Luanda – O jornalismo angolano esta de luto. Morreu na madrugada desta
sexta-feira, 07, em Luanda, o director (e fundador) do jornal “Agora”, Joaquim
Manuel Aguiar dos Santos (de 57 anos de idade), vítima de prolongada doença,
numa das instituições sanitários situada na centralidade urbana de Talatona, zona
sul de Luanda. O mesmo padecia de várias patologias dentre as quais a diabete,
durante largos anos.
Fonte: Club-k.net
Fonte: Club-k.net
Foi pai da nova geração de escribas
Até a hora da sua
partida para o além, Aguiar dos Santos, como era conhecido no universo jornalístico
nacional e internacional, foi um dos poucos jornalistas que conseguiu manter –
negando várias propostas milionárias das empresas proprietários dos jornais
“Semanário Angolense", "A Capital" e "Novo Jornal" – a
rígida linha editorial do jornal “Agora” (pertencente ao grupo Global Media),
apesar das dificuldades financeiras que este semanário ainda atravessa.
Em vida, o malogrado goza(va) de um papel "extremamente importante" por ter contribuído incansavelmente na formação – do seu jeito peculiar – de vários jovens jornalistas angolanos que vale citar alguns: Ana Margoso (do Novo Jornal), Dani Costa (d'O País), Francisco Tandala (director d’A Capital), Suzana Mendes (ex-directora do jornal Angolense), Sebastião Panzo (jornalista e escritor), Júlio Gomes (jornalista do Agora), Jorge Eurico (do Semanário Angolense), Lucas Pedro (do Club-K), António Miguel (da Nova Gazeta), José dos Santos (d’ A Capital), Manuel Nunes, dentre vários outros.
Em vida, o malogrado goza(va) de um papel "extremamente importante" por ter contribuído incansavelmente na formação – do seu jeito peculiar – de vários jovens jornalistas angolanos que vale citar alguns: Ana Margoso (do Novo Jornal), Dani Costa (d'O País), Francisco Tandala (director d’A Capital), Suzana Mendes (ex-directora do jornal Angolense), Sebastião Panzo (jornalista e escritor), Júlio Gomes (jornalista do Agora), Jorge Eurico (do Semanário Angolense), Lucas Pedro (do Club-K), António Miguel (da Nova Gazeta), José dos Santos (d’ A Capital), Manuel Nunes, dentre vários outros.
Formado em
jornalismo numa das universidade de Jugoslávia, juntamente com os jornalistas
Graça Campos (ex-director do Semanário Angolense) e Gustavo Costa (director do
Novo Jornal), Aguiar dos Santos iniciou a sua carreira na agência Angola Press
(Angop), mais tarde saltou para o Jornal de Angola. Após a queda do partido
único em Angola, o malogrado foi colaborador do jornal "Comércio &
Actualidade". A nível internacional, o malogrado foi o correspondente da
agência France Press e trabalhou também nos jornais portugueses
"Público" e "Diário de Notícias".
Na classe jornalística,
Aguiar dos Santos era tratado pela “nova geração” como “Pai”, ou melhor,
"Pai da nova geração dos jornalistas", pois era dos poucos escribas
reconhecido pela sua integridade, e resistência, a eventuais tentativas
de suborno por parte do regime angolano.
Na véspera das
eleições de 2008, o mesmo recusou a andar, ou usar para fins pessoais, uma
viatura de marca “Hyundai Terracan”, oferecida as redacções de jornais privados
pelo então ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais. O malogrado preferia
andar a pé do que usar tal viatura para não ser visto como “comprado”.
Em 2009, durante o
programa radiofónico "Discurso Directo", da Rádio Ecclésia, este
confessou para os milhares de ouvintes que "enquanto for director do
Agora, o jornal não vai desaparecer". Mesmo em momento de grande
dificuldades, este "homem do Calulo" sob cumprir com a sua promessa
de manter a tiragem deste semanário onde publicava os seus artigos de opinião
"Fio de Prumo".
Numa outra
entrevista concedida ao jornal "Novo Jornal", Aguiar dos Santos
recomendo que "quando eu morrer quero ser enterrado no Calulo. A minha
urna tem que ser recheada de jornais, depois tapam com a bandeira de Calulo e a
bandeira de Angola. assim que quero ser enterrado". Esperamos que a família
cumpra com este seu último "grande" desejo.
De realçar que
ainda em Abril do corrente ano, uma equipa de médicos decidiram amputar um dos
membros inferiores do falecido jornalista na sequência de “uma crise de
diabetes” que o levou a internar na Clínica da Endiama (onde curiosamente
trabalha a sua ex-esposa). Antes de avançarem com esta solução, os
especialistas solicitaram autorização dos seus familiares.
Do seu nome de
registo Joaquim Manuel "Aguiar dos Santos" nasceu aos 29 de Junho de
1955, natural da vila de Calulo, província do Kwanza Sul, deixa quatro
filhos, três meninas e um rapaz, e a viúva. A direcção deste portal informativo
curva-se perante esta figura "incontestável" nas lides da comunicação
social, enquanto à família enlutada (sobretudo aos seus irmãos Jacques dos
Santos e Fernando Pacheco) endereçamos os nossos sentimentos de
pesar.
Por outro lado, o Comité Provincial de Luanda do MPLA lamentou a morte do director-geral do jornal “Agora” endereçando o seu mais sentido sentimento de pesar à família enlutada, à direcção do jornal Agora e aos trabalhadores.
Ainda sobre o falecimento de Aguiar dos Santos, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) lamentou também a morte por doença do director geral do “Agora”. Escreve na nota que “o país perdeu um dos melhores cavaleiros da pena e um homem cuja frontalidade na comunicação social não deixou dúvidas”.
Por outro lado, o Comité Provincial de Luanda do MPLA lamentou a morte do director-geral do jornal “Agora” endereçando o seu mais sentido sentimento de pesar à família enlutada, à direcção do jornal Agora e aos trabalhadores.
Ainda sobre o falecimento de Aguiar dos Santos, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) lamentou também a morte por doença do director geral do “Agora”. Escreve na nota que “o país perdeu um dos melhores cavaleiros da pena e um homem cuja frontalidade na comunicação social não deixou dúvidas”.
Por sua vez, a
Fundação 27 de Maio lamentou profundamente pelo desaparecimento físico de
Aguiar dos Santos. "Jornalista como ele só existiu em Angola", diz a
nota em nossa posse, rematando "As pessoas que realmente admiramos são
imortais, pois mesmo depois da morte, continuam vivas em nosso coração!. À
família endereçamos os nossos pesamos".
Sem comentários:
Enviar um comentário