Lisboa – Judith Maria Graça da Silva, a presumível autora do
assassinato da bancária Bárbara Marise Menezes de Sá Nogueira confessou aos
familiares que as confissão, por si, feita nos autos da polícia de investigação
criminal de Luanda foi sob tortura e que a terão forçado assinar declaração com
três versões sobre as razões que a terão levado a tirar a vida da amiga.
Fonte:
Club-k.net
A detida foi
transferida esta segunda-feira (15) da Direção Provincial de Investigação
Criminal (DPIC) para a comarca de Viana, em Luanda. Durante aos
interrogatórios, segundo confissões de Judith da Silva aos familiares, foi
espancada com porretes nas costas, murros no peito. Até pouco tempo ela tinha o
rosto roxo (área do olho) com os sinais de bofetadas pelos agentes da
investigação criminal. Judith da Silva foi detida aos 4 de Junho e a polícia
criminal, somente a apresentou a imprensa, no dia 9 de Julho, passado um mês
que aconteceu o crime.
Segundo os
familiares, a DNIC guardou-lhe por quase trinta dias para aguardar que as
marcas da tortura se cicatrizassem. Contou ainda aos seus próximos que durante
o momento que esteve sob detenção da DNIC foi retirada na calada da noite, sob
ameaças de execução/violação acrescidos a intimidações de que já não voltaria a
ver o esposo e o filho, caso não colaborasse com a polícia.
Quanto ao cidadão
Ângelo Lopes apresentado como seu cúmplice, a mesma alegou que apenas conheceu
na DNIC a pouco tempo dando a entender que tratou-se de um jovem que a polícia
“arranjou”. Argumentou, aos mesmos, que era impossível conhecer alguém em menos
de três semanas e esta mesma pessoa, no caso do taxista empresta-la a viatura
para uma ação do género.
Aos familiares,
Judith da Silva revelou ainda que sob a tortura a que foi submetida não tinha
como não assinar as declarações de confissões que fez aos investigadores.
Dentre as versões que alegadamente apresentou, a detida disse que mantinha
“relações íntimas” com a falecida e que a teria tirada a vida no seguimento de
um desentendido por causa de uma terceira pessoa que terá se intrometido no seu
seio. Familiares da falecida com destaque a uma filha mais velha, de 18 anos
que clamam por justiça rejeitam a versão que apresentam a malograda Bárbara
Marise Menezes de Sá Nogueira como tendo um envolvimento amoroso com a sua presumível
assassina.
De realçar que
esta não é a primeira vez que surgem denuncias que apresentam a DNIC chefiada
por Eugénio Alexandre como estando a fazer recurso de praticas de tortura
contra os detidos a fim de obriga-los a fazer confissões do seu interesse. Na
definição interna da DNIC , a aplicação de tais praticas de tortura são
designadas como “investigação do terceiro grau”. No passado fizeram contra o
cidadão Manuel Lima “Bravo” , tendo o caso sido denunciado por familiares. No
sentido de evitar denuncias sobre os maus tratos contra os detidos, o director
da DNIC, Comissário- Chefe Eugénio Alexandre decidiu perseguir o Club-K. Abriu
processos contra o jornalista Lucas Pedro e ao activista José Gama, a fim de
irem responder junto a Procuradoria geral da República, em Angola.
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