrir os olhos à ideologia marxista. Abandonou Angola por volta de 1957 para se dirigir a Paris onde se encontrou com Mário Pinto de Andrade, desenvolvendo uma intensa actividade política e cultural.

Na década de 60 tornou-se Secretário-Geral do MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, partido esse que ajudou a fundar, juntamente com Mário Pinto de Andrade. Mais tarde dissabores com agostinho Neto irão obriga-lo a abandonar o partido; Neto defendia um comunismo soviético, e Viriato, um comunismo maoista.

Exilado na China
Vai para Pequim, na década de setenta, os dirigentes chineses recebem-no de braços abertos, pois tinha demonstrado uma enorme capacidade na criação do MPLA, primeiro em Conackry e, depois, no Congo Belga (neste foi detido e sofreu torturas, por defender ideias contrárias às estabelecidas). Os chineses entendiam que Viriato da Cruz poderia facilitar a penetração ideológica do socialismo maoísta no continente africano - o que não sabiam era que estavam profundamente enganados; daí nasceu um grave mal-entendido com consequências trágicas para Viriato e para a sua família.

Elabora um relatório onde afirma que os países Africanos, mesmo os mais desenvolvidos, não estão preparados para uma revolução socialista. Demonstra então grande firmeza ao recusar-se a mudar o relatório. Esse aspectos do seu carácter já lhe tinha valido graves dissabores na sua curta vida política quando da crise de 1962-63, no seio do MPLA. O relatório pessimista elaborado por Viriato ia contra a doutrina maoísta da iminência da revolução mundial.

Os chineses começaram a ver que Viriato se distanciava cada vez mais das teses maoístas e mantiveram-no como refém. Ele não entendia porque não o expulsavam. Mas os Chineses temiam a inteligência superior de Viriato e as consequências negativas que ele poderia causar à causa maoísta se saísse da China.

Últimos anos de vida
Os últimos anos de vida de Viriato foram marcados por falta de alimentos, colidindo na fome que acabou por fragilizá-lo. Veio a falecer no dia 13 de Junho de 1973. No entanto, a derradeira humilhação foi a maneira abjecta como foi levado para o cemitério dos estrangeiros: entaipado entre quatro tábuas, transportado num camião militar.

Principais obras
Poemas (1961). Entre os seus textos poéticos, destacam-se Namoro, Sô Santo e Makézu

Imagem: http://fotocache01.stormap.sapo.pt/fotostore01/fotos//b7/e0/b3/1787593_SlmP4.jpeg

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