sexta-feira, 15 de outubro de 2010

REPÚBLICA POPULAR DA CHINA. Regime de Pequim mantém esposa de Prémio Nobel da Paz 2010 sob residência fixa


O Prémio Nobel da Paz, decidiu dedicar o galardão às “almas perdidas” durante a repressão militar que esmagou as manifestações democráticas ocorridas na Praça de Tiananmen en 1989, nas quais ele tomou parte. A par das medidas acabadas de tomar contra a poetisa Liu Xi, o regime de Pequim ordenou a detenção de numerosos dissidentes para impedir que celebrassem a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo.

Maputo (Canalmoz) - A poetisa Liu Xia, esposa do dissidente chinês, Liu Xiaobo, a quem foi atribuído o Premio Nobel da Paz, edição de 2010, encontra-se confinada ao seu apartamento em Pequim, próximo do Museu Militar e da antiga sede da televisão estatal, CCTV. Embora a polícia chinesa tivesse autorizado Liu Xia a visitar o marido, que se encontra a cumprir uma pena de 11 anos de cadeia por advogar a instituição de um regime democrático na China, as autoridades voltaram a mantê-la sob residência fixa para assim impedir que contactasse jornalistas ou se reunisse com amigos.
O regime chinês proibiu os órgãos de comunicação social de noticiarem a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo. A esposa do dissidente chinês conseguiu transmitir uma mensagem através do sistema Twitter, informando que a polícia do regime de Pequim a tinha colocado sob prisão domiciliária no dia 8 do corrente, acrescentando que estava impossibilitada de fazer ou receber chamadas através do telemóvel.
Entretanto, diversas organizações de direitos humanos informam que Liu Xiaobo, ao tomar conhecimento de que lhe haviam atribuído o Prémio Nobel da Paz, decidiu dedicar o galardão às “almas perdidas” durante a repressão militar que esmagou as manifestações democráticas ocorridas na Praça de Tiananmen en 1989, nas quais ele tomou parte.
A par das medidas acabadas de tomar contra a poetisa Liu Xi, o regime de Pequim ordenou a detenção de numerosos dissidentes para impedir que celebrassem a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo. Tal como o regime oligárquico de Havana, que se insurgiu contra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a Mario Vargas Llosa, Pequim teceu duras críticas ao Instituto Nobel norueguês por “premiar um criminoso”.
Para opróbrio do regime chinês, Liu Xiaobo une-se a outros prémios Nobel chineses designados pelo governo de Pequim como “inimigos do Estado”, tais como o Dalai Lama, considerado como “terrorista” por lutar pela independência do Tibete, e o escritor exilado em Franca, Gao Xingjian, cujas obras estão proibidas na República Popular da China. (Redacção)

2010-10-12 06:46:00

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