Lisboa - Judith Maria Graça da Silva, de 39 anos, a
presumível autora do assassinato da bancária Bárbara Marise Menezes de Sá
Nogueira revelou nos autos da investigação criminal que mantinha uma relação
amorosa com a falecida e que a teria tirado a vida no seguimento de uma discussão
que tiveram.
Fonte: Club-K.Net
No decorrer do
interrogatório policial, que ocorreu na manha do dia 4 de Junho, a presumível
autora contou a polícia que houve um desentendimento entre as duas por causa do
envolvimento de uma terceira pessoa que se terá intrometido no seu seio e que
foi Bárbara Nogueira, de 38 anos, que a teria inicialmente assaltado.
De acordo com a
recomposição do crime, tudo começou na manha do dia 30 de Maio quando Judith
Maria Graça da Silva começou a telefonar para Bárbara Nogueira desde as 6h da
manha daquele dia invocando que precisava conversar urgentemente com a
parceira. Bárbara por sua vez, desfez-se de alguns compromissos e telefonou
para o Banco Millennium de que era gerente para avisar que chegaria tarde ao
trabalho. Antes, levou a filha, de 11 anos, no Colégio Elizângela, junto ao
Largo Primeiro de Maio tendo de seguida se dirigido ao encontro de Judith no
apartamento daquela, nas imediações da Feira Internacional de Luanda (FILD).
Já no apartamento,
ambas segundo o depoimento de Judith da Silva, fizeram (ainda) amor, tomaram o
pequeno almoço e só depois deu lugar ao áspero debate. Judith confrontou
Bárbara de que esta estaria a trair-lhe com um dos administradores do Banco
Millennium e que não tolerava. Bárbara mãe de duas adolescente tinha um esposo
e segundo depoimento de Judith, ambas comprometeram-se em desfazer-se das suas
respetivas relações conjugais. Judith, é solteira e mãe de um rapaz de 18 anos.
Ambas brigaram e
no decorrer no clima tenso, a falecida teria espetado com uma lapiseira perto
da área do umbigo de Judith (ao qual mostrou sinais do ferimento a polícia) e
esta por sua vez, pegou numa faca atingindo mortalmente a parceira.
Ao dar conta
que a outra perdeu a vida, Judith abandonou o apartamento para na manha do dia
seguinte ter solicitado ajuda de um jovem taxista Angelo Lopes para transportar
o cadáver que ela havia colocado numa mala alegando tratar-se de carne de
cabrito para fins tradicionais. Contactou também uma curandeira identificada por
Mama Santa para ajudar-lhe a não ser descoberta e fez desabafos com uma tia
dizendo que matou “a sua rival”. A tia, por seu turno aconselhou-lhe a
apresentar-se as autoridades policiais, o que não aconteceu.
Ao darem conta do
desaparecimento de Bárbara, a família fez saber a polícia e esta através de
diligências como rasteio das últimas chamadas telefónicas da falecida notaram
que estabeleceu contactos com um numero que correspondia ao de Judith Maria
Graça da Silva.
A presumível
autora foi convocada pela investigação criminal de Luanda e ao seu interrogada
negou conhecer o paradeiro da amiga. Após aplicação de métodos próprios, a
mesma entrou em contradição durante a sessão de interrogatório acabando por
assumir a autoria do crime. Na tarde do mesmo dia (4 de Junho) deslocou-se, na
companhia de peritos da policia de investigação, ao local onde despejou o
cadáver da amiga.
Judith da Silva é
descrita como uma jovem com sinais de algumas perturbações. Cresceu no bairro,
“mártires” em Luanda e desde a adolescencia revelou sentir-se algum incomodo
por vir de uma família de baixa renda e sobretudo por a sua mãe ser de cor
negra. Já, a falecida bancaria cresceu na vila- alice, rua Eugénio de
Castro onde conheceu o seu esposo Atos Sá Nogueira.
A dada altura, Judith
da Silva contou com o apoio de uma irmã mais velha Teresa Silva que ajudou-lhe
a imigrar para Holanda. Certo dia daquele país europeu conheceu uma senhora de
orientação sexual oposta que alegou simpatizar-se com o seu tone de pele e logo
a seguir experimentou uma relação homossexual.
Inicio da
relação
Judith e Bárbara
conhecem-se a cerca de 23 anos. Após, o seu regresso da Holanda, a presumível
criminosa reencontrou a amiga e no seguimento de diálogos contou que durante a
sua permanência no exterior teve a experiência de se ter relacionado com alguém
do mesmo sexo. Por seu turno, a malograda confidenciou-lhe que a muitos anos
atrás teria algo parecido mas “só uma vez”. Desde este dialogo, ambas começaram
a experimentar e por em praticas as referidas experiências. A dada altura,
concordaram que deixariam os seus respectivos parceiros para ficaram juntas.
Antecedentes
De acordo com uma pesquisa do Club-K, Judith tem antecedentes com a justiça num caso passional em que obrigou uma suposta rival a interromper uma gravidez. Tudo começou quando ao tentar reconciliar-se com um antigo namorado, este disse lhe que não podia mais voltar por ter engravidado uma rapariga de quem estaria sentimentalmente ligado. Judith Silva por sua vez, raptou a “rival” levando-lhe para um apartamento onde obrigou lhe a tomar comprimidos para provocar um aborto. Após a saída do feto, a mesma pegou no embrulho e colocou na sanita. Os familiares da jovem moveram lhe, na altura, um processo judicial e a sua irmã Teresa contactou a advogada Paula Godinho para o defender.
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