quinta-feira, 19 de abril de 2012

Universidades africanas querem reescrever história do continente


Maputo (Canalmoz) – Durante muito tempo África foi considerado um continente sem história devido à ausência de fontes escritas e em consequência disso viu a sua história marginalizada. Para reverter a situação e preservar a história de África, universidades de vários países africanos anunciaram que estão engajadas em projectos de pesquisas antropológicas e linguísticas que possibilitem a criação e promoção de fontes históricas escritas do continente Africano.
Para efeito, a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, acolheu, de segunda-feira até ontem, a Conferência Internacional sobre “Fontes de História de África Escritas em Ajami”, um evento organizado pelo Arquivo Histórico de Moçambique e Fontes Historiae Africanae (FHA) organização africana que se dedica à promoção de fontes escritas africanas.
Os participantes, representantes de universidades africanas assumiram o compromisso de dedicar suas pesquisas à criação de fontes escritas nos seus países e, subsequentemente, em África. Mas os mesmos afirmaram que um dos principais desafios é localizar as fontes orais, materiais e posteriormente transformá-las em fontes escritas devido ao desaparecimento físico de muitas destas fontes.
Chapane Mutine, pesquisador do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane e porta-voz do encontro disse que este evento visa criar um ambiente de interação de troca de experiência entre as universidades em matéria de pesquisas, sobretudo antropologias e linguísticas. Explicou, entretanto, que a troca de experiências é a base para se iniciar a criação de fontes escritas em Africa.
Mutine acrescentou que este tipo de encontro é uma mais valia para o continente porque permitirá que o continente desenvolva a sua própria historia e mostre ao ocidente as suas potencialidades em fontes históricas escritas.
Por fim Mutine afirmou que a criação de fontes escritas permitirá ao continente combater as especulações sobre a história de África e evitará adulteração da história do continente praticada por muitos pesquisadores ocidentais. (António Frades)
Imagem: Ranking das universidades africanas
oficinadesociologia.blogspot.com

Sem comentários:

Enviar um comentário