domingo, 18 de julho de 2010

Em Moçambique. Projecto de plantação de jatropha é imoral e perverso


– Considera a Associação dos Amigos da Terra, sedeada em Bruxelas. Com ela corrobora a Justiça Ambiental moçambicana.


Maputo (Canalmoz) – O grupo verde designado “A Friends of the Earth” (Amigos da Terra) de Bruxelas critica os planos de expansão de produção de biocombustíveis em Moçambique. Classifica os acordos para promover a produção de biocombustíveis em África, “para alimentar carros europeus, de imoral e perverso”.
As contestações surgem no âmbito de um acordo entre a União Europeia e o Brasil para expandir a produção de biocombustíveis em Moçambique.

O activista para alimentação e agricultura da “Friends of the Earth Europe”, Adrian Bebb, refere que “a crescente expansão de biocombustíveis em todo mundo não está apenas a prejudicar o ambiente, mas também, muitas vezes, prejudica a subsistência das pessoas e o acesso aos alimentos”.
Adrian Bebb considera que usar milhões de hectares de terras agrícolas para plantações de jatropha e cana-de-açúcar em Moçambique, um país que sofre de fome persistente, para cultivo de culturas para alimentar carros europeus, é imoral e perverso. Os biocombustíveis não são uma solução para os problemas da mudança climática global, nem da segurança energética ou da pobreza em Moçambique.

Anabela Lemos, da Justiça Ambiental, em representação da “Friends of the Earth” em Moçambique, diz que “a expansão de biocombustíveis no nosso país está a transformar florestas e vegetação naturais em culturas de combustíveis, está a retirar terras férteis das comunidades que estão a cultivar alimentos, e a criar más condições de trabalho e conflitos com a população local pela posse de terra. Nós queremos investimentos reais em agricultura que nos permitam produzir alimentos e não combustível para carros estrangeiros”.
Adrian Bebb diz que os objectivos dos biocombustíveis europeus é que estão a causar esta expansão global. Diz ainda que as políticas da União Europeia já estão a causar disputa de terras e desflorestamento em todo o Sul. Em vez de fazerem acordos para conseguir mais terras no Sul, a União Europeia deveria eliminar a sua política de biocombustíveis, investindo numa agricultura amiga do ambiente e diminuindo a energia que usamos para transporte, defende Bebb.

(Redacção) 2010-07-16 08:04:00

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