terça-feira, 23 de março de 2010

CECÍLIA MEIRELES. Poeta: 1901 – 1964. Adora música, especialmente canções medievais


Nome: Cecília Meireles - Nasceu no Distrito Federal (hoje cidade do Rio de Janeiro)
Casada, três filhas e dois netos.
Altura, 1,64 - Peso 59 quilos e calça sapatos número 37.
É quase vegetariana.
Não fuma, não bebe, não joga.
Não pratica nenhum esporte, mas gosta muito de caminhar e acha que seria capaz de dar a volta ao mundo a pé.
Não gosta de futebol e raramente vai ao cinema. - Gosta de bom teatro.

Lúcia Helena Vianna
http://www.vidaslusofonas.pt/cecilia_meireles.htm

Responde pontualmente todas as cartas que recebe, mas atrasa-se às vezes, em agradecer livros, porque só agradece depois de os ler.
Adora música, especialmente canções medievais, espanholas e orientais. - Poetas preferidos: todos os bons poetas.
Prefere pintores flamengos.
Dorme e acorda cedo.
Leu Eça de Queirós antes dos 13 anos.
Escreveu o seu primeiro verso aos 9 anos. Estudou canto, violão, violino e, às vezes, desenha.
Se pudesse recomeçar a vida gostaria de ser a mesma coisa, porém melhor.

Seu primeiro livro publicado foi Espectros, tinha 16 anos.
Principal defeito: uma certa ausência do mundo.
Seu tormento: desejar fazer o bem a pessoas que precisam de auxílio e não o aceitam.
Nunca viu assombração, mas gostaria de ver.
Livros, livros, livros, noite com estrelas e nuvens ao mesmo tempo, acha que não tem medo da morte. Gostaria de morrer em paz.”

TRAJECTÓRIA POÉTICA
1919. Publica o primeiro livro, Espectros. Recebe críticas elogiosas. O respeitável João Ribeiro antevê futuro promissor para a jovem escritora: “em breve, e sem grande esforço, poderá lograr a reputação de poetisa que de justiça lhe cabe.”

CECÍLIA E O MODERNISMO
Como se situa Cecília no movimento renovador na literatura e nas artes que eclode com a Semana de Arte Moderna de 1922? Que lugar ocupa junto aos poetas revolucionários dessa década, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Manuel Bandeira, Cassiano Ricardo - os poetas paulistas, alinhados em torno da Revista Klaxon?

Não, Cecília Meireles não está com eles nessa primeira hora. Não participa diretamente do movimento de ruptura e vanguardismo deflagrado pelos paulistas. Seus primeiros livros merecem a atenção de um outro grupo . O dos poetas da Revista Festa, do Rio de Janeiro, Andrade Murici, Tasso da Silveira, Murilo Araújo. Poetas que defendem uma poesia imbuída de elementos espirituais, de preocupações transcendentes, filosóficas e religiosas.

Nos livros da década de 20 - Nunca mais... e Poema dos poemas (1923), assim como Balada para El-Rei (1925) - ainda ressoam os tons simbolistas e algum formalismo parnasiano. Fiel a si mesma, sua intuição lírica não se prende a correntes literárias:

Teus olhos tristes, d’ Agnus Dei,
São minha glória e minha benção,
Depois de tudo que passei...
(...)

Sobre a minha alma, toda a vi
Teus olhos tristes; d’ Agnus Dei!

(Oferenda , Balada para El-Rei)

Com o livro Viagem, de 1938, Cecília encontra seu estilo definitivo.O verso melódico sustenta os motivos fundadores de sua poética – sonho, solidão, mar, canção, melancolia, nuvens, céu, morte... Recebe o Prêmio Poesia da Academia Brasileira de Letras. No julgamento, Cassiano Ricardo argumenta em favor dessa obra e salienta a modernidade de sua fatura.

Em 1939 Mário de Andrade escreve um artigo conclusivo sobre a poeta:.
(...) Jamais a poesia nacional alcançou tamanha evanescência tanto verbal como psíquica. (...)

Cecília está construindo sua trajetória pública. Firma-se entre os maiores poetas nacionais.

Para Eliane Zagury, a poeta representa “a mais pura tradição lírica voltada sobre si mesma, autotematizada.” •


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