domingo, 14 de março de 2010

Biografia de Emílio Salgari, 21 de Agosto de 1862, 25 de Abril de 1911


Emílio Salgari (que em Italiano é pronunciado Sálgari, mas deveria pronunciar-se Salgári visto derivar de "salgár", o nosso "salgueiro") nasceu em Verona a 21 de Agosto de 1862 no seio de uma família de pequenos comerciantes.

http://salgari.com.sapo.pt/Biografia.html

Em 1879 entrou no Regio Istituto Tecnico e Nautico P. Sarpi, em Veneza, mas não chegou a obter o título de capitão de marinha como era seu desejo. (Este desejo levou-o a estimar que o tratassem por Capitano durante toda a sua vida.) Durante a sua estadia no Istituto navegou três meses no mar Adriático a bordo do navio Italia Una. Esta foi a sua experiência marítima mais significativa que, juntamente com os seus estudos no Instituto, lhe deram muitos dos conhecimentos náuticos que utiliza na sua obra.

O seu primeiro trabalho como escritor foi uma curta novela intitulada I selvaggi della Papuasia, que escreveu em 1882 (tinha então vinte anos) e foi publicada num semanário milanês em Julho de 1883. Nesse ano escreve a novela Tay-See para o periódico veronês La Nuova Arena, mais tarde publicada com o título de La Rosa del Dong-Giang. Em Outubro do mesmo ano inicia a publicação de La Tigre della Malesia que abre o ciclo Sandokan e conhece um notável sucesso. Apesar disso, o retorno económico que recebe é pouco significativo. Em 1884 viu publicado o seu primeiro romance, La favorita del Mahdi, que tinha escrito em 1877.

Graças ao êxito destas obras consegue a posição de redactor permanente no La Nuova Arena, posição que mantém até 1893. Neste ano ocorre um incidente infeliz: ofendido por ter sido chamado de mozo num artigo do periodista Giuseppe Biasioli, desafiou-o para um duelo. Como resultado Biasioli teve de ser hospitalizado e Salgari esteve preso durante seis meses.
Em 1889 suicidou-se o pai de Salgari, iniciando uma cadeia impressionante de suicídios familiares que inclui o próprio escritor (1911) e os seus filhos Romero (1931) e Omar (1963).

Depois de uma paixoneta por uma jovem inglesa de família nobre, que lhe haveria de servir de modelo de heroína dos seus romances, casa em 1892 com a actriz de teatro Ida Peruzzi (a quem sempre chamou carinhosamente Aida como na ópera de Verdi). Nesse mesmo ano nasce a sua filha Fatima; mais tarde os seus filhos Nadir (1894), Romero (1898) e Omar (1900). Em 1892 ocorre também a sua mudança para Turim a fim de trabalhar para a editorial Speirani onde se mantém até à sua morte, exceptuando uma curta permanência em Génova.

Em 1897 o rei Humberto confere-lhe o título honorífico de Cavaliere della Corona d’Italia.
Em 1907 passou a trabalhar para a editorial Bemporad para a qual escreveu dezanove novelas. O seu êxito entre o público juvenil seguiu crescendo, atingindo algumas das suas novelas tiragens de 100.000 exemplares.

Apesar do trabalho incansável de Salgari e a sua preocupação em proporcionar um mínimo de condições à sua família, as suas dificuldades económicas não abrandaram, o que é atribuído a uma certa atitude ingénua do escritor nas suas relações com os editores. As dificuldades económicas, agravadas entretanto com a doença mental da esposa que teve de ser internada, acabaram por conduzi-lo ao suicídio em 25 de Abril de 1911, praticado à maneira samurai (abriu o ventre com uma faca). Tinha então 48 anos de idade. Deixou escritas três cartas, dirigidas respectivamente aos seus filhos, aos seus editores e aos directores dos periódicos de Turim. A carta dirigida aos editores é bastante eloquente:

"Aos meus editores: A vós que haveis enriquecido com a minha pele, mantendo-me a mim e à minha família numa contínua semi-miséria ou ainda pior, só vos peço que em compensação dos lucros que vos proporcionei tomeis a cargo o meu funeral. Saúdo-vos quebrando a pena. Emilio Salgari"

Imagem: http://img2.pict.com/86/6d/e0/1695156/0/y305u.jpg

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