segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Devido a conflitos laborais. Empresários chineses ameaçam transferir negócios da África do Sul para países vizinhos



…incluindo Moçambique

Pretoria (Canalmoz) - Diversas fábricas de artigos de vestuário em Newcastle, na província sul-africana do Kwazulu-Natal, encontram-se encerradas devido a disputas salariais. Os proprietários das unidades fabris, todos eles provenientes de Taiwan e da China, optaram por fechar as portas por não terem chegado a acordo com os sindicatos. Estes exigem o pagamento do salário mínimo. Fábricas há que pagam aos trabalhadores menos de 200 randes (1.008,74 meticais) por semana, quando o salário mínimo é de 320 randes (1.613,98 meticias) igualmente por semana.
As entidades empregadoras negam que estejam a pagar salários abaixo dos estipulados por lei. Mas de acordo com Leon Deetlefs, da comissão de concertação social, das 47 fábricas de roupas a operar na província, nove pagavam salários semanais inferiores a 200 randes.
Alex Liu, presidente da Câmara de Comércio Chinesa em Newcastle, disse estar ainda esperançado que seja alcançada uma solução favorável, tendo acrescentado que uma opção prática seria as fábricas transferirem as suas operações para Moçambique, Swazilândia e Lesoto, países onde, segundo Liu, “a mão-de-obra é muito mais barata do que na África do Sul”. Liu afirmou que dirigentes desses três países estavam em contacto com as fábricas de vestuário chinesas em Newcastle tendo em vista negociar uma possível transferência das unidades fabris chinesas.
Investidores chineses desde há muito que apostam no sector têxtil da África Austral, fundamentalmente para tirar partido do acordo tarifário norte-americano, o chamado AGOA (Lei do Crescimento e Oportunidades em África). Servindo-se dos países da região, esses empresários exportam têxteis isentos de substanciais taxas aduaneiras, muitas das vezes pagando salários baixos e desrespeitando regras laborais há muito estabelecidas.

(Redacção) 2010-09-06 08:08:00

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