«Há falta de escritores. Os escritores levam tempo a construir. Um músico popular faz-se em menos tempo, um escritor exige mais tempo de formação. É necessário um investimento muito grande e continuado para se formar escritores. É preciso melhorias na cultura e na educação, na ampliação da rede de bibliotecas públicas.
http://www.apostolado-angola.org/articleview.aspx?id=3241
E num país como Angola, em que um livro é muito caro e chega a muito poucas pessoas, é normal que não haja muitos escritores. Ainda assim, Angola é um dos poucos países de África que tem um grupo de escritores com dimensão internacional. Mas muito poucos jovens, porque os jovens foram privados do acesso à cultura durante este tempo todo. Pode ser que daqui a dez ou quinze anos, com maior esforço do governo, possam ser criadas as condições para que daqui a vinte ou trinta anos comecem a surgir novos escritores.
Preocupa-o essa falta de escritores?
Naturalmente. Porque há histórias que se vão perdendo. Angola tem grandes histórias com uma dimensão universal e é uma pena que não se faça mais para evitar que se percam. Todas as grandes tragédias geram histórias, a Segunda Grande Guerra deu origem a inúmeros bons romancistas, com a Guerra Civil Americana aconteceu o mesmo. Todos os grandes conflitos, todas as situações de ausência de Estado, produzem literatura. O derrube das Torres Gémeas nos EUA, por exemplo, já deu origem a alguns grandes livros. Angola tem muitas histórias mas há poucas pessoas para as contar a todas.»
«Falta de apoios condiciona publicação de obras literárias. Angop
Escritor angolano John Bella
Luanda – O secretário-geral adjunto da Brigada Jovem de Literatura, John Bella, afirmou hoje, em Luanda, que a escassez de recursos financeiros, a ausência de patrocínios, bem como o rigor das editoras angolanas impedem a publicação de obras literárias.
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/lazer-e-cultura/2010/5/24/Falta-apoios-condiciona-publicacao-obras-literarias,dd732232-93e0-4042-96e2-248fdc51d1f9.html
Em declarações à Angop quando convidado a falar do papel da literatura no desenvolvimento do homem, o escritor realçou existir um número considerado de escritores, principalmente jovens, interessados em publicar obras com alguma regularidade, pretensão, no entanto, que não tem sido possível por falta de recursos.
As dificuldades são sentidas com maior intensidade fora da província de Luanda, segundo explicações do responsável, adiantando que a ausência de investimentos privados em algumas províncias reflecte-se na falta de patrocínios.
“O reflexo é sentido igualmente nos leitores que acabam deste modo com poucas opções de leitura, dada a escassez de livros de autores angolanos”, explicou John Bella.
A produção literária em Angola, avançou a fonte, ainda é insuficiente, pelo que as instituições públicas e privadas devem, em colaboração, envidar esforços para inverter o actual quadro, pois a literatura representa uma expressão cultural.
Segundo o escritor, a falta de interesse pela leitura, por parte de alguns jovens, deve-se pela distância que existe entre o leitor e o livro, que segundo ele, ainda não está ao alcance de quem quer.
John Bella defende igualmente a revitalização dos centros culturais e infantis, pois são autênticos impulsionadores da leitura no seio juvenil.
A criação de bibliotecas e salas de leitura a nível dos municípios de Luanda, segundo a fonte, também servirão de estimulantes de leitura e consequentemente elevarão o nível intelectual dos jovens angolanos.»
«Destruição de bibliotecas
A destruição de bibliotecas tem sido uma prática habitual ao longo da história, geralmente promovida por exaltados líderes políticos ou religiosos; está sócia ao fanatismo ideológico e costuma acaecer como consequência de mudanças sociais radicais, confrontos religiosos, e conflitos bélicos. Constitui, junto com a bibliocastia ou queima de livros, um dos capítulos da História da estulticia, a incultura, o ódio e a vingança.
http://pt.wikilingue.com/es/Destruição_de_bibliotecas
Ficheiro:Brand Anna Amalia 22.30Uhr.JPG
Incêndio da Herzogin Anna Amalia Bibliothek, em Weimar, Alemanha.
No século em que viveu Enrique de Villena mal teria teólogo, que abrindo um livro onde tivesse algumas figuras geométricas, não as julgasse caracteres mágicos, e sem mais exame lhe entregasse ao fogo... um francês, chamado Genest, vendo um manuscrito onde estavam explicados os Elementos de Euclides, pelas figuras que tinha se imaginou que era de nigromancia, e ao momento jogou á correr despavorido, pensando que lhe acometiam mil legiones de demónios, e foi tal o susto, que morreu dele.
Fray Benito Jerónimo Feijoo e Montenegro, Obras escolhidas, 1863, p. 317-8.Tabela de conteúdo
Metas na história da destruição de bibliotecas
A história da destruição das bibliotecas acompanha à história da humanidade e parece não ter fim. Estes são alguns das principais metas documentadas:
O Papiro de Ipuur, narrado por "o príncipe Ipu", partidário da velha ordem, descreve como foram destruídas, entre outras coisas, muitas bibliotecas de templos durante o primeiro período intermedio do Egipto (ca. 2175 a 2040 a. C.) Possivelmente, trata-se da primeira revolução social documentada.
