Maputo (Canalmoz) – Os dias têm-se tornado cada vez mais difíceis para os moradores, bem como para os automobilistas no bairro de Ndlavela, no município da Matola, devido à actuação de patrulhas policiais por agentes de Força de Intervenção Rápida (FIR).
Brigadas da Força de Intervenção Rápida (FIR) e da Polícia de Protecção, empunhando armas de guerra e com suas viaturas, conhecidas por BTR, ocupam posições, nas rodovias que dão acesso ao bairro, numa acção de caça aos transeuntes e automobilistas, facto que vem deixando agastados e com medo os cidadãos da zona tal como nos foi manifestado por alguns abordados por aquelas brigadas policiais. Trata-se de uma presença massiva e assustadora de agentes equipados com sofisticado armamento bélico e com seus aparatos BTR, auto metralhadoras.
Enquanto uns agentes da FIR se desdobram sem parar, exigindo documentação aos automobilistas, outros agentes ficam escondidos nas imediações para exigir documentação aos transeuntes que por ali passam. A vida tornou-se um terror para quem tem, inevitavelmente, de usar aquele percurso.
A acção que está a aterrorizar Ndlavela tem acontecido a partir das 21 horas. momento em que muitos alunos estão a regressar das escolas e outras pessoas das suas actividades laborais.
As pessoas têm agora medo de caminhar à noite por temer os agentes da FIR. A zona parece estar agora sujeita ao recolher obrigatório.
Falta de transportes
Devido à rigorosidade de fiscalização policial contra os automobilistas e peões, a oferta de transporte semi-colectivo de passageiros diminuiu drasticamente o que está a prejudicar quem mora naquela zona da Matola.
A Polícia está a ser rigorosa contra as deficiências dos veículos de transportadores semi-colectivos que apresentam sempre alguma irregularidade, sejam deficiências mecânicas ou outras. Entretanto, a “guerra” declarada pela FIR aos automobilistas está a fazer com que os transportadores estejam a deixar de operar nas rotas que vão dar a Ndlavela. Como não está a haver reposição da oferta de transporte a população está a passar momentos de grande desespero. Para sua mobilidade está agora sujeita a percorrer vários quilómetros a pé.
Os automobilistas reclamam contra a operação policial pelo facto de estarem a ser seguidos critérios só comparados aos de caça ao homem. As pessoas com quem falámos queixam-se de estarem a ser fiscalizadas pela polícia, duas vezes, sendo a primeira pelos Polícias de Trânsito e depois pelos agentes da FIR. Acusam estas forças de estarem envolvidas em autêntica caça ao dinheiro.
Cidadão na primeira pessoa
Um automobilista que se identificou apenas por Manuel reconheceu que muitas viaturas de semi-colectivos não estão totalmente documentadas. Mas, a fonte considera que os automobilistas se sentem na obrigação de trabalhar para poder minimizar o sofrimento deles próprios e das pessoas com falta de transporte, um problema que está a afectar de forma generalizada toda a zona metropolitana do Grande Maputo.
O automobilista que se dispôs a falar à nossa Reportagem acrescentou que quando há rigorosidade de fiscalização, eles são obrigados a paralisar as suas actividades por temerem que os seus documentos ou mesmo até as suas viaturas sejam aprendidas.
Zacarias Tomás foi uma das pessoas que foi obrigada a percorrer a pé cerca de 10 quilómetros para chegar à sua residência, devido à falta de chapas. Este disse à nossa reportagem que assim o faz porque não há alternativa. A fonte revelou ainda que tem havido carência de transporte quando a polícia se põe a fiscalizar os automobilistas.
(António Frades) 2010-09-29 06:33:00
Imagem: spintravel.blogtv.uol.com.br
Sem comentários:
Enviar um comentário