Óscar Ribas é lembrado numa fotobiografia com edição de luxo a ser lançada este mês, numa edição de autor do jornalista angolano Gabriel Baguet Júnior.
O livro, intitulado "Óscar Ribas - A Memória com a Escrita", surge numa altura em que se assinalam os 100 anos do nascimento do escritor, poeta, etnólogo e ensaísta angolano, natural de Luanda, onde nasceu a 17 de Agosto de 1909, estando já o autor a preparar outra obra: "O Pensamento e as Palavras de Óscar Ribas".
Falecido em Cascais a 19 de Junho de 2004 (aos 94 anos), Óscar Ribas é considerado unanimemente em Angola como o fundador da ficção literária no país, tendo iniciado a sua actividade ainda como estudante no Liceu Salvador Correia, em Luanda.
Em declarações à Agência Lusa, Gabriel Baguet Júnior, jornalista da RDPÁfrica, 44 anos e natural de Luanda, adiantou que o livro, de 383 páginas e que levou quase oito anos a completar, tem o prefácio de José Carlos Venâncio, professor catedrático na Universidade da Beira Interior e Pró-Reitor para os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
No livro, o prefaciador destaca a "preserverança" do autor na execução da obra, realça o "merecimento do homenageado" e lamenta que "esta e outras atenções tardem a surgir, quer em Angola, quer noutro espaço da Lusofonia".
O livro conta com a participação e depoimentos de dois sobrinhos do escritor, Arnaldo Gonçalves Ribas ("Nadinho") e Maria do Céu Ribas, de Wladimir Romano, jornalista e escritor cabo-verdiano, filho de B´Leza, de Isabel Bastos Feliciano, mestre em História de África, de Luiz Gonzaga do Amaral, jornalista e escritor brasileiro, amigo de longa data de Óscar Ribas, e de Cyl Gallindo, escritor brasileiro e Membro da Academia das Letras do Brasil.
A fotobiografia dedicada a Óscar Ribas conta ainda com ilustrações da pintora angolana Manuela Alegre, do escultor e pintor angolano José João Oliveira e dos arquitectos Susana Fialho e Pedro Partidário. A obra inclui ainda fotografias cedidas pela família, pela fotógrafa moçambicana Ruth Matchabe e pelo próprio autor.
"A diversidade e a enorme riqueza da cultura angolana é absolutamente merecedora de uma maior internacionalização relativamente a todos os seus agentes culturais e nos diferentes domínios da criação. Por outro lado, à semelhança de outros países que assinalam os centenários dos seus símbolos nacionais, pareceu-me que esta singela homenagem era mais que necessária para o escritor Óscar Ribas, cujo trabalho está espalhado por diferentes países e traduzido em várias línguas", sustentou o autor.
"Foi uma aposta pessoal, para dar a conhecer o enorme trabalho literário de Óscar Ribas, que conheci ainda em vida, em prol da cultura angolana, para o qual dispus de poucos apoios, sendo essa a razão da edição de autor", afirmou Baguet Júnior, sublinhando a "dificuldade e a rejeição" de várias editoras em publicar a fotobiografia.
Da toda a obra de Óscar Ribas, destaque para as primeiras novelas, "Nuvens Que Passam" (1927), "Resgate de uma Falta", ambas de 1927, "Flores e Espinhos" (1950) e "Ecos da Minha terra" (1952).A partir do final da década de 50 do século XX, Óscar Ribas centrou a sua produção literária posterior em temas da literatura oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua kimbundu.
Destas preocupações resultam a sua bibliografia dos anos 60, como, entre outras obras, "Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos" (1958,1975), "Missosso" - três volumes (1961, 1962 e 1964) e um "Dicionário de Regionalismos Angolanos", tendo, pelo meio, publicado um romance autobiográfico intitulado "Tudo Isto Aconteceu" (1975).
Distinguido com vários prémios - Margret Wrong (1952), Etnografia do Instituto de Angola (1959) e Monsenhor Alves da Cunha (1964), entre outros -, Óscar Ribas foi também galardoado com vários títulos, com destaque para a Ordem do Infante, atribuída pelo governo português em 1962, bem com o da Literatura e das Artes (Angola, 2000).
Gabriel Baguet Júnior, que já trabalhou no Primeiro de Janeiro e Jornal de Notícias, com uma passagem pela RTP Porto, tem uma pós-graduação em Jornalismo pelo ISCTE e pela ESCL, é autor de vários ensaios, com destaque para "Um Olhar e Uma Voz", dedicado à cantora cabo-verdiana Cesária Évoram, sendo actualmente quadro da RTP.
