Lisboa - Está avolumar-se o sentimento de “ausência de
justiça” entre os familiares do malogrado Jorge Valério que clamam por
seriedade nas investigações e esclarecimento do caso do seu ente querido. De
acordo com os novos dados, o juiz do Tribunal Provincial de Luanda, Paulino
Tito Cafumana, e a procuradora do processo Yemanjá Videira, recusaram-se a
pronunciar, e a acusar, o autor confesso do crime que atende pelo nome de
António Nieta.
Fonte:
Club-k.net
A decisão dos
mesmos esta a dar azo a uma suposta conivência, entre os magistrados, antes
verificada nas investigações da Direcção Nacional de Investigação Criminal
(DNIC).
António Nieta,
também conhecido por "Cocotocha", foi detido pela DNIC desde o
passado dia 1 de Maio do corrente ano, e apresentado aos órgãos de imprensa no
dia 15 de Maio, como um dos autores materiais do crime (executor).
Foi lhe atribuído,
pela investigação criminal, a autoria do espancamento com blocos de cimento e o
estrangulamento do malogrado Jorge Valério.
Por decisão das
autoridades judiciais, Cocotocha poderá não ser julgado neste processo, pois o
juiz Paulino Tito Cafumana recusa a pronuncia-lo. E de igual modo, a
procuradora Yemanjá Videira também recusa em acusa-lo, mesmo tendo ele
confessado o crime.
De acordo com as
autoridades, Cocotocha vai ser julgado por um outro crime que cometeu no
passado.
Outra contradição,
ou exemplo de má-fé considerado pelos familiares do malogrado, prende-se também
com o afastamento do processo do individuo de nome Rodrigo Domingos Vidal,
também conhecido por "Naró" que passou de cúmplice a testemunha (a
semelhança de Augusto Viana no caso Quim Ribeiro).
Em Janeiro
passado, a DNIC apresentou Rodrigo Domingos Vidal “Naró” como o elemento que
supostamente recebeu ordens da namorada do falecido Jorge Valério para
arquitectar o crime. “Naró”, segundo as explicações da DNIC, não compareceu no
acto da execução por ter se esquecido de ir ao encontro dos seus amigos
executores. Ou seja ficou num local a consumir álcool.
Ainda segundo as
explicações das autoridades policiais, foi Rodrigo Domingos Vidal
"Naró" que recebeu, primeiramente, 8 mil dólares de Jéssica, e que,
por sua vez, subcontratou o outro "assassino" de nome Victor Nsumbe
Vlademiro "Baía".
“Acordaram assim,
que mediante pagamento de oito mil dólares americanos, o co-réu João Manuel
Mateus e seu amigo Rodrigo Domingos Vidal tcp Naró, matariam o ex-namorado da
co-ré (Jessica), devendo ainda entregar a esta o telemóvel do mesmo”, lê-se no
artigo 17 da pronuncia do processo número 661/13-D datada de 29 de Julho de
2013.
Naró foi retirado
da condição de réu e passou a ser testemunha, porque no entender da procuradora
e do Juiz, ele não fez nada e se encontra em liberdade. (ver documento em
anexo)
No entender de
juristas que acompanham o assunto, o referido elemento deveria ser ouvido como
cúmplice e ser condenado a 16 anos de prisão, caso se prove que os mesmos sejam
os verdadeiros autores da morte do malogrado estudante.
De acordo com
conhecimento, as iniciativas das autoridades em baralharem o conhecido caso
"Jorge Valério" faz reacender antigas suspeitas, segundo as quais, a
DNIC apresentou falsos elementos como presumíveis autores da morte do
estudante. Há conhecimento de que os referidos executores são elementos que se
dedicavam ao furto de viaturas no município do Cazenga e um dos quais com crime
de homicídios.
A DNIC terá agido
de tal forma em função da pressão que tiveram de apresentar os autores do
crime. Na ocasião juntaram o depoimento da namorada do falecido que ao
descrever sobre o namorado relatou que uma vez este a ameaçou mostrar imagens
suas de carácter íntimo ao pai da menina.
Foi confirmado que
semanas depois, o grupo da DNIC que esteve ligado a esta operação foi
promovido. Fernando Receado, o chefe de Departamento de Crimes Contra Pessoas,
que ostentava patente de intendente passou para super-intendente. Norberto
Fayenda, seu adjunto, que era super-intendente passou superintendente-chefe.
O acto de
graduação foi entendido como gratificação por ter ocorrido num período que não
era o das promoções na cooperação.
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