Susana Represas e Maria Ana Barroso DIÁRIO ECONÓMICO
Quatro ex-administradores do BCP vão a julgamento pela suspeita de prática dos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos.
Quatro dos cinco ex-administradores do BCP vão a julgamento pela suspeita de prática dos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos. O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) decidiu ontem pronunciar Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Christopher de Beck e António Rodrigues e deixar de fora António Castro Henriques, que fora igualmente acusado pelo Ministério Público. A juíza entendeu que o antigo gestor do BCP agora ilibado não teve conhecimento nem consciência do real significado das operações que assinou.
Tanto o crime de manipulação de mercado como de falsificação de documentos podem resultar, em caso de condenação, em pena que pode ir até aos cinco anos de prisão ou pena de multa. Em cúmulo jurídico, a pena final nunca ultrapassa os seis a sete anos de prisão.
Das três acusações que recaiam sobre os cinco ex-administradores do banco, o tribunal entendeu que os responsáveis "não praticaram o crime de burla qualificada", ficando assim ilibados da acusação mais grave. A juíza entendeu que os alegados crimes que agora vão a julgamento não foram cometidos em benefício próprio. Por outro lado, os administradores acusados "não tinham qualquer poder de influência na comissão de remunerações", com excepção de Jardim Gonçalves. E mesmo este, defendeu a juíza, fê-lo com a intenção de "manter as aparências" e não de, através de uma adulteração de resultados, beneficiar as remunerações da administração.
Conhecida a decisão do TIC, o Ministério Público pode ainda, se o entender, recorrer, algo que não está ainda decidido. Quanto a um calendário para o arranque do julgamento, Rogério Alves, advogado de António Rodrigues, disse ontem que o julgamento não deverá arrancar antes do início do próximo ano. Entretanto, o processo atrasará sempre um mês já que as férias judiciais começam já dia 1 de Agosto e vão até ao final do mês. Quanto à duração do julgamento, Rogério Alves acredita que se possa fazer em cerca de seis meses. Outro jurista avança com um prazo de "pelo menos um ano". O processo deverá ser distribuído nas varas criminais de Lisboa.
http://economico.sapo.pt/noticias/exgestores-do-bcp-vao-a-julgamento-e-arriscam-prisao_95622.html
Imagem: altohama.blogspot.com
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