Lisboa – Armando Manuel, actual ministro das Finanças de
Angola, é a entidade citada num restrito “assessement”, como tendo recebido
recentemente cerca de 24 milhões de dólares norte-americanos, em comissões da
Odebrecht, por ter facilitado, enquanto Secretário para os Assuntos Económicos
do Presidente da República., o pagamento de parte da dívida do Estado para com
esta empresa brasileira.
Fonte:
Club-k.net
De acordo com um
parecer “o negócio das comissões continua a render fortunas incalculáveis a
alguns dirigentes angolanos que, para o efeito, nada têm de fazer, excepto
manipular o pagamento da dívida pública.”
A Odebrecht é
conhecida, em Angola, como a construtora que mais tem beneficiado de contratos
com o governo, devido as suas ligações privilegiadas ao palácio presidencial.
Em Setembro de
2010, a Odebrecht foi citada numa denuncia de que o seu maior negócio em
Angola, era na manipulação/alteração de facturas de obras destinadas a aumentar
as dívidas que o Estado angolano tem para consigo. Salientava-se que o
dinheiro, era depois dividido com elementos próximos ao regime/governo tidos
como facilitadores das operações.
O esquema
da divida pública
De acordo com uma
explicação de meios conhecedores do assunto, o dossier da divida pública é um
negócio antigo na esfera do Ministério das finanças de Angola. Se a entidade
(pessoa ou empresa) desejar receber por exemplo uma divida que o Estado tem
para consigo no valor de 100 milhões de dólares, a rede do ministério cobra(va)
entre 30 a 40% da referida fasquia. (Quadro semelhante ocorre no AngolaInvest)
Com a entrada do
novo Ministro Armando Manuel que é um quadro da casa, o elenco do gabinete de
pagamento da divida pública foi todo reformado e substituído por gente da sua
confiança. Dentre os saídos/reformados, detentores de elevados segredos, terão
sido recompensados com uma pronta quantia entre 1 milhão e 5 milhões de
dólares.
O até pouco tempo
director deste gabinete da Unidade de Gestão da Dívida Pública do Estado era
Carlos Aires da Fonseca Panzo tendo sido substituído por Angélica Eugénia
Calembe Paquete. No quadro da reforma, foi também nomeado um Director
Geral-Adjunto Bantu Anfaná Teixeira dos Santos. Um Chefe do Departamento de
Gestão da Dívida Pública da Unidade de Gestão da Dívida Pública, Faustina José
Correia para o cargo e uma Chefe do Departamento de Administração e Gestão do
Orçamento, do mesmo gabinete. Todos eles da alta confiança do Ministro Armando
Manuel.
Antecedentes Há alguns anos atrás, o Semanário Angolense na altura dirigido por Graça Campos denunciou que a cidadão Emilia Morais, esposa do então Ministro das finanças, José Pedro de Morais Júnior detinha uma empresa que intermediava interessados em resgatar Dívida Pública junto a este Ministério. Em troca, segundo a publicação, a senhora recebia a comissão de uma percentagem da referida divida. O esquema que constituía trafico de influencia foi determinante nas acusações que levaram a exoneração do esposo do cargo de ministro.
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