As desavenencias entre os clérigos partidários de Amón e os de Atón provocaram a destruição das obras de seus adversários, que inclusive apagaram escrupulosamente de todo o país o nome do principal valedor de Atón, o faraón Ajenatón (ca. 1353 - 1337 a. C.)
Quando Nínive é arrasada em 612 a. C., destruiu-se a biblioteca real de Asurbanipal, que continha relatos como: a Epopeya de Gilgamesh, o mito de Adapa, ou o pobre homem de Nipur, precedentes dos relatos bíblicos e de As mil e umas noites.[1] Felizmente, muitos restos de tablillas cerâmicas foram achadas pelos arqueólogos.
Heródoto escreveu que quando Cambises invadiu o Egipto em 525 a. C., arrasou os templos e queimou todo o resto de cultura do país, ficando só com o ouro, pois este não ofendia sua memória.
Na fortaleza dos espíritos do palácio de Darío I (ca. 549 - 485 a. C.) em Persépolis, guardavam-se os arquivos dos reis aqueménidas, gravados em chumbo e estaño, em uma escura sala (a 33 do Tesouro). Foi incendiada, mas a lenda conta que se salvaram os dois únicos manuscritos de Zoroastro: «o livro dos livros de Persia», escrito com letras de ouro, ainda que poucos séculos depois foram destruídos no incêndio da Biblioteca de Alejandría, onde estavam depositados.
O tirano grego Pisístrato, reuniu em sua Biblioteca as obras da época –inicialmente, com o objectivo de compor a Ilíada–, mas foi saqueada por Jerjes em 480 a. C.
A Grande Biblioteca de Alejandría, foco da cultura helénica, promovida pelos Ptolomeos, onde tentaram compilar todo o conhecimento da época, era «a editorial maior da antigüedad» segundo Vitruvio, e sucumbió no ano 48 a. C., no incêndio que devastou a cidade de Alejandría durante o assédio de César. Ainda que os cronistas romanos da época omiten o acontecimento e outros o consideram destruição parcial ou o pospõem, achacándolo a líderes fanáticos, tais como o bispo Teófilo ou o califa Omar.
A Biblioteca de Constantinopla (criada em 315, por Constantino com 7.000 vols. em seu início), que chega a ter mais de 100 mil rollos na época de Teodosio, é queimada neste ano por León III o Isáurico.
Quando Teodosio I (379 - 395) declarou religião oficial ao cristianismo, começou a perseguição do pagano, e os seguidores do bispo Teófilo, destruíram todos os livros depositados no Serapeum de Alejandría, os restos da Grande Biblioteca e as dos templos. O sacerdote hispano Paulo Orosio, que viajou a Alejandría vinte anos depois, escreveu em suas Histórias contra os paganos: «Existem hoje templos, que nós temos visitado, cujos estantes de livros têm sido esvaziados pelos homens de nosso tempo».[2]
A biblioteca da residência dos papas em Letrán, dispunha de numerosos livros de diversos autores clássicos gregos e latinos que foram ordenados queimar por Gregorio I (590) «o cónsul de Deus», se perdendo exemplares de Cicerón, Tito Livio e outros muitos autores, alegando que «os jovens preferem essas leituras ao Novo Testamento». A partir deste pontífice considerou-se que a sozinha proximidade de um livro pagano pode pôr em perigo uma alma piedosa.[3]
Egipto é declarado islâmico em 604; os Livros da sabedoria estavam depositados nos Tesouros reais, mas em 633 Omar proclamou: «...se o que diz neles é conforme ao Livro de Deus não permite os ignorar, mas se há algo neles contra o Livro, são maus, seja como seja, os destrói.» Utilizaram-se como combustível.
Por ter-lhe privado de seu amor, a esposa do rico príncipe fatimí Mahmud ao Dawla bin Fatik, após seu fallecimiento destruiu sua biblioteca, uma das mais quatro admiráveis de O Cairo. O príncipe, grande poeta, adorava ler e escrever noite depois de noite.
Os cruzados sitiaram Trípoli em 1099. Rendida a cidade sem combate, os vencedores, entre outras tropelías, prenderam fogo à Biblioteca. Um sacerdote, vendo a multidão de edições do Corán depositadas em seus estanterías ordenou seu incêndio.
A Biblioteca de Constantinopla é de novo devastada pelos turcos no 1453.
A biblioteca da Madraza de Granada, a primeira Universidade desta cidade, foi assaltada pelas tropas do cardeal Cisneros, no final de 1499, os livros foram levados à praça de Bib-Rambla onde se queimaram em pública fogueira. O edifício da Madraza uma vez clausurada a Universidade foi doado pelo rei Fernando para Cabildo (Prefeitura) da cidade, em setembro de 1500.
A Biblioteca Nacional de Sarajevo foi queimada no final de agosto de 1992. O incêndio foi causado pelo fogo de artilharia do exército sérvio-bosnio. O edifício não tenía valor estratégico nem importância militar, mas constituía o grande simmbolo de identidade de um povo; possuía uns dois milhões de livros e milhares de documentos e manuscritos de grande valor, conservados ao longo de séculos tanto por muçulmanos como por sérvios ortodoxos, croatas católicos e judívos.
Em 2003, queima-a de um millon de livros na biblioteca Nacional do Iraque.»
Imagem: A queima de livros, Berlim, 1933
www.educ.fc.ul.pt/.../opombo/album/perigos.htm
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