Maputo
(Canalmoz) – Durante muito tempo África foi considerado um continente sem
história devido à ausência de fontes escritas e em consequência disso viu a sua
história marginalizada. Para reverter a situação e preservar a história de
África, universidades de vários países africanos anunciaram que estão engajadas
em projectos de pesquisas antropológicas e linguísticas que possibilitem a
criação e promoção de fontes históricas escritas do continente Africano.
Para
efeito, a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, acolheu, de segunda-feira
até ontem, a Conferência Internacional sobre “Fontes de História de África
Escritas em Ajami”, um evento organizado pelo Arquivo Histórico de Moçambique e
Fontes Historiae Africanae (FHA) organização africana que se dedica à promoção
de fontes escritas africanas.
Os
participantes, representantes de universidades africanas assumiram o
compromisso de dedicar suas pesquisas à criação de fontes escritas nos seus
países e, subsequentemente, em África. Mas os mesmos afirmaram que um dos
principais desafios é localizar as fontes orais, materiais e posteriormente
transformá-las em fontes escritas devido ao desaparecimento físico de muitas
destas fontes.
Chapane
Mutine, pesquisador do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo
Mondlane e porta-voz do encontro disse que este evento visa criar um ambiente
de interação de troca de experiência entre as universidades em matéria de
pesquisas, sobretudo antropologias e linguísticas. Explicou, entretanto, que a
troca de experiências é a base para se iniciar a criação de fontes escritas em
Africa.
Mutine
acrescentou que este tipo de encontro é uma mais valia para o continente porque
permitirá que o continente desenvolva a sua própria historia e mostre ao
ocidente as suas potencialidades em fontes históricas escritas.
Por
fim Mutine afirmou que a criação de fontes escritas permitirá ao continente
combater as especulações sobre a história de África e evitará adulteração da
história do continente praticada por muitos pesquisadores ocidentais. (António Frades)
Imagem: Ranking das universidades africanas
oficinadesociologia.blogspot.com
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