O autor participou também em vários seminários e conferências temáticas dedicados à História de África, Cultura de Angola, Jornalismo, Desenvolvimento Humano e Globalização, sendo colaborador regular de várias revistas internacionais, quer como jornalista quer como escritor.
in LUSA
http://pitigrili-de-luanda.blogspot.com/2009/01/scar-ribas.html
O livro, intitulado "Óscar Ribas - A Memória com a Escrita", surge numa altura em que se assinalam os 100 anos do nascimento do escritor, poeta, etnólogo e ensaísta angolano, natural de Luanda, onde nasceu a 17 de Agosto de 1909, estando já o autor a preparar outra obra: "O Pensamento e as Palavras de Óscar Ribas".
Falecido em Cascais a 19 de Junho de 2004 (aos 94 anos), Óscar Ribas é considerado unanimemente em Angola como o fundador da ficção literária no país, tendo iniciado a sua actividade ainda como estudante no Liceu Salvador Correia, em Luanda.
Em declarações à Agência Lusa, Gabriel Baguet Júnior, jornalista da RDPÁfrica, 44 anos e natural de Luanda, adiantou que o livro, de 383 páginas e que levou quase oito anos a completar, tem o prefácio de José Carlos Venâncio, professor catedrático na Universidade da Beira Interior e Pró-Reitor para os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
No livro, o prefaciador destaca a "preserverança" do autor na execução da obra, realça o "merecimento do homenageado" e lamenta que "esta e outras atenções tardem a surgir, quer em Angola, quer noutro espaço da Lusofonia".
O livro conta com a participação e depoimentos de dois sobrinhos do escritor, Arnaldo Gonçalves Ribas ("Nadinho") e Maria do Céu Ribas, de Wladimir Romano, jornalista e escritor cabo-verdiano, filho de B´Leza, de Isabel Bastos Feliciano, mestre em História de África, de Luiz Gonzaga do Amaral, jornalista e escritor brasileiro, amigo de longa data de Óscar Ribas, e de Cyl Gallindo, escritor brasileiro e Membro da Academia das Letras do Brasil.
A fotobiografia dedicada a Óscar Ribas conta ainda com ilustrações da pintora angolana Manuela Alegre, do escultor e pintor angolano José João Oliveira e dos arquitectos Susana Fialho e Pedro Partidário. A obra inclui ainda fotografias cedidas pela família, pela fotógrafa moçambicana Ruth Matchabe e pelo próprio autor.
"A diversidade e a enorme riqueza da cultura angolana é absolutamente merecedora de uma maior internacionalização relativamente a todos os seus agentes culturais e nos diferentes domínios da criação. Por outro lado, à semelhança de outros países que assinalam os centenários dos seus símbolos nacionais, pareceu-me que esta singela homenagem era mais que necessária para o escritor Óscar Ribas, cujo trabalho está espalhado por diferentes países e traduzido em várias línguas", sustentou o autor.
"Foi uma aposta pessoal, para dar a conhecer o enorme trabalho literário de Óscar Ribas, que conheci ainda em vida, em prol da cultura angolana, para o qual dispus de poucos apoios, sendo essa a razão da edição de autor", afirmou Baguet Júnior, sublinhando a "dificuldade e a rejeição" de várias editoras em publicar a fotobiografia.
Da toda a obra de Óscar Ribas, destaque para as primeiras novelas, "Nuvens Que Passam" (1927), "Resgate de uma Falta", ambas de 1927, "Flores e Espinhos" (1950) e "Ecos da Minha terra" (1952).A partir do final da década de 50 do século XX, Óscar Ribas centrou a sua produção literária posterior em temas da literatura oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua kimbundu.
Destas preocupações resultam a sua bibliografia dos anos 60, como, entre outras obras, "Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos" (1958,1975), "Missosso" - três volumes (1961, 1962 e 1964) e um "Dicionário de Regionalismos Angolanos", tendo, pelo meio, publicado um romance autobiográfico intitulado "Tudo Isto Aconteceu" (1975).
Distinguido com vários prémios - Margret Wrong (1952), Etnografia do Instituto de Angola (1959) e Monsenhor Alves da Cunha (1964), entre outros -, Óscar Ribas foi também galardoado com vários títulos, com destaque para a Ordem do Infante, atribuída pelo governo português em 1962, bem com o da Literatura e das Artes (Angola, 2000).
Gabriel Baguet Júnior, que já trabalhou no Primeiro de Janeiro e Jornal de Notícias, com uma passagem pela RTP Porto, tem uma pós-graduação em Jornalismo pelo ISCTE e pela ESCL, é autor de vários ensaios, com destaque para "Um Olhar e Uma Voz", dedicado à cantora cabo-verdiana Cesária Évoram, sendo actualmente quadro da RTP.
O autor participou também em vários seminários e conferências temáticas dedicados à História de África, Cultura de Angola, Jornalismo, Desenvolvimento Humano e Globalização, sendo colaborador regular de várias revistas internacionais, quer como jornalista quer como escritor.
in LUSA
http://pitigrili-de-luanda.blogspot.com/2009/01/scar-ribas.html
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