– afirma o reitor de “A Politécnica”, Lourenço do Rosário, que, entretanto, é contra este tipo de docentes na instituição que dirige
Maputo (Canalmoz) – Os “professores turbo”, que leccionam simultaneamente em vários estabelecimentos de ensino, acumulando diferentes disciplinas, representam uma ameaça a um ensino de qualidade no país, devendo, portanto, ser desencorajados a praticar este tipo de docência cumulativa. Esta é a posição do Professor Doutor Lourenço do Rosário, reitor da universidade ‘A Politécnica’. Falava no último sábado, em Maputo, numa cerimónia de graduação de estudantes da sua instituição.
Entretanto, a ‘A Politécnica’ não escapa a este tipo de docentes. Grande parte de docentes que lecciona naquele estabelecimento de ensino privado, lecciona, simultaneamente noutros estabelecimentos.
Embora desencoraje a prática denunciada, Lourenço do Rosário disse que este tipo de docentes foi identificado na ‘A Politécnica’. No entanto, não especificou quais os procedimentos que serão tomados a seguir, contra esses “professores turbo”.
O reitor de ‘A politécnica’ falava para um auditório de académicos, políticos, dirigentes de outros estabelecimentos de ensino e estudantes.
Dirigindo-se especificamente aos graduados (273 bacharéis, 160 licenciados, 56 pós-graduados e cinco mestres), Lourenço do Rosário encorajou-os a produzirem conhecimentos consentâneos com a actual situação social.
Aos graduados em sociologia, o reitor pediu para que examinassem as diferentes manifestações sociais, caso a caso para explicar sinais de ruptura entre diferentes segmentos sociais, inclusive com quem está o poder para governar.
Aos graduados em economia, pediu para que estudem as relações de produção e de circulação de bens de modo a prevenir insatisfações por causa da insuficiência de renda, e também para assegurar a dignidade dos cidadãos.
Lourenço do Rosário desafiou os gestores a produzirem sugestões que permitam que a administração dos bens públicos e privados obedeça a regras mais justas. Assim, foi fazendo apelos direccionados a cada grupo de graduados, de acordo com a respectiva especialidade.
As manifestações
Num outro contexto, o reitor de ‘A Politécnica’ fez alusão ao fenómeno ocorrido nos dias 1 e 2 de Setembro corrente. Disse ter-se tratado de uma confrontação que produziu inúmeras leituras. Todavia, apelou para que no lugar “de se procurar o vilão e a vítima” as universidades analisem o sucedido e reflictam para se encontrarem formas de resolver os problemas da nação.
Primeiro-ministro reconhece problemas sociais
Por seu turno, o primeiro-ministro, Aires Ali, reconheceu que a sociedade vive maus momentos. Desafiou, implicitamente, aos graduados a encontrarem respostas para os respectivos problemas.
Relativamente à questão da qualidade dos professores que afecta directamente o ensino, o PM, que no mandato passado desempenhou o cargo de ministro da Educação, mostrou-se preocupado. Sugeriu que as instituições de ensino e outros segmentos sociais intervenham no assunto de modo a alterar o cenário.
(Emildo Sambo) 2010-09-13 08:21:00
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