quarta-feira, 23 de junho de 2010

Chipindo Bonga, o ideólogo da UNITA


Quem é quem?
Terça, 22 Junho 2010 08:31
Joanesburgo - São lhe reconhecidas habilidades de bom político e de bom orador. É uma das figuras da UNITA com maior poder de influencia interna. Actua na sombra. Considerado como o estratega da vitoria de Isaías Samakuva nos dois últimos congresso. Diz-se que para se ganhar congresso, é necessário te-lo do seu lado. É ele quem influencia as bases sobre quem devem ou não votar. A juventude do partido tem lhe uma obediência cega, e tratá-lo por “professor Chipindo Bonga”.

Fonte: Club-k.net

A figura que detém as anotações do pensamento de Savimbi

O seu poder de influencia interna parte por ter sido, a figura que Jonas Savimbi confiou a missão de dar formação ideológica aos militantes do partido. Pelas suas mãos passaram cerca de 6000 quadros. Formou alunos como Américo Chivukuvuku que depois se tornaram também professores de referencia na Jamba. Daí que conhece todos e todos o conhecem. É dos poucos quadros que tem discípulo em todas as províncias do país.

Piedoso Chipindo Bonga, é natural de Catabola, Província do Bié, e filho de um Pastor Evangélico, que esteve ao serviço da Missão Evangélica de Chissamba. Aderiu a UNITA logo após ao 25 de Abril. Fez parte da longa marcha de Jonas Savimbi, logo após a fuga, deste do Luso, a 8 de Fevereiro de 1979. Na altura tinha a importância de ter um certo nível de ensino acadêmico avançado. Esteve no grupo que atendeu o primeiro curso ministrado por Jonas Savimbi no Centro de Formação Comandante Kapessi Kafundanga (CECKK). Teve bom aproveitamento e Savimbi fez dele Director do Centro Integral e de Formação da Juventude, CENFIM. No secretariado geral da UNITA, já exerceu quase todos os cargos a excepção de SG. No inicio da década de noventa, foi o secretário Geral da JURA, que substituiu, Armindo Moisés Kassessa.

Foi a pessoa que acompanhou Nzau Puna a Cabinda quando este anunciou rotura com Jonas Savimbi. (O Outro era Eugenio Manuvakola) No hotel, Puna informou-lhe que iria ver os familiares, no dia seguinte quando deu falta do SG, é que ficou a saber que um avião da presidência angolana teria levado Puna para Portugal.

Tinha o seu nome da lista de deputados da primeira legislação. Era o numero 28 da lista. O reascender da guerra impediu-lhe de tomar posse na Assembléia Nacional. Em 1994, Jonas Savimbi conservou-lhe, no Andulo, ao não te-lo enviado a Luanda para tomar posse no parlamento, em obdiencia dos acordos de Lusaka. Foi-lhe confiada a missão de professorar na Escola de Formação Política do Kanjampão, no Andulo. Dos altos dirigentes que estiveram próximo de Jonas Savimbi, nesta altura, Chipindo Bonga é o único que não tinha o nome na listas das sanções da ONU

Quando as FAA tomaram de assalto o Andulo, Chipindo Bonga, seguiu para o leste. Na caminhada plantou maçarocas para o abastecimento da sua coluna. Foi também um dos organizadores político da 16ª conferência, o conclave realizado por baixo de fogo, em que muitos viram Jonas Savimbi pela ultima vez. (teve lugar na nascente do rio Kunguene, na província do Moxico). É Chipindo Bonga que conserva consigo as anotações das linhas mestras traçadas por Jonas Savimbi, nesta reunião. (Ao tempo de Jonas Savimbi, estava sempre a frente das organizações de congressos, convenções e cursos político – ideológico)
Durante esta conferencia de quadros, Savimbi fez dele comissário político adjunto das FALA. O posto de “comissário geral” era destinado apenas para generais mas como o mesmo não atingiu tal patente, o cargo foi assumido pelo general, Galliano da Silva e Sousa “Mbula Matadi”, mais tarde morto em combate.

Piedoso Chipindo Bonga fazia parte da coluna que seguia rumo ao encontro do general Apolo Yakevela no norte do país, quando se assinala a morte de Jonas Savimbi. Soube que o velho tivera sido morto através de uma mensagem atribuída ao general António Dembo. Descobriu que embora o teor da mensagem fosse verídica, a voz que vinha do outro lado estava acompanhada de eco. Concluiu que se estava diante de a voz de alguém que se encontra entre quatro paredes imitando a voz de Antonio Dembo. (Simulador da Inteligência das FAA)

Durante a vigência da Comissão de Gestão, dirigida pelo general Lukamba Gato, desmobilizou-se como brigadeiro e foi reconduzido a Secretário Geral da JURA. Conduziu o primeiro congresso da juventude realizado fora das matas. Não voltou a candidatar-se por causa da idade e outros desafios mas apoiou um jovem soldado que nas matas do leste dependia de si, o major Liberty Chiaka.

Chipindo Bonga fez parte da Campanha de Samakuva, tanto em 2003, como em 2007. Na altura, chegou a ser citado pela Voz da America como o potencial candidato a Secretário-Geral, em substituição ao general Kamalata “Numa”. É temido pela corrente de Abel Chivukuvuku. Consideram-no o mentor de panfletos que circularam no congresso e que foram em desfavor do antigo conselheiro político de Jonas Savimbi. A citada corrente denota ter ainda reservas sobre o mesmo. Recentemente escreveram uma carta ao Semanário Angolense acusando-lhe de ser “um dos que empurram Isaias Samakuva para mais um mandato.”

No presente período que se prepara o segundo congresso da JURA, que se realiza em Julho próximo, o professor Chipindo Bonga declarou abertamente apoio a um dos candidatos, Mfuka Muzemba.

Piedoso Chipindo Bonga continua a trabalhar na sombra como membro da comissão política. Reparte o seu tempo a reflectir sobre a elaboração das suas memórias e a prestar assessoria ao líder da UNITA, Isaias Samakuva que muita estima tem por si.